quinta-feira, 30 de julho de 2020

Portugal | Desemprego aumenta, governo cuida do grande capital

Desemprego, desemprego, desemprego, a cair sempre sobre os mesmos: os trabalhadores. Grande percentagem dessas vítimas nem vai ter direito a subsídio de desemprego – porque o sistema funciona assim, porque existem entidades patronais e um Estado Injusto e Cruel que se borrifa para os trabalhadores, a populaça.

Corrupção, corrupção, corrupção. Sabemos que não foi, nem é, só Ricardo Salgado adepto e dono da corrupção. Não sabemos porque optou alguém, com responsabilidades governativas, a preparar e concluir o “negócio” do Novo Banco com o fundo Lone Star. Um mau negócio para os portugueses pagantes eternos das falcatruas de grandes capitalistas, de grandes gestores/economistas, de grandes banqueiros, de grandes políticos… Todos eles são grandes enquanto o povoléu é pequenino e mirrado, anémico, devido a tanta roubalheira desses grandes ladrões que impunemente passam a vida nos “golpes e nos “cambalachos” que causam a vida negra aos portugueses, eternos pagantes.

Sindicalistas revelam porque têm tantas insónias: "Estamos muito preocupados", afirmou Isabel Camarinha, líder da CGTP.  "Assustados", acrescentou Lucinda Dâmaso, presidente da UGT.

"Há um perigo muito objectivo de aumento do desemprego", disse António Saraiva, líder da CIP… O Patrão Saraiva dorme que nem um pedregulho. Subiu na vida à custa de…? O que é que isso interessa!

Desemprego aumenta mas os ricos vão ficar ainda mais ricos. É sempre assim que acontece. Porque será? Não sabe? Mas olhe que devia saber!

Aqui temos a prosa e intervenientes no Expresso Curto de hoje. Não queremos pôr mais na escrita. Há interesses de temas diversos neste Curto que, segundo Cândido da Silva, o autor, trata de “Tudo (e mais alguma coisa)”. Depois de lerem concluam se falta algo ao “tudo” anunciado… Claro que falta. O jornalista não é a senhora Fátima, essa é que faz milagres. Sabem que há também muitos jornalistas à míngua? Precários, explorados nesses grandes grupos da média pomposa e tantas vezes esclavagista daqueles que amam a profissão e que a ela, se necessário, até dão a camisa. Ainda há profissionais assim. Cada vez menos profissionais desses, mas, como diz quem quem sabe: “desses ainda existem uns quantos e umas quantas”.

Bom dia, se conseguirem. O Curto, a seguir.

FS | PG

Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Tudo (e mais alguma coisa)

João Candido da Silva | Expresso

Bom dia,

O papel costuma ser representado por outro protagonista, mas desta vez calhou ser Pedro Siza Vieira a assumir a parte do guião reservada aos optimistas irritantes. Confrontado com a subida da taxa de desemprego, sinal do pesadelo desencadeado pela pandemia de covid-19, o ministro da Economia garantiu que "o ponto mais crítico da contracção económica ficou para trás". Sublinhou o facto de em Junho se terem registado mais ofertas de emprego e colocações de trabalhadores, mas, no fim de contas, acabou por ser comedido no entusiasmo: este "é um momento de grande incerteza" e "temos de estar preparados para tudo". Convém, pelo menos.

Os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística falam por si e não surpreendem. A taxa de desemprego deu um salto para 7% no mês passado, um aumento superior a 20% em comparação com Maio. Isto significa que, oficialmente, existiam perto de 351 mil pessoas sem emprego em Portugal no final de Junho, mais 61 mil do que no mês anterior. E as contas podem estar a ser feitas por baixo.

É difícil subscrever a tese de que a situação ficará por aqui. O turismo, que foi o motor decisivo da economia e do emprego durante os anos mais recentes, é o sector que mais sofre com a crise actual. Em boa parte, por causa de uma deficiente preparação da fase de deconfinamento, que comprometeu o acesso a mercados tão relevantes para Portugal como o Reino Unido. Neste cenário, acreditar numa recuperação rápida é menos atinado do que levar a sério os empresários do sector que lamentam o ano perdido.

A fase mais dura da contracção económica pode já ter ficado para trás? É uma possibilidade, entre outras igualmente plausíveis quando a incerteza é a única certeza. Depois de um choque frontal, é muito provável que os passageiros dos automóveis acidentados precisem de tempo para recuperar dos ferimentos, ainda que sejam alvo da mais diligente assistência hospitalar, se estiver disponível. Parece que, no essencial, foi isto que os parceiros sociais foram dizer a Marcelo Rebelo de Sousa, que passou esta quarta-feira a escutar os relatos e as queixas que traçam um quadro sombrio para os meses que se seguem.

"Estamos muito preocupados", afirmou Isabel Camarinha, líder da CGTP. "Assustados", acrescentou Lucinda Dâmaso, presidente da UGT. Os empresários que estiveram com o Presidente da República não deixaram um retrato mais soalheiro do futuro próximo.

"Há um perigo muito objectivo de aumento do desemprego", disse António Saraiva, líder da CIP, que lamentou antever que "algum tecido empresarial vá desaparecer". Vieira Lopes, que dirige a Confederação do Comércio, queixou-se que as medidas adoptadas pelo Governo são "difíceis de aplicar" e "não impedem o efeito, em Setembro, de encerramento de empresas e de redução de quadros". Francisco Calheiros, que preside à Confederação do Turismo, foi taxativo: "Retoma? Não há retoma nenhuma".

O 'lay-off' simplificado, que ajudou muitas empresas a sobreviver e a evitar a redução de custos através de cortes nas folhas salariais, termina agora. As empresas estão mais endividadas e a hora da verdade ainda se revelará quando se esgotar o período de vigência das moratórias sobre os empréstimos contraídos. As receitas tardam em recuperar, o que agrava os problemas de tesouraria que poderão atirar ao chão empresas economicamente viáveis. Perante a dimensão da ameaça, com o défice público e a dívida a escalar, o Governo não dispõe do poder de fogo que seria necessário para atacar os problemas.

Afinal, Pedro Siza Vieira merece crédito por ter expressado de forma tão clara a impotência perante a magnitude dos desafios. "Temos de estar preparados para tudo", enquanto não chega mais alguma coisa, também conhecida como a 'pipa de massa' dos fundos europeus que vai novamente desafiar a capacidade de Portugal para confundir investimento com desperdício de recursos.

OUTRAS NOTÍCIAS

Será que o Ministério das Finanças dispõe de toda a informação relacionada com a venda do Novo Banco à Lone Star? A resposta óbvia devia ser 'sim', mas para o Tribunal de Contas é 'não'. Foi isto que o órgão que fiscaliza as contas do Estado concluiu e que surge num relatório agora divulgado. “Não foi entregue [pelo Ministério das Finanças] toda a evidência necessária e pretendida para justificar resposta positiva a esta questão, nomeadamente toda a documentação sobre a operação de venda de 75% do capital social do Novo Banco”. Este processo tem uma capacidade inesgotável para suscitar perplexidades.

O Fundo de Resolução, que tem recebido empréstimos do Estado destinados a assegurar os meios financeiros necessários para injectar no Novo Banco, não actua de forma independente em relação ao Banco de Portugal. É mais uma conclusão do Tribunal de Contas. Ao Fundo, faltam meios para cumprir as suas funções.

“Eu não tenho dúvidas, tenho uma certeza: o Governo não cuidou de conferir as facturas que o Novo Banco lhe mandou. Vai pagando as facturas sem cuidar de ver se as perdas são eventualmente provocadas, perdas que são pagas pelo dinheiro de todos nós. Isto é dantesco". Rui Rio, em entrevista à RTP3, voltou a desafiar o Ministério Público a investigar as vendas de activos do Novo Banco.

A administração do Novo Banco não se dá por vencida. A venda da carteira de imóveis que está no centro da mais recente controvérsia foi feita "de acordo com os princípios de boa conduta e práticas bancárias adequadas", garantiu o órgão liderado por António Ramalho. O líder executivo do Novo Banco já afirmou que está disponível para ir prestar contas no Parlamento. Em Agosto, se for preciso.

Três mortes na região de Lisboa e Vale do Tejo, mais 203 casos de infecção, um agravamento em relação à véspera, e 249 pessoas consideradas curadas. Este é o mais recente balanço da Direcção Geral da Saúde sobre a pandemia de covid-19 em Portugal. Neste directo, siga toda actualidade nacional e internacional a respeito do tema.

O Conselho de Ministros desta quinta-feira vai decidir a passagem das 19 freguesias de cinco concelhos da Área Metropolitana de Lisboa que permanecem na situação de calamidade para a situação de contingência e o prolongamento das restrições aplicadas nesta zona.

Em cima da mesa, vai estar, também, a possibilidade de reabertura de bares e discotecas, após cinco meses de encerramento. O "Público" noticia que as regras neste sector serão semelhantes àquelas que estão em vigor para os cafés.

Dois estudos realizados em 2019 indiciam que boa parte das actuais medições de temperatura são potencialmente enganosas, escreve Hugo Séneca. Numa das amostras, a diferença chega a 0,7 graus, o que é suficiente para declarar que não tem febre quem, na realidade, está febril.

A vacina para a covid-19 que está a ser desenvolvida pela empresa de biotecnologia Moderna deverá custar entre 42 e 51 euros. A confirmar-se este valor, acordado com as autoridades norte-americanas, será a mais cara em comparação com aquelas que estão a ser investigadas pela Pfizer e pela BioNTech. A diferença é de dez euros.

Enquanto o mundo espera por uma vacina com eficácia demonstrada, o fármaco remdesivir é um dos recursos que está a ser utilizado para obter a cura da covid-19. Em Portugal, revelou a Infarmed, o medicamento já foi utilizado em 133 doentes desde o início da pandemia.

Há populações europeias que estão a demonstrar "complacência e desleixo" no cumprimento das regras de higiene recomendadas para ajudar a combater a pandemia. O ponto de vista foi manifestado através de um comunicado por Stella Kyriakides, comissária europeia com a pasta da Saúde, que revelou preocupação com o ressurgimento de novos casos.

Na decisão sobre o fim dos debates quinzenais com o primeiro-ministro no Parlamento, sete deputados do PSD furaram a disciplina de voto e assumiram uma posição contrária àquela que foi defendida pela liderança do partido. Os nomes dos "rebeldes" já foram comunicados ao conselho de jurisdição nacional, que vai analisar a eventual aplicação de sanções.

O investimento está estimado em 490 milhões de euros e o plano é o de lançar uma ligação através de metro ligeiro de superfície entre os concelhos de Lisboa, Oeiras e Loures. As linhas vão funcionar entre Alcântara e Cruz Quebrada e entre Santa Apolónia e Sacavém.

Mark Zuckerberg, Sundar Pichai, Tim Cook e Jeff Bezos. Os líderes executivos da Facebook, Google, Apple e Amazon, "quatro dos homens mais poderosos do mundo que, com as suas empresas, têm uma influência enorme em tudo o que lemos, compramos, vemos na internet", responderam perante a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Ana França conta o que se passou. Houve surpresas.

Foram raptadas no Iraque pelo Daesh, violadas, escravizadas, obrigadas a combater e destituídas de todos os direitos. "Estão de regresso" e "em sofrimento", escreve Cristina Peres, a propósito de um relatório da Amnistia Internacional sobre a tragédia das crianças yazidi que sobreviveram e que agora exigem justiça.

Donald Trump e Joe Biden não estarão especialmente preocupados com a intenção do "rapper" Kanye West de entrar na corrida à Casa Branca. Até porque o projecto já parece estar a tropeçar em problemas de legalidade. Assinaturas recolhidas no estado de Illinois terão sido duplicadas, além de constarem nomes falsos nas listas de apoio a West.

Desportivo das Aves e Vitória de Setúbal viram os processos de licenciamento serem chumbados pela Comissão de Auditoria da Liga. Nenhum dos clubes reúne os pressupostos financeiros para poder ser inscrito nas competições profissionais de futebol, alega aquele órgão. Na primeira liga, o Portimonense é o beneficiado. Tem a possibilidade de permanecer na principal prova apesar de ter ficado na 17ª posição na classificação final da época 2019-2020.

FRASES

“Se o CDS não apoiar Marcelo não vejo como eu possa continuar no CDS. Obrigar-me-ia a sair”, António Lobo Xavier

"Nós, portugueses, temos hoje a responsabilidade de ir para fora cá dentro e valorizar cada vez mais o que o nosso território tem para oferecer do ponto de vista daquilo que é o turismo", Maria do Céu Albuquerque

"Infelizmente a taxa de desemprego é um número, uma estatística, e se formos à realidade, não sabemos efetivamente qual é a taxa de desemprego neste momento em Portugal, é muito difícil de estimar", Rui Rio

"Sempre que a esquerda sair à rua para dizer que Portugal é um país racista, nós sairemos à rua com o dobro da força para mostrar que Portugal não é racista", André Ventura

O QUE ANDO A LER

Em 1906, Percy Fawcett realizou a primeira de sete expedições à Amazónia. Oficial do exército britânico, Fawcett foi escolhido pela Royal Geographical Society, de que era membro, para concretizar a tarefa de cartografar uma zona do mapa-mundo que, no início do século XX, ainda se encontrava em branco. Encostada à fronteira com a Bolívia, a região brasileira de Mato Grosso era a origem de conflitos entre os dois países da América do Sul e a Royal Geographical Society foi incumbida de dar um contributo para uma solução.

Abrir a possibilidade de entendimentos que colocassem um ponto final nas divergências territoriais entre Brasil e Bolívia era o primeiro objectivo da empreitada. Para o explorador de quem se diz ter inspirado a figura de Indiana Jones, o contacto com a vasta região da Amazónia significou muito mais. Marcou o início da obsessão na busca de uma suposta civilização pré-colombiana que teria existido algures no meio da densa e inexplorada floresta amazónica, a “cidade perdida de Z”, tal como foi baptizada pelo capitão britânico.

Percy Fawcett enfrentou o cepticismo e o sarcasmo de quem duvidava da sua crença, mas não desistiu. Durante uma sucessão de expedições, apenas interrompida pela mobilização para as trincheiras da Flandres durante a Primeira Guerra Mundial, os perigos que enfrentou foram bem mais difíceis de superar do que a escassa credibilidade com que as suas convicções foram acolhidas.

É a história deste aventureiro que o jornalista norte-americano David Grann conta em “The Lost City of Z: A Tale of Deadly Obsession in the Amazon”, uma investigação sobre a vida, as peripécias, as motivações e os mistérios de Fawcett que, em 1925, desapareceu na selva e nunca mais foi visto, morto ou vivo. Grann dá conta de achados arqueológicos, ocorridos já no século XXI, que poderão confirmar ter havido uma cidade semelhante à que Fawcett procurou sem descanso nos lugares mais remotos de Mato Grosso. Demasiado tarde para prémio de consolação.

O QUE ANDO A OUVIR

“The Point in Question”, Miles Perkin Quartet. Miles Perkin, no contrabaixo, Tom Arthurs, no trompete, Benoît Delbecq, no piano, e Jim Black, na bateria, são os músicos que actuam neste álbum. O improviso é a palavra-chave, assente na sólida parceria de Perkin e Black, que acabam por assegurar a força-motriz do disco.

“Emergency Exit”, Throttle Elevator Music. Aos primeiros discos desta banda foi aplicado o carimbo de punk-jazz, mas as obras mais recentes afastaram-se da atmosfera crua dos tempos iniciais e aproximaram-se de uma abordagem mais melódica. É um projecto vencedor de Kamasi Washington, um dos grandes saxofonistas actuais.

“Round Again”, Joshua Redman. Com o saxofonista Joshua Redman aos comandos, um quarteto de gente com provas dadas e obra amplamente reconhecida só podia fazer um grande álbum. A sapiência e a inspiração de Brad Mehldau, Christian McBride e Brian Blade, parceiros de Joshua Redman desde 1994, produzem um disco cativante e descontraído.

“Be Water”, Christian Sands. Na base deste álbum está um trio liderado pelo pianista Christian Sands, que lançou a primeira peça da sua discografia quando tinha apenas 13 anos. Mas, ao longo dos dez temas, vão surgindo muitos outros contributos que enriquecem a música inspirada nas artes marciais, de que Sands é apreciador.

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