Figura
do cinema e da rádio, Luís Filipe Costa é também reconhecido pela intervenção
nas ações que vieram a desencadear a Revolução dos Cravos.
Morreu
o antigo diretor do serviço de noticiários do Rádio Clube Português e também
pai do cineasta Pedro Costa, durante esta madrugada, aos 84 anos. Luís Filipe
Costa foi jornalista e realizador, bem como radialista e argumentista, tendo
iniciado a carreira no extinto Rádio Clube Português e como rádio-ator da
Emissora Nacional.
Foi
no Rádio Clube Português que Luís Filipe Costa interveio na Revolução do 25 de
Abril, ao ler comunicados do Movimento das Forças Armadas. Os ideais
revolucionários levaram-no a integrar, desde muito cedo, o Grupo Surrealista de
Lisboa e o movimento político MUD Juvenil.
Já
na RTP, passou a exercer funções de jornalista, realizador e argumentista.
Entre as suas obras, constam "Happy End" (telefilme, entre os 30 que
assinou) e "Era Uma Vez Um Alferes", adaptado a partir de
"Mistérios de Lisboa", de Camilo Castelo Branco. Séries como
"Uma Cidade Como a Nossa", "Arroz Doce",
"Polícias", "Estúdio Um" e "Esquadra de Polícia"
são também da sua autoria.
O
documentário "Raul Solnado - O Estado da Graça" também marca o
percurso de Luís Filipe Costa, voz fundamental da rádio e do jornalismo
português, bem como um pioneiro do cinema português, da televisão e do
jornalismo. Na carreira na sétima arte, também se destacam os diálogos de
Camarate.
Em
1988, venceria o Grande Prémio do Festival de Cinema para Televisão de
Chianchino - italiano - e o 2.º Prémio do Festival Internacional de Cinema da
Figueira da Foz, com o telefilme "Morte d"Homem", em que
participavam Francisco Moita Flores e António Capelo.
Luís
Filipe Costa foi ainda galardoado com o Prémio de Consagração de Carreira da
Sociedade Portuguesa de Autores e com a distinção de melhor radialista nos anos
de 1966 e 1974, atribuída pela Casa da Imprensa.
Nascido
a 18 de março de 1936, em Lisboa, foi também na capital que o radialista
morreu, aos 84 anos.
Marcelo
destaca o seu "estilo inovador" como jornalista de rádio
O
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou a morte do
jornalista e realizador Luís Filipe Costa, considerando que será sobretudo
lembrado pelo seu "estilo inovador" no Rádio Clube Português.
Numa
nota divulgada no portal da Presidência da República na Internet, o chefe de
Estado descreve Luís Filipe Costa, que morreu esta terça-feira aos 84 anos,
como um "profissional exigente e cidadão empenhado" e apresenta
"sinceras condolências" à sua família.
"Luís
Filipe Costa, realizador, argumentista e escritor, será lembrado, antes de
mais, como jornalista de rádio, nomeadamente pelo estilo inovador que emprestou
ao Rádio Clube Português, emissora de que foi uma voz destacada na década de
1960 e através da qual, em 1974, leu ao país os comunicados do Movimento das Forças
Armadas", refere Marcelo Rebelo de Sousa.
O
Presidente da República acrescenta que Luís Filipe Costa passou depois pela
RTP, "onde dirigiu séries, telefilmes e documentários", e salienta
que, "além de diversos prémios e reconhecimentos, recebeu, em 2011, as
insígnias de comendador da Ordem da Liberdade".
TSF
| Catarina Maldonado Vasconcelos, Nuno Domingues e Lusa -- 21 Julho, 2020 • 13:12
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