quarta-feira, 7 de abril de 2021

O que aconteceu na Jordânia?

#Publicado em português do Brasil

A prisão de várias pessoas proeminentes na Jordânia no último fim de semana, incluindo a prisão domiciliar não oficial do ex-príncipe herdeiro Hamzah, sob suspeita de conspirar para desestabilizar o país em uma possível coordenação com agências de inteligência estrangeiras é mais do que provável uma operação de segurança preventiva destinada a impedir uma ameaça latente e não uma resposta urgente ao que alguns temiam ser uma tentativa iminente de mudança de regime.

AndrewKorybko* | OneWorld

Uma conspiração inesperada no reino Heshemite

A Jordânia é um dos poucos países que é amigo de todos e inimigo de ninguém, razão pela qual o mundo prestou atenção no último fim de semana após a prisão de várias pessoas importantes por suspeita de conspiração para desestabilizar o país em uma possível coordenação com agências de inteligência estrangeiras. Isso incluiu a prisão domiciliar não oficial do ex-príncipe herdeiro Hamzah, que posteriormente divulgou imagens suas condenando a suposta corrupção na monarquia, que ele alegou ser responsável pela piora dos padrões de vida de seus cidadãos, após o que ele jurou lealdade ao rei Abdullah II para diminuir a escalada A crise(presumivelmente sob pressão). O ex-príncipe herdeiro Hamzah também teria se encontrado com alguns líderes tribais que aparentemente estavam descontentes com a estagnação - se não, de acordo com alguns relatos, deteriorando-se gradualmente - a situação socioeconômica no Reino. Desde então, Amã proibiu toda a cobertura do escândalo do palácio nas redes sociais e tradicionais, na tentativa de conter a incerteza que isso provocou neste chamado “oásis de estabilidade regional”.

Uma tentativa de golpe saudita, “israelense” ou arábica-israelense conjunta?

Esses desenvolvimentos rápidos geraram muita especulação sobre o que realmente pode estar acontecendo nos bastidores, especialmente no que diz respeito ao possível papel das agências de inteligência estrangeiras. Não se pode saber com certeza, mas não parece que houve qualquer tentativa iminente de mudança de regime que foi frustrada no último minuto possível pelos serviços de segurança. Em vez disso, parece ser o caso que o governo encenou uma operação preventiva de segurança depois de finalmente obter provas indiscutíveis de que algo estava acontecendo, na esperança de cortar essa ameaça latente pela raiz muito antes de ela florescer. Alguns sugeriram que as conexões de dois dos detidos com a Arábia Saudita indicam o envolvimento secreto de Riade em eventos recentes. Outros, entretanto, viram um oculto “ Israeli”Por trás de tudo devido aos laços do Mossad que teria o empresário que supostamente se ofereceu para levar o ex-príncipe herdeiro Hamzah para fora do país. É improvável, entretanto, que esses governos secretamente aliados tenham desempenhado qualquer papel significativo no que acabou de acontecer na Jordânia.

Mentir é o negócio deles: propaganda dos EUA contra a China

#Publicado em português do Brasil

The Steve Bannon Connection

Christopher Black*

Strategic Culture Foundation, 7 de abril de 2021

A dark web da propaganda americana é formada por muitas facetas, algumas delas agências oficiais de propaganda do governo, bem como pela mídia privada controlada por pessoas com o mesmo pensamento ou por influência direta das agências de inteligência.

No final de janeiro de 2021, o think tank da OTAN, The Atlantic Council, publicou um artigo denominado The Longer Telegram, que define uma estratégia proposta para os Estados Unidos alcançarem o domínio do mundo, uma estratégia que enfoca a China como o principal obstáculo para essa dominação, com a Rússia agora considerada um "irritante". É a fantasia de megalomaníacos que se sentam em salas escuras sonhando com o poder mundial e alcançando-o usando todos os meios necessários, incluindo a guerra mundial.

Em essência, é um documento de propaganda projetado não apenas para proclamar uma nova guerra mundial, a guerra americana contra a China, mas também para tentar justificar essa guerra. Descreve uma China que não existe exceto nas fantasias desses ideólogos de direita. Os insultos cobrem cada página; contra o presidente Xi, contra o Partido Comunista, contra a cultura e as conquistas chinesas. Seu propósito secundário, é claro, é tentar criar agitação e divisão dentro da China, enfraquecê-la, derrubar o socialismo, derrubar a China, pois ela afirma saber coisas, revelar coisas. Quase escrito como um roteiro de um drama, mas em essência é um documento criminal escrito por criminosos e tolos.

O título do documento é uma referência a um documento conhecido como The Long Telegram, escrito pelo assessor de política externa dos Estados Unidos, George Kennan, em 1946, estabelecendo uma estratégia para destruir a União Soviética, estratégia que foi seguida. Portanto, deve-se supor que o autor ou autores deste documento esperam que ele se torne a estratégia adotada pelo regime de Biden e, de fato, temos visto muita discussão deste documento na mídia ocidental e nos círculos políticos, principalmente na aprovação. , indicando que está sendo considerado em altos círculos, e também vimos com os primeiros pronunciamentos do Presidente Biden que a agressão americana continuará e será intensificada.

UE provoca a Rússia ao tentar revoluções coloridas na Bielo-Rússia, Ucrânia e Crimeia

Publicado em português do Brasil

Sonja van den Ende

Global Research, 06 de abril de 2021

Crimeia

A Crimeia realizou um referendo em 16 de março de 2014 e 89% dos cidadãos da Crimeia votaram a favor da integração na federação russa, um referendo que deu início às provocações da União Europeia (UE) contra a Rússia. A península da Criméia está localizada na costa norte do Mar Negro e tem fortes laços históricos, econômicos, militares e culturais com a Rússia. A importância estratégica da Crimeia para a Rússia é bem conhecida da UE. Uma ponte entre o leste e o oeste, por assim dizer. A Crimeia sempre fez parte da Rússia, até que o líder do Sovjet, Nikita Khrushchev (ucraniano), decidiu dá-la como uma espécie de presente para a Ucrânia. Em 1954, o Presidium do Soviete Supremo da União Soviética emitiu um decreto transferindo a Crimeia da República Socialista Federativa Soviética Russa à SSR Ucraniana. A maioria dos cidadãos da Crimeia são russos étnicos e também Sevastopol, a capital da Crimeia, é um porto e base naval estrategicamente importante ao longo da história. A cidade já foi o lar da Frota Russa do Mar Negro.

Desde 2014, a UE está tentando usar a comunidade minoritária tártara da Crimeia para fazer parte da guerra híbrida ou tentar provocar uma revolução colorida na Crimeia. Em 1944, no final da Segunda Guerra Mundial, a população étnica tártara foi expulsa de partes da Crimeia porque muitos membros de sua comunidade colaboraram com os NAZIs alemães. Mas nos últimos vinte e cinco anos, eles retornaram gradualmente à Crimeia, um processo de reconciliação foi conduzido, a mídia ocidental e os governos não mencionam isso em seus meios de comunicação, apenas dizendo que os tártaros foram expulsos, sem dar uma razão adequada, ou o contexto histórico por trás dele.

Portugal | Sócrates foi condenado no País. E se não for em tribunal?

Daniel Oliveira* | TSF | opinião

Daniel Oliveira relembra o processo Operação Marquês que teve início a 21 de novembro de 2014 quando "José Sócrates foi detido no aeroporto da Portela chegado de Paris". O comentador considera que, a partir desse dia, "a operação Marquês entrava definitivamente na nossa vida política".

No espaço de comentário que ocupa semanalmente na TSF, o comentador admitiu que "Sócrates não foi sempre uma figura antipática aos portugueses. Pelo contrário, foi com ele que o PS conquistou a sua única maioria absoluta e conseguiu com muitos votos vindos da direita, que gostava do seu estilo de animal feroz".

Daniel Oliveira sublinha que "o facto de ter sido tão popular, apesar de haver uma suspeita generalizada de que se tratava de um fura-vidas, ajudou ao impacto que este caso teve". "As pessoas não se sentiram propriamente enganadas, sentiram que lá no fundo até sabiam que podiam estar a ser enganadas. Uns terão desconfiado mais da sua honestidade do que outros, mas ter um ex primeiro-ministro preso, não deixou de ser um trauma para o país", considera.

Daniel Oliveira refere que "seis anos depois da detenção, saberemos na próxima sexta-feira se Sócrates vai a julgamento e que acusações lhe sobram para responder em tribunal. Ele e mais 27 arguidos", reforçando que "a justiça deve funcionar sem a ponderação do impacto político das decisões que toma".

"Sócrates responderá por crimes de que haja prova. E as provas não são substituíveis pelas nossas convicções. É assim que as coisas têm de funcionar. Só que seis anos depois de notícias, esta afirmação do ódio não resolve o beco sem saída em que podemos estar colocados como comunidade. Quando se demora seis anos a chegar aqui, um caso com esta exposição mediática, já ninguém está virgem nas suas convicções. Nem os juízes, nem a opinião pública. As convicções que já existiam vão ganhando raízes e passam de convicções a certezas", afirma.

"Não tenho a menor dúvida que a maioria dos portugueses acha que o antigo primeiro-ministro é culpado. Confesso, sabendo da injustiça desta afirmação que faço parte desta maioria", admite o comentador.

Covid-19 Portugal | Mais três mortes e 663 contágios em Portugal. Rt sobe para 1,01

Índice de transmissibilidade a nível nacional está nos 1,01. Excluindo as regiões autónomas, o valor é de 1,02.

Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais três mortes devido à Covid-19 e 663 novos casos de infeção, indica o boletim epidemiológico da Direção-Geral de Saúde divulgado esta quarta-feira. Trata-se de um aumento de 0,08% relativamente aos casos e de 0,02% em relação aos óbitos. 

Assim, o país passa a acumular 825.031 casos de infeção pelo novo coronavírus e 16.890 mortes desde o início da pandemia. 

O boletim desta quarta-feira revela que o número de internados voltou a descer. À data, estão hospitalizadas 488 pessoas (menos 16 do que ontem). Destes, 116 estão em unidades de cuidados intensivos (mais três face à véspera).

Nas últimas 24 horas, 757 recuperaram da doença. O número de casos ativos é agora de 25.847, menos 97.

Portugal | Governo estima mais de 300 mil ex-combatentes com novos benefícios

O Governo calcula em "300 e muitas mil pessoas", ex-combatentes e seus viúvos/viúvas, que já estão a beneficiar da isenção de taxas moderadoras na Saúde, nas entradas em museus e vão ter passes intermodais de transporte gratuitos.

Segundo a secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes, Catarina Sarmento e Castro, que hoje visitou o Museu Militar na companhia da secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira, os simbólicos respetivos cartões de ex-combatente estão prontos a ser produzidos, aguardando-se apenas o aval do Tribunal de Contas (TdC).

"Neste momento, estamos a falar de um universo de 300 e muitas mil pessoas, de beneficiários, o que implica um esforço grande, mas totalmente merecido. Estamos a falar de pessoas que, acima de tudo, juraram uma bandeira. O seu sacrifício foi em nome dos portugueses, da sua nação", declarou à Lusa.

Aprovado no parlamento em agosto de 2020 e já publicado em Diário da República, o Estatuto do Ex-Combatente prevê: direito de preferência na habitação social, isenção de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde, gratuitidade do passe intermodal nos transportes públicos, gratuitidade da entrada nos museus e monumentos nacionais, honras fúnebres (velação com a bandeira nacional), conservação e manutenção de talhões de inumação e repatriamento do corpo no caso de haver sido sepultado no estrangeiro.

"A questão dos transportes públicos, estamos a operacionalizá-la neste momento. Contamos operacionalizar no decorrer deste ano. Envolve muitas entidades, empresas de transportes e ministérios, num esforço acrescido. Estou absolutamente convicta de que, como com a isenção de taxas moderadoras e das entradas nos museus, também conseguiremos", disse a secretária de Estado.

MARCELO E A "VIA SACRA" DA ASTRAZENECA

"DE 15 EM 15 DIAS DESCOBRE-SE UM PROBLEMA"

Chefe de Estado mostrou-se preocupado com a questão da vacina anglo-sueca

O Presidente da República apelidou esta sexta-feira de "Via Sacra" o plano de vacinação contra a covid-19 na União Europeia. Questionado sobre nova polémica com a vacina da AstraZeneca, Marcelo Rebelo de Sousa foi peremptório: "De 15 em 15 dias descobre-se mais um problema. Ou é no fornecimento, ou questões de análise, têm surgido várias questões".

O chefe de Estado mostrou desta forma a preocupação perante o processo, numa altura em que a vacina da AstraZeneca volta a estar debaixo de fogo na União Europeia, depois de terem sido detetados casos de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas.

“Há necessidade de vacinar, de ter vacinas, e o fornecimento está a ser afetado por estes problemas", referiu, falando numa "situação incómoda.

Falando de dúvidas periódicas, Marcelo Rebelo de Sousa pediu uma posição unida, referindo os vários Estados-membros da União Europeia que tomam medidas unilaterais relativamente à vacina.

Apesar de "possível ligação" a coágulos, AstraZeneca "é segura", diz EMA

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) concluiu, esta quarta-feira, que existe uma "possível relação" entre a vacina contra a Covid-19 da farmacêutica AstraZeneca e a formação de "casos muito raros" de coágulos sanguíneos, mas insistiu nos benefícios do fármaco face aos riscos

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) acaba de reforçar a garantia de que os benefícios de tomar a vacina da AstraZeneca são superiores aos riscos que esta pode representar.

Os especialistas da EMA estiveram reunidos para fazer uma avaliação aos casos de coágulos sanguíneos que alguns doentes registaram após receberem esta vacina.

Apesar de, nesta terça-feira, um desses especialistas ter afirmado que era "claro" que havia uma ligação entre a administração da vacina e os casos de trombose registados em alguns utentes, a EMA revelou hoje que esses efeitos secundários devem ser considerados como "muito raros".

"A EMA encontrou uma possível relação [entre a vacina da AstraZeneca] e casos muito raros de coágulos de sangue incomuns com plaquetas sanguíneas baixas", mas "confirma que o risco-benefício global permanece positivo", informa o regulador da União Europeia (UE).

Cabo Verde |: Choque económico é "mais forte do que previsto"

Um relatório do FMI eleva a previsão de recessão económica do arquipélago de 6,8% para 14%. O motivo é o forte impacto da Covid-19 sobre o setor do turismo.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) admitiu que o "choque" económico da Covid-19 em Cabo Verde "foi mais forte do que o previsto", mas que as medidas de apoio tomadas pelas autoridades cabo-verdianas ajudaram a "conter o impacto".

Num relatório, o FMI alerta para as "incertezas" sobre a duração da pandemia, que continuam a pesar sobre a economia do arquipélago, dependente da retoma do turismo, que ameaça a recuperação económica esperada em 2021.

"O choque da Covid-19 foi mais forte do que o previsto e as perspetivas económicas estão sujeitas a incertezas e riscos de revisão em baixa. Embora as medidas de apoio tomadas pelas autoridades tenham ajudado a conter o impacto do choque, a contração em 2020 foi significativa", diz o relatório.

O FMI estimava uma recessão económica equivalente a 6,8% do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde em 2020, previsão revista agora para 14%, em larga medida pelo impacto da ausência de turismo desde março, num setor que garante 25% do PIB do arquipélago.

Covid-19: FMI anúncia alívo da dívida de três PALOPs

O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional anunciou uma extensão do mecanismo de alívio da dívida para 28 países. Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe estão na lista.

O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou esta segunda-feira (05.04) uma extensão do mecanismo de alívio da dívida para 28 países, incluindo os lusófonos Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

O Fundo Fiduciário de Assistência e Resposta a Catástrofes do FMI (CCRT, na sigla em inglês) proporciona alívio da dívida sob a forma de subvenções aos países mais pobres e mais vulneráveis, atingidos por catástrofes naturais ou de saúde pública com consequências desastrosas.

O objetivo é "libertar recursos financeiros" para a saúde e dar apoio social e económico para mitigar o impacto da pandemia, disse o FMI. O conselho executivo do FMI aprovou a 01 de abril a prorrogação do mecanismo até 15 de outubro, disse a instituição, sediada em Washington, numa declaração divulgada 

Esta é a terceira extensão deste programa de ajuda do FMI no contexto da pandemia de Covid-19 e permitirá a estes países receberem assistência financeira de um fundo de catástrofes para cumprir as obrigações da dívida durante os próximos seis meses. 

Angola | Corrupção na admissão à Polícia Nacional vai ser investigada

Cerca de 2 mil angolanos do Bengo queixam-se de corrupção no processo de ingresso na Polícia Nacional, mas a corporação lava as mãos. Provedoria de Justiça investiga denúncias e admite desfecho favorável para os lesados.

Tudo começou no final da década 2000 quando o comandante provincial da Polícia Nacional de Angola decidiu criar um grupo de voluntários aspirantes a uma vaga na corporação. 

Segundo relatos, muitos chegaram mesmo a usar o fardamento da Polícia Nacional, mas, para o espanto de alguns, na hora da admissão, os escolhidos foram outros.

"Os candidatos mais valorizados eram de Luanda e tiraram-nos o lugar. A minoria que conseguiu entrar na polícia é de Luanda", reitera o candidato Domingos Francisco.

Grupo recorreu à Provedoria de Justiça

O grupo de voluntários aspirantes faziam trabalhos voluntários de segurança durante a quadra festiva, cuidavam das esquadras e participavam nas campanhas de limpeza. 

Sem a admissão e esgotadas as negociações com o comando local da Polícia Nacional, o grupo recorreu à Provedoria de Justiça.

"Graças a Deus, nós já não precisamos de fazer muita coisa, já encontramos o nome na lista, agora falta saber o que teremos em frente", comenta o candidato Adilson Viegas que espera um final feliz para o caso.

O porta-voz da Polícia no Bengo, Paulo Miranda de Sousa, entende que este caso é um passivo herdado pela nova direção local da corporação e não acredita num possível enquadramento dos candidatos. 

"Queremos aqui desencorajar que não há esta possibilidade, porque o ingresso a Polícia Nacional ou qualquer órgão não depende só do Ministério [do Interior] que precisa destes serviços. Hoje, quem dita essas políticas é o Ministério das Finanças", adverte.

"Desfecho favorável"

Sem aceitar gravar entrevista, o provedor de Justiça no Bengo, Martinho Ferreira, avança que o processo esteve coberto de muitos vícios e a esta altura decorre uma espécie de "prova de vida".

Segundo esta fonte, o caso será remetido para o comando geral da Polícia Nacional. 

À DW África, Martinho Ferreira assegurou, no entanto, que tudo indica que haverá um desfecho favorável para os candidatos. 

António Ambrósio (Caxito) | Deutsche Welle

Que informação terá Isabel dos Santos sobre a Europa para a sua defesa?

Quando D’us não sabe, a Black Cube* sabe

João Lemos Esteves | Sol | opinião

Ficámos a saber, por notícia da agência LUSA, que a Black Cube está a colaborar com Isabel dos Santos na sua defesa contra as acusações que lhe foram formuladas no seguimento daquilo que ficou conhecido como “Luanda Leaks”.

E promete denunciar as verdadeiras motivações subjacentes a esta “investigação jornalística”, designadamente, os políticos europeus que manobraram nos bastidores tal operação. Não é necessário ser um iluminado analista, nem um sobredotado Presidente, para se perceber que por políticos europeus devemos entender os políticos portugueses que estiveram na sombra e fizeram valer os seus interesses contra a empresária angolana Isabel dos Santos.

Há razões de monta para que Portugal se prepare para uma crise sem precedentes do ponto de vista reputacional: isto porque já se percebeu, igualmente, que Isabel dos Santos tem uma estratégia bem definida, racional, pensada com tempo, que ultrapassa largamente as fronteiras de Portugal, que o mesmo é dizer, a empresária angolana irá replicar a seu favor o método que havia sido usado para a prejudicar económica e socialmente.

Isabel dos Santos, com base na informação da agência LUSA, colocará em execução, muito em breve, uma mega operação mediática de defesa pessoal, onde previsivelmente irá denunciar certas personalidades (a maioria, cremos, sem qualquer informação privilegiada, portuguesas) de conspirar contra ela e o Estado de Angola. Para o efeito, numa análise de antecipação com base somente na informação tornada pública pela LUSA, deverá mobilizar múltiplos órgãos de comunicação social internacionais de referência, quer na europa, quer nos EUA.      

Retenha-se que a empresa que assessora Isabel dos Santos é, nada mais, nada menos, que a Black Cube, o exponente máximo das empresas de intelligence à escala global.

Com a Black Cube, não há brincadeiras: se estão à espera de deslegitimar a defesa de Isabel dos Santos com alegações de “fake news”, pensem duas, três, quatro, várias vezes. Observem a discrição e a reserva com que Isabel dos Santos tem operado nos últimos tempos; é uma instrução (muito sensata e sagaz) da Black Cube, certamente. Uma excelente estratégia de intelligence.

Não olvidar que a Black Cube segue a metodologia de Israel, é uma empresa conhecida como a “Mossad privada”, sempre discreta, sempre eficaz.

A alma da Black Cube é o notável Efraim Halevy, ex-líder da MOSSAD e uma inspiração para todos nós, amantes da liberdade, da segurança e da tolerância – e seus discípulos, diretos ou indiretos, de enorme profissionalismo e dedicação a cada caso em que são chamados a intervir.

Como se diz em relação ao Instituto, “se Deus – HaShem – não sabe, a Black Cube sabe”. Sem qualquer dúvida que as alegações de Isabel dos Santos, em contexto forense e em contexto mediático internacional, estarão imaculadamente suportadas. A sua veracidade dificilmente poderá ser contestada.

O fantástico mundo de Sócrates, da AstraZeneca e de imensos similares

Bom dia, se conseguirem que assim seja. Lutem por isso, merecem. Esta vai ser a porta de entrada do Curto do Expresso, lavra do PG. Depois Martim Silva, com a mão no ferrolho, abre a porta para o Curto que ainda há umas poucas horas lavrou e semeou para que o colhêssemos. Boa agricultura.

Ontem falou-se da AstraZeneca, a vacina, nos dias anteriores também. Hoje fala-se da AstraZeneca. Aqui no Curto também Martim Silva volta à vacina que mata ou não mata cidadãos… Na Europa, na chamada União Europeia, a EMA – Agência Europeia do Medicamento – anda aos ziguezagues. Depois de vir a terreno dizer que a AstraZeneca não matava nada (as pessoas que morreram após a tomarem é que já tinha marcada viagem para o outro lado), tem estado agora a pensar melhor e vai pronunciar-se esta tarde, segundo anunciam. Ontem, no PG, Susana Charrua escreve sobre aquilo que ela chama de barafunda, com misturas de mentes criminosas, incompetentes… Talvez. Podem ler aqui: Barafunda das vacinas covid-19 dá azo às teorias da conspiração? Teorias da conspiração… Talvez não, em certas e incertas vertentes. Estamos entregues aos bichos do capitalismo severo, selvagem, que abre todas as portas ao neoliberalismo desumano, tantas vezes assassino.

Sobre essa tal beberragem AstraZeneca por nós estamos conversados. Resta salientar que duvidamos da EMA e de quase todos os estandartes que a UE tem desfraldado para tapar as suas incompetências, as suas incongruências, as suas mais que visíveis rendições ao poderoso mercado dos medicamentos e outros. Assim é impossível confiar nessa UE que nos julga todos imbecis, que adotou o figurino e todos os procedimentos de todo o mundo, cujo resultado é a liquidação de vidas de boa parte da população mundial. No caso especifico de vastos milhares de cidadãos europeus. As teorias de conspiração crescem...

Adiante, que se faz tarde, e José Sócrates é chamado à baila no Curto de hoje. Mais uma vez. Escreve hoje Martim:

“Às 14.00 desta sexta-feira o juiz Ivo Rosa, que liderou a instrução do processo judicial Operação Marquês, a maior investigação de corrupção do Portugal democrático, vai proferir a decisão instrutória: ou seja, vai dizer se José Sócrates e as quase três dezenas de arguidos vão ou não a julgamento pelos crimes de que são acusados.”

Sim. O juiz decidirá. Mas como a AstraZeneca a barafunda é tanta que não sabemos para que lado nos virarmos. A não ser para ficarmos desconfiados. Desconfiar sempre é o lema da populaça, dos mal governados e tantas vezes vigarizados e roubados com adornantes palavras dos doutos dirigentes. Não todos, mas alguns. Demasiados. E então, para que lado se vai virar o juiz Ivo Rosa no Caso Sócrates? Veremos.

A antecipação do Curto já vai longa. Vamos deixar-vos a ler o que interessa na lavra de Martim Silva.

Por nós consideramos que este é o fantástico mundo ao estilo de Sócrates, AstraZenaca e similares. Bom dia, um queijo, um tinto alentejano de estalo e a predisposição de exigirmos que acabem com as barafundas e dêem lugar à honestidade. Só então poderemos confiar nos que no topo dispõem as normas. Estamos desconfiados, pois claro que andamos desconfiados. E vocês não? Pois. A seguir o Curto, do Expresso.

Mário Motta | Redação PG

Brasil ultrapassa pela primeira vez 4 mil mortos por Covid num só dia

A Folha de São Paulo quis um comentário do presidente da república do Brasil, Bolsonaro ignorou. Tema para juntar à revista de imprensa internacional esta manhã na TSF.

Brasil ultrapassa pela primeira vez 4 mil mortos por Covid num só dia... a notícia é manchete na Folha de São Paulo... Instado a comentar a marca, Bolsonaro ignora.

Noutras paragens, noutros países

Podem não vir bons ventos nem bons casamentos, mas talvez sobrem vacinas... É que Pedro Sánchez, o presidente do governo espanhol, promete 85 milhões de vacinas em seis meses! 85 milhões... Espanha recebe este mês o triplo das doses que recebeu entre janeiro e março... o governo assegura que 70% da população vai estar imunizada em setembro e Sánchez não prevê estender o estado de emergência para lá de 9 de maio. Mas o El País também revela hoje que a pandemia destruiu 438 mil empregos num ano! O número de desempregados em Espanha subiu 400 mil desde março do ano passado. O FMI alerta que a recuperação da economia vai ser desigual! ...a economia global deve crescer 6% este ano...

Está na primeira do La Vanguardia... FMI prevê um crescimento mundial recorde este por impulso dos Estados Unidos e China. O Fundo Monetário Internacional limitava o crescimento da Europa, diz que a Espanha vai ser diz países a crescer mais, embora sem atingir os níveis pré crise.

No ABC, Sánchez anuncia o fim do estado de alarme, sem um plano B... o presidente promete ter 33 milhões de vacinados no final de agosto.

No Fígaro, plano de relançamento: América a acelerar, Europa a arrastar.

De volta ao negócio, de volta ao normal, back in business... a capa da revista semanal Guardian Weekly sobre a batalha final de Israel com a Covid... a Nova Zelândia como laboratório de investigação do genoma... e anda uma reportagem no rasto da variante britânica com os caçadores de vírus...

No USA Today uma corrida contra o tempo no desastre de resíduos da Florida... Um drone equipado com equipamento de imagem térmica identificou uma possível "segunda brecha" na parede da lagoa de contenção que está a libertar água poluída numa propriedade da fábrica de processamento de fertilizantes na Flórida.

A imagem do drone pode ser um sinal de mais problemas estruturais na antiga fábrica de processamento de fertilizantes Piney Point em Manatee County.

No Jerusalem Post, Netanyahu inicia esforços para formar governo depois de receber mandato...

Responsáveis da petrolífera italiana foram recebidos pelo presidente da república... está na manchete do Jornal de Angola... ENI anuncia investimentos de 7 mil milhões de dólares.

Ricardo Alexandre | TSF

Jair Bolsonaro visto pelo Guardian: um perigo para o Brasil e para o mundo

O presidente de extrema direita deixou as rédeas soltas à Covid-19 e à destruição da Amazônia. Agora parece que ele planeja se apegar a tudo o que os eleitores disserem

Editorial do jornal The Guardian | em Carta Maior

O presidente de extrema direita deixou as rédeas soltas à Covid-19 e à destruição da Amazônia. Agora parece que ele planeja se apegar a tudo o que os eleitores disserem

A perspectiva do extremista de direita, Jair Bolsonaro, se tornar presidente do Brasil sempre foi assustadora. Era um homem com histórico de aviltar mulheres, gays e minorias, que elogiava o autoritarismo e a tortura. O pesadelo se revelou ainda pior na realidade. Ele não apenas usou uma lei de segurança nacional da época da ditadura para perseguir os críticos e conduziu a maior escalada de desmatamento na Amazônia em 12 anos, mas também permitiu que o coronavírus se alastrasse sem controle, atacando as restrições de movimento, máscaras e vacinas. Mais de 60.000 brasileiros morreram apenas em março. “Bolsonaro conseguiu transformar o Brasil em um gigantesco buraco do inferno”, tuitou recentemente o ex-presidente da Colômbia, Ernesto Samper. A disseminação da variante P1 mais contagiosa está colocando em perigo outros países.

Com uma pesquisa na semana passada que mostra 59% de rejeição dos eleitores, Bolsonaro parece estar se preparando para um resultado desfavorável nas eleições do próximo ano. Na semana passada, ele demitiu o ministro da Defesa, um general aposentado e amigo de longa data que, no entanto, parece ter criticado as tentativas de Bolsonaro de usar as Forças Armadas como ferramenta política pessoal. Os comandantes do Exército, da Marinha e da Força Aérea também foram demitidos - supostamente quando estavam prestes a renunciar.

México: o combate às cegas de Lopez Obrador

Eleito em crítica ao neoliberalismo, presidente elevou salários, lançou programas sociais e segue popular. Mas, egocêntrico e arcaico, ataca o feminismo, despreza o ambiente, amplia a “guerra às drogas” e, diante da covid, produziu tragédia

#Publicado em português do Brasil

Humberto Beck, Carlos Bravo Regidor e Patrick Iber, na Dissent Magazine | em Outras Palavras | Tradução: Simone Paz

Quando Andrés Manuel López Obrador (AMLO) foi eleito presidente do México, em 2018, ele prometeu um governo “para o bem de todos, mas para os pobres primeiro”. Comprometeu-se a romper com o neoliberalismo e suas desigualdades, sua violência e corrupção. Depois de mais de dois anos no poder, López Obrador permanece retoricamente comprometido com uma visão de igualdade. Mas ele procura essa visão com um conjunto de ideias bem inflexíveis. À medida que novos objetivos surgem, ele não se adapta. Sua inflexibilidade ameaça boicotar a própria promessa que sua eleição representou.

A forma como seu governo enfrentou o coronavírus ilustra de forma emblemática esse problema. Quando os casos de COVID-19 começaram a surgir no México na primavera [nórdica] passada, a resposta de AMLO beirou a negação. Um bloqueio total teria sido difícil de realizar em um país onde a maioria da população ganha a vida com o trabalho informal. “Não consigo parar de trabalhar”, disse um vendedor de hambúrguer aos repórteres. “Se eu não vendo, não como. Simples assim.” Mas as próprias atividades de AMLO demonstravam falta de preocupação com a disseminação do vírus. Inicialmente, ele não mudou sua prática de viajar pelo país, o que o colocou em contato próximo com milhares de seus apoiadores. Também promoveu desinformação mortal. No final de março, durante uma de suas conferências matinais diárias, AMLO mostrou um par de “amuletos” e disse que estes iriam proteger da pandemia a si mesmo e ao país. Mesmo depois de ter contraído o vírus — e de ter se recuperado — no início de 2021, AMLO opta por não usar máscara em público.

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