quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Guiné-Bissau | Domingos Simões Pereira admite impugnar resultados das presidenciais


O candidato derrotado nas presidenciais da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, admitiu hoje (01.01) impugnar os resultados eleitorais para, segundo diz, garantir que correspondem à vontade dos guineenses.

"Depois de tudo o que vi, ouvi e sei não tenho dúvidas que o povo guineense nestas eleições presidenciais deu-nos a vitória, sim. Eu não tenho dúvidas de que conquistámos a vitória nestas eleições presidenciais e a minha primeira palavra é dirigida aos milhares de militantes e simpatizantes do nosso partido", afirmou Simões Pereira, perante dezenas de apoiantes na sede do partido.

Segundo os resultados provisórios apresentados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) nesta quarta-feira (01.01), Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) venceu o escrutínio da segunda volta com 53,55% dos votos, enquanto Domingos Simões Pereira, apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), conseguiu 46,45%.

"Se tenho a convicção que o povo guineense nos dá a vitória nestas eleições presidenciais significa que os resultados provisórios agora publicados pela CNE estão profundamente impregnados de irregularidades, de nulidades, de manipulações, que consubstancia e une àquilo que consideramos um roubo e não podemos aceitar", disse.

Quem é Umaro Sissoco Embaló, o Presidente eleito da Guiné-Bissau?


O Presidente eleito da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, queria ser chefe de Estado desde os 12 anos e acha que a política é como o futebol, "um jogo com vencedores e perdedores".

Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15), foi declarado vencedor nesta quarta-feira (01.01) da segunda volta das eleições presidenciais da Guiné-Bissau, com 53,55% dos votos, segundo resultados provisórios divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE). O seu opositor, Domingos Simões Pereira, apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), obteve 46,45% dos votos.

Aos 47 anos, feitos em 23 de setembro, o "general do povo", como é conhecido entre os seus apoiantes, candidatou-se às presidenciais apoiado pelo MADEM-G15, uma formação política criada por um grupo de dissidentes do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).  

Os amigos dizem que Sissoco já queria ser Presidente da Guiné-Bissau desde os 12 anos de idade, e consideram-no como um "humanista" que pode levar o país ao desenvolvimento. Os adversários políticos criticam-no por assumir um discurso étnico e religioso, ligado ao extremismo islâmico, principalmente depois de a sua "imagem de marca" na campanha eleitoral para as presidenciais ter ficado associada ao lenço vermelho e branco que usa na cabeça, tal como a maioria dos seus apoiantes. 

Às acusações dos adversários, ele responde que é um muçulmano casado com uma católica e um homem de paz e que usa o lenço porque gosta e para se proteger do calor. "Para mim a política é um exercício, como futebol e outros. Não é uma questão de vida e morte. Eu já vivia antes de ser político e no dia que sair da vida política vou continuar a viver", afirmou Umaro Sissoco Embaló. 

Para a União Europeia chegou o momento de utilizar a força


Thierry Meyssan*

A nova Comissão Europeia anunciou claramente o seu projecto para a era da retirada dos EUA : voltar a dar à Europa Ocidental o domínio sobre o resto do mundo que ela exerceu do XVIº ao XIXº século. Ela dota-se para isso de uma ideologia de pacotilha utilizando a contra senso o vocabulário dos seus filósofos. Esta postura seria risível, se ela não pudesse conduzir à guerra.

A União Europeia ambiciona voltar a dar aos seus membros o estatuto que tinham adquirido, pela força, com os seus impérios respectivos. Tendo o mundo mudado, já não é mais possível basear a realidade colonial sobre o abismo educacional que separava os Selvagens da Civilização. Convêm, pois, formular uma nova ideologia que formate o domínio europeu de nobres ideais.

Essa existe já de maneira embrionária e é utilizada pelos Estados Unidos para justificar a sua própria leadership. Trata-se de a tornar mais coerente e de a apurar.

O seu slogan de base afirma que o «universalismo» não mais deve ser entendido como a igualdade de todos perante a Lei, qualquer que seja a sua origem, a sua fortuna e a sua religião, mas a igualdade de tratamento de que todos podem usufruir seja qual for o país em que viajem. Deste ponto de vista, o verdadeiro inimigo já não é a desordem e a insegurança que ele gera, mas os Estados que deveriam proteger-nos e criam abusivamente diferenças entre nós segundo as nossas nacionalidades; excelente doutrina para um Estado supranacional! (o Estado federal dos EUA, depois o Estado federal europeu).

-- No plano sociológico, esta ideologia apoia indistintamente qualquer todas as formas de migração (porque permite fazer desaparecer as fronteiras entre homens) e toda a confusão de género (porque permite fazer desaparecer as desigualdades baseadas nas diferenças físicas).

-- A nível económico, ela milita pela livre circulação de capitais (que não poderão ser entravadas pelos Estados) e a globalização do comércio (porque vincula as pessoas através do comércio).

-- No plano militar, ela apoia a ingerência da «comunidade internacional» nos «Estados não-globalizados» (porque são refractários à Nova Ordem) e o recurso a forças armadas não-estatais (uma vez que certos Estados devem desaparecer).

-- No plano político, apoia toda a causa global, como a luta contra a responsabilidade humana pelo aquecimento climático. Em última análise, ela recusa o Direito Internacional (quer dizer, acordado entre as nações) para o substituir por um Direito global (quer dizer, imposto a todos) [1].

Relator da ONU critica Reino Unido e EUA por 'torturarem' Assange e Manning


Nils Melzer, relator especial das Nações Unidas, criticou ferozmente a contínua violação dos "direitos humanos" denunciantes do WikiLeaks pelos governos da OTAN.

O relator especial da ONU Nils Melzer criticou os governos dos EUA e do Reino Unido pela forma como estão tratando os denunciantes da WikiLeaks Julian Assange e Chelsea Manning, respectivamente.

Em uma carta publicada na terça-feira (31) e enviada em 29 de outubro para o governo do Reino Unido, o relator especial da ONU tece duras críticas à forma como Julian Assange está sendo tratado, citando a deterioração da saúde do fundador do WikiLeaks, e pedindo sua libertação, ou pelo menos melhoria das condições na prisão.

(1/6) Acabou de sair: A minha carta ao governo do Reino Unido de 29 de outubro de 2019, detalhando violações graves do processo, expressando alarme quanto às condições de detenção e saúde de Assange, reiterando as minhas perguntas e apelando para sua rápida libertação. 60 dias e sem resposta

Segundo relata a carta, Assange está sendo submetido a tratamento "desnecessário, desproporcional e "discriminatório" na Prisão de Belmarsh de alta segurança.

(2/6) As minhas conclusões oficiais, apoiadas por especialistas médicos, fornecem inquestionavelmente "motivos razoáveis para acreditar" que os funcionários britânicos contribuíram para a tortura psicológica ou maus tratos de Assange, seja por perpetração, tentativa, cumplicidade ou outras formas de participação [no processo]

O "exame forense e psiquiátrico completo" realizado durante a visita em 9 de maio de 2019 mostrou "um padrão claro de sintomas típicos de pessoas que foram expostas a tortura psicológica por um período prolongado de tempo", segundo disse o relator da ONU.

"Estou muito preocupado que, se o Reino Unido não tomar medidas urgentes para aliviar a situação do Sr. Assange, a sua saúde possa em breve atingir uma fase crítica, incluindo o risco de morte".

Além disso, uma eventual extradição para os EUA o exporia a "um risco real de violações graves [...] incluindo tortura e outros tratamentos ou castigos cruéis, desumanos ou degradantes", algo que já aparenta estar acontecendo com o denunciante no Reino Unido.

Melzer exigiu igualmente que as autoridades britânicas fornecessem detalhes das medidas que tomaram para proteger Assange da tortura e de outros abusos e, se tais medidas não foram tomadas, explicar como essa falha é "compatível com as obrigações de direitos humanos" que o Reino Unido subscreveu sob o direito internacional.

Em um telefonema recente de Julian Assange permitido no Natal pelas autoridades britânicas, Vaughan Smith, seu amigo e jornalista, relatou que o denunciante soava muito diferente do habitual, parecendo sedado, e com dificuldade em falar. "Estou morrendo aos poucos", disse Assange ao amigo durante a conversa.

Manobras conjuntas de China, Rússia e Irão deixaram EUA furiosos, diz presidente iraniano


O presidente iraniano Hassan Rouhani destacou a importância das recentes manobras navais do Irão, Rússia e China no oceano Índico, enfatizando que os exercícios militares sem precedentes deixaram os EUA furiosos.

"Realizar este tipo de exercícios não é uma tarefa simples [e é por isso] que estas manobras enfureceram os agressores do mundo. Eles estão aborrecidos e revoltados pelo fato de duas grandes potências [Rússia e China] organizarem manobras com as forças navais do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica [IRGC]", disse presidente iraniano à Press TV.

Nem os EUA nem os países regionais menores, que são submissos aos Estados Unidos, poderiam antes testemunhar tais manobras em grande escala, acrescentou ele.

Durante o exercício, os participantes efetuaram simulações de combate ao terrorismo e pirataria, além de adotar medidas para fortalecer a segurança regional. As manobras navais, com a participação das três nações, tiveram a duração de três dias.

Anteriormente, o Pentágono anunciou sua própria operação de 'segurança marítima' na região, confirmou estar ciente dos exercícios e alertou que pretende monitorar de perto a situação.

Sputnik | Imagem: © Sputnik / Sergei Guneev

E o próximo país a sair da União Europeia é... a Polónia!


A proposta de alteração do sistema judiciária que acaba de passar no Parlamento polaco coloca os juízes sob escrutínio subjugando-os ao Governo e está em rota de colisão com Bruxelas. É o próprio Supremo Tribunal polaco a declarar que a sua transformação em lei pode exigir que a Polónia saia da União Europeia.

Poderá a Polónia vir a ser o próximo país a deixar a União Europeia? Em desafio aberto a Bruxelas desde 2015, o partido PiS (Lei e Ordem), no Governo, fez aprovar no Parlamento no final da semana passada uma lei que afeta o sistema judiciário do país e confirma que Varsóvia escolhe a rota de colisão com a União Europeia.

Quem assim resume a questão numa pergunta é a revista "Forbes", mas correspondia ao tom geral expresso pelos órgãos de comunicação social internacionais. Agitando bandeiras, milhares de polacos marcharam nas principais cidades de todo o país em oposição à lei que poderá conceder ao Governo o poder de demitir e controlar a Justiça caso discorde das reformas que os tribunais levem a cabo.

A controversa lei foi aprovada pelo Parlamento na sexta-feira passada mesmo depois de a vice-presidente da Comissão Europeia, Vera Jourova, ter pedido às autoridades polacas que cancelassem a votação e consultassem, antes, juristas especializados.

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