Domingos de Andrade | TSF | opinião
Governo tomou posse
Sabia-se também da insatisfação dos portugueses com o serviço prestado pelo Estado Social em áreas como a Saúde e a Educação. Também não é de ontem haver cada vez mais investidores a apostarem em novos colégios e hospitais privados. Fazem-no porque sabem que há procura e acreditam no retorno do investimento. E há procura porque as famílias têm hoje novas expectativas e necessidades, para as quais não encontram a resposta que esperam.
A realidade é que hoje muitos trabalhadores que podem suportam dois serviços de saúde e dois serviços de educação. Pagam-nos através dos impostos, e depois através do rendimento que têm após os impostos que pagam.
Mais violento. Para quem não pode sobra o Estado que temos, que vai enfraquecendo porque também médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico têm hoje oportunidades de carreira mais aliciantes fora do Serviço Nacional de Saúde, desfalcando-o e empobrecendo-o.
Quando António Costa apresentou ao país a sua proposta de Orçamento esta realidade já existia. Os indicadores estavam todos lá. O país é o mesmo, com a diferença de que as pessoas ainda não sentiam a dor dos sintomas.
O Orçamento aprovado este ano foi, por assim dizer, um ato de fé de que Portugal e o mundo eram os mesmos de 2015. Mas não são.
Se uma maioria absoluta não serve para encarar de frente e agir sobre esta realidade, então para que serve?
Sem comentários:
Enviar um comentário