A China alertou, nesta
quarta-feira (12), os Estados Unidos para que não “brinquem com o fogo” em
relação a Taiwan, no momento em que um alto funcionário americano concluiu uma
visita à ilha com uma homenagem ao ex-presidente Lee Teng-hui.
“Em relação às questões sobre os
interesses fundamentais da China, algumas pessoas nos Estados Unidos não devem
ter ilusões e não devem brincar com o fogo”, disse à imprensa um porta-voz do
ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian.
E recordou a oposição de seu país
a qualquer contato oficial entre os Estados Unidos e Taiwan “sob qualquer
pretexto”.
A China considera Taiwan como uma
das suas províncias e condena qualquer ato oficial entre a ilha de 23 milhões
de habitantes e autoridades estrangeiras.
Num cenário de tensões crescentes
com Pequim sobre uma série de questões – pandemia, Hong Kong, direitos humanos,
rivalidade comercial e tecnológica – o secretário de Saúde dos EUA, Alex Azar,
encerrou uma visita de três dias a Taiwan nesta quarta-feira.
Azar é a autoridade mais
importante americana a viajar para Taiwan desde 1979, ano em que os Estados
Unidos romperam relações diplomáticas com Taipei.
O secretário dos EUA visitou o
túmulo do ex-presidente taiwanês Lee Teng-hui nesta quarta-feira e elogiou o
papel que ele desempenhou na transição democrática da ilha. O ex-presidente
morreu no final de julho aos 97 anos.
“O legado democrático do
presidente Lee fará avançar as relações entre os Estados Unidos e Taiwan para
sempre”, escreveu o ministro dos Estados Unidos numa mensagem de condolências.
Na década de 1990, Lee foi o
arquiteto da transformação de Taiwan em um Estado moderno e livre após décadas de
ditadura, tornando-se assim inimigo do regime comunista.
Foi uma figura proeminente do
movimento que busca reconhecer a ilha como um Estado soberano.
A ONU não reconhece Taiwan como
um Estado independente. Pequim ameaça recorrer à força no caso de Taipé
proclamar oficialmente a independência ou de intervenção externa.
Washington e Taipé apresentaram a
viagem de Azar como um encontro para abordar as lições da política taiwanesa na
luta contra o coronavírus, que deixou menos de 500 casos e apenas sete mortes
na ilha, um dos territórios que melhor administrou a pandemia.
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