É o valor mais alto desde agosto
de 2018. A
taxa de desemprego medida pelo Instituto Nacional de Estatística voltou a
aumentar em julho. Há
409,7 mil desempregados, mais 0,8 pontos percentuais do que em junho deste ano
A taxa de desemprego medida pelo
Instituto Nacional de Estatística (INE) começa a traduzir os efeitos da crise
gerada pela pandemia de covid-19 no mercado de trabalho. Depois de vários meses
quase imutável, sem espelhar alterações que traduzissem a quebra abruta da
economia e o aumento do desemprego que vem sendo registado nos centros de
emprego, a taxa de desemprego nacional que já tinha subido de forma marcada em
junho, volta a aumentar 0,8 pontos percentuais atingindo os 8,1% em julho,
segundo a estimativa provisória do INE, publicada esta segunda-feira. É o valor
mais elevado desde agosto de 2018.
Em julho (estimativa provisória),
o número de desempregados em Portugal alcançou os 409,7 mil. São mais 39,4 mil
pessoas do que as registadas em junho deste ano e 74 mil do que em período
homólogo, ou seja, no mesmo mês de 2019. Ao mesmo tempo, a população empregada
aumentou também, 0,3 pontos percentuais, em 13,3 mil pessoas, em relação a
junho e a taxa de subsutilização do trabalho aumentou também 0,2 pontos
percentuais para os 15,7%.
Recorde-se que os economistas têm
chamado à atenção para importância deste indicador complementar que agrega,
além dos desempregados oficialmente contabilizados, também os trabalhadores a
tempo parcial que gostariam de trabalhar mais horas, os inativos disponíveis
para trabalhar mas que não procuraram ativamente emprego no tempo considerado
pela análise e os inativos que procuraram emprego mas não estavam disponíveis
no imediato para ocupar uma vaga.
Em julho, a dimensão da população
"subempregada" traduziu um aumento de 13 mil pessoas face ao mês
anterior. O INE justifica esta evolução com o "aumento do número de
desempregados (39,4 mil) e do subemprego de trabalhadores a tempo parcial (12,4
mil), já que diminuiu o número dos inativos à procura de emprego mas não
disponíveis e o de inativos disponíveis mas que não procuram emprego”.
No mesmo mês, "a taxa de
desemprego dos jovens foi estimada em 26,3%, a que corresponde uma diminuição de 1,1 p.p. relativamente à taxa de
junho de 2020. Já a taxa de desemprego dos adultos foi estimada em 6,8% e
aumentou 0,8 p.p. em relação ao mês
anterior", explica o INE em comunicado.
Segundo o organismo oficial de
estatística, "a transição de estado de emergência para estado de
calamidade e, desde julho, para estado de alerta, na generalidade do país, ditou alguma
normalização do funcionamento do mercado de trabalho devido ao alívio das
restrições à mobilidade das pessoas e à atividade das empresas”.
Tomando como referência os meses
mais críticos da pandemia, fevereiro a junho, os dados hoje divulgados pelo INE
(já definitivos) sinalizam uma diminuição da população empregada em 3,5% (170,1 mil) e, no mesmo período, um
aumento da população desempregada em
11,7% (38,7 mil) o que resultou num aumento de 0,9 p.p. da taxa de desemprego.
Em paralelo, a taxa de
subutilização do trabalho aumento também 3,1 p.p., situando-se, em junho, em
15,5%, abrangendo 828,8 mil pessoas, das quais 370,3 mil desempregadas e 286,1
mil inativas disponíveis mas que não procuraram emprego.
Cátia Mateus | Expresso
Sem comentários:
Enviar um comentário