quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Moçambique | Estado Islâmico diz ter capturado porto de Mocímboa da Praia


A informação foi avançada pelo próprio grupo terrorista, que divulgou imagens. A captura e ocupação do porto, na noite de terça-feira (11.08), vem na sequência de ataques que ocorreram nos últimos dias.

Ainda não há nenhuma comunicação do Governo de Moçambique, mas, de acordo com o portal moçambicano Zitamar News, os insurgentes capturaram o porto de Mocímboa da Praia depois de quase cinco dias de confrontos, que terão iniciado entre 5 e 6 de agosto. Soldados da marinha, conhecidos como fuzileiros navais, defendiam a infraestrutura, mas, na terça-feira, ficaram sem munição e os atacantes ganharam terreno.

O grupo terrorista divulgou nos seus canais de comunicação imagens de agentes das Forças de Defesa e Segurança (FDS) mortos, assim como armas e munições que terão sido capturadas e armazenadas em duas barracas, alegadamente pelo braço moçambicano do grupo. As imagens estão a ser partilhadas no Twitter.


O portal Zitamar News, que ouviu fonte militar, avançou que a empresa de segurança privada sul-africana Dyck Advisor (DAG) ofereceu apoio aéreo no combate aos insurgentes. No entanto, a operação não terá surtido efeito, uma vez que os helicópteros partiram de Pemba e já não tinham tanto tempo de voo ao chegar ao local do confronto.

O grupo sul-africano, segundo a mesma fonte militar ouvida pelo Zitamar News, também entregou munição aos fuzileiros navais de Moçambique, mas o material foi descarregado muito longe do local do combate.

O assunto repercute no Twitter, onde os usuários destacam a ocupação do porto e de infraestruturas militares de Moçambique, apesar do apoio aéreo sul-africano.

O porto de Mocímboa da Praia é um dos locais mais estratégicos na província de Cabo Delgado, principalmente por causa do megaprojeto de gás na região de Palma - que também tem sido afetada pelos insurgentes.

Em Cabo Delgado, os ataques de grupos armados, que eclodiram em 2017, já provocaram, pelo menos, a morte de 1.000 pessoas, e algumas das ações dos grupos têm sido reivindicadas pelo grupo jihadista Estado Islâmico.

Thiago Melo (Lusa) | Deutsche Welle

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