quarta-feira, 12 de agosto de 2020

China alerta EUA para que “não brinque com o fogo” em relação a Taiwan


A China alertou, nesta quarta-feira (12), os Estados Unidos para que não “brinquem com o fogo” em relação a Taiwan, no momento em que um alto funcionário americano concluiu uma visita à ilha com uma homenagem ao ex-presidente Lee Teng-hui. 

“Em relação às questões sobre os interesses fundamentais da China, algumas pessoas nos Estados Unidos não devem ter ilusões e não devem brincar com o fogo”, disse à imprensa um porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian.

E recordou a oposição de seu país a qualquer contato oficial entre os Estados Unidos e Taiwan “sob qualquer pretexto”.

A China considera Taiwan como uma das suas províncias e condena qualquer ato oficial entre a ilha de 23 milhões de habitantes e autoridades estrangeiras.

Num cenário de tensões crescentes com Pequim sobre uma série de questões – pandemia, Hong Kong, direitos humanos, rivalidade comercial e tecnológica – o secretário de Saúde dos EUA, Alex Azar, encerrou uma visita de três dias a Taiwan nesta quarta-feira. 

Azar é a autoridade mais importante americana a viajar para Taiwan desde 1979, ano em que os Estados Unidos romperam relações diplomáticas com Taipei.

O secretário dos EUA visitou o túmulo do ex-presidente taiwanês Lee Teng-hui nesta quarta-feira e elogiou o papel que ele desempenhou na transição democrática da ilha. O ex-presidente morreu no final de julho aos 97 anos. 

“O legado democrático do presidente Lee fará avançar as relações entre os Estados Unidos e Taiwan para sempre”, escreveu o ministro dos Estados Unidos numa mensagem de condolências.

Na década de 1990, Lee foi o arquiteto da transformação de Taiwan em um Estado moderno e livre após décadas de ditadura, tornando-se assim inimigo do regime comunista.

Foi uma figura proeminente do movimento que busca reconhecer a ilha como um Estado soberano. 

A ONU não reconhece Taiwan como um Estado independente. Pequim ameaça recorrer à força no caso de Taipé proclamar oficialmente a independência ou de intervenção externa.

Washington e Taipé apresentaram a viagem de Azar como um encontro para abordar as lições da política taiwanesa na luta contra o coronavírus, que deixou menos de 500 casos e apenas sete mortes na ilha, um dos territórios que melhor administrou a pandemia.

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