domingo, 27 de setembro de 2020

Sinofobia, mentiras e guerra híbrida

Pepe Escobar [*]

Demorou um minuto para o presidente Trump introduzir um vírus na 75ª Assembleia-Geral virtual da ONU, explodindo "a nação que desencadeou esta praga para o mundo".

E então tudo desmoronou.

Ainda que Trump estivesse no essencial a fazer um discurso de campanha e não pudesse ignorar a ONU multilateral, pelo menos o quadro era suficientemente claro para que toda a socialmente distante "comunidade internacional" o visse.

Aqui está a declaração integral do presidente Xi. E aqui está a declaração integral do presidente Putin. E aqui está o tabuleiro de xadrez geopolítico, mais uma vez; é a "nação indispensável" contra a parceria estratégica Rússia-China.

Ao enfatizar a importância da ONU, Xi não podia ser mais explícito quando afirmou que nenhuma nação tem o direito de controlar o destino das outras: "Muito menos deveria ser permitido fazer tudo o que quiser e ser hegemónico, valentão ou patrão do mundo ".

A classe dominante dos Estados Unidos obviamente não aceitará sossegadamente este acto de desafio. Todo o espectro de técnicas da Guerra Híbrida continuará a ser implacavelmente turbinado contra a China, juntamente com a sinofobia desenfreada, mesmo quando os muitos Dr. Strangelove começam a entender que a única maneira de realmente "deter" a China seria a Guerra Quente.

Infelizmente, o Pentágono está sobrecarregado – Síria, Irão, Venezuela, Mar do Sul da China. E todo analista sabe das capacidades de guerra cibernética da China, dos seus sistemas integrados de defesa aérea e dos mísseis Dongfeng matadores de porta-aviões.

Para perspectiva, é sempre muito instrutivo comparar despesas militares . No ano passado, a China gastou US$261 mil milhões, ao passo que os EUA gastaram US$732 mil milhões (38% do total global).

Pelo menos por enquanto, a retórica prevalece. O ponto-chave, martelado incessantemente, é acerca da China como ameaça existencial ao "mundo livre", mesmo que a miríade de declinações do que outrora foi o "pivô para a Ásia" de Obama não tão subtilmente promovam a fabricação de consentimento para uma guerra futura.

Este relatório do Coletivo Qiao identifica claramente o processo: "Nós o chamamos de Sinophobia, Inc. – um complexo industrial de informação onde o financiamento do Estado ocidental, fabricantes de milhares de milhões de dólares de armas e think tanks de direita unem-se e operam em sincronia para inundar os media com mensagens de que a China é o inimigo público número um. Armado com financiamento estatal e patrocinadores da indústria de armas, este punhado de grupos de reflexão influentes estão estabelecendo os termos da Nova Guerra Fria na China. O mesmo ecossistema mediático que lubrificou as engrenagens da guerra perpétua rumo à desastrosa intervenção no Médio Oriente está agora ocupado a fabricar consentimento para o conflito com a China".

PR timorense diz que pandemia é oportunidade para corrigir fraquezas

#Com vídeo de discurso na íntegra

Nova Iorque, 24 set 2020 (Lusa) - O Presidente timorense disse hoje que a pandemia da covid-19 é uma "oportunidade para corrigir fraquezas estruturais", reforçando a necessidade de uma ação "coletiva e solidária" internacional, para que vacinas produzidas sejam "um bem público global".

Francisco Guterres Lu-Olo sublinhou ainda a importância de concretizar "iniciativas para aliviar o peso da dívida e o financiamento para o desenvolvimento", e de intensificar esforços para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 2030.

"A cooperação e parcerias globais, a nível regional e nacional, são fundamentais para fazer face à ameaça e cruciais para construir um mundo resiliente, sustentável e inclusivo", disse o chefe de Estado numa mensagem à Organização das Nações Unidas (ONU).

Francisco Guterres Lu-Olo falava, em nome de Timor-Leste, numa mensagem gravada em vídeo para a 75.ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, que decorre este ano sob o tema de reafirmação do empenho ao multilateralismo.

"No espírito de que ninguém fique para trás, temos de estar atentos aos Países Menos Desenvolvidos (LDC) e além do mais encravados, aos países frágeis e aos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS)", frisou.

Vaticano começou a investigar ex-padre acusado de abusos em Timor-Leste em 2016

Díli, 25 set 2020 (Lusa) -- O ex-padre norte-americano acusado de abuso de crianças e pornografia infantil em Timor-Leste começou a ser investigado em setembro de 2016 pelo Vaticano, mas só foi afastado do local onde alegadamente cometeu os crimes três anos depois.

Documentos a que a Lusa teve acesso mostram que a Congregação da Doutrina da Fé, do Vaticano, esteve a investigar o caso que envolve o ex-padre Richard Daschbach entre setembro de 2016 e outubro de 2018, altura em que decretou a sua "punição vitalícia" e expulsão do sacerdócio.

Os documentos indiciam que a investigação terá começado ainda antes, já que a data de setembro de 2016 é a que marca a entrada na Congregação da Doutrina da Fé de um primeiro relatório sobre o caso.

As datas estão referenciadas num documento marcado como confidencial, datado de 06 de novembro de 2018, em que se confirma o início da investigação e a decisão de expulsão do padre que permaneceu, porém, até ao ano passado com acesso ao orfanato onde trabalhava, o Topu Honis.

Assinado por Paulos Budi Kleden, Superior Geral da Sociedade do Verbo Divino (congregação a que o ex-padre pertencia, o documento - marcado como processo 208/2018-67069 e obtido hoje pela Lusa - explica que a investigação no Vaticano começou em 13 de setembro de 2016.

Nessa data, "a Congregação para a Doutrina da Fé recebeu "o relatório do processo penal administrativo relativo ao reverendo padre Richard Daschbach S.V.D, acusado de crimes sexuais contra crianças".

"Em carta datada de 15 de outubro de 2018, o procurador-geral deste instituto eclesiástico pediu permissão para punir o clérigo, neste caso com afastamento vitalício e confirmação da decisão de demitir o clérigo como membro deste instituto", refere-se no documento.

Depois de considerar "os documentos processuais, (...) a Congregação confere-lhe o mandato para impor uma punição vitalícia a Daschbach, incluindo a expulsão do cargo espiritual".

Mais nove mortes e 665 casos de covid-19 em Portugal

Nove pessoas morreram nas últimas 24 horas, aumentando para 1 953 o total de óbitos devido à covid-19, que regista um acumulado de 73 604 casos desde março.

Portugal soma 1953 mortes por covid-19 desde o início da pandemia, a 2 de março, depois de registar, este domingo, mais nove vítimas mortais da doença provocada pelo vírus da SARS-CoV-2. Segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde, nas últimas 24 horas foram contabilizados mais 665 casos positivos, elevando o total para 73604.

Mais 267 pessoas recuperaram da doença nas últimas 24 horas, um total de 47 647 desde o início da pandemia. Há neste momento 24 004 casos ativos, mais 389 do que no dia anterior. Há 635 pessoas internadas nos hospitais portugueses, mais 20 do que ontem, sendo que quatro doentes estão nos cuidados intensivos (89 no total).

Os nove óbitos foram registados no Norte (duas mortes), no Centro (duas mortes) e em Lisboa e Vale do Tejo (cinco mortes). Oito vítimas mortais tinham mais de 80 anos - quatro mulheres e quatro homens - e um homem tinha idade entre os 70 e os 79 anos.

A maioria dos novos infetados foi contabilizada na região de Lisboa (mais 252 doentes) e no Norte (mais 246). No Centro, foram registados 70 novos casos de covid-19, o Alentejo tem mais 55 doentes, o Algarve mais 38, a Madeira com três novos doentes e os Açores registam mais um infetado.

Rita Neves Costa | Jornal de Notícias

IMAGEM DO DIA – A máscara de Marcelo teima em cair…

A máscara de Marcelo está a cair. A máscara de presidente da República imparcial, apartidário, de garante do que é melhor para os trabalhadores portugueses, para a maioria do povo português, mais dia menos dia, cairá de todo. Surpresa só para os mais distraídos.

A demonstração do PR ao manifestar interesse em que o atual governo do PS chegue a acordo com o PSD, o seu partido, em vez de concretizar acordo com os partidos de esquerda representados na Assembleia da República, é prova.

Se para alguns tal constituiu surpresa não devia. Marcelo foi e é um personagem que sempre teve por ideologia a direita agora chamada de neoliberal – antecâmara do fascismo salazar-marcelista e do fascismo atual. Isso mesmo  o PR deixou ficar claro quando recentemente disse esperar ver o próximo Orçamento aprovado pelo PSD.

Entre beijos, abraços, fotografias, muitos sorrisos e espetáculos terno-populistas a máscara de Marcelo vai caindo sem surpresa, a não ser para os que ao longo da vida não têm acompanhado o verdadeiro Marcelo Rebelo de Sousa e o homem de direita que sempre foi. Amigo dos amigos da chamada “alta sociedade”, do grande empresariado e dos banqueiros, dos que exploram selvaticamente e enganam Portugal e os portugueses… 

A máscara teima em cair… O que comprova que é possível enganar alguns por algum tempo mas impossível enganar todos durante todo o tempo. Aconteceu e acontece assim com vários políticos. Também acontecerá com Marcelo.

MM | PG

Portugal | Aumentos salariais e direitos para ultrapassar a crise


Orlando Gonçalves, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP/CGTP-IN), é assertivo: «Para os grandes grupos económicos a Covid-19 podia continuar a existir durante muito tempo, porque lhes tem servido muito bem». O dirigente, que falava ao AbrilAbril antes do arrancar da manifestação da CGTP-IN, referia-se ao avanço que, na grande distribuição, se pretende dar em relação à retirada de direitos dos trabalhadores com a imposição do banco de horas grupal. Os vencimentos já baixos levaram um corte com o lay-off e agravaram-se os horários dos que nunca puderam ficar em casa, afirma, garantindo que «há outra maneira de resolver os problemas do País» e que ela passa por «valorizar os salários».

Também Sebastião Santana, dirigente da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública (CGTP-IN), não tem dúvidas que «a pandemia não é culpa de ninguém» mas que «a resposta é da responsabilidade do Governo», que não tem dado mostras de estar do lado dos trabalhadores. «A resposta dada até agora foi de favorecimento do grande capital», referiu, dando o exemplo do golpe na Segurança Social através do lay-off simplificado que serviu para passar dinheiro dos trabalhadores para as empresas. Pelo contrário, «quanto mais altos forem os salários mais sustentável será» a Segurança Social.

O regresso ao trabalho presencial em condições de segurança também é fundamental para os trabalhadores da Administração Pública. «Temos defendido sempre que o serviço às populações não se faz por tele-conferência», mas é preciso um reforço de trabalhadores, que são menos 30 000 desde 2011.

Portugal - UE | UM "NEGÓCIO HIDROGENADO"

Octavio Serrano* | opinião

Mais um vez! Voltou a aparecer-nos um sonho bem vendido; tem sido cíclico; de quando em vez, tentam vender-nos uma miragem; daquelas bem deslumbrantes e bem pintadas; e para nossa desgraça temos especialistas preparados para nos venderem dessa “banha da cobra”, que invariavelmente nos pretende sacar dinheiro, em favor de projectos megalómanos.

Estou aqui a lembrar-me do escândalo da “La seda”; aquele grupo catalão que queria abrir uma fábrica em Sines, no tempo do Sócrates; grandes parangonas; grandes promessas; grandes subsídios; grandes empréstimos; no fim a suposta fábrica nem abriu; o grupo entrou na insolvência; a nossa CGD perdeu 200 milhões de euros; pagos mais tarde, por nós todos os contribuintes, para salvar a mesma CGD, de ir pelo mesmo caminho. Mas, no meio do processo alguém se safou ...

Recentemente, um tal Marc Rechter, um holandês dono da H2scale, meteu uma cunha ao primeiro-ministro holandês; sabem, aquele tipo, que é contra a emissão de corono bonds; e não deseja, que o Estado holandês avalize as dividas dos países do sul; no entanto, não se coibiu neste caso, de abordar o nosso António Costa, para que o governo português apoie esta iniciativa de investimento de um seu compatriota, com o dinheiro dos nossos impostos; e quando ouvimos falar de apoiar, percebemos logo que se tratam de subsídios e facilidades, que proporcionem credito.

Em concreto trata-se de instalar em Sines uma unidade industrial que produza hidrogénio em larga escala, através de um processo de fabrico não poluente; sem libertação de dióxido de carbono, para a atmosfera!

Cabo Delgado: Detidos supostos informantes e recrutadores de insurgentes

MOÇAMBIQUE

Missão dos dois homens, de acordo com a polícia, era controlar a movimentação das Forças de Defesa e Segurança e transmitir a informação aos terroristas. Para as autoridades, atuavam também no recrutamento de jovens.

Assane C., de 38 anos de idade, e Manel D., de 42, encontram-se detidos - acusados de pertencer ao grupo de terroristas que cria instabilidade em alguns distritos da província de Cabo Delgado, em Moçambique. 

Manel D., natural do distrito de Memba em Nampula e residente em Montepuez, diz que o seu cunhado solicitava tais informações através de chamadas telefônicas. Informações essas que garante ter recusado a fornecer, mesmo depois de várias insistências.

"Recebi a segunda chamada do aluno do mesmo [cunhado], perguntando-me qual era a movimentação na vila de Montepuez. Respondi que não trabalhava para o Estado e que não seria capaz de dizer qual era o plano do Estado: 'Isso aí você deve perguntar à pessoa que está integrada lá no Estado," relata.

Nyusi alerta para perigo da Covid-19: "Parece que não há consciência coletiva"

MOÇAMBIQUE

O Presidente Filipe Nyusi apela aos moçambicanos que "respeitem a vida" e cumpram as medidas de prevenção. Moçambique já registou quase 7.400 casos de Covid-19.

"Parece que não há consciência coletiva, não se observam as medidas de prevenção", disse Filipe Nyusi, falando de improviso no discurso solene do Dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), que se assinala esta sexta-feira (25.09) no país.

Nyusi criticou particularmente imagens de vídeo de banhistas nas praias a desrespeitar o distanciamento social e a consumir álcool de forma desregrada.

"Não se mergulha [na água] com máscara, mas o distanciamento físico é possível e necessário na praia, as pessoas gostam de conviver, mas pedimos que se respeite a vida", declarou.

O Presidente moçambicano avançou que o impacto da Covid-19 no país está a ficar sério, com o aumento de infeções e óbitos, que poderão resultar numa sobrecarga do Sistema Nacional de Saúde (SNS).

"Temos muitas preocupações [para atender no SNS] e [com a contenção da Covid-19], podemos poupar em medicamentos, desde que sejam observadas as medidas recomendadas pelas autoridades de saúde", salientou o Presidente moçambicano.

Moçambique contabiliza 51 óbitos e um total de 7.399 casos de Covid-19.

Deutsche Welle | Lusa

Angola | Onde estão os sindicatos no novo conselho de João Lourenço?

Convidado a integrar o novo Conselho Económico e Social de João Lourenço, o economista Carlos Rosado de Carvalho diz-se "surpreendido" com o número de membros (45) e o "défice de participação dos trabalhadores".

O Presidente angolano formalizou na segunda-feira (21.09), através de um decreto, a criação do Conselho Económico e Social (CES), que será constituído por 45 membros, segundo uma nota de imprensa da Casa Civil do Presidente.

O "novo espaço de diálogo com a sociedade", refere a nota, vai permitir que João Lourenço receba "contribuições da comunidade empresarial, das cooperativas, da comunidade científica académica, das associações que se ocupam do desenvolvimento sócio-económico da mulher e dos jovens, assegurando assim uma participação mais ativa destes nos aspetos de programação e de execução das tarefas do desenvolvimento nacional".

O Conselho é composto por quarenta e cinco membros, escolhidos entre especialistas reconhecidos nas áreas das ciências económicas e sociais, bem como empresários e gestores que cumprirão um mandato de dois anos. O economista Carlos Rosado de Carvalho falou com a DW África sobre o convite para integrar o novo CES.

DW África: O que espera deste novo Conselho Económico e Social?

Carlos Rosado de Carvalho (CRC): Espero que o Conselho contribua para informar melhor o Presidente, de maneira a que ele possa tomar melhores decisões, em consciência, sobre a vida do país. Sabemos que o Presidente é que foi eleito, ele é que governa, de acordo com o programa que foi sufragado, mas, uma vez que manifestou vontade de ouvir opiniões diferentes, espero que aproveite bem essa oportunidade - sendo que não tem necessariamente de fazer aquilo que ouve nas reuniões.

Angola | Manuel Vicente diz-se alvo de "ataques falsos e graves"

O ex-vice-Presidente de Angola Manuel Vicente nega ter-se apropriado de 193 milhões de euros da Sonangol, como denunciou o antigo gestor de Isabel dos Santos, e apelida a acusação de "indecorosa manobra de diversão".

O antigo assessor da empresária Isabel dos Santos na Sonangol, Mário Leite da Silva, queixou-se junto de reguladores internacionais sobre um "contrato falso" que terá lesado a petrolífera angolana em 193 milhões de euros em 2005, dizendo que o documento faz parte do processo judicial de arresto de bens de Isabel dos Santos, do seu marido Sindika Dokolo e dele próprio.

Numa nota enviada à agência de notícias Lusa, Manuel Vicente repudia e nega a acusação, e diz que "a imputação nitidamente falsa" e "ilustrativa da má-fé e/ou dos interesses inconfessos dos seus autores", acrescentando que vai reagir à denúncia.

O atual deputado do MPLA e antigo presidente da Sonangol adianta que não é a primeira vez que aparecem "neste aparente e infeliz enquadramento, ataques falsos e graves" e que mais não são do que "indecorosas manobras de diversão".

Manuel Vicente considera ainda que está a ser usado em "estratégias de defesa comunicacional e processual alheias", numa referência aos processos em que Isabel dos Santos, o marido e alguns colaboradores são visados. 

Mário Leite da Silva, que foi presidente do conselho de administração do Banco de Fomento Angola quando a empresária controlava a instituição, afirma ter tido conhecimento do "contrato falso" pela análise de documentos que fez após ter sido alvo de um processo cível interposto pela justiça angolana.

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