sábado, 13 de março de 2021

A forma do que está por vir na China | Pepe Escobar

#Publicado em português do Brasil

Pepe Escobar* | Dossier Sul

Chegou a hora do Lianghui (“Duas Sessões”) – o ritual anual da liderança de Pequim. As estrelas do espetáculo são o principal corpo político consultivo, a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês; e a tradicional entrega de um relatório de trabalho do Primeiro Ministro à alta legislatura, o Congresso Nacional do Povo (NPC).

A revisão do esboço preliminar do 14º Plano Quinquenal da China prosseguirá até o dia 15 de março. Mas na atual conjuntura, não se trata apenas de 2025 (lembre-se do Made in China 2025, que permanece em vigor). O planejamento vai a longo prazo em direção às metas do projeto Visão 2035 (alcançar a “modernização socialista básica”) e até mais além: 2049, no 100º aniversário da República Popular da China.

O primeiro-ministro Li Keqiang, entregando o relatório de trabalho do governo para 2021, salientou que a meta de crescimento do PIB está “acima de 6%” (o FMI havia projetado anteriormente 8,1%). Isso inclui a criação de pelo menos 11 milhões de novos empregos urbanos.

Em matéria de política externa, Li não conseguiria estabelecer um contraste mais acentuado com o Hegêmona: “A China buscará uma política externa independente de paz” e “promoverá a construção de um novo tipo de relações internacionais”.

Esse é o código para Pequim que eventualmente trabalhará com Washington em dossiês específicos, mas acima de tudo focalizando o fortalecimento das relações comerciais/de investimentos/financeiras com a União Européia, a ASEAN, o Japão e o Sul Global.

O delineamento do 14º Plano Quinquenal (2021-2025) para a economia chinesa já havia sido elaborado em outubro passado, na plenária do PCC. O NPC irá agora aprová-lo. O foco principal é a política de “dupla circulação”, cuja melhor definição, traduzida do mandarim, é “dupla dinâmica de desenvolvimento”.

Isso significa um esforço concertado para consolidar e expandir o mercado interno e ao mesmo tempo continuar a impulsionar o comércio/investimento estrangeiro – como na miríade de projetos da Iniciativa Cinturão e Rota (ICR). Conceitualmente, isto equivale a um equilíbrio bastante sofisticado, bem taoísta, yin e yang.

No início de 2021, o Presidente Xi Jinping, enquanto exaltava a “convicção e resistência chinesa, bem como nossa determinação e confiança”, fazia questão de ressaltar que a nação enfrenta “desafios e oportunidades sem precedentes”. Xi disse ao Politburo que “condições sociais favoráveis” devem ser criadas por todos os meios disponíveis para 2025, 2035 e 2049.

O principal objetivo a ser observado é a “prosperidade comum” (ou, melhor ainda, a “prosperidade compartilhada”), a ser implementada juntamente com as inovações tecnológicas, o respeito pelo meio ambiente e a plena abordagem da “questão rural”.

Xi tem sido categórico: há muita desigualdade na China – regional, urbano-rural e disparidades de renda.

É como se, numa leitura fria do impulso dialético do materialismo histórico na China, chegássemos ao seguinte modelo. Tese: as dinastias imperiais. antítese: Mao Tse Tung. Síntese: Deng Xiaoping, seguido de algumas derivações (especialmente Jiang Zemin) até a síntese real: Xi.

O mundo beneficia do desenvolvimento e prosperidade da China -- embaixador português

Zhou Jun, Zhang Chengcheng

Beijing, 9 mar (Xinhua) -- O embaixador de Portugal na China, José Augusto Duarte, afirmou que o êxito na erradicação da pobreza é uma das grandes vitórias que a China alcançou ao longo do processo de reforma e abertura. Segundo ele, o desenvolvimento e prosperidade do povo chinês é bom para a China e o mundo.

Em entrevista à Xinhuanet, Duarte comentou que a China desempenha um papel importante na recuperação da economia mundial pós-COVID-19. Além disso, Portugal tem interesse em fortalecer a cooperação econômica com a China ao enfrentar este desafio global.

Exibido pela Xinhuanet -- Produzido pela Xinhua Global Service

Portugal | Não voltar à cepa torta

Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

A pandemia expôs o enviesamento da especialização produtiva da economia portuguesa. A tónica na exportação de serviços de baixo valor acrescentado, desde logo o turismo e setores conexos, em detrimento da produção industrial que tende a aumentar a produtividade e a qualificar e estabilizar o emprego, revela-se cruamente como perigosa vulnerabilidade estrutural. Todavia, o coro de reclamações feitas por empresários, em torno do Plano de Recuperação e Resiliência, e algumas opções erráticas do Governo, sugerem a ânsia do regresso a essa velha normalidade.

Portugal precisa de investimento e de políticas orçamentais voltados para três prioridades. Primeira, como é evidente, o investimento público na proteção às empresas e às pessoas (neste caso proteções magras) tiveram efeito muito positivo na defesa do emprego e no mitigar da pobreza, mas o Governo não pode travar cedo de mais esses apoios sendo que, no caso das empresas se exige zero tolerância perante a ausência de responsabilidade social e o incumprimento de direitos no trabalho.

Segunda, por muito que a Direita e parte do poder económico e financeiro retomem a ladainha do "Estado gastador" é urgente: reforçar com meios humanos e técnicos o SNS; investir na escola há muito depauperada e agora obrigada a esforço acrescido para permitir às crianças e aos jovens (em particular aos mais desprotegidos) recuperarem das perdas provocadas pela pandemia; repor equilíbrio financeiro no sistema de Segurança Social afetado por custos acrescidos na aplicação do lay-off; capacitar e modernizar a administração pública e a sua presença em todo o território.

Terceira, é imprescindível investir na industrialização: travando as negociatas que têm estado na base de "reestruturações" de alguns grandes grupos; apostando em empresas "tradicionais" ou novas que se posicionam bem nas cadeias de valor e que articulam eficazmente a criação e qualificação do emprego com a introdução de novas tecnologias; colocando os interesses das pessoas, das comunidades e do país como fator decisivo no incremento da chamada economia da descarbonização, ou nos transportes.

Há que recuperar o melhor possível as atividades ligadas ao turismo, mas qualificando a oferta, evitando a desertificação das grandes cidades, e articulando-o com novas políticas de habitação e de mobilidades das pessoas.

A leitura da situação com que o país e os portugueses se deparam reclama uma análise articulada, com perspetivas económicas, sociais, jurídicas e políticas, sob pena de se dizerem disparates. A pandemia não produziu, com significado, ruturas no modelo económico nem gerou novas formas de pobreza. O seu brutal impacto instabilizou, bloqueou e paralisou parte da economia, contudo a vulnerabilidade estrutural da nossa economia ressurgirá sempre perante qualquer crise ou minicrise e impede o desenvolvimento.

Quanto à pobreza - que agora atingiu brutalmente os precários profundos, muitos trabalhadores independentes e pequenos empresários - ela vem de um passado longo e tem como origem os baixos salários, as precariedades, a insuficiente proteção social, as políticas orçamentais de "poupadinho". E também a permissividade da sociedade e de políticos muito responsáveis que teimam em não assumir que um ser humano dependente da caridade alheia perde a dignidade.

*Investigador e professor universitário

Portugal dos Pequeninos

Em ronda contida sobre o que se pode saber acerca da política e outros “arredondamentos” em Portugal demos a volta à informação disponível em alguns órgãos de comunicação social costumeiros. Mesmo aqui, no PG, por completo, dispusemos dois títulos de teor sobre Marcelo Rebelo de Sousa, o PR. 

Sobre as tricas que jornalistas e outros interessados constroem para distrair os plebeus, vimos que muita palha os desinformadores-prestigiadores da informação apostaram em criar em provável desacordo entre Marcelo e Costa no que diz respeito ao desconfinamento gota a gota – esperemos que as gotas não se descontrolem e aconteça transbordos, cheias e enxurradas.

A construção de desentendimentos entre Costa e Marcelo parece que se espalma como pudim flan de demasiado leite – ao ponto de ficar pronto a beber. Isso mesmo podemos ler, dito por Louça, em "Presidente quis dizer que não gostou de não conhecer detalhes do plano" . Alguns artistas da informação dramatizaram eventuais discordâncias. Entraram no exagero com vista ao alarme, como sempre fazem no jornalismo de caca e/ou mercenário que pelo mundo inteiro abunda.

Sobre as explicações, vem Marcelo mostrar, sem drama, que há opiniões que divergem mas que isso não dá direito a serem interpretadas como “uma guerra”. Leia no PG o que esclareceu o PR no título "É muito provável" a renovação de Emergência a partir de 1 de Abril. Um e outro exto foram divulgados pela Lusa, tendo o PG tomado por veículo informativo e de esclarecimento o Notícias ao Minuto – que muito expõe para se ler sobre o noticiário nacional e internacional.

Apesar de sementes de “guerra” entre Marcelo e Costa, entre o PR e o governo, não se vislumbra que o caso vá para além de uma discordância no “aliviar” das medidas de confinamento e emergência

É muito provável que esse “alívio” sucumba caso a situação se complique e seja constatado que aumentam os casos de contágio, de mortes e outros. Se assim acontecer é sensato e é o recomendável. Mas daí a “uma guerra” entre PR e governo… Senhores, vão-se catar e deixem-se de tricas que só baralham e causam insegurança nos que acreditam em especulações que certos e incertos profissionais da informação e analistas preferem no seu péssimo e prejudicial jornalismo. Essa estirpe da informação não existe só de agora, sempre existiu, mas é facto que atualmente está muito mais descarada, propagada e prejudicial.

Outros títulos

Cavaco doa à Presidência documentos da atividade como primeiro-ministro -- Decerto que podemos adivinhar que os “truques” BPN, Oliveira e Costa, Manuel Dias Loureiro – p.ex. - e outros dos tempos áureos daquilo que foi classificado por “seita laranja” não constam da doação. E depois vem Cavaco falar na atualidade de “democracia amordaçada”, a destilar ressabiamento próprio de múmias da política passada que gostariam de se fazer perdurar no tempo, nos poderes e nas políticas opacas, de grupelhos tantas vezes prejudiciais para o país.

Nuno Graciano é o candidato do Chega! à Câmara de Lisboa -- Sem novidade. Jamais outro partido político o convidaria para tal desempenho. A adaptabilidade ao protofascismo talvez seja a única saída para agarrar um tacho.

BdP sabia que BNA comprava obrigações do GES no Dubai, diz Bloco – O Banco de Portugal sabia? Oh, o Bdp… Pois. Ora, ora, o Banco de Portugal…

PS junta-se à direita e PAN e trava reposição de freguesias – Pois claro. Que se lixe haver freguesias monstruosas que não dão conta do recado e que deixam os moradores a rezingarem de descontentamento pelo descalabro de certas e incertas Juntas de Freguesia distantes e alheadas dos problemas existentes em zonas periféricas praticamente abandonadas. É o deixa andar luso, à moda do nefasto salazarismo.

Comunistas, Verdes, Chega e liberais contra 13.º estado de emergência – Contra? Porquê? Dir-se-ia: “vamos lá matar mais idosos”? Que são os que mais se finam através do contágio de covid-19? Que amálgama. Esquerda e direita em sintonia? Hem?

BE, CDS-PP e PAN querem desconfinamento gradual e insistem na testagem – do mal o menos

Maioria de vistos gold "aumentou especulação imobiliária" – Era sabido. O que é que se esperava?

"Estou muito convencido de que vamos conseguir ganhar" a Câmara de Lisboa – Lisboa com Moedas até vai  ficar confundida por ver as notas todas a voarem para outras paragens. Moedas, pediam os arrumadores de ocasião na cidade nos estacionamentos, mas esses era da pobreza… Como Lisboa vai ficar, sem notas e com Moedas.

Muito mais há para ler e ficar a saber no Notícias ao Minuto ou noutros órgão de comunicação social. Leia e pense. Porque conforme tudo que luz não é ouro também tudo que é classificado como informativo não o é, sendo que muita vez é desinformativo, é manipulação da opinião publica… Pois.

Assim, sobre o que ler, pense bem. Não se deixe enganar e dê desconto aos convenientes exageros para alguns. Já que existe use a mioleira, não se limite simplesmente a assistir, sem intervir, sem agir neste Portugal Pequenino.

Redação PG

"Presidente quis dizer que não gostou de não conhecer detalhes do plano"

Francisco Louçã considera ser excessivo concluir que a relação entre Belém e São Bento já viu melhores dias. No entanto, considera que o Presidente podia ter estado presente no dia em que o primeiro-ministro deu a conhecer o plano de desconfinamento ao país.

Ao contrário do habitual, o Presidente da República não falou ao país após mais uma renovação do Estado de Emergência, na quinta-feira, dia em que o primeiro-ministro revelou o tão desejado plano de desconfinamento. A razão? Encontrava-se, nesse dia, a viajar para Roma. 

Considerando ser "excessivo" concluir que a relação entre Presidente e primeiro-ministro já conheceu melhores dias, Francisco Louçã disse, no seu espaço de comentário na SIC Notícias, que Marcelo podia ter organizado a agenda de forma a estar no país, uma vez que já sabia há 15 dias que o plano iria ser tornado público no dia 11 de março. 

"Não conheço suficientemente a agenda do Presidente, mas sei que não há nenhuma escolha de dias de uma forma não pensada", comentou, sugerindo que a viagem de Marcelo, naquela data, não foi um acaso. 

"É muito provável" a renovação de Emergência a partir de 1 de Abril

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, indicou hoje que "é muito provável" a renovação do atual estado de emergência a partir de 1 de abril próximo de forma a cobrir o período da Páscoa.

"É muito provável que a partir do dia 01 de abril, cobrindo o período da Páscoa, haja ainda uma renovação do estado de emergência, mas vamos esperar para ver", disse Marcelo Rebelo de Sousa ao final do dia em Madrid, antes de partir para Lisboa.

O Presidente da República foi recebido hoje pelo rei de Espanha, depois da deslocação desta manhã ao Vaticano, naquela que foi a sua primeira visita ao estrangeiro no início do seu segundo mandato.

O chefe de Estado recordou que, antes de tomar a decisão sobre a renovação do estado de emergência, no final do corrente mês, haverá uma audição com os partidos políticos e com especialistas.

"Há aqui um caminho de diálogo e de convergência, e esse diálogo exige que haja uma solidariedade, não só institucional, mas também estratégica", disse Marcelo, acrescentando que "não podem haver vários discursos, várias posições, várias opções...".

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