Artur Queiroz*, Luanda
As eleições de 24 de Agosto foram contestadas pela UNITA e os accionistas da sociedade civil, muito antes de serem marcadas. Vários dirigentes do Galo Negro e os vândalos da democracia pagos com os diamantes de sangue diziam que o Presidente da República tinha medo de ir a votos.
A pretexto da pandemia não seriam marcadas eleições. Os pasquins pagos pelas embaixadas amigas (União Europeia) e a mafia de George Soros garantiam que João Lourenço ia manter-se no cargo sem ir a votos. Quando passaram das marcas, o Chefe de Estado informou que nunca foi considerada a possibilidade de adiar as eleições. E na altura certa marcava a data.
O alarido continuou, ainda mais aceso. Até Adalberto da Costa Júnior entrou no circo, fazendo o papel de palhaço pobre, sabendo nós que estava a receber milhões por baixo da mesa e tem acesso aos milhões dos diamantes de sangue, escondidos algures no espaço da União Europeia e dos EUA. Vá lá saber-se porquê, os milhares de milhões roubados ao Povo Angolano pela UNITA nas zonas diamantíferas, não entram nas contas do combate à corrupção.
A conta dos milhares de milhões de prejuízos causados pela rebelião do Savimbi nas destruições de bens públicos e privados, após as eleições de 1992, também não são apresentadas aos devedores. Os crimes de guerra dos sicários do Galo Negro foram esquecidos. Vivem na total impunidade. E acreditam que mesmo vandalizando a democracia, continuam impunes.
Um dia, como quem não quer a coisa, João Lourenço marcou as eleições para o dia 24 de Agosto. Dois conselheiros de Estado, que colaboraram com os abusos da UNITA, ficaram muito indignados porque o Presidente da República não ouviu ninguém e marcou a data que achou mais conveniente. Ismael Mateus e Fernando Pacheco ficaram todos enxofrados.
Marcada a data das eleições, a UNITA e accionistas da sociedade civil, quase todos suspeitos de terrorismo urbano, começaram a falar de fraude eleitoral. Os sicários do Galo Negro puseram em causa a empresa contratada pela Comissão Nacional Eleitoral para fornecer os materiais necessários. Eles pensam que organizar eleições para 14 milhões de eleitores num país que é maior do que Portugal, Espanha, França e Bélgica todos juntos, é como na Jamba. Ainda hoje contestam a empresa contratada. E o processo já acabou. Todos os pretextos lhes servem para vandalizar a democracia.
O Estado tem feito pesados investimentos para melhorar o sistema eleitoral. Na antiga fábrica de refrigerantes dos Coqueiros foi construído o edifício da Comissão Nacional Eleitoral. Os equipamentos são do mais moderno que existe. Quando decorriam as obras, Adalberto da Costa Júnior pôs a circular que estava a ser construído um túnel secreto, que ligava a sede da Comissão Nacional Eleitoral ao Palácio da Cidade Alta, onde seria montado um posto de adulteração dos resultados eleitorais.
Um político, seja ele qual for, que faz tal afirmação publicamente perde imediatamente toda a credibilidade. Os Media financiados pela mafia do George Soros, pela União Europeia e pelo lóbi da UNITA nos EUA, amplificaram a aldrabice. No dia da inauguração da sede da Comissão Nacional Eleitoral, o Presidente da República desafiou os políticos da Oposição a mostrarem onde ficava o túnel secreto. Assobiaram para o lado, E Adalberto não apareceu. Sabia que ia ser confrontado com a aldrabice.
A fantasia do túnel saiu da pauta mas a partir da inauguração da sede da CNE, nunca mais se calaram com a fraude eleitoral. Hoje o vandalismo da democracia continua com a força toda. Os terroristas urbanos ao serviço da UNITA defendem “manifestações” permanentes nas grandes cidades até o poder cair na rua. Nem escondem! E a direcção do Galo Negro dá gás aos golpistas reiterando que houve fraude eleitoral e o MPLA perdeu as eleições! É assim desde 1992 e piora sempre que há eleições. Osandji yokupupa kaipw’ ovoña: galináceo que costuma esvoaçar não perde as penas. Traduzindo para a sabedoria popular: Quem é maldoso, nunca deixará a maldade.
Amanhã o Presidente da República toma posse, juntamente com a Vice-Presidente, Esperança Costa. Assim ditaram os resultados eleitorais, numas eleições limpas, livres e justas. Na sexta-feira tomam posse os deputados eleitos. Acaba o circo da fraude, dos túneis, da fuga às eleições. Afinal não há túnel nenhum. Não há fraude. O MPLA é especialista em vitórias retumbantes e nunca perdeu eleições. Venham elas!
A democracia angolana está gravemente amputada porque o partido que lidera a Oposição odeia a liberdade. Vandaliza o regime democrático. Não sabe participar no jogo democrático. Assim a alternância é impossível. Porque a alternativa ao MPLA não pode ser um partido que traiu o Povo Angolano desde a sua origem, quando aceitou reforçar os Flechas da PIDE. Depois foi uma unidade especial das tropas do regime racista de Pretória. É um partido dirigido por políticos que queimaram mulheres e crianças vivas na Jamba. A alternativa não pode ser uma organização política que recorre ao terrorismo urbano desde o aparecimento dos “revus” na cena política.
Os angolanos do Planalto Central explicam porque voltaram as costas a Jobas Savimbi e à UNITA: Valimbile v’omweño umwe wokuto-mboka k’ahuku. Bandearam-se para uma vida de saltar de crime em crime.
A UNITA tem agora no seu programa
imediato, vandalizar a democracia. Também vai perder. Jonas Savimbi decidiu
viver saltando de crime
*Jornalista
Sem comentários:
Enviar um comentário