terça-feira, 18 de maio de 2021

COVID: A FRONTEIRA FINAL

# Publicado em português do Brasil

Konrad Rękas* | OneWorld

Frequentemente, aceitamos até o mais difícil absurdo da política da COVID porque isso acontece com outras pessoas. Somente quando somos forçados a enfrentar todo o puro absurdo do mundo confinado é que descobrimos o próximo nível de loucura. E podemos observar isso claramente no exemplo das viagens internacionais.

O novo normal

Um blogueiro e colunista escocês muito popular, Craig Murray (que acaba de ser preso por britânicos, ex-diplomata e conhecido defensor dos direitos humanos, mas genuíno de ambos) há algumas semanas escreveu dois textos consecutivos, refletindo bem o processo como as chamadas pessoas normais chegam à consciência dos absurdos da COVID. Aqui, no primeiro deles, o autor (o que é importante de forma alguma fixado em anti-COVID, ceticismo sobre bloqueios, mas não conduzindo qualquer campanha massiva contra eles) falou fortemente contra as tentativas de segregar as pessoas em termos de vacinação, testes e experimentos derivados: “ Discriminação contra pessoas com base em seu estado de saúde não é aceitável, embora o alcance cada vez maior do estado de vigilância seja pernicioso. A ideia de pessoas sem anticorpos Covid-19 serem tratadas como cidadãos de segunda classe deveria ser um anátema para qualquer pessoa que se preocupe com a liberdade humana ”. Tamanha obviedade, mas tão rara hoje, foi escrita pelo ex-embaixador, outrora forte opositor das prisões ilegais americanas e das sangrentas ditaduras pró-Ocidente asiáticas ... Ao mesmo tempo, porém, o ex-diplomata fez a ressalva de que não se opunha ao requisitos médicos ao cruzar as fronteiras, porque se habituou a eles, muitas vezes viajando para países exóticos que exigiam uma embalagem de vacinação adequada. O pobre Craig não sabia sobre o que estava escrevendo ...

Poucos dias depois, ele já sabia e escreveu outro texto , cheio de indignação e surpresa, descrevendo algo conhecido de todo Kowalski que tenta sair do Reino Unido para o funeral de seu pai na Polônia. C. Murray, a caminho da Espanha para um julgamento de ações ilegais americanas contra Julian Assange , que estava hospedado na embaixada do Equador em Londres, foi atingido por um sistema, comparando com o qual as experiências de Assange parecem ser apenas um julgamento pré-escolar. E não tem nada, absolutamente nada a ver com o sistema conhecido de, por exemplo, vacinação contra a malária antes de ir para as florestas tropicais. “Levei seis horas inteiras até agora para tentar resolver a logística disso. Vou viajar por Schiphol e preciso de vários formulários e certificados secretos para as autoridades britânicas, holandesas e espanholas, para os aeroportos e para as companhias aéreas. Também preciso de um teste PCR covid-19 negativo antes dos voos em ambas as direções, que deve ser cronometrado menos de 72 horas antes do voo e antes da chegada.

ONU lamenta que direitos sociais estejam "à margem" da retoma económica

O relator especial da ONU sobre pobreza extrema e direitos humanos disse hoje que os direitos sociais ficaram "à margem do processo de retoma económica" e lamentou que o Pilar Social Europeu seja apenas "um programa político".

"Os direitos sociais, tal como definido nas normas do Conselho, com a Carta dos Direitos Sociais, ou tal como inscrito nos tratados da Organização das Nações Unidas [ONU], foram relativamente marginais neste processo de retoma económica", considerou Olivier De Schutter, que intervinha no último debate da conferência sobre "O Estado de direito na Europa", organizada pela presidência portuguesa do Conselho da UE, em Coimbra.

Para o relator especial da ONU, o Pilar Europeu dos Direitos Sociais, que esteve em discussão na Cimeira Social do Porto, nos dias 07 e 08 de maio, "é um programa político", que é "muito importante", mas não se traduz em "direitos que as pessoas possam reclamar e apresentar perante um Tribunal".

Ceuta acordou com milhares de migrantes sem destino

As ruas de Ceuta, território espanhol no norte de Marrocos, amanheceram hoje com um ambiente diferente da rotina habitual, com milhares de imigrantes procedentes do território marroquino a deambularem pelos bairros da cidade, segundo descreveram as agências internacionais.

Desde segunda-feira, cerca de 6.000 migrantes (incluindo 1.500 menores), um número "recorde" segundo as autoridades espanholas, entraram ilegalmente em Ceuta, a nado, com recurso a embarcações insufláveis ou através de tentativas para trepar as altas cercas fronteiriças que separam este enclave espanhol do território marroquino.

Nas últimas horas, o Governo espanhol anunciou a deportação, até ao momento, de cerca de 2.700 migrantes (adultos) para Marrocos, tendo ainda mobilizado várias unidades do exército espanhol e de outras forças de segurança para Ceuta para controlar as ruas da cidade e a zona de fronteira.

Uma grande parte dos migrantes que chegaram na segunda-feira pernoitaram em parques ou em qualquer espaço que encontrassem disponível em Ceuta, cidade com quase 85 mil habitantes, e gastaram parte do seu dinheiro em garrafas de água, pão ou tabaco, de acordo com a agência espanhola EFE.

Para acolher este número recorde de migrantes, nomeadamente os adultos e antes da deportação, as autoridades locais disponibilizaram o principal estádio de futebol de Ceuta.

Portugal | Ramalho tem salário "acima do permitido" e é acionista da Nani Holdings

A deputada do BE Mariana Mortágua disse hoje que o presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, tem um salário acima do permitido e é pequeno acionista da Nani Holdings, que detém o banco.

"Para além dos bónus, há pelo menos dois administradores do Novo Banco que recebem salários acima do que é permitido pelo contrato. Há um contrato que diz que só podem receber salários dez vezes superiores à média do banco, e no caso de António Ramalho, por exemplo, recebe 400 mil euros, e a média do banco [vezes dez] são 350 [mil euros]", disse hoje no parlamento a deputada do BE ao presidente do Fundo de Resolução.

Luís Máximo dos Santos está hoje a ser ouvido na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.

Os valores estão expressos no Relatório e Contas do Novo Banco de 2020.

"Como não é permitido por lei receber acima da média, esse excesso está a ser diferido, e como está a ser diferido é criada uma provisão, e como é criada uma provisão, vai a [chamada de] capital", prossegiu.

Covid-19: Portugal com 386 infetados e duas mortes nas últimas 24 horas

Boletim epidemiológico desta terça-feira, dia 18 de maio, indica que os internamentos devido à Covid-19 voltaram a descer em Portugal.

Com esta atualização, o país passa a acumular 842.767 casos de infeção e 17.011 mortes devido à Covid-19.

As duas mortes reportadas aconteceram uma em Lisboa e Vale do Tejo e outra nos Açores. 

O relatório epidemiológico desta terça-feira traz boas notícias no que toca aos internamentos, descendo o número de pacientes hospitalizados. Estão, nesta altura, internadas 233 pessoas (menos 13 do que na véspera) e, destas,  66 estão em Unidades de Cuidados Intensivos (menos seis face ao boletim anterior). 

Nas últimas 24 horas, recuperaram 568 doentes, elevando o total para 803.759. Assim, o número de casos ativos é agora de 21.997, menos 184 em relação ao balanço feito na segunda-feira. 

Relativamente à distribuição dos novos casos por região, a maioria concentra-se na região de Lisboa e Vale do Tejo (175). Segue-se o Norte, com registo de 131 novos contágios. No Centro foram reportados 20 infetados no último dia, no Alentejo 12 e no Algarve 10. 

Nas regiões autónomas, os Açores diagnosticaram 29 contágios e a Madeira nove. 

Notícias ao Minuto

Palestina: em nosso nome, não!

Mariana Mortágua* | Jornal de Notícias | opinião

Israel lançou uma nova vaga de ataques contra o povo palestiniano. Bombardeamentos, ameaça de invasão terrestre, ataques à imprensa internacional, crimes de guerra, apartheid, tudo a "comunidade internacional" tolera à potência israelita.

Sim, já sabemos o que dizem os cúmplices da barbárie. Que em todos os conflitos há dois lados, e que Israel se defende dos rockets do Hamas. É mentira. A desproporção de forças e de vítimas define a ocupação ilegal da Palestina. Israel não tem a razão e esta não é uma guerra na qual se possa guardar equidistância.

Desta vez, o gatilho foi a violenta repressão dos protestos pelo despejo de famílias palestinianas em Jerusalém. A razão dos despejos é uma lei que permite aos judeus de Israel reivindicar terrenos e habitações onde vivam palestinianos, com base em supostos direitos de propriedade do século XIX. Esta é só uma das expressões do apartheid que Israel mantém contra os árabes da região.

Aquilo a que os palestinianos chamam a Nakba, "a Catástrofe", começou em 1948, quando Israel declarou a criação do seu país em terras da Palestina. Desde então, a ocupação israelita provocou cinco milhões de refugiados. A maior parte dessa expansão foi feita em direta violação das fronteiras definidas pela ONU e reconhecidas pelos EUA em 1967.

O resultado desta política foi o emparedamento de milhões de palestinianos em guetos, na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Em Gaza, acotovelam-se dois milhões de pessoas a quem Israel fechou todas as fronteiras. Os palestinianos de Gaza não podem sair e tudo o que entra, da água ao combustível, é racionado por Israel. 80% da população vive de ajuda humanitária, mas mesmo essas passagens são controladas e, muitas vezes, encerradas por Israel. Tudo, é claro, em nome da sua segurança.

Na Cisjordânia, o Estado israelita construiu um muro de 700 km em cima de uma parte do território que antes pertencia à Palestina. Chamam-lhe "barreira de segurança", mas o Tribunal de Justiça de Haia declarou-o ilegal e ordenou a sua destruição em 2004. O muro permanece, cercando e asfixiando cidades, condicionado a circulação de palestinianos, com mais de 500 checkpoints controlados pelo exército de Israel. Aí, como nas fronteiras de Gaza, os palestinianos são sujeitos a todo o tipo de violência e humilhações.

Durante séculos, os judeus, um povo sem país mas com uma fortíssima identidade, foi perseguido, segregado e humilhado. Uma parte desse povo, os judeus sionistas, fizeram da sua reivindicação do direito histórico à "terra santa" a legitimação para o crime. Hoje, o Estado por eles construído é uma das maiores potências económicas e militares do Mundo. E são os sionistas que perseguem, segregam e humilham.

O Governo português, que preside à UE, tem a responsabilidade de admitir que esta ofensiva não se trata da defesa de Israel. É mais uma agressão no âmbito da limpeza étnica e da punição coletiva contra os palestinianos de Gaza. Quando Santos Silva pede "proporcionalidade" a Israel, não fala em nosso nome, nem em nome do direito internacional.

*Deputada do BE

O REENCONTRO


 Henrique Monteiro, em HenriCartoon

Rui Moreira Selminho e Novo Banco Poço Sem Fundo

Exclusivo do Expresso trata de Rui Moreira Selminho. Dir-se-ia: ‘maizum’. Outro. Nannn. O que é que é isso? Vai correr tudo bem e etc. e tal... (PG) 

Diz no Expresso:

“Juíza do Tribunal de Instrução Criminal do Porto decide, esta tarde, se Rui Moreira vai ou não o autarca a julgamento. Procurador não tem dúvidas que o presidente da Câmara do Porto prevaricou e, se vingar a tese que agiu em benefício próprio e da sua família em vez de zelar pelos interesses do município, não há recurso possível para um julgamento em que incorre numa pena de dois a oito anos prisão, incluindo a perda de mandato. Se não for a julgamento, Ministério Público pode recorrer…”

Para ler o artigo por inteiro… Pois. Não há almoços grátis. Pague. (PG)

Depois do Selminho o que é que há mais? Oh, muita coisa. O airoso Fundo de Resolução (que são todos os portugueses), assim chamado para nos enganar com estilo ranhoso, falou, via um, no Parla-mento (também é conhecido por Parla-minto). Artigo no Expresso assinado pelos  jornalistas Diogo Cavaleiro e Isabel Vicente, que pode ler de borla. Eis:

Fundo de Resolução tem litígios de €331 milhões com Novo Banco. Se perder, mecanismo quase se esgota

O presidente do Fundo de Resolução, Luís Máximo dos Santos, disse esta terça-feira no parlamento que não fosse a oposição do Fundo, "o limite de 3,89 mil milhões de euros provavelmente seria atingido este ano". E que das "240 operações (vendas) submetidas pelo Novo Banco, apenas 35% foram aprovadas nos exatos termos propostos"

O Fundo de Resolução tem litígios de 331 milhões de euros com o Novo Banco, e o mesmo quer dizer que, se este veículo perder esses diferendos no tribunal arbitral, quase se esgotará o valor máximo previsto no mecanismo de capital contingente.

Aliás, esse facto foi defendido pelo líder do Fundo de Resolução, Luís Máximo dos Santos, na audição na comissão de inquérito ao Novo Banco, esta terça-feira, 18 de maio: “não fora a intervenção do Fundo de Resolução e o limite de 3,89 mil milhões de euros provavelmente seria atingido este ano”.

Vá ler o seguimento em bá blá no Expresso. Aqui, clicando e zás. (PG) 

Poluição: Fruta podre da “Fossa Lusa” e arredores

Seja bem-vindo ao Curto pela lavra de João Silvestre, senhor jornalista do Expresso. João escreve sempre com interesse para nós, anónimos da plebe, obrigado. Vamos lá ler, a seguir a esta “abertura tradicional" (às vezes) dos que matam o ócio no Página Global. Pois. Então bom dia. Votos de um queijo para todos vós.

Não sabemos o que deu ao senhor João para começar este Curto por fruta podre. Credo, logo pela manhã? Ao lermos em diagonal o Curto que ele nos oferece percebemos que o cheiro a podridão nos aponta para o pivete do Novo Banco, a que chamamos “paga e não bufes”. Até porque as bufas também não cheiram nada bem, sendo um agravante da poluição do ambiente. Pois. Isso que não tira que sobre o Novo Banco não cheire a fossa e a esgoto. Isso porque há demasiados merdosos por ali a flutuar e a encher os alforges bancários de offshores e outros, com o produto dos roubos que nos vêm fazendo há muitos anos. Alegremente. Contando-nos histórias que já sabemos como acabam: “paguem e não bufem”. Pois. É uma alegria, para eles.

São imensos os ‘dótores’ que falam nessa javardice do Novo Banco/BES. Como Irmãos Metralhas de Walt Disney honram o código e consideram que os seus prestígios está em roubar, roubar… E a quem? Ora, aos contribuintes, aos plebeus, ao povoléu, ao grande cofre dos que trabalham para serem cada vez mais pobres. E isto acontece porque graças ao 25 de Abril de 1974 conseguimos a liberdade e a democracia, entre outras coisas muito boas em que até uma gaivota voava e nos fazia sentir que somos (éramos) livres. Mas como cortaram as asas ao passarinho (Fanhais), o trambolhão foi de queda a pique e a gaivota deixou de voar – tolheram-na, paralisou e definhou. Finito.

E vem Marcelo falar de democracia. E outros. Falar de “prémios” desta lotaria de vigaristas. E também João, o jornalista do Expresso, teclou hoje sobre isso. É atualidade. O que é que o homem deve fazer, se tem por profissão trabalhar essas coisas. Mas, bom era que João e outros Joões levantassem o sim senhor das cadeiras e fossem ver a sério como vai este país (pobre) riso de ladrões engravatados e com colarinhos multicolores a que muitos daltónicos chamam de brancos. Talvez por racismo. Sim? Não? Nim.

Isso mesmo. Este país, esgoto à beira-mar a poluir, é o país do Nim, aliás, não é único e até tem por companheiros areópagos desses tais democratas UE e UI-UI, mal cheirosos, que chafurdam na fossa em que nos estão a afogar todos os dias, a toda a hora. Sempre e cada vez mais. E eles, ali, cheirosos de bedum, a verem-nos à bulha por causa de uma bostazinha - para ver se conseguimos sobreviver a esta miséria. Atropelando-nos uns aos outros. Porque é importante, para "eles", dividir para roubar e reinar. Pois.

Já exclamava o outro (plebeu): ABRAM OS OLHOS, MULAS E MACHOS!

Artistas é o que eles são. Eles lideram-nos. Quem diria que Portugal tem tantos milhões de trouxas? E a UE? E o mundo? Enfim...

Vamos indo. Como eles cantam, no Alentejo onde faltam cumprir os Direitos Humanos – e Alentejo é todo este país, quase todo o mundo: “Vou embora, vou partir e sem esperança…”

Leia o Curto. Vale. Inté. Pois.

MM | PG

Palestina: a direita israelense apostou errado

# Publicado em português do Brasil

De olho nas urnas e em busca de um “inimigo externo”, Netanyahu deu carta branca ao terror. Mas repúdio às expulsões e violências tece nova unidade entre os palestinos, sacode sua liderança acomodada e está prestes a gerar nova Intifada

Yousef Munayyer* | no The Nation | em Outras Palavras | Tradução: Gabriela Leite

Tenho tentado lembrar de algum momento, desde 1948, em que tantos palestinos tenham sido expostos a tal nível de violência israelense como nos últimos dias — mas não consegui recordar nenhum.

Em cidades por toda Israel, palestinos foram espancados e aterrorizados por turbas furiosas; um homem foi arrastado para fora de seu carro e brutalizado de uma maneira que muitos estão descrevendo como linchamento. Na Cisjordânia, foram alvejados e mortos em invasões do exército israelense. Em Jerusalém, famílias palestinas que enfrentam a ameaça contínua de expulsão, foram assediadas por colonos e militares. E em Gaza, aviões de guerra israelenses soltaram bomba atrás de bomba, destruindo prédios residenciais inteiros. Muitos morreram, muitos mais estão feridos. Se conseguirem sobreviver, vão testemunhar sua sociedade destruída, assim que a fumaça se dissipar.

As origens do que está acontecendo nesse momento são na mesma medida óbivas e dolorosas, mas vale a pena explicá-las e reexplicá-las a um mundo que muitas vezes não consegue — na verdade, se recusa a — ver os reais termos do sofrimento palestino.

Para entender como chegamos até aqui, é essencial começar pela história de Sheikh Jarrah. O pequeno enclave, onde várias famílias palestinas estão ameaçadas de expulsão, é talvez a causa próxima e mais imediata desta última crise. É também a mais recente expropriação de palestinos por Israel, parte de um processo de mais de 70 anos.

Lavrov lembrou ao mundo a importância do multilateralismo legítimo

# Publicado em português do Brasil

AndrewKorybko* | OneWorld

O último discurso virtual do ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, na ONU lembrou ao mundo a importância do multilateralismo legítimo e condenou veementemente os esforços agressivos do Ocidente para impor suas chamadas "regras" a todos os outros sob esse pretexto, apesar de seus padrões serem contrários à ONU Carta.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, é indiscutivelmente o diplomata mais renomado do mundo nos últimos tempos, portanto, vale a pena ouvir esse profissional de classe mundial sempre que ele se dirigir à comunidade internacional. Ele fez um discurso virtual na ONU no início deste mês, onde lembrou a todos sobre a importância do multilateralismo legítimo e condenou veementemente os esforços agressivos do Ocidente para impor suas chamadas "regras" a todos os outros, apesar de seus padrões serem contrários à Carta da ONU. O que se segue é um resumo pontual de seu discurso, parafraseando seus pontos principais e apoiando-os com as palavras reais que ele disse para esses fins. O artigo será concluído com algumas observações gerais sobre a grande visão estratégica da política externa russa no emergente Ordem Mundial Multipolar .

* A crise do COVID-19 é imprevisível, mas a vacinação em massa está melhorando gradualmente a situação

“ É difícil prever as consequências de longo prazo ou postergadas da crise, embora possamos ver algumas tendências positivas graças à implantação maciça de vacinas contra o coronavírus.”

* COVID-19 estourou no pior momento possível, quando o pedido pós-segunda guerra mundial já estava sendo testado

“ A pandemia estourou em um mundo que já estava longe de ser perfeito. Nos últimos anos, vimos tensões internacionais crescentes, bem como conflitos regionais crescentes e desafios e ameaças transfronteiriças. Toda a arquitetura de governança global criada após a Segunda Guerra Mundial está sendo testada. ”

* No entanto, a ONU deve permanecer a plataforma para gerenciar a ordem mundial emergente

Confronto com Rússia e China seria 'pesadelo' para EUA, diz jornal chinês

EUA estão condenados ao fracasso se Rússia e China unirem forças em uma "luta desesperada com o inimigo", escreve jornal chinês Global Times.

jornal observa que a nova administração dos EUA está se esforçando para pôr contra China não só a sociedade americana, mas também toda a ocidental, além de contribuir para a intensificação de focos de confronto no mundo.

"EUA esperam estabelecer uma oposição fundamental, com a qual possam criar à força um sistema internacional dominado pelos países do Ocidente, excluindo China e Rússia e mantendo a hegemonia dos EUA com as vantagens de estoque econômico e tecnológico do Ocidente. Eles esperam que este novo padrão evolua através de um conflito após o outro com China e Rússia."

No entanto, o jornal adverte que Washington está jogando um jogo estratégico com fogo e que nunca terá sucesso.

"O poder combinado de China e Rússia é muito maior do que o do antigo bloco da União Soviética e do Leste Europeu. A força econômica, científica e militar de China e Rússia não é apenas enorme em escala, mas também tem implicações mais amplas para todo o mundo. Se alguém tentar ignorar este fato e pressionar China e Rússia a unirem forças em uma luta desesperada, isso deve ser o seu pesadelo", escreve jornal.

Destaca-se que tanto China como Rússia são estrategicamente restringidas. Ambos os países estão empenhados na defesa do sistema internacional com a Carta das Nações Unidas no seu cerne e a ordem mundial baseada no direito internacional. Mas se algum país quiser enfrentar China e Rússia instigado por EUA, sofrerá uma catástrofe.

O jornal chinês ainda escreve que a união estratégica sino-russa terá como primeiro alvo a hegemonia dos EUA. Outras forças não devem se deixar levar e pensar que os EUA estão sempre prontos para defendê-las.

Sputnik

Putin diz que é necessário acabar com violência entre Palestina e Israel

# Publicado em português do Brasil

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse ser possível garantir paz, segurança e desenvolvimento sustentável apenas com os esforços de toda a comunidade mundial.

Putin apelou para a cooperação, discursando nesta terça-feira (18) em cerimônia de condecoração presidencial dada por embaixadores estrangeiros.

A Rússia considera o fim da violência entre Israel e Palestina uma obrigatoriedade. A escalada do conflito já ocasionou uma grande quantidade de vítimas, lamentou Putin.

"A escalada do confronto entre palestinos e israelenses já ocasionou uma grande quantidade de vítimas entre a população civil, inclusive entre crianças. Consideramos a suspensão da violência de ambos os lados e procura ativa de solução baseando-se nas resoluções correspondentes do Conselho de Segurança da ONU uma obrigatoriedade", declarou o presidente da Rússia.

O presidente russo afirmou que o mundo está presenciando um aumento de conflitos regionais antigos, inclusive no Afeganistão e no Oriente Médio.

"Estão se intensificando conflitos regionais antigos no Afeganistão e na Líbia, literalmente nos últimos dias. A Rússia sabe bem disso e está monitorando com preocupações o desenvolvimento da situação. Fomos testemunhas da escalada abrupta no Oriente Médio", afirmou Putin.

O desenvolvimento da situação afegã é essencial para segurança e estabilidade na Ásia Central e no Sul Asiático, e a Rússia continuará ajudando no estabelecimento da vida pacífica no Afeganistão. O presidente acrescentou que a Rússia será a favor de negociações diretas intra-afegãs para reconciliação, inclusive no âmbito da Organização para Cooperação de Xangai.

A degradação do sistema da estabilidade estratégica e do controle de armas gere preocupações. O terrorismo está se intensificando de novo e os problemas de cibersegurança só aumentam, de acordo com o líder russo.

Sputnik

Em telefonema, Biden sugere a Netanyahu um cessar-fogo entre Israel e Hamas

# Publicado em português do Brasil

Em um telefonema ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, nesta segunda-feira (17), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou seu apoio a um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, em Gaza.

Na conversa, Biden não chegou a exigir o fim imediato dos oito dias de ataques aéreos israelenses e de foguetes do Hamas, em um conflito que já matou mais de 200 pessoas, a maioria delas palestinas.

presidente norte-americano, em declaração cuidadosamente redigida, "encorajou Israel a fazer todos os esforços para garantir a proteção de civis inocentes", informou a Casa Branca, conforme publicado pela agência de notícias AP.

Este foi o segundo telefonema de que se tenha conhecimento de Biden para Netanyahu, em três dias.

Um funcionário do governo norte-americano afirmou que a decisão de expressar apoio e não exigir explicitamente um cessar-fogo foi intencional.

Embora Biden e seus principais assessores estejam preocupados com o crescente derramamento de sangue e a perda de vidas inocentes, a decisão de não exigir a suspensão imediata das hostilidades reflete a determinação da Casa Branca em apoiar "o direito de Israel de se defender" do Hamas, disse o funcionário à AP, sob condição de anonimato.

Apesar do telefonema de Biden, Netanyahu disse às autoridades de segurança israelenses, nesta segunda-feira (17), que o país "continuará a atacar alvos terroristas" em Gaza "o tempo que for necessário para devolver a calma e a segurança a todos os cidadãos israelenses".

Sputnik

Mais lidas da semana