segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

A OMS E AS PANDEMIAS -- A GRIPE A 2.0

Ángeles Maestro [*]

É indispensável recordar

A falta de memória converte-nos em zumbis perante qualquer estratégia do poder. Mais ainda quando este desencadeia campanhas de terror, à escala mundial, destinadas a anular o pensamento. Por isso acreditei necessário trazer à memória factos que aconteceram, não há muito, quando a “pandemia” da gripe A e que sem dúvida foram um ensaio geral para o sucedido com o Covid.

A falsa pandemia da gripe A, a OMS e a corrupção demonstrada

Em Janeiro de 2010, Wolfgang Wordarg, epidemiólogo presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e membro do SPD, acusou a Organização Mundial de Saúde (OMS) de se haver convertido num instrumento ao serviço dos interesses da indústria farmacêutica, a partir dos dados recolhidos sobre a sua atuação na suposta pandemia da gripe A. Conseguiu que o referido organismo aprovasse por unanimidade a realização de uma investigação para o efeito.

Um mês antes da declaração do nível 6 de pandemia global, em Junho de 2009, a OMS modificou os critérios exigidos, eliminando o requisito de que se verificasse em várias zonas do mundo um aumento significativo da mortalidade.

W. Wodarg, numa entrevista publicada pelo jornal L'Humanité [1 ] (órgão do Partido Comunista Francês – que tempos!) disse que começou a suspeitar quando se declarou a pandemia “pois não havia nem mil doentes e falava-se da pandemia do século” e a OMS recomendou a inoculação exclusivamente com medicamentos patenteados previamente. Denunciou também o papel da psicose do medo desencadeada para justificar a adoção de medidas, muito custosas para o erário público, em plena crise e quando, sob o pretexto da necessidade de pagar a dívida dos Estados, estavam a verificar-se cortes muito importantes na despesa público e, em concreto, no sistema sanitário.

Na mencionada entrevista acrescentava: “Para acelerar a disponibilidade de produtos, utilizaram-se substâncias (adyuvantes) em certas vacinas, cujos efeitos não foram suficientemente provados. Por outras palavras: queríamos absolutamente usar estes novos produtos patenteados ao invés de desenvolver vacinas usando métodos de fabricação tradicionais que são muito mais simples, mais confiáveis e menos custosos. Não havia nenhuma razão médica para isto, só razões de marketing”.

O processo vinha de longe. Quando em 2008 surgiu o H1N1 e, muito mais, quando em 2020 apareceu o Covid 19, já estava tudo preparado. Em 2005, quando se declarou a pandemia por gripe Aviária, a OMS já havia preparado os planos internacionais para quando aparecesse uma pandemia: as farmacêuticas comprometiam-se a ter vacinas prontas e os estados comprometiam-se a comprá-las. Nas palavras de Wodarg, “a indústria farmacêutica não assumiu qualquer risco económico ao participar numa nova fabricação. Já tinha a garantia de ganhar o jackpot caso eclodisse uma pandemia”.

Quanto aos objetivos a atingir pela investigação aprovada pela Comissão de Saúde do Conselho da Europa, o epidemiólogo alemão assinalava:   “Queremos lançar luz sobre tudo o que poderia haver convertido esta formidável operação numa farsa. Queremos saber quem decidiu, com base em que evidência científica, e com que precisão foi exercida a influência da indústria farmacêutica na tomada de decisões. E finalmente devemos apresentar demandas aos governos. O objetivo da comissão de investigação é que não haja mais alarmes falsos deste tipo no futuro. Que a população possa contar com a análise, a experiência das instituições públicas nacionais e internacionais. Estas agora estão desacreditadas porque milhões de pessoas foram vacinadas com produtos que apresentam possíveis riscos para a sua súde. Não era necessário. Tudo isto resultou também num desperdício considerável de dinheiro público”.

A comissão de investigação dissolveu-se sem chegar a nenhuma conclusão e não conseguiu que o representante da OMS depusesse perante o Conselho da Europa.

A conivência da OMS com as multinacionais farmacêuticas foi denunciada ainda num relatório apresentado em Junho de 2010 pela prestigiosa revista British Medical Journal [2 ].

Um dia depois de declarar terminada a pandemia, a OMS reconheceu que o seu Comité de Peritos para a gripe A – cuja composição era secreta, “para evitar pressões” – havia recebido doações das multinacionais farmacêuticas fabricantes das vacinas e anti-virais [3 ].

O escândalo saltou para o meios de comunicação, com duras acusações. A cadeia SER e concretmente Iñaki Gabilondo intitulou assim o seu relatório: “O negócio do medo e o roubo da falsa pandemia” [4]. Este vídeo da Cadeia SER, denunciando o suborno pelas farmacêuticas da OMS e das autoridades sanitárias pela gripe A, hoje não teria sido possível (a dívida do Grupo PRISA foi comprada pela Black Rock e pela CVC Capital Parners em Novembro de 2020) ou teria sido censurado com a acusação de fake news.

Os governos europeus e estado-unidense pagaram milhares de milhões de euros e de dólares pela compra de vacina, de Tamiflú e de Relenza. Isto acontecia em 2009, no começo da explosão da bolha imobiliária e financeira, quando, com o pretexto de pagar a dívida, encerraram-se milhares de camas hospitalares e reduziu-se drasticamente a força de trabalho na saúde pública. Nesse momento, o Ministério da Saúde – PSOE, Trinidad Jiménez – gastou quase 400 milhões de euros na compra de vacinas e anti-vierais. Nove anos depois todos esses medicamentos foram destruído depois de haverem caducado [5].

Nunca se publicaram os resultados de ensaios que garantissem a eficácia desses produtos farmacêuticos e ocultaram-se os que mostravam riscos graves. A Roche convenceu sem problemas a Agência Europeia do Medicamento (EMA) a que aprovasse. Em contrapartida a Administração de Medicamentos e Alimentos dos EUA (FDA) impôs condições ao Tamiflú e proibiu o Relenza. Seu diretor foi obrigado a demitir-se e ambos os medicamentos foram aprovados pouco depois [6]. O Comité Consultivo da OMS exigiu a invetigação dos casos de narcolepsia [7] registados em doze países, sobretudo em crianças e adolescentes, vacinados com Pandemrix em 2010 contra a gripe H1N1.

A pandemia Covid, a corrupção ocultada e crimes contra a saúde das populações

Hoje é bem sabido que tanto a FDA como a EMA (Agência Europeia do Medicamento) estão financiadas maioritariamente pelas multinacionais farmacêuticas.

Soube-se também que Emer Cooke [8], nomeada diretora da EMA em Agosto de 2020 e que decidiu comprar à Pfizer 1.800 milhões de doses de vacinas, antes inclusive que finalizassem os ridículos dois meses de ensaios clínicos, foi membro diretivo da Federação Europeia de Indústrias e Associações Farmacêuticas (EFPIA), organização comercial para o lobby perante a Comissão Europeia com sede em Bruxelas.

Foi também publicdo que o marido de Úrsula von de Leyen [9], presidente da Comissão Europeia, é diretor médico de Orogénesis, empresa que participou ativamente no desenvolvimento da vacina da Pfizer e que agora trabalha no desenvolvimento do programa anti-vírus “BioShield” concebido para aumentar potencialmente a preparação, abordar rapidamente a propagação do vírus e proteger contra surtos futuros como o COVID-19 [10]. O filho de ambos, David, é um alto funcionário da multinacional McKinsey, empresa que concebeu as campanhas publicitárias de vacinação na pandemia e inclusive encarregou-se da logística da distribuição das vacinas.

Como se pode ver, não falta informação – mas nada disso foi publicado pelos grandes meios de comunicação. Não é por acaso. A concentração de poder económico nos grandes fundos de investimento que são os maiores acionistas das grandes empresas farmacêuticas, dos grandes bancos, das multinacionais e dos meios comunicação permitiram às oligarquias ocidentais (EUA e UE) desenvolver uma estratégia de controle global das populações e da informação.

Em Dezembro de 2020, no mesmo momento em que a FDA e a EMA decidiam a aprovação de emergência das vacinas Covid, anunciou-se a criação da Trusted News Initiative (TNI) [11] “para combater a propagação de desinformação prejudicial sobre vacinas”. Todas as principais agências de notícias, os grandes meios de comunicação e as empresas proprietárias das redes sociais (google, facebook, twiter, et) coordenam-se com disciplina militar para exercer a censura e difamação da toda informação que questione o discurso oficial que, conforme suas palavras, “seriam detidas”.

Tudo isso permitiu que as populações, num cenários de pânico perfeitamente concebido, tenham aceite mecanismos inéditos de restrição de direitos e liberdades que contrariavam a legislação em vigor e aceitassem a vacinação com produtos farmacêuticos insuficientemente provados e que estão a provocar dezenas de milhares de mortos em pessoas anteriormente saudáveis e milhões de efeitos adversos graves.

Os dados do observatório europeu da sobre-mortalidade verificada, em todas as idades e, especialmente, nos grupos de idades mais jovens, que podem ser consultados aquí [12 ] não deixam lugar a dúvidas.

A UE comprou, com o nosso dinheiro, 4.300 milhões de doses de vacinas Covid para os 450 milhões de habitantes da UE. Destas, 170 milhões de doses já estão caducadas, das quais 14 milhões no Estado espanhol, no valor de uns 200 milhões de euros, que deverão ser destruídas pelo Ministério da Saúde.

Como as entregas pela multinacionais farmacêuticas continuam e o stock aumenta e a procura diminui, provavelmente porque apesar da ocultação dos dados estão a chegar à população as notícias de mortes inesperadas e de efeitos adversos graves, intensificam-se as mensagens provenientes dos centros sanitários apelando ao recebimeto de novas doses, juntamente com a advertência de que o “passe Covid” caduca se não for recebida a terceira dose.

É preciso termos consciência de que a estratégia destinada a continuar a assegurar o negócio das farmacêuticas e a reeditar os mecanismos de controle social que foram implementados com tanto êxito vão prosseguir. O objetivo de instaurar a OMS como autoridade sanitária mundial, cujas decisões seriam vinculantes para os governos, continua a avançar – embora as emendas dos EUA ao Regulamento Sanitário Internacional, que facultariam à OMS declarar uma “emergência de saúde pública” fossem derrotados pelos BRICS e boa parte dos países da África, Ásia e América Latina na 75ª Assembleia da OMS celebrada em Maio de 2022 [13].

Não há dúvida de que “novas pandemias” vão aparecer. A memória do acontecido – juntamente com o avanço de novas formas de organização, como a que se está a efetuar por coletivos de diferentes partes do Estado na iniciativa www.rompeelsilencio.es – mostram o caminho.

Não se pode olhar para o outro lado. A oligarquia do capitalismo, diante da maior crise da sua história e consciente de que não pode assegurar condições de vida dignas à imensa maioria da população trabalhadora, está disposta a utilizar seus mecanismos de poder político, militar, económico, cultural e de controle social contra nós.

A incógnita – histórica e vital – é se vamos aceitá-lo passivamente, como carneiros, ou vamos construir formas de resistência e de contrapoder capazes de destruir seu projeto de dominação. E, frente à negação da vida que implica o capitalismo, assumimos coletivamente a tarefa de situar o ser humano como protagonista da história.

[1] https://www.humanite.fr/node 430467
[2] https://www.bmj.com/content/340/bmj.c2912
[3] https://elpais.com/diario/2010/06/05/sociedad/1275688803_850215.html
[4] https://www.youtube.com/watch?v=4lF-nG-_MIg
[5] Informe del Ministerio de Sanidad: https://www.aemps.gob.es/informa/notasinformativas/medicamentosusohumano-3/2017-muh/ni-muh_13-2017-stock-oseltamivir/
[6] Gotzsche, C, Peter (2014) Op. cit. Pags 64vy 65
[7] http://www.aepap.org/gtsiaepap/?p=1221
[8] https://en.wikipedia.org/wiki/Emer_Cooke
[9] https://mpr21.info/von-der-layen-una-familia-unida-por-la-farmafia/
[10] https://finance.yahoo.com/news/orgenesis-announces-anti-viral-bioshield-130718170.html
[11] https://www.bbc.com/mediacentre/2020/trusted-news-initiative-vaccine-disinformation
[12] https://www.euromomo.eu/graphs-and-maps/
[13] https://cienciaysaludnatural.com/la-oms-retira-temporalmente-las-enmiendas-de-ee-uu-del-tratado-para-pandemias/

23/Dezembro/2022

Ver também:
El cardiólogo Aseem Malhotra presenta su estudio, revisado por pares, sobre la eficacia y la seguridad de las vacunas ARNm: exige la retirada inmediata de las vacunas Covid-19

[*] Médica

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