domingo, 13 de setembro de 2020

Portugal | O jeito que Ana Gomes dá a Marcelo


Anselmo Crespo | TSF | opinião

A incerteza que esta pandemia trouxe aos nossos dias inviabiliza qualquer prognóstico certeiro sobre o futuro político, económico ou social. Tudo é verdade até ser mentira. Tudo é certo até se tornar incerto e nos obrigar a uma adaptação repentina. E é neste contexto que o país entra na discussão de um Orçamento do Estado para 2021, um ano que ainda ninguém sabe o que nos reserva. Ou numas eleições presidenciais que podem tornar-se numa espécie de teste do algodão à democracia portuguesa.

A pergunta mais importante em janeiro do próximo ano não é quem será o próximo Presidente da República. Será, isso sim, quanto vale eleitoralmente o vazio ideológico, o populismo, o nacionalismo bacoco e o oportunismo político. Ou, colocado de outra forma, quanto valem os ideais políticos - sejam eles de esquerda, de centro ou de direita -, quanto vale a Constituição e, no limite, quanto vale a democracia. E estas não são perguntas que devam ser desconsideradas. Estas são as perguntas nas quais vale verdadeiramente a pena refletir antes de encontrarmos uma resposta para dar.

Com um CDS a caminho da irrelevância e um PSD ora indiferente à realidade, ora em negação, Marcelo Rebelo de Sousa tornou-se numa espécie de bastião último não apenas do centro-direita em Portugal, mas de todo o sistema democrático. Não tendo feito tudo bem - longe disso -, Marcelo nunca deixou de ser o Presidente do povo e o árbitro do jogo político, colecionando inimigos na sua família política e ódios de inveja nos que sempre foram seus adversários. Percebendo a ameaça que a má moeda do populismo representa, tornou-se deliberadamente a boa moeda, numa luta travada tantas vezes sozinho, variando frequentemente entre o estadista e a oposição que ia falhando por falta de comparência.

Aqui chegados, porém, a esta pré-campanha para as presidenciais, o combate adivinhava-se difícil. Não que a reeleição pareça estar em causa, mas pela ameaça real de reforço político dos que se alimentam politicamente da desgraça alheia. É por isso que a candidatura de Ana Gomes é tão importante.

Portugal | João Ferreira candidato às eleições presidenciais


O eurodeputado assumirá a candidatura do PCP, na defesa dos valores de Abril e da Constituição da República, nomeadamente dos direitos dos trabalhadores e da independência e soberania nacionais.

A candidatura de João Ferreira foi divulgada na sequência da reunião do Comité Central do PCP, realizada na tarde deste sábado, que sublinhou ser este «o momento de todos os que se inquietam com o rumo do País, com as opções das classes dominantes e com as injustiças crescentes», de se empenharem no «apoio a esta candidatura».

João Ferreira soma-se às candidaturas já apresentadas, designadamente Ana Gomes, André Ventura, Marisa Matias e às quais, com elevada probabilidade, se deverá juntar a de Marcelo Rebelo de Sousa.

A eleições presidenciais realizar-se-ão no início do próximo ano e a marcação da data é uma responsabilidade do Presidente da República.  

AbrilAbril

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Covid-19: Reino Unido com mais de 3 mil novos casos pelo terceiro dia


Os dados divulgados, este domingo, pelas autoridades de saúde britânicas indicam que foram registados 3.330 casos de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas. Este é o terceiro dia consecutivo com números de novos casos acima dos três mil (3.497 no sábado e 3.539 na sexta-feira).

Desde o início da pandemia no país, 368.504 pessoas testaram positivo ao novo coronavírus.

Em termos de óbitos, o total acumulado é de 41.628, sendo que cinco ocorreram no último dia.

Neste momento, há 884 pacientes hospitalizados.

Recorde-se que o Reino Unido voltou a excluir Portugal Continental do corredor aéreo. Todos os passageiros oriundos de Portugal - com exceção dos Açores e da Madeira - que aterrem no Reino Unido terão que cumprir uma quarentena obrigatória de 14 dias.

Notícias ao Minuto | Imagem: © Reuters / Toby Melville

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Luso-americano diz que populismo de Trump é aviso para Portugal


O luso-americano Andrew Figueiredo, que estagiou no congresso norte-americano e estuda direito em Filadélfia, afirmou que Portugal pode olhar para a eleição presidencial nos Estados Unidos como um aviso sobre o populismo.

Segundo Andrew Figueiredo, que tem raizes em Nelas e Torres Novas, o Presidente Donald Trump continua a gozar de muita popularidade porque "fala para um segmento da população que sente que foi deixado para trás pelos dois maiores partidos".

Embora tenha governado dentro do âmbito dos republicanos tradicionais, Trump "continua a ter este caráter populista" que tem "muitas similaridades" com André Ventura, considerou. "Canalizam essa energia a culpar forasteiros quando há tantos fatores em causa e é muito mais complicado do que os populistas dizem", ressalvou.

Caraterizando-se como um democrata moderado, Andrew Figueiredo considerou que a história da ditadura portuguesa não livra o país de um ressurgimento de ideologias fascistas. "Não estamos imunes a isto mesmo depois de Salazar", disse.

Após estagiar na Câmara dos Representantes do congresso norte-americano, no gabinete de Dan Lipinski (representante do 3.º distrito do Illinois), Figueiredo está agora no Centro para a Ética e o Estado de Direito (CERL), onde são investigados os efeitos das ações governamentais em diversas áreas.

"Um dos grandes perigos desta administração é que continua a tentar concentrar poder no Presidente", afirmou o lusodescendente. "A política vai ter sempre pessoas que a usam para seu próprio ganho, mas Trump é tão descarado e audacioso ao fazê-lo, promovendo negócios e tentando usar o cargo para sua vantagem", considerou. "Isso é o que me deixa horrorizado, o quão é feito às claras e o pouco que as pessoas se importam".

Reportados 673 novos casos de coronavírus e mais sete mortes em Portugal


A Direção-Geral da Saúde indica que há 18 mil casos ativos

O boletim epidemiológico deste domingo foi divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e deu conta de 673 novos contágios (uma variação de 1,06% comparativamente ao dia anterior, quando se verificaram 497 infeções) e sete mortes (uma variação de 0,38%) em 24 horas. Em termos globais, Portugal contabiliza 63.983 casos de infeção e 1.867 óbitos.

Registaram-se mais 175 pessoas que recuperaram do coronavírus desde ontem, o que aumentou o total de recuperações para 44.069. 

O número de casos ativos mantém a tendência de crescimento. Nesta altura há 18.047 casos ativos (mais 491 do que ontem). 

A DGS refere que há 36.398 contactos em vigilância

O número de hospitalizações devido à Covid-19 subiu para 452 (mais 14 internamentos). O número de pessoas internadas nas unidades de cuidados intensivos situa-se em 57.

A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que registou maior número de novos casos, perto de metade dos 673 infetados reportados (319). Das sete mortes verificadas nas últimas 24 horas, seis ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo.

Esta é de resto a região portuguesa mais afetada desde o início da pandemiaLisboa e Vale do Tejo soma um total de 32.732 casos confirmados e um número acumulado de 704 vítimas mortais. Segue-se a região Norte com 23.233 testes positivos (236 desde ontem) e 854 óbitos. 

A região Centro perfaz um total de 5.228 casos de contágio e 254 mortes. O Algarve contabiliza 1.234 casos e 18 óbitos. O Alentejo apresenta números acumulados relativamente semelhantes ao Algarve: 1.134 infeções e 22 vítimas mortais. 

A região autónoma dos Açores totaliza 238 casos confirmados e 15 mortes. Já a região autónoma da Madeira soma 184 contágios e nenhuma vítima mortal a registar. 

Notícias ao Minuto | [Notícia atualizada às 14h27]

Leia em Notícias ao Minuto:
Marcelo diz que aumento de novos casos diários hoje "é preocupante"

Portugal | Desemprego é desperdício


Manuel Carvalho Da Silva * | Jornal de Notícias | opinião

Interrogado acerca da situação económica do país, o ministro das Finanças foi perentório: "já batemos no fundo". Mas, logo de seguida, reconheceu que ainda não estamos a experimentar todas as consequências do mergulho nas profundezas dos problemas, admitindo que o desemprego poderá aumentar.

Então, a questão mais importante não é saber se já batemos ou não nesse fundo perigosamente movediço. O grande desafio é procurar saídas do sítio onde estamos: evitar, a todo o custo, que a sobreposição do desemprego à pandemia se torne estrutural e nos aprisione nas profundezas.

Quase tudo depende da evolução do emprego e do desemprego, tanto em Portugal como no resto do Mundo. Nessa questão nos deveremos focar, sobretudo quem, como o ministro da Finanças, está a trabalhar no Orçamento do Estado para 2021 que pode (ou não) ser importante instrumento no combate ao desemprego.

António Costa volta a apelar a "maioria sólida e estável" à esquerda


O secretário-geral socialista e primeiro-ministro voltou, este sábado, a dirigir-se à sua esquerda, apelando a uma "maioria sólida e estável" para recuperar o país da crise e preparar o futuro, num horizonte de uma década.

"É fundamental que o debate e o acordo políticos que temos de estabelecer com os nossos parceiros não se limitem ao orçamento de cada ano e deva abranger também o Programa de Recuperação e Resiliência de Portugal porque é com todos - em particular com aqueles que não querem voltar às políticas de austeridade -, que temos de construir uma maioria suficientemente sólida e estável", disse.

António Costa discursava no encerramento do XIX Congresso da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, no pavilhão Paz e Amizade, em Loures.

"O que é essencial na vida do nosso país são três prioridades: controlar a pandemia, recuperar o país e construir um futuro coletivo para todos", afirmou, detalhando que Portugal deve ser "mais sustentável do ponto de vista climático, mais moderno do ponto de vista digital, mais solidário e com menos desigualdades".

IMAGEM DO DIA -- Foi a Cabra ou Paulo Portas que comeu "papeis" dos submarinos"?


A "história" da imagem vinda dos EUA é a seguinte: "Um agente do departamento do Xerife do estado norte-americano da Georgia estava a entregar documentos oficiais aos domicílios quando teve um encontro inesperado... com uma cabra. Como se não bastasse o animal resolveu entrar para dentro do carro patrulha e começar a comer os papéis." (ver em NM)

Ao ver o vídeo e após lermos a "história" assomou-se à recordação dos do PG os "papeis" desaparecidos sobre a trafulhice dos submarinos que Portugal comprou, que os portugueses pagaram mais duros que ferraduras. 

Desapareceram "papeis" dos submarinos e a justiça deu em nada. O ministro da Defesa de então era Paulo Portas (CDS). Quem os terá comido? Foi a cabra ou Portas? Ou terá sido um tal Adolfodias que depositou cerca de um milhão de euros no mesmo dia, em vários bancos, em contas do CDS?

Bem. Afinal comeram os papeis mas não os correspondentes a cerca de um milhão em notas de euro, dádivas do tal Adolfo Hitler - ops, perdão, Adolfo Dias.

Mas, comer por comer... Quem é que realmente comeu os "papeis"? Foi a cabra, foi um cabrão? Ou foram vários cabrões e várias cabras?

Era bom sabermos. Só por curiosidade. Mas, como sempre, em Portugal, a Justiça é o que é. E os políticos, alguns (demasiados), são o que são.

E a exemplo dos "papeis" dos submarinos, Portugal tem mais histórias semelhantes de "devoradores de papéis"... Impunes. 'Enrricados', com boa vida e 'status' por obra e graça... das cabras.

Só falta acrescentar ao dito: méééééé!

MM | PG

Portugal | Presidenciais: Deputada socialista vai votar em João Ferreira, do PCP


A deputada do PS Isabel Moreira declarou hoje o seu apoio ao candidato comunista às presidenciais de 2021, João Ferreira, "um democrata avesso a populismos" e "em nome de uma democracia não populista".

"O PS não tem candidato oficial. Mais uma vez, parece-me um erro. Mas aqui estamos. Livres para escolher. Os ataques à democracia que se fazem sentir na Europa, nos EUA, no Brasil, etc, são ataques que, por aqui, recordam-nos da importância de partidos como o PCP", afirmou Isabel Moreira, numa publicação no Facebook, duas horas depois de o PCP ter anunciado a candidatura de Joáo Ferreira às presidenciais de 2021.

Isabel Moreira é a primeira militante do PS, partido que até ao momento não tem posição sobre uma candidatura a Belém, a declarar o apoio a um candidato de outro partido, neste caso, do PCP.

"Sou socialista. Não sou comunista. Agradeço, no entanto, a institucionalização do conflito que devo ao PCP, que evita o sonho dos inimigos da democracia, desde os movimentos inorgânicos, à extrema-direita que agora faz tantas horas da comunicação social", argumentou ainda.

Porque é "avesso a populismos", o que "traz exatamente aquilo" que defende nesta campanha, e "por tudo isto e por muito mais", Isabel Moreira afirma que vai "votar no João Ferreira, em nome de uma democracia não populista", "em nome do Estado de direito".

O eurodeputado João Ferreira é o candidato do PCP nas eleições presidenciais de 2021, anunciou hoje o secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa.

"A nossa candidatura é para ir até ao fim", afirmou Jerónimo de Sousa no final de uma reunião do comité central do partido, recusando a ideia de que esta é "uma candidatura para desistir" para dar mais hipóteses a um concorrente à esquerda.

Sem dizer o que aconteceu na reunião, o líder do PCP afirmou que o documento sobre as eleições e o candidato às presenciais foi aprovado "por unanimidade".

João Ferreira, biólogo, 41 anos, é eurodeputado do PCP e vereador da CDU na Câmara de Lisboa.

O secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, remeteu hoje para a "hora própria" um comentário do partido sobre as eleições presidenciais, depois de ter sido questionado sobre a candidatura a Belém da socialista Ana Gomes.

A ex-eurodeputada socialista Ana Gomes anunciou publicamente a sua candidatura ao mais alto cargo da nação na quinta-feira, afirmando que não podia "desertar" do combate das próximas eleições presidenciais face à situação do país e considerando "inaceitável a desvalorização" deste ato eleitoral pelo PS.

A seis meses do fim do mandato do atual Presidente da República, são já oito os pré-candidatos ao lugar de Marcelo Rebelo de Sousa.

São eles o deputado André Ventura (Chega), o advogado e fundador da Iniciativa Liberal Tiago Mayan Gonçalves, o líder do Partido Democrático Republicano (PDR), Bruno Fialho, a eurodeputada e dirigente do BE Marisa Matias, a ex-deputada ao Parlamento Europeu e dirigente do PS Ana Gomes, Vitorino Silva (mais conhecido por Tino de Rans), o ex-militante do CDS Orlando Cruz e, a partir de hoje, João Ferreira, do PCP.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © Global Imagens

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