Martinho Júnior, Luanda
Trata-se
dum entrincheirado fascismo: cargas de ódio pelo ódio até à exaustão, em tempo
de paz e sem qualquer pinta de procura de outros horizontes se não as nuvens de
ódio, azotadas nuvens, com cheiro a enxofre, a podridão e a horizontes
fechados, onde não há qualquer busca de salutar saída…
Há
mercenários da escrita, aptos à guerra psicológica, cuja única tarefa é serem
bombistas da escrita, desmonta a desmonta, sabotagem a sabotagem, subversão a
subversão, é para isso que foram sulfuricamente programados!…
É
essa a receita do fascismo, com mercenários que outra coisa não conseguem
realizar senão, sem remissão, abusar do estado angolano, república a república
(já vamos na IVª), desde as entranhas de seus covis “independentes”,
instrumentalizados e atiçados por aqueles que têm tudo a ganhar com a subversão
contínua em Angola, um país que pelas suas riquezas naturais querem reduzir
definitivamente a um infeliz corpo inerte, impondo a sua ilimitada vontade de
rapina e, se possível, de mais sangue!
O “nitismo” e
afins prolongaram-se no espaço e no tempo, nesses congénitos esconderijos que
advêm dos tempos da matriz que foi a PIDE/DGS, feitos meios de comunicação e
correntes ideológicas intestinas da Europa e de Angola, ao mesmo tempo caixas
de ressonância uns dos outros, “fala só” como exemplifica a “Voice
of America”, infestando o quotidiano, tornando-o num fluxo de doentio
confinamento e imposição, um labirinto de sadomasoquistas sem pudor nem
respeito pelos outros, nem pelo país-alvo que com eles se tornou Angola!
Actuam
procurando a formatação duma mentalidade padrão obsessiva, emocionalmente
obscura e, por via das novas tecnologias, sem ventilação para além das
electrónicas técnicas: a obsessão digital, à velocidade da luz!
Guerra
psicológica de baixa intensidade tem seus mercenários profissionais com o
rótulo de “jornalistas livres”, testados no caso angolano ao longo de
décadas, a ponto de destilar provocadora vilania por todos os poros e todos os
dias, como única alternativa, solução e aspiração, sem alguma vez se
preocuparem em fazer uma avaliação mínima de contraditórios que aliás não têm
de alinhar com a sua perfídia psicológica e ideológica, por que a perfídia
psicológica e ideológica é de facto a única razão da sua existência, a
existência dum fascismo em atrocidade contínua, de que só os bárbaros, os
loucos, ou os mercenários bem pagos são capazes!
A
pandemia que chega de fora na direcção de Angola não é pois só de Covid-19: há
uma guerra psicológica traumática que já leva décadas, tentáculo da guerra
psicológica maior, global, própria da IIIª Guerra Mundial que assola a
humanidade desde 9 de Maio de 1945, quando terminou a IIª!
Esse
tentáculo pandémico tem estímulos cada vez maiores e custos que cada vez é mais
difícil equacionar, por que o ódio pelo ódio tem traumáticos objectivos
subversivos onde irão buscar os rendimentos finais, quando conforme à sua
conduta e seu único desejo, reduzirem finalmente Angola a uma ultraperiférica
neocolónia que poderá levar séculos para se conseguir alguma vez reverter!
Para
esses foi e é imperdoável qualquer afirmação de independência e de soberania do
estado angolano, por mais repúblicas que se sucedam umas às outras desde o
movimento de libertação e de sua luta armada que não teve outra alternativa se
não fazer-se eclodir e sentir!...
A
paz em Angola merece melhor sorte que essas amarras viscerais tornadas
continuamente torrentes de desastrosas e intempestivas emoções, uma obcecada
cristalização que jamais tentou abrir uma janela de saudável futuro, por pouco
oxigenado que um ar reciclado chegasse ao seu interior! (https://club-k.net/index.php?option=com_content&view=article&id=41164:bp-do-mpla-acusa-folha-8-ultrajar-imagem-de-agostinho-neto&catid=23:politica&lang=pt&Itemid=641).
A
frágil democracia angolana está a ser assim deliberadamente maltratada e
asfixiada por essas torrentes fascistas, mercenárias e demenciais, num
expediente de vingança cega e pútrida em relação a quem alcançou o 11 de Novembro
de 1975, por via duma longa luta armada de libertação nacional inscrita na luta
armada de libertação em África, de Argel ao Cabo da Boa Esperança!
De
provocação em provocação, as opções de reconciliação estão as campanhas
fascistas a tentar sufocar e esgotar, por muitas tentativas de paz que se
busquem, por muitas amnistias que se promulguem, por muita paciência que haja
de quem está no exercício de estado, por muito boa-fé dos que não se querem
tocados pela impostura e estão ávidos de vida e frescura de opções!...
Jamais
reconheceram que a independência e a soberania trouxeram, pela via do movimento
de libertação, a oportunidade aos direitos humanos que os angolanos, com os
outros povos da África Austral, Central e Grandes Lagos, nunca antes experimentaram
nem com colonialismo, nem com “apartheid”, pois nunca colonialismo,
ou “apartheid”, tal como entendia Nito Alves e seus seguidores, foi ou é
sua preocupação: o ódio pelo ódio chegou a esse patamar psicológico e
ideológico sem escrúpulos de demência e exaustão, reflectindo-se ainda hoje, 45
anos após o desaparecimento institucional do fascismo em Portugal!
Sujeitar
a democracia do estado angolano a este tipo de infectados pântanos começa a não
ser mais solução: 18 anos depois do calar das armas haverá saudavelmente alguém
capaz de se reconciliar com esse ódio pelo ódio de largas décadas, enquanto
obcecada exaustão fraccionista, saudosista e subversiva?
Vão-se
dar muito mal em Angola e o melhor é ir quanto antes para o alfobre da Ucrânia,
para os braços do “Movimento Azov”, que é onde esses mercenários
mentalmente pertencem... lá estão a reciclar outros como eles, para que haja
muita carne para canhão! (http://www.patrialatina.com.br/conhecendo-nossos-inimigos-ucrania-o-campo-de-treino-militar-para-a-extrema-direita-mundial/). (MJ)
Luanda,
24 de Junho de 2020
Imagens
recolhidas ao acaso da trincheira fascista programada a partir do exterior.
CONSTATEM
ESTE SULFÚRICO EXEMPLO: https://jornalf8.net/2020/
Deus
no céu, Neto na Terra (será que assim está bem?)
O
MPLA repudiou, com veemência, esta terça-feira, o jornal “Folha 8” , pela publicação de um texto
em que associa o então Presidente de Angola, António Agostinho Neto, às figuras
consideradas defensoras da escravatura. Nem ler sabem. Por alguma razão o Presidente
do MPLA quer um melhor ensino em Angola.
Por
Orlando Castro
O Folha
8 escreveu: «Vários países estão a retirar dos espaços públicos as estátuas de
assassinos, ditadores e defensores da escravatura. Em Angola está a demorar
muito para que isso aconteça». Onde está a associação de Agostinho Neto à
escravatura? Não será, antes, a associação a assassinos, a ditadores?
Em
nota de repúdio, o Bureau Político do Comité Central do partido considera
“leviana e irresponsável” a inclusão do Fundador da Nação (presume-se que foi o
único fundador) entre essas figuras, cujas estátuas estão a ser removidas de
espaços públicos, por manifestantes anti-racistas, nalguns países.
Para
o MPLA, trata-se de uma “atitude despropositada e infame”, que “atenta contra a
História e memória colectiva do Povo Angolano e revela falta de Patriotismo” do
jornal Folha 8. A
tradução significa que só é patriota quem for do MPLA, com estiver solidário
com os massacres do 27 de Maio de 1977, por sinal dirigidos por… Agostinho
Neto.
De
acordo com o partido no poder há 45 anos, António Agostinho Neto é reconhecido
e respeitado a nível nacional e internacional, “como destemido soldado da linha
da frente no combate à segregação racial e da luta armada de libertação
nacional”.
O
MPLA sublinha que, sob a sua liderança de Agostinho Neto, Angola se constituiu,
por vontade própria, “em trincheira firme da revolução em prol dos ideais de
liberdade e dignidade” dos africanos, sendo que – presumimos – o expoente
máximo desses ideais de liberdade e dignidade estão plasmados no genocídio de
27 de Maio de 1977 ou, quiçá, nos 20 milhões de angolanos pobres.
“As
obstinadas tentativas de macular a honra e o bom nome de António Agostinho
Neto, Herói Nacional e Pai da Independência de Angola, enquadram-se na campanha
com fins inconfessos que o jornal “Folha 8” tem levado a cabo ao longo dos anos”, lê-se
na nota.
De
facto, Agostinho Neto não só foi o único pai da independência, como foi
igualmente a única mãe, razão pela qual é um caso único a nível mundial, qual
hermafrodita.
O
MPLA escreve que se reserva o direito de voltar a recorrer às suas instâncias
de justiça, bem como à sua Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana,
“no sentido de fazerem cumprir, de facto e de júri e, com o estabelecido nos
termos da Constituição e da lei, quanto aos limites ao exercício da liberdade
de imprensa e de opinião”.
Não
era preciso recorrer a essas instâncias. Basta mandar-lhe a sentença que querem
que seja oficializada, que essas instâncias se encarregarão de arranjar
articulado e suposta matéria de facto que justifique o veredicto. É, aliás, uma
prática corrente e a comprovação de que – segundo a bitola do MPLA – Angola é
um Estado de Direito Democrático.
O
Bureau Político do MPLA exorta os angolanos (os de primeira, é claro) a
pautarem pela sua conduta no respeito pela convivência harmoniosa e a não
pactuarem com “desvarios e modismos políticos que possam minar o ambiente de
pacificação dos espíritos”. Devem, por isso, aceitar fazer duas cirurgias que
são basilares para a dita “pacificação dos espíritos”: remoção da coluna
vertebral e deslocalização do cérebro para os intestinos.
Lembra
o MPLA que, nesta altura, no âmbito da reconciliação nacional e consolidação do
Estado Democrático de Direito, está em curso o processo de homenagem às vítimas
dos conflitos políticos registados em Angola, entre 11 de Novembro de 1975 e 4
de Abril de 2002. Vítimas para as quais, está bom de ver, em nada contribuiu
Agostinho Neto, sendo que os massacres do 27 de Maio de 1977 terão sido da
responsabilidade de Salazar, de Jonas Savimbi ou de Holden Roberto.
Um
herói ditador e assassino
O Dia
do Herói Nacional (do MPLA) é uma comemoração partidária transformada, por
força da ditadura, em nacional angolana, em memória do nosso maior genocida, do
nosso maior assassino, António Agostinho Neto.
Estávamos
a 17 de Setembro de 2016. O então ministro da Defesa de Angola e
vice-presidente do MPLA, João Lourenço, denunciou tentativas de “denegrir” a
imagem de Agostinho Neto, primeiro Presidente angolano. Já era obra do Folha 8?
Ou a investigação (da Fundação Agostinho Neto) demorou quase quatro anos a
descobrir?
João
Lourenço discursava em
Mbanza Congo , província do Zaire, ao presidir ao acto solene
das comemorações do dia do Herói Nacional, feriado alusivo precisamente ao
nascimento do Agostinho Neto.
“A
grandeza e a dimensão da figura de Agostinho Neto é de tal ordem gigante que,
ao longo dos anos, todas as tentativas de denegrir a sua pessoa, a sua
personalidade e obra realizada como líder político, poeta, estadista e
humanista, falharam pura e simplesmente porque os factos estão aí para
confirmar quão grande ele foi”, afirmou o general João Lourenço, hoje
presidente do MPLA, da República (do MPLA) e Titular do Poder Executivo (do
MPLA).
João
Lourenço nunca se referiu ao caso na sua intervenção, mas o bureau político do
MPLA criticou em Julho de 2016, duramente, o lançamento em Portugal de um livro
(mais um) sobre o MPLA e o primeiro Presidente angolano, Agostinho Neto,
queixando-se então de uma nova “campanha de desinformação”.
Em
causa estava (continua a estar, estará sempre) o livro “Agostinho Neto – O
Perfil de um Ditador – A História do MPLA em Carne Viva ”, do
historiador luso-angolano Carlos Pacheco, lançado em Lisboa a 5 de Julho de
2016, visado no comunicado daquele órgão do Comité Central do partido no poder
em Angola desde 1975.
Carlos
Pacheco disse na altura que a obra resultou de uma década de investigação
histórica e que “desmistifica” a “glória” atribuída ao homem que conduziu os
destinos do movimento que lutou pela libertação do jugo colonial português em
Angola (1961/74). Contudo o livro tem sido fortemente criticado em Luanda, por
parte de dirigentes e elementos afectos ao MPLA e da fundação com o seu nome.
“A
República de Angola está a ser vítima, mais uma vez, de uma campanha de
desinformação, na qual são visadas, de forma repugnante, figuras muito
importantes da Luta de Libertação Nacional, particularmente o saudoso camarada
Presidente Agostinho Neto”, lê-se no comunicado do bureau político.
Na
intervenção em Mbanza
Congo , João Lourenço, que falava em representação do seu
então querido chefe, o “escolhido de Deus” e chefe de Estado, José Eduardo dos
Santos, sublinhou que Agostinho Neto “será sempre recordado como lutador pela
liberdade dos povos” e um “humanista profundo”.
“Como
atestam as populações mais carenciadas de Cabo Verde, a quem Agostinho Neto
tratou gratuitamente, mesmo estando ele nas condições de preso politico. É
assim como será sempre lembrado, por muitas que sejam as tentativas de
denegrir”, afirmou – sabendo que estava a mentir e a ser conivente com um dos
mais hediondos crimes cometidos em África – o então ministro da Defesa e hoje
Presidente da República.
“Em
contrapartida”, disse ainda João Lourenço, os “seus detractores não terão nunca
uma única linha escrita na História, porque mergulhados nos seus recalcamentos
e frustrações, não deixarão obra feita digna de respeito e admiração”.
“Não
terão por isso honras de seus povos e muito menos de outros povos e nações. A
História encarregar-se-á de simplesmente ignorá-los, concentremos por isso
nossas energias na edificação do nosso belo país”, disse João Lourenço.
Sabendo
o que dizia mas não dizendo o que sabe, João Lourenço alinhava (e alinha),
“mergulhado nos seus recalcamentos e frustrações”, na lavagem da imagem de
Agostinho Neto numa altura em que, como sabe o regime, os angolanos começam
cada vez mais a pensar com a cabeça e não tanto com a barriga… vazia.
Terá
João Lourenço alguma coisa a dizer aos angolanos sobre os acontecimentos
ocorridos no dia 27 de Maio de 1977 e nos anos que se seguiram, quando milhares
e milhares de angolanos foram assassinados por ordem de Agostinho Neto?
Agostinho
Neto, então Presidente da República, deu o tiro de partida na corrida do
terror, ao dispensar o poder judicial, em claro desrespeito pela Constituição
que jurara e garantia aos arguidos o direito à defesa. Fê-lo ao declarar,
perante as câmaras da televisão, que não iriam perder tempo com julgamentos.
Tal procedimento nem era uma novidade, pois, na história do MPLA tornara-se
usual mandar matar os que se apontavam como “fraccionistas”.
O
que terá a dizer sobre isto o agora Presidente da República, general João
Lourenço?
Agostinho
Neto deixou a Angola (mesmo que o MPLA utilize toda a lixívia do mundo) o
legado da máxima centralização de um poder incapaz de dialogar e de construir
consensos, assim como de uma corrupção endémica. E os portugueses que nasceram
e viveram em Angola, ainda hoje recordam o papel que teve na sua expulsão do
país. Antes da independência declarava que os brancos que viviam em Angola há
três gerações eram os “inimigos mais perigosos”.
Em
1974, duvidava que os portugueses pudessem continuar em Angola. Em vésperas da
independência convidava-os a sair do país. E já depois da independência, por
altura da morte a tiro do embaixador de um país de Leste, cuja viatura não
parara quando se procedia ao hastear da bandeira do MPLA, dirigiu-se, pela
televisão, aos camaradas, para lhes dizer que era preciso cuidado, pois nem
todos os brancos eram portugueses.
Em
Maio de 1977, não houve pioneirismo, pelo contrário, não tendo Agostinho Neto
conseguido massacrar a humilhação passada no Congresso de Lusaka, o primeiro
democrático do MPLA, onde o eleito foi Daniel Júlio Chipenda, Agostinho Neto
consumou a grande chacina, para estancar, com o temor, uma série de cisões e
problemas que calcorreavam incubados, desde a sua chegada ao MPLA, convidado
pela anterior direcção.
Esta
demonstração de força, serviu para demonstrar, que se o poder fosse posto em
causa, a direcção e Agostinho Neto, não teriam pejo de sacrificar com a própria
vida todos quantos intelectualmente o afrontassem. Foi assim ontem, é assim
hoje, infelizmente, como bem sabe João Lourenço.
Numa
só palavra, quando este MPLA sente o poder ameaçado, não hesita: humilha,
assassina, destrói, elimina, atira aos jacarés.
É
a sua natureza perversa demonstrando não estar o MPLA preparado para perder o
poder e, em democracia, com a força do voto se isso vier a acontecer, a opção
pela guerra será o recurso mais natural deste partido, não é general João
Lourenço?
Em
todos os meses do ano nunca devemos esquecer, por força do sofrimento de
milhares e dos assassinatos de igual número, das prisões arbitrárias, da
Comissão de Lágrimas, da Comissão de Inquérito, dos fuzilamentos
indiscriminados, etc..
Muitos
acreditaram, em 1979, que com a ascensão de Eduardo dos Santos ao poder, num
eventual reencontro com a verdade e com a reconciliação interna, sobre a
alegada intentona, que ele próprio sabe nunca ter existido. Infelizmente, não
se conseguiu despir da cobardia e cumplicidade, ostentada desde o tempo de
Agostinho Neto e da sua clique: Lúcio Lara, Onambwé, Iko Carreira, Costa
Andrade “Ndunduma”, Artur Pestana “Pepetela”, entre outros.
Dos
Santos mostrou ser um homem que, pelo poder, foi capaz de tudo: violar a
Constituição, as leis, humilhar, desonrar e assassinar, todos quantos não o
bajulavam. Exemplos para quê, eles estão à mão de semear… nas cadeias, no
exílio, nos cemitérios, no estômago dos jacarés. E João Lourenço está a
mostrar-se um bom aluno desta cátedra.
“Não
vamos perder tempo com julgamentos”, disse no pedestal da sua cadeira-baloiço,
um dos maiores genocidas do nacionalismo angolano e da independência nacional,
Agostinho Neto. João Lourenço sabe que isto é verdade, mas – apesar disso –
enaltece o assassino e enxovalha a memória das vítimas.
Esta
posição da lei da força, marcaria para todo o sempre o sistema judicial,
judiciário e de investigação policial em Angola, onde a presunção e a defesa de
uma ideologia diferente da do partido no poder, são causa bastante para
acusação, julgamento, prisão e até mesmo assassinato político, ainda que a pena
de morte, não esteja consagrada na Constituição.
Sempre
que o regime diz o que agora repete João Lourenço, todos devemos fazer uma
viagem de regresso a 1977 para ver como estão as cicatrizes daquele período de
barbárie, que levou muitos de nós às fedorentas masmorras da polícia política
de Agostinho Neto, ou mesmo aos assassinatos atrozes, como nunca antes o
próprio colono português havia praticado contra muitos intelectuais pretos,
sendo o próprio Neto disso um exemplo.
Desde
1977 que Angola, o Povo, aguarda pela justiça, mas com as mentes caducas no leme
do país, essa magnanimidade de retractação mútua, para o sarar de feridas, não
será possível, augurar uma Comissão da Verdade e Reconciliação, muito também
por não haver um líder em Angola.
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