O deputado e veterano José Somotxo revelou que vai disputar a liderança da Fretilin, maior partido timorense, afirmando que o faz "por honra" e "procurando responder a um chamamento" de quadros e militantes do partido.
"Como em 1975 fui chamado
para lutar em defesa da liberdade e da democracia em Timor-Leste, agora vários
quadros e militantes consideram que ainda tenho alguma coisa a contribuir. Este
é o chamamento que estou a receber dos quadros", disse.
Veterano de 24 anos de luta na frente armada - é o único a par do atual
presidente da República, Francisco Guterres Lú-Olo, no Comité Central da
Fretilin - Somotxo vai apresentar-se com Rui Araújo, ex-primeiro-ministro, num
"pacote" de candidatura aos cargos de presidente e secretário-geral da
Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin).
"Em Timor-Leste parece que os militantes e quadros de todos os partidos
confiam só em uma ou duas figuras políticas que repetidamente estão ali à
frente. Da parte da Fretilin, é tempo para mudar", afirmou.
"Trata-se de levar o partido em frente porque se insistirmos sempre na
mesma coisa estaremos a querer afundar e enterrar o partido. Em todas as
revoluções tem que estar o rei para começar a revolução. Não começa só quando
morre o rei", disse.
"Perante a situação atual, cabe-nos assumir responsabilidades e unir forças para combater a covid-19 e manter a segurança interna do país e a estabilidade política", disse.
Somotxo sublinha que se apresenta ao cargo não por ambição pessoal, mas para responder ao "chamamento" de muitos do partido, afirmando que assume o desafio, primeiro a pensar "nos que já não estão, e honrando os heróis da Fretilin".
O desafio da dupla Somotxo-Araújo ocorre numa altura de incerteza sobre quando será marcado o congresso do partido - deveria decorrer em outubro, cinco anos depois do anterior - e quando a Fretilin enfrenta alguns desafios internos.
RTP | Lusa | 16 de Agosto de 2021
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