quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

PORTUGAL SEM SAÚDE. “ESTÁ TUDO BEM O TANAS!”

Barafunda na saúde, centros de saúde inoperacionais, fomento de ajuntamentos… Lastimável. É evidente que urge reforçar o SNS e pô-lo a funcionar de acordo com as enormes carências que lhe têm causado com desorganizações e cortes…

Ao que dizem e parece, nesta vaga covid-19/omicron ainda a procissão vai na praça, ou seja: vem aí um pico gigantesco de casos de contágio/positivos. No dizer de “sábios” e “doutos” altos responsáveis que vemos, ouvimos e lê-mos “até está tudo a funcionar muito bem, quando muito a precisar de uns ajustes nos serviços”… Nada mais falso, como nos podemos aperceber no texto a seguir. Lastimável. Barafunda. Incompetência que na anterior grande vaga covid-19 não aconteceu tanto como atualmente.

A barafunda na saúde está mais que instalada. O Saúde 24 é o que é – há dezenas de milhares sem conseguir contactar o serviço. Os Centros de Saúde estão inoperacionais, muitos nem deixam entrar os doentes em busca de consulta e esclarecimentos, a vacinação é realizada em locais centralizados que favorecem os ajuntamentos, as demoras, o desconforto, a deslocação para zonas distantes, assim como os respetivos e eventuais contágios, etc., etc..

E vai daí, perante a barafunda, dizem os ditos “sábios” da política, da saúde e das infraestruturas, os que decidem, que “está quase tudo bem e controlado”? Grande mentira.

Como muitos afirmam, nos ajuntamentos de horas de espera: “Está tudo bem o tanas!” (PG)


SNS24. Chamadas sem resposta e 'positivos' que não o conseguem reportar

Luís Goes Pinheiro, presidente dos SPMS, adianta que o organismo está pronto "para lidar com variações muito significativas", mas que o aumento no fluxo de telefonemas se trata de "uma situação nova".

Se no início de dezembro a Linha SNS24 atendia 70 mil chamadas por semana, esse número é, agora, registado diariamente. Aliás, segundo as estimações dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), o valor está acima das 100 mil. Cerca de 30 mil telefonemas ficam sem resposta todos os dias, com os ‘positivos’ à Covid-19 sem forma de o reportar.

Ainda que os números de requisições de testes PCR e de declarações de isolamento sejam elevados – foram, respetivamente, 33.500 e 24.100 só esta terça-feira – a RTP avança que muitas pessoas que testam positivo à Covid-19 ficam dias sem o conseguir reportar.

Na verdade, no passado dia 27, a SIC Notícias alertou que os utentes esperam horas para serem atendidos e que quem tem ligado é logo convidado a desligar.

“Estimamos, neste momento, estarmos a receber na linha acima das 100 mil chamadas por dia. E, portanto, estimamos estar a atender cerca de dois terços das chamadas que recebemos”, informa Luís Goes Pinheiro, presidente dos SPMS, em entrevista à SIC Notícias.

O responsável adianta que o organismo está pronto “para lidar com variações muito significativas”, mas que o aumento no fluxo de telefonemas se trata de “uma situação nova”.

Nesse sentido, ao total de cinco mil colaboradores juntar-se-ão mais 750 elementos até ao final da segunda semana de janeiro, apesar da escassez de profissionais disponíveis para prestar serviço no ‘call center’.

Ricardo Mexia, presidente da Associação dos Médicos de Saúde Pública, defendeu ontem que deveriam ter sido antecipados os reforços agora anunciados, uma vez que "a Linha SNS24 não tem a capacidade necessária, como se tem constatado nestes últimos dias, e naturalmente que aquilo que são os meios alocados para o rastreio dos contactos também não é suficiente para esta magnitude de casos", disse o responsável, à Lusa.

O especialista acrescenta que "ou há efetivamente uma alteração naquilo que é a abordagem do problema, ou então tem que haver uma significativa mobilização de meios para fazer face a estas necessidades".

Daniela Filipe | Notícias ao Minuto

Pneumologistas contra paragem na vacinação e preocupados com ajuntamentos

Paragens podem ser uma explicação para os ajuntamentos que se têm verificado nos centros de vacinação.

Os centros de vacinação não deviam fechar no Ano Novo. É a opinião de António Morais, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, que lamenta o encerramento dos centros numa altura em que continuam a subir os casos de Covid-19 e admite que agora pode ser tarde para alterar a medida decretada pelo Governo, mas critica a paragem nos dias de Natal e Ano Novo.

"Embora se entenda que, de facto, se tenha de dar algum espaço aos profissionais que diariamente trabalham nesta área, obviamente que estamos numa fase em que é muito importante a continuação da vacinação numa fase acelerada. Neste momento acho que já não seria possível fazer porque as equipas precisam de ser escaladas com alguma antecedência, mas os centros não deviam ter nenhuma interrupção. Isso era o ideal", explicou à TSF António Morais.

As paragens podem ser uma explicação para os ajuntamentos que se têm verificado nos centros de vacinação. António Morais está preocupado com esses aglomerados também nos centros de testagem.

"As pessoas deslocam-se e estão em aglomerados grandes de pessoas, o que contradiz todo o ambiente restritivo que estamos a viver nesta semana. Torna-se até um pouco caricato e, por outro lado, há a questão de haver pessoas que se deslocam e que, pelo tempo de espera, acabam por desistir de fazer a dose de reforço. Quer o maior risco de infeção que decorre de estarem aglomerados, quer a possibilidade de desistirem da administração desta dose são duas consequências que interessa, de todo, evitar", afirmou o presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

Questionado sobre uma eventual mudança nas regras de isolamento, António Morais defende uma revisão da estratégia, mas com uma ressalva.

"Desde que as autoridades já tenham essa informação e que essa informação revele que se pode dar esse passo com segurança, o passo pode ser dado. Depois convém precisar exatamente quem é que define o indivíduo assintomático. Essa questão não pode ser definida pelas próprias pessoas porque isso, provavelmente, não correrá bem", acrescentou António Morais.

Cristina Lai Men com Cátia Carmo | TSF

LEIA AQUI TUDO SOBRE A PANDEMIA DE COVID-19 -- TSF

Sem comentários:

Mais lidas da semana