Seja bem-vindo ao Curto pela lavra de João Silvestre, senhor jornalista do Expresso. João escreve sempre com interesse para nós, anónimos da plebe, obrigado. Vamos lá ler, a seguir a esta “abertura tradicional" (às vezes) dos que matam o ócio no Página Global. Pois. Então bom dia. Votos de um queijo para todos vós.
Não sabemos o que deu ao senhor João para começar este Curto por fruta podre. Credo, logo pela manhã? Ao lermos em diagonal o Curto que ele nos oferece percebemos que o cheiro a podridão nos aponta para o pivete do Novo Banco, a que chamamos “paga e não bufes”. Até porque as bufas também não cheiram nada bem, sendo um agravante da poluição do ambiente. Pois. Isso que não tira que sobre o Novo Banco não cheire a fossa e a esgoto. Isso porque há demasiados merdosos por ali a flutuar e a encher os alforges bancários de offshores e outros, com o produto dos roubos que nos vêm fazendo há muitos anos. Alegremente. Contando-nos histórias que já sabemos como acabam: “paguem e não bufem”. Pois. É uma alegria, para eles.
São imensos os ‘dótores’ que falam nessa javardice do Novo Banco/BES. Como Irmãos Metralhas de Walt Disney honram o código e consideram que os seus prestígios está em roubar, roubar… E a quem? Ora, aos contribuintes, aos plebeus, ao povoléu, ao grande cofre dos que trabalham para serem cada vez mais pobres. E isto acontece porque graças ao 25 de Abril de 1974 conseguimos a liberdade e a democracia, entre outras coisas muito boas em que até uma gaivota voava e nos fazia sentir que somos (éramos) livres. Mas como cortaram as asas ao passarinho (Fanhais), o trambolhão foi de queda a pique e a gaivota deixou de voar – tolheram-na, paralisou e definhou. Finito.
E vem Marcelo falar de democracia. E outros. Falar de “prémios” desta lotaria de vigaristas. E também João, o jornalista do Expresso, teclou hoje sobre isso. É atualidade. O que é que o homem deve fazer, se tem por profissão trabalhar essas coisas. Mas, bom era que João e outros Joões levantassem o sim senhor das cadeiras e fossem ver a sério como vai este país (pobre) riso de ladrões engravatados e com colarinhos multicolores a que muitos daltónicos chamam de brancos. Talvez por racismo. Sim? Não? Nim.
Isso mesmo. Este país, esgoto à beira-mar a poluir, é o país do Nim, aliás, não é único e até tem por companheiros areópagos desses tais democratas UE e UI-UI, mal cheirosos, que chafurdam na fossa em que nos estão a afogar todos os dias, a toda a hora. Sempre e cada vez mais. E eles, ali, cheirosos de bedum, a verem-nos à bulha por causa de uma bostazinha - para ver se conseguimos sobreviver a esta miséria. Atropelando-nos uns aos outros. Porque é importante, para "eles", dividir para roubar e reinar. Pois.
Já exclamava o outro (plebeu): ABRAM OS OLHOS, MULAS E MACHOS!
Artistas é o que eles são. Eles lideram-nos. Quem diria que Portugal tem tantos milhões de trouxas? E a UE? E o mundo? Enfim...
Vamos indo. Como eles cantam, no Alentejo onde faltam cumprir os Direitos Humanos – e Alentejo é todo este país, quase todo o mundo: “Vou embora, vou partir e sem esperança…”
Leia o Curto. Vale. Inté. Pois.
MM | PG
Bom dia este é o seu Expresso Curto
Fruta podre a andar de mota de água
Bom dia,
Esta é uma semana cheia para quem gosta de alta finança, lavagem de roupa suja
e produtos frutícolas. Estou a falar, claro, da comissão parlamentar de
inquérito ao Novo Banco que tem uma agenda particularmente carregada por estes
dias. Hoje lá estarão Luis Máximo dos Santos (de manhã), vice-governador
do Banco de Portugal e presidente do Fundo de Resolução, e Mário
Centeno (à tarde), atual governador e ministro das Finanças na
altura da venda do banco. Para amanhã está agendada a audição de António
Ramalho, presidente do Novo Banco.
Ontem, numa audição que durou cinco horas e meia, o ex-governador do Banco
de Portugal Carlos Costa mostrou que não
perdeu o jeito para as analogias que sempre o caracterizaram: “Vou
vender um cabaz de fruta que está parcialmente apodrecida. Não posso contar com
a benevolência ou generosidade do comprador para que ele me pague toda a fruta
como sendo de qualidade. A única coisa que tenho como comparação é ter em
consideração o custo de não vender (que era deixar apodrecer a fruta toda).
Alternativa era vender a fruta mais barata do que seria possível no mercado”.
O ex-governador tem consciência de que é visto como culpado mas
acredita que, no futuro, quando se fizer o balanço, a avaliação será positiva.
Considera que a resolução em 2014 “foi
a forma de impedir o pior, não de permitir o melhor”, que o Banco de
Portugal queria
uma maior capitalização do banco e deixa críticas ao relatório
‘secreto’ de João Costa Pinto sobre a supervisão do BES que diz ter “conclusões
deslocadas”.
Máximo dos Santos, que lidera o Fundo de Resolução, será certamente
questionado sobre as sucessivas injeções de capital no Novo Banco – e sobre
aquela que está para acontecer por conta dos resultados de 2020 – e também
sobre a forma como tem sido fiscalizado o mecanismo de capitalização
contingente. Já Mário Centeno, que estava nas Finanças em 2017 quando
o Novo Banco foi vendido, deverá ser chamado a explicar o negócio com o fundo
Lone Star e o mecanismo de capitalização. Mais da oposição do que propriamente
dos deputados socialistas. Esperam-se longas horas de audição e bons momentos
de fricção parlamentar.
Para quinta-feira estão reservados dois momentos com alguma relevância.
Momento#1: será decidido se o hacker Rui Pinto será ouvido na comissão
de inquérito já que disse
ter na sua posse informação importante sobre o passado do BES. Momento #2: se
a internet ajudar, Nuno Vasconcellos será ouvido por
videoconferência. A Ongoing devia mais de 600 milhões de euros ao BES que
serviram para alimentar o jogo de poder em empresas como a PT ou a Impresa
(dona do Expresso e da SIC). Vasconcelos está fora do país e, como o Expresso noticiou,
só tem uma mota de água para pagar as dívidas.
OUTRAS NOTÍCIAS
Cá dentro
Ontem regressaram os turistas ingleses a Portugal. Uma data celebrada pela
hotelaria, principalmente no Algarve, mas também pelos próprios turistas. "Very
excited", "very happy" e "amazing" foram
algumas das expressões que se ouviram na chegada ao aeroporto de Faro. O
dia 17 de maio marcou uma nova
fase de desconfinamento em terras britânicas ainda que, por lá, há
quem tenha receio da variante indiana. Ontem, os números
da DGS deram conta de 199 novos casos e duas mortes. Confira aqui todos
os dados na infografia atualizada diariamente pelo Expresso.
O ministério da Defesa já respondeu à carta
do grupo dos 28 ex-chefes militares que o Expresso divulgou na última
edição: "Todos
os países fizeram estas reformas." A legislação é hoje discutida
no Parlamento.
Desde o início da pandemia duplicaram os ataques informáticos a
bancos, hospitais e outras instituições, escreve o Jornal de Notícias na sua
edição desta terça-feira.
Vale e Azevedo voltou
a usar um dos seus truques. Está acusado de prestar garantias falsas (€3
milhões) em processos judiciais e de tentar burlar o BCP mas o julgamento
acabou por ser adiado depois de o arguido dizer que tem de ser notificado pelas
autoridades britânicas.
No PSD, o cerco a Rui Rio continua a apertar. Num artigo publicado no Diário de
Notícias de Madeira, Alberto Joao Jardim juntou-se aos críticos e diz que o PSD tem
de "acordar" e "mudar já". Rio ouviu, reconheceu que Jardim
tem razão em "algumas coisas" e mostra-se
disposto a acentuar a oposição.
Marcelo Rebelo de Sousa iniciou ontem uma visita à Guiné que está envolta
em polémica por causa das críticas da oposição (o PAIGC) por atropelos
à democracia.
Morreu
o violoncelista Paulo Gaia Lima.
O preço da eletricidade no mercado está a subir. Será
razão para ficarmos preocupados?
Afinal, ao contrário do que chegou a ser admitido, não
irá haver adeptos na última jornada da liga portuguesa de futebol.
O BCP teve lucros
de 57,8 milhões no primeiro trimestre.
Lá fora
O Conselho de Segurança da ONU reúne-se
esta terça-feira de emergência por causa dos combates no Médio
Oriente. Joe Biden já falou com Netanyahu e apoiou
um cessar fogo, ainda que tenha reconhecido a Israel o direito de se
defender dos ataques do Hamas. O presidente turco, Erdogan, acusa
Biden de ter sangue nas mãos por apoiar Israel. O Expresso falou
com Adam Keller, pacifista israelita, que nos contou como tem sido estes
dias.
Angola registou um número
recorde de mortes de covid: 18 vítimas. No Brasil, o país com o
segundo maior número absoluto de mortos até ao momento, contaram-se
ontem mais 786 vítimas.
Continua a especulação sobre a saída de Cristiano Ronaldo da Juventus. E o
destino pode ser Portugal, acreditam alguns. Foi divulgado um vídeo onde uma
transportadora portuguesa carrega os carros do jogador em Turim.
Concretizou-se ontem um maiores negócios de sempre: a fusão
entre a AT&T Time Warner e a Discovery. Um gigante para o negócio do streaming que
vale 132 mil milhões de dólares (108 mil milhões de euros). Parece que a Amazon não
perdeu tempo e está em conversações
para comprar a MGM.
O teletrabalho terá vindo para ficar. Mas, num modelo híbrido que muitos
pretendem adotar, corre-se o risco de criar assimetrias. O Financial
Times dedica um extenso artigo ao tema e à forma de se podem evitar
este problema.
Presidência portuguesa da União Europeia
Andreia Soares e Castro, doutorada
A Comissão Europeia apresentou, ontem, uma proposta que prevê a
redução do impacto ambiental de todos os sectores da economia azul, incluindo pescas,
aquicultura, transportes, atividades portuárias e turismo costeiro,
contribuindo para a neutralidade carbónica em 2050.
FRASES
“Considero um erro grave a reforma que o ministro da Defesa Nacional pretende
agora levar a cabo, pondo em causa o equilíbrio na distribuição de competências
entre o Ministro, o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e os
chefes de Estado-Maior dos ramos", Cavaco Silva, Ex-presidente
da República sobre reforma das chefias militar
“O povo palestiniano quer é paz, quer a sua pátria. Israel quer alargar a sua
influência geoestratégica. Creio que não é saudável nem boa a posição do
Governo português”, Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP
O QUE ANDO A LER
O livro tem quase uma década mas muito – ou quase tudo – do
que lá está escrito pode ser lido a qualquer altura sem perda de atualidade.
Porque é sobre episódios da história arrumados lá atrás – a paz de
Vestfália do século XVII ou a Revolução Francesa – e sobre o
pensamento geopolítico de um dos protagonistas mais destacados e controversos
das últimas décadas.
"World Order" de Henry Kissinger é a visão do mundo e da
história de um dos homens que mais contribuiu para a estratégia global dos EUA
depois da 2ª Guerra Mundial. Odiado por uns, amado por outros, o livro ajuda a
perceber a sua estratégia e a sua lógica por detrás de algumas das opções de
política externa americana.
Praticante exímio da realpolitik, com um papel fundamental na aproximação
que os EUA fizeram a alguns dos piores torcionários que o século XX produziu,
não deixa os seus críticos sem resposta: “Os idealistas não tem o
monopólio dos valores morais; os realistas devem reconhecer que os ideias são
também parte da realidade."
A realidade, essa, pode segui-la em tempo real no Expresso, na SIC, na Tribuna e
na Blitz. Tenha uma excelente terça-feira.
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