sábado, 15 de outubro de 2022

MUNDO NAZIFICADO CONTRA A PAZ – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

As técnicas de Goebbells estão mais actuais do que nunca. Em Angola nem se fala. Qualquer comunicólogo, jornalista de carregar pela boca, escagacomunicador e outros boçais de papel passado teoriza sobre o Jornalismo. Mas sempre, sempre, com mentiras e manipulações grosseiras. Insistem em dizer que a regra básica do Jornalismo é “o contraditório”. Isso é nos Tribunais. A marca distintiva do Jornalismo é o RIGOR.

O Jornalismo é um exercício quotidiano de grande rigor e só se realiza numa lógica de contrapoder. RIGOR. Tal como a marca distintiva da notícia é a ACTUALIDADE. Não façam confusões propositadas para iludir, mentir, manipular. 

O Rigor mede-se pelo dever de cuidado, pelo cumprimento escrupuloso da ética e deontologia, pelo uso inteligente dos critérios que suportam os conteúdos comunicacionais, nomeadamente a verdade dos factos e a imparcialidade. Parem com essa aldrabice do “contraditório” e não tratem o Jornalismo Angolano como se fosse uma invenção de norte-americanos acolitados por bêbados da valeta.

O Jornalismo Angolano nasceu em 1845. São 177 anos de glória. No início do Século XX a Imprensa Livre já tinha 46 títulos em toda a colónia e a maioria com oficinas gráficas próprias. Alguns assumiam a opção pelo socialismo e a autonomia. Outros eram republicanos em plena monarquia. Quase todos zurziam nos governadores e sua corte de corruptos.

A Imprensa em Angola tem um percurso de séculos. Os primeiros prelos mecânicos chegaram a Luanda e São Salvador do Congo no século XVI. A fábrica de artefactos do Bembe produzia miniaturas numa liga de ferro e cobre. Foram usadas como tipos, por mestres tipógrafos na máquina da capital do Reino do Congo, que imprimia cartinhas ou cartilhas e catecismos. Mas também no Colégio dos Jesuítas, por trás da igreja da Nazaré, onde está hoje o Largo do Ambiente. São mais de 500 anos de História. Pioneiros! Porque as primeiras máquinas, todas despachadas de Lisboa pelos portugueses, foram montadas na Etiópia (primeira) e depois Luanda e Banza Congo.

Esqueçam as fantasias e façam jornalismo com RIGOR. Os consumidores merecem. O Jornalismo assim o exige. O mesmo órgão de comunicação social não pode, na mesma edição, usar a palavra “bilhões” (brasileirismo) e biliões. A palavra “Mídia” não existe. É outro brasileirismo que quando usado fora do seu habitat, indica falta de rigor ou mesmo ignorância. Media é uma palavra latina. Latim. A Língua Portuguesa é novilatina. Em Latim as vogais são todas abertas. Portanto, “Médiá”. Em português corrente, Media. Mídia é lá entre brasileiros e gringos. Eles é que sabem por que motivo ou motivos acham que todas as palavras do mundo têm origem anglo-saxónica. MEDIA é latim. 

O secretário-geral da NATO (ou OTAN) garante que a vitória da Federação Russa na Ucrânia é a derrota da organização militarista e belicista. Ele lá sabe. Mas a partir de agora ninguém pode dizer que a guerra é entre russos e ucranianos. Mentira. É entre a NATO e a Federação Russa.

Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, como bom diplomata, disse ontem e repetiu já hoje que se a Federação Russa atacar a Ucrânia com armas nucleares, “a NA TO aniquila o exército russo”. Aí está, mais cedo do que tarde, a linguagem da diplomacia de canhoneira. Aí estão os genocidas no seu pior. Aí estão os colonialistas com os seus tiques imperiais. Os genocidas espanhóis acabaram as suas aventuras expansionistas nas mãos de um ditador, Paco Franco, que tinha tanto de sanguinário como de ridículo. Quando matava os adversários políticos no garrote, mandava primeiro benzer a maquineta. Acima de Espanha, só Deus. 

Os portugueses acabaram ainda pior. O ditador deles, Salazar, era ainda mais sanguinário e beato. Os seus sucessores são gente sem categoria, sem qualidade, sem dimensão política. É a decadência total. Por isso, portugueses e espanhóis são os únicos povos da Europa que estão a pagar a guerra contra a Federação Russa, entusiasticamente, e convencidos de que vai haver um milagre de Nossa Senhora de Fátima. No fim os bons ganham e a vidente Lúcia vira santa. Eu também sou um santinho.

O dólar continua, de vento-em-popa, fortíssimo. O euro qualquer dia fica a valer tanto como a moeda do Burundi. A libra também foi à vida. O iene está no mesmo caminho.

Para iludirem a realidade, desviam as atenções das populações com os mísseis da Coreia do Norte e a “ofensiva” de Zelensky rumo à derrota total. Grandes vigaristas.

Tomem nota, ó vítimas da fome, dos salários rastejantes, das pensões de reforma miseráveis, da exploração das vossas forças até ao tutano. Os EUA têm bases militares permanentes na Espanha. Dizem que moram por lá ogivas nucleares, O governo do PSOE nega. 

A Alemanha tem pelo menos 100 bases militares dos EUA. Uma delas, Ramstein, é uma espécie de central terrorista às ordens de Washington. Aqui, não há dúvidas, existem ogivas nucleares. Em caso de escalada da guerra contra a Federação Russa, é óbvio que esse material é neutralizado logo no primeiro embate.

A Itália tem 44 bases militares dos EUA. Em pelo menos duas há ogivas nucleares “sigilosas”. No Reino Unido há muitas bases dos EUA. Londres até cedeu ao “amigo americano” bases nas suas colónias de Chipre, Ilha de Ascensão ou Diego Garcia. Uma irmandade militarista e mortífera, com armas nucleares.

Cuidado com os russos! E os nazis avançam imparáveis em quase todos os governos da União Europeia. O Borrel, amigalhaço, não vai aniquilá-los.

*Jornalista

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