Homens
armados, que a polícia moçambicana suspeita pertencerem à Junta Militar da
RENAMO, assaltaram esta terça-feira um centro de saúde no distrito de Gondola,
na província central de Manica, onde roubaram medicamentos.
O
assalto ocorreu durante a madrugada no posto administrativo de Chipindaumue e o
grupo terá saqueado medicamentos diversos, depois de ameaçar os profissionais
de saúde que se encontravam no local, disse à Lusa Mário Arnança, porta-voz da
Polícia da República de Moçambique em Manica.
"Reforçámos
a segurança no local e há uma equipa da polícia ainda a trabalhar", disse
a mesma fonte oficial, avançando que não houve registo de vítimas.
A
autoproclamada Junta Militar da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) é
liderada por Mariano
Nhongo, ex-dirigente da guerrilha, e é acusada de protagonizar ataques
visando forças de segurança e civis em aldeias e nalguns troços de estrada da
região centro, tendo causado, pelo menos, 24 mortos desde agosto do ano
passado.
O
enviado pessoal do secretário-geral da Organização das Nações Unidas a
Moçambique, Mirko Manzoni, disse, em junho, que já tentou conversar com Mariano
Nhongo, mas não teve sucesso.
"Mariano
Nhongo é inflexível e todas as aproximações com vista a um entendimento
fracassaram", disse na altura Mirko Manzoni, numa entrevista ao canal
televisivo STV.
Entre
várias revindicações, Nhongo exige a demissão do atual presidente da RENAMO,
Ossufo Momade, acusando-o de ter desviado as negociações de paz dos ideais do
seu antecessor, Afonso Dhlakama, líder histórico do partido que morreu em maio
de 2018.
A
RENAMO, principal partido de oposição de Moçambique, demarca-se das ações do
grupo de Mariano Nhongo, classificando-o como um desertor e reiterando o seu
compromisso com o acordo de paz assinado em agosto de 2019.
O
processo de desmilitarização, desarmamento e reintegração do braço
armado da RENAMO foi retomado em junho e vai envolver cerca de 5.000
membros do braço armado do maior partido da oposição no país.
Deutsche
Welle | Lusa
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