quinta-feira, 16 de julho de 2020

Grupo dissidente assalta centro de saúde no centro de Moçambique


Homens armados, que a polícia moçambicana suspeita pertencerem à Junta Militar da RENAMO, assaltaram esta terça-feira um centro de saúde no distrito de Gondola, na província central de Manica, onde roubaram medicamentos.

O assalto ocorreu durante a madrugada no posto administrativo de Chipindaumue e o grupo terá saqueado medicamentos diversos, depois de ameaçar os profissionais de saúde que se encontravam no local, disse à Lusa Mário Arnança, porta-voz da Polícia da República de Moçambique em Manica.

"Reforçámos a segurança no local e há uma equipa da polícia ainda a trabalhar", disse a mesma fonte oficial, avançando que não houve registo de vítimas.

A autoproclamada Junta Militar da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) é liderada por Mariano Nhongo, ex-dirigente da guerrilha, e é acusada de protagonizar ataques visando forças de segurança e civis em aldeias e nalguns troços de estrada da região centro, tendo causado, pelo menos, 24 mortos desde agosto do ano passado.


O enviado pessoal do secretário-geral da Organização das Nações Unidas a Moçambique, Mirko Manzoni, disse, em junho, que já tentou conversar com Mariano Nhongo, mas não teve sucesso. 

"Mariano Nhongo é inflexível e todas as aproximações com vista a um entendimento fracassaram", disse na altura Mirko Manzoni, numa entrevista ao canal televisivo STV.

Entre várias revindicações, Nhongo exige a demissão do atual presidente da RENAMO, Ossufo Momade, acusando-o de ter desviado as negociações de paz dos ideais do seu antecessor, Afonso Dhlakama, líder histórico do partido que morreu em maio de 2018.

A RENAMO, principal partido de oposição de Moçambique, demarca-se das ações do grupo de Mariano Nhongo, classificando-o como um desertor e reiterando o seu compromisso com o acordo de paz assinado em agosto de 2019. 

O processo de desmilitarização, desarmamento e reintegração do braço armado da RENAMO foi retomado em junho e vai envolver cerca de 5.000 membros do braço armado do maior partido da oposição no país.

Deutsche Welle | Lusa

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