sexta-feira, 7 de outubro de 2022

UMA EUROPA DE TRAIDORES

Raúl Luís Cunha [*]

Acabo de ler algures que um grupo de países europeus, quase todos dissidentes do ex-Pacto de Varsóvia e agora membros da OTAN – Polónia, Eslováquia, Chéquia, Roménia, Estónia, Letónia e Lituânia (portanto vira-casacas e com tendência para a traição), aos quais se juntaram os traidores à Jugoslávia (Montenegro e Macedónia do Norte), decidiram apoiar o pedido de entrada da Ucrânia na OTAN, mesmo que essa entrada contrarie as próprias regras da organização, as quais vedam a entrada nesta de países que estejam envolvidos em conflitos.

Por outro lado, constata-se que no seio da OTAN estão muito activas as manobras de traição de uns membros a outros. Como é sabido, teve lugar uma operação terrorista, muito sofisticada, para sabotar os gasodutos russos Nordstream I e II no mar Báltico. Ora esta operação exigiu seguramente um planeamento muito cuidadoso, muito secretismo e a participação de vários países. Dadas as características dos tubos (em cimento armado e reforçados com aço de forma a poderem resistir ao impacto de âncoras de navios de grande porte), a operação só poderia ser concretizada através de submersíveis com mergulhadores especializados em destruições. Como é óbvio nunca saberemos quem foram realmente os autores e não será uma qualquer investigação “imparcial” (a OTAN diz que a vai fazer) que irá deslindar o mistério, mas, sabendo-se agora que Moscovo e Berlim estavam a negociar secretamente para ativar os dois gasodutos, podemos excluir esses dois da autoria da façanha. Acredito que os russos já saberão o que aconteceu e os autores já devem ter passado a usar as cuecas de plástico, pois sabem que a retribuição irá acontecer de qualquer forma. Na minha opinião (com escassa prova e valendo muito pouco), é muito credível a hipótese de FE polacas com apoio técnico dos EUA e cobertura local de suecos e dinamarqueses. Entretanto, os nossos amigos alemães, que já perceberam a marosca, estão mais que agastados com aqueles seus “aliados”, que além de exigências territoriais ainda lhes lixam o aquecimento – belos amigos que há naquela zona da europa.

Entretanto, a Van Der “Lies”, apesar de saber muito bem quem prevaricou, não se coíbe de trair o seu país e a Europa, só para poder continuar a sua sanha vingativa contra os que lhe mataram o avôzinho nazi. E o seu adjunto ´Borrel, continua feliz a trair o seu povo catalão (gostava de saber o que faria o animal se em Espanha o proibissem de falar catalão).

Temos ainda o traidor Michel que não se importa de trair a Europa só para lavar a afronta feita ao “marido”, continuando a agitar a mãozinha e a vomitar impropérios ao Vladimir por este não gramar os LGBTs. Esta seita em Bruxelas continua decidida a nos enterrar definitivamente só para satisfazer os seus objetivos pessoais – ficámos agora a saber que seremos nós na Europa a pagar aos americanos todo o material e armamento que eles forneceram à Ucrânia (sob um contrato de aluguer e não de doação), tendo já começado a exigir e a pressionar a UE para serem feitos os pagamentos.

E esta? Tanto traidor a espetar a faca no parceiro do lado… e nós por cá temos a nossa quota parte, com os guerreiros do “ar condicionado” e da internet a latirem a sua inexperiência, falta de estudo e mau carácter, nas redes sociais, na imprensa, na rádio e nos canais da TV. Felizmente ainda vai havendo alguns, mas poucos, verdadeiramente isentos, que tentam remar contra esta maré de traição. Bem hajam e lembrem-se que a verdade é como o azeite…

03/Outubro/2022

Do mesmo autor:

  Desinformação e perfídia, é o que temos na comunicação social

  "Quem brincou à roleta russa com Putin é um dos grandes culpados"

[*] Major General

O original encontra-se em estatuadesal.com/2022/10/04/uma-europa-de-traidores/

Este artigo encontra-se em resistir.info

AÇÕES DE PROTESTO CONTRA A MISÉRIA CRESCEM POR TODO O PAÍS


Imagem do Dia em AbrilAbril e Imagem Escolhida no Página Global. A referência textual refere no AbrilAbril: "O MURPI – Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos dinamizou uma acção de protesto descentralizada, em 12 distritos do País, em defesa da reposição do poder de compra das pensões, do direito a envelhecer com qualidade de vida e contra o aumento do custo de vida. Coimbra, 7 de Outubro de 2022."

Os protestos e as ações de luta crescem por todo o país. Baixos salários e pensões de miséria é o que se alia ao trato indigno que os governos portugueses - o atual do PS cumpre a cartilha das desigualdades em curso - reservam para os que realmente produzem riqueza  na atualidade assim como aos que agora devido à idade avançada já deram tudo para enriquecer detentores de grandes fortunas e construir este país. Só que para todos esses (essas) portugueses os governantes a custo e tardiamente reservam esmolas insignificantes que prolongam e aumentam a miséria, enquanto  que para os mais ricos encontram sempre modo de os satisfazer nas suas pretensões e defenderem os seus lucros excessivos e imorais, roubando a dignidade merecida e sobrevivência aos trabalhadores, reformados e pensionistas. (PG)

Portugal | Santa pedofilia: ENTRE O PERDÃO E O ENCOBRIMENTO


 

Miguel Guedes* | Jornal de Notícias | opinião

A prescrição moral não está regulada juridicamente, está sujeita ao julgamento final. Se perante um crime, o julgamento de direito admite a prescrição como um valor que preserva a segurança do funcionamento jurídico, já na moral cristã não há prescrições: um assassino será sempre um assassino; um ladrão, ladrão; um abusador será sempre abusador. Só a confissão, o arrependimento e penitência atenuam, convocando o perdão. Perante os casos de suspeitas e denúncias de abusos sexuais que se acumulam, todos os meses, pendendo na jugular da Igreja Católica portuguesa como um cutelo, uma parte das suas mais altas figuras permanece muda ou envolvida num manto desculpabilizador absolutamente intolerável. Mais perto do arrependimento mas ainda longe da penitência, nem sequer confessa abertamente os seus pecados. Perante tudo o que se passou, soma aos factos uma atitude sem perdão. A Igreja continua a defender-se com a teoria dos factos à época, como se fossem cometidos na Idade Média.

O silêncio sepulcral que a Igreja portuguesa manteve sobre os abusos sexuais cometidos dentro da organização é lancinante. O mais recente caso de Ximenes Belo é um paradigma do oculto, testemunho vivo (e paradeiro incerto) da protecção incompreensível que lhe foi oferecida. Prémio Nobel da Paz em 96, chega a Portugal em 2002 depois de se afastar subitamente de chefe da Igreja católica de Timor-Leste, aos 54 anos, duas décadas antes do que a sua idade de reforma faria supor. Alegando motivos de saúde, ergueu-se uma capa de segredo que só foi parcialmente detonada quando, em 2019, o Vaticano o proíbe de contactar com crianças. Na Cimeira de Roma desse ano, a Igreja havia já invertido o sentido de desculpabilização face ao que parecia aportar como a ponta de um iceberg canónico. Não fosse a fortuna de vivermos no tempo do Papa Francisco e nada teria mudado. Infelizmente, não mudou para todos.

Depois das declarações pífias de D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa que, perante os casos de pedofilia e abusos sexuais, proferiu uma altiva oração pela omissão ao colocar o factor de desculpabilização na vontade e sigilo das vítimas, foi agora D. Manuel Linda, bispo do Porto, a dar continuidade a um conjunto de ideias que, envergonhando agnósticos e ateus, são insuportáveis quando proferidos por crentes. Para ele, como assegurava em 2018, estes tipo de crimes devem continuar a ser "um fenómeno fundamentalmente anglo-saxónico", determinado por um "género de psicologia" de aproximação e integração. Assegurando a natureza não pública dos crimes (erradamente e como se tal fosse determinante para agir ou tomar posição), quando confrontado com a questão sobre se não deveria, pelo menos, ter denunciado os casos às autoridades, responde que "não podemos julgar o passado com critérios de hoje" e que não havia "obrigatoriedade de denúncia". Uma vez mais, a Igreja a olhar para o passado recente sem sair da Idade Média. Medieval, portanto.

*Músico e jurista

"Somos uma sociedade muito condescendente com a pobreza" -- Carvalho da Silva

PORTUGAL

Liderou a CGTP durante 26 anos e é hoje coordenador do CoLABOR e investigador do Centro de Estudos Sociais. Em entrevista ao JN, numa altura em que se aproxima a votação final da Agenda do Trabalho Digno no Parlamento, Manuel Carvalho da Silva reivindica atualizações salariais ainda em 2022 para fazer face à inflação, diz que somos uma sociedade "muito condescendente" com a pobreza e considera que o conceito de "colaborador" é um "veneno". Para sublinhar a importância do trabalho, cita o Papa Francisco.

João Vasconcelos e Sousa

VER VIDEO DA ENTREVISTA -- JN

Fretilin pede a Portugal que suspenda entrada de timorenses

CRIME, ESCLAVAGISMO E MISÉRIA - Nos últimos dias tem sido notícia a situação de crise e abandono que estão milhares de timorenses em Portugal, trazidos por redes criminosas para trabalhar no setor agrícola

O secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) pediu hoje o fim da atribuição de vistos a timorenses para impedir situações de miséria e abandono dos imigrantes em Portugal.

Em entrevista à Lusa em Lisboa, Mari Alkatiri, que coordena a plataforma que sustenta o governo timorense, considerou que, “em Timor-Leste, se deve travar esta onda de procura de vida fora do país, enquanto não houver um acordo de alto nível entre governos para acomodar isso”.

Nos últimos dias tem sido notícia a situação de crise e abandono que estão milhares de timorenses em Portugal, trazidos por redes criminosas para trabalhar no setor agrícola, uma situação social que já motivou pedidos de apoios de várias autarquias.

Trata-se de uma situação “chocante” que tem sido tema nos contactos feitos em Portugal com os governantes portugueses, admitiu Mari Alkatiri.

“Eu acho que primeiro tem que haver um acordo-quadro entre Portugal e Timor-Leste” que complemente o “acordo de mobilidade dentro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)” com a atribuição de vistos de trabalho.

“A mobilidade, apenas, não resolve porque quando os timorenses chegam a Portugal como é que podem ficar? Como se acomodam? Como ficam em condições legais para procurar emprego?”, questionou o líder da Fretilin, que elogiou a nova legislação portuguesa que dá um prazo de seis meses aos cidadãos da CPLP para tentarem obter trabalho.

“Isso não é suficiente, mas já é um passo positivo que o Governo português tomou”, mas “o fundamental é suspender a vinda deles [dos timorenses] agora”.

Depois, é necessário que Timor-Leste dê “formação adequada a quem quer emigrar”, com “treinos vocacionais e profissionais” que correspondam a necessidades dos países de destino.

Para Mari Alkatiri, esta vontade de emigrar dos timorenses mostra que “há uma juventude que perdeu a esperança” no futuro do país, que “já não vive da nostalgia do período da restauração da independência” e “quer um futuro concreto”.

Para tal, é necessário também que os políticos timorenses façam pactos de regime que promovam o bem-estar a médio prazo e correspondam aos anseios da população.

E isso implica que os principais partidos, Fretilin e Conselho Nacional de Resistência Timorense (CNRT, de Xanana Gusmão) concordem nas linhas de desenvolvimento.

“Defendo, há muito, consensos políticos que são essenciais para países pequenos” mas, em Timor-Leste, “há muitos mitos e o mais forte deles é o do dinheiro” que prejudica os acordos.

Em Timor-Leste, “há uma certa nostalgia que é a figura do Xanana” que marca uma “forma de fazer política” no país, afirmou Alkatiri, acrescentando: “O Xanana conhece muito bem o povo e sabe como explorar parte dessa falta de informação” em “benefício de alguns.

Atualmente, o CNRT e a Fretilin não conseguem, isolados, ganhar o poder e depois existem “aqueles partidos pequenos” que “ainda continuam a proliferar” e que garantem o equilíbrio do poder.

“O mito em Timor-Leste já não é Xanana, o mito em Timor-Leste é o dinheiro” e “assim se faz também política”, comentou Mari Alkatiri, que elogiou o trabalho do Presidente, José Ramos-Horta, que derrotou o candidato da Fretilin.

“Não haverá em Timor-Leste tão cedo um Presidente para todos os timorenses, mas ele está a fazer esforço nesse sentido” e tem sido um chefe de Estado “aberto ao diálogo, um diplomata, que privilegia as relações internacionais e nesse momento está a procurar intervir um pouco mais em cooperação com o Governo, na questão das questões internas de desenvolvimento”, afirmou Mari Alkatiri, que minimizou o risco de uma dissolução do governo, liderado por Matan Ruak, que chegou a ser uma promessa de campanha eleitoral.

“Eu nunca acreditei nesse slogan da campanha”, disse Mari Alkatiri.

RTP | Lusa | Imagem: Manuel de Almeida - Lusa

Moçambique | Empresas públicas são um "risco" para os cofres do Estado

Estudo do Centro de Integridade Pública de Moçambique revela que muitas empresas estatais não são financeiramente sustentáveis e dependem de dinheiro público para sobreviver.

O setor empresarial do Estado apresenta um elevado "risco fiscal", revela um estudo do Centro de Integridade Pública (CIP) de Moçambique apresentado esta quinta-feira (06.10).

Muitas empresas públicas têm dificuldades em pagar as suas dívidas. De acordo com o estudo do CIP, as Linhas Aéreas de Moçambique, a TMCEL, a Aeroportos de Moçambique, a PETROMOC, a Eletricidade de Moçambique e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos são as companhias que mais contribuem para a deterioração do desempenho do setor empresarial do Estado.

Gift Essinalo, autor do estudo, diz, por exemplo, que as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) estão numa "situação alarmante". A empresa "representa um elevado risco fiscal e poderá obrigar o Estado a assumir as suas dívidas".

Melhor gestão, salários mais baixos dos gestores

O investigador diz que uma estratégia para minimizar o risco fiscal é criar mais condições legais para o Estado poder intervir na reestruturação das empresas.

Por outro lado, será necessário diminuir os salários dos gestores, com a introdução de "um quadro orientador da política salarial para os membros dos conselhos de administração das empresas do setorial empresarial do Estado", diz Essinalo.

O economista Naimo Faquirá lembra, no entanto, que uma intervenção do Estado para reerguer as empresas poderá custar caro.

"Se o Estado sustentar todas as empresas, naturalmente que não vai ter recursos para satisfazer outras obrigações, como construir escolas, estradas e hospitais. Todo o dinheiro será desviado para cobrir essas despesas", comenta Faquirá.

Privatização de empresas estatais?

Privatizar também não seria o caminho certo para aliviar o risco fiscal das empresas públicas, afirma ainda o economista: "Não é a privatização que resolve os problemas do país. É preciso saber o que devemos privatizar, porque há empresas que não devem ser privatizadas, devem estar sob o controlo do Estado."

O autor do estudo do CIP, Gift Essinalo, entende que, se o Estado quiser avançar com a privatização de empresas públicas, terá de definir prioridades.

"Se não se definir com precisão quais são as empresas estratégicas estruturantes, existe um risco de vender empresas" que desempenham atividades que "deviam ser do domínio do Estado". O Estado seria, então, obrigado a "fazer negócio com essas empresas" privadas.

O estudo do CIP aponta também dois exemplos de gestão financeira em empresas estatais: os Caminhos de Ferro de Moçambique e a Hidroelétrica de Cahora Bassa.

Romeu da Silva (Maputo) | Deutsche Welle

São Tomé e Príncipe | Consórcio confirma existência de petróleo

Consórcio Galp e Shell confirmou "existência de um sistema petrolífero ativo" em São Tomé e Príncipe, mas sem evidência de que "tenha um potencial recuperável suficientemente grande para ser comercial".

A informação foi avançada pela Agência Nacional do Petróleo de São Tomé e Príncipe (ANP--STP), após "a conclusão com segurança", em 30 de julho, das operações de prospeção do poço denominado "Jaca" no bloco seis da zona Económica Exclusiva (ZEE) de São Tomé e Príncipe e operada pelo consórcio Galp STP e a Shell STP.

"O Jaca confirmou a existência de um sistema petrolífero ativo, mas os resultados iniciais indicam que não há evidencias de que o prospeto tenha um potencial recuperável suficientemente grande para ser comercial", indica um comunicado da ANP-STP a que a Lusa teve hoje acesso.

"Este resultado, considerando um sucesso técnico, é muito encorajador e o foco agora é continuar a avaliar os novos dados recolhidos do bloco para podermos definir os próximos passos", acrescenta a nota.

A ANT-STP realçou que o "Jaca 1 é o primeiro poço exploratório no bloco 6 da Zona Económica Exclusiva e foi perfurado pelo navio-sonda Voyager da Maersk".

O comunicado indica ainda que o contrato de partilha de produção para o bloco 6 foi assinado em 2015 e encontra-se na Fase II do período de pesquisa. O consórcio é composto pela Galp STP (operador) com 45% de interesses participativos, Shell STP com 45%, e a ANP--STP, em representação do Estado são-tomense, com 10% de interesses participativos.

Deutsche Welle | Lusa

Angola | Injustiças Desde o Comité Nobel a Luanda – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Angola continua a escrever à angolana e não aceitou o colonialismo cultural imposto por Portugal e Brasil através do chamado Acordo Ortográfico. Durante muitos anos, entre nós ninguém deu a cara pelo abuso. Mas há dois anos, João Melo apareceu num jornal português como o grande defensor da causa dos monopólios no difícil comércio das palavras. Hoje reparei que o escritor Manuel Rui também aderiu ao negócio e escreve segundo as regras impostas por brasileiros e apoiadas entusiasticamente por portugueses que, como se sabe, ficaram desempregados desde que as caravelas do Gama chegaram à Índia.  

Em Portugal, os colunistas que não aderiram ao Acordo Ortográfico declaram isso mesmo e escrevem como deve ser. Não segundo os interesses do negócio da palavra. Porém, uma vez que está em vigor naquele país, tem de se escrever mesmo mal. Em Angola essa declaração não é necessária, nem sequer aceitável. Porque não aderiu ao negócio. Os Media têm o dever de defender a Língua Portuguesa, que é, nunca esqueçam, oficial. 

Assim, todas e todos têm de escrever na nossa medida, no nosso jeito, na nossa pronúncia, na ortografia à nossa maneira, antes do acordo de brasileiros e portugueses. Curiosamente, no Brasil, todo o mundo se está borrifando para o acordado. Até as editoras!

A adesão de Manuel Rui ao negócio é lá com ele. Mas quando escreve num jornal angolano segundo as regras do Acordo Ortográfico dos portugueses e brasileiros tem o dever de informar os leitores dessa opção. Se ele não o faz por esquecimento (a idade não perdoa) então é o jornal que tem de informar os leitores. Caso contrário, temos a confusão total. Penso que o senhor ministro da Cultura tem uma palavra a dizer. Porque lhe compete. É seu dever e obrigação. 

Antero de Quental escreveu um texto notabilíssimo, para as famosas Conferências do Casino onde analisa as causas da decadência dos povos peninsulares. O poeta, filósofo e jornalista (por esta ordem) vislumbrou o fim do Jornalismo e da Liberdade de Imprensa quando começaram a circular jornais “a dez reis, muito informativos”. Ele era um defensor do Jornalismo Doutrinário e a notícia, feita mercadoria valiosa, expulsou das colunas dos periódicos (ainda não existia Rádio e Televisão) os textos dos pensadores. 

Mais tarde, os folhetins e as crónicas também foram à vida. Morreu o último vínculo com a Literatura. E por fim, desapareceu tudo quanto era informação. Somos afogados em propaganda elaborada na Redacção Única e propagada nas auto estradas da comunicação, todas dominadas pelos serviços secretos dominantes: EUA, Reino Unido e França. O Big Brother escolhe as mãos que apertam a esponja que absorve todo esse lixo mediático e dela só respinga o que nos aliena e manipula. O triunfo dos porcos, com toda a sua porcaria!.

Angola | POBREZA EXTREMA FOMENTA TRÁFICO INFANTIL

Aumenta, em Angola, o tráfico de menores para trabalhos forçados, também por causa da crise económica provocada pela pandemia da Covid-19. Ganham os criminosos. Perdem as crianças e a sociedade.

A polícia angolana resgatou, no sábado (02.10), onze crianças vítimas de tráfico humano no município de Camacupa, província do Bié.

Os menores, entre os 12 e os 15 anos de idade, foram resgatados no outro lado do país, a mais de 700 quilómetros de distância, no Bengo. Segundo Gaspar Luís, porta-voz da delegação do Interior na província, as crianças ficarão, para já, ao cuidado do Estado, porque se suspeita que tenham sido traficados com o consentimento dos pais.

"Nesta altura, as crianças estão sob controlo do Gabinete Provincial da Ação Social [do Bengo], e os autos já foram remetidos ao digno representante do Ministério Público, que está a tratar dos procedimentos legais", disse Luís, acrescentando: "Não vemos a necessidade destes menores terem sido retirados do convívio familiar para serem submetidos a trabalho forçado numa fazenda e deixarem de estudar".

Violação dos direitos da criança

O tráfico de crianças para trabalhos forçados é frequente em Angola. O Instituto Nacional da Criança diz ter registado, "nos últimos anos", mais de 50 casos na província do Bengo.

Face à pobreza extrema, as famílias forçam os menores a trabalhar, para tentarem ter melhores condições de vida. Para os traficantes e os seus clientes, as crianças são uma fonte de mão-de-obra barata.

O académico angolano Amílcar de Armando entende que são as dificuldades porque passam as famílias que levam a situações dramáticas para as crianças: "O mau momento económico que as pessoas vivem no dia a dia impele-as a cometerem certos atos. Mesmo que seja reprovável, aderem, porque sabem que conseguem satisfazer algumas necessidades básicas".

Guiné Equatorial anuncia libertação de 119 militantes de partido da oposição

Mais de 50 ativistas do partido Cidadãos para o Futuro permanecem detidos, incluindo o seu líder, Gabriel Nse Obiang.

As forças de segurança da Guiné Equatorial atacaram na semana passada a sede do partido de oposição Cidadãos para o Futuro (CI) em Malabo, dissolvido em 2018.

Esta operação levou à detenção de 150 apoiantes do CI, incluindo o líder do partido, Gabriel Nse Obiang. 

Este recusou-se a responder a uma intimação judicial ligada a uma investigação sobre um ataque planeado que o Governo alegou ter frustrado.

"Recebemos instruções de Sua Excelência o Presidente da República para libertar os militantes", 53 dos quais vivem em Malabo e 66 em Bata, capital económica, disse Santiago Edu Assam, secretário-geral do Ministério da Segurança, à televisão estatal (TVGE).

Não foi feita nenhuma acusação contra eles e entre "53 e 55 pessoas", incluindo o líder do partido, ainda estão detidos, acrescentou. 

"Se o Presidente perdoou essas pessoas, é por causa do seu humanismo e porque é um defensor da paz", acrescentou Santiago Edu Assam.

Assalto e mortos

O Ministério da Segurança disse em comunicado na terça-feira (04.10) que "as forças de segurança usaram meios não letais" durante o assalto à sede da CI, acrescentando que "quatro militantes" morreram por "inalar gás lacrimogéneo" durante a operação. 

O ministério acrescentou que na sede do partido estavam "sequestradas" 200 pessoas, incluindo "mulheres grávidas, crianças e idosos", acusando Nse Obiang de preparar uma insurreição em 3 de novembro para o lançamento da campanha eleitoral.

A organização não-governamental (ONG) de direitos humanos Somos + Sociedad civil, "condenou" esta agressão, denunciando o "terrorismo de Estado", segundo um comunicado hoje publicado.

A ONG também pediu uma "investigação independente".

Mais um mandato

Aos 80 anos, o Presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que detém o recorde mundial de longevidade à frente de um Estado, excluindo monarquias, anunciou em 23 de setembro que iria concorrer a um sexto mandato.

Teodoro Obiang dirige desde há 43 anos, com mão de ferro, a Guiné Equatorial, um pequeno país da África Central rico em hidrocarbonetos.

O partido Cidadãos para o Futuro ocupou um dos 100 assentos na Assembleia Nacional nas eleições legislativas de 2017, os outros 99 estão ocupados pelo Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), de Teodoro Obiang, e único partido legalizado até 1991.

Em fevereiro de 2018, meses depois das eleições, o CI foi banido e dissolvido e a residência de Nse Obiang serviu como sede do partido, apesar da dissolução oficial.

Ex-chefe de gabinete militar do chefe de Estado, Nse Obiang tem ameaçado nos últimos dias sair às ruas com os seus militantes se o Governo não permitir a sua participação nas eleições legislativas e presidenciais de 20 de novembro próximo.

Deutsche Welle | Lusa

INTELIGÊNCIA BRITÂNICA PREVIU GUERRA NA UCRÂNIA HÁ 30 ANOS

Phil Miller* - Desclassificado Reino Unido | em Consortium News

O Reino Unido antecipou um “sério confronto entre a Rússia e a Ucrânia” já em 1992, mostram arquivos desclassificados, relata Phil Miller. Um alto funcionário chegou a questionar se a Ucrânia era “um país real”.

#Traduzido em português do Brasil

Quando a inteligência britânica alertou que o presidente russo Vladimir Putin estava prestes a atacar a Ucrânia no início deste ano, a previsão dos espiões ganhou muitos aplausos. No entanto, sua previsão refletia um cenário que Whitehall sabia há muito tempo que poderia se desenrolar.

Em maio de 1992, apenas seis meses após a dissolução da União Soviética, o então primeiro-ministro britânico John Major estava sendo  informado  por sua equipe. Eles estavam preocupados com um possível confronto entre a Rússia e a Ucrânia sobre a Crimeia. 

A península no Mar Negro pertencia à Rússia até que a União Soviética a presenteou à Ucrânia em 1954. Durante o resto da Guerra Fria, a Crimeia manteve uma presença russa significativa, incluindo um porto de água quente estrategicamente importante para a marinha do Kremlin. 

Tal era a força do legado da Rússia na área que, durante os anos 1990, os políticos locais queriam um referendo sobre a independência da Ucrânia. “A maior parte da população da Crimeia é russa”, disse um conselheiro a Major em uma nota manuscrita. 

Eles alertaram: “Se a Crimeia se tornar independente, a capacidade da Ucrânia de controlar a frota do Mar Negro – baseada em Sebastopol – vai junto”.

Gordon Barrass, um alto funcionário da inteligência do Reino Unido, acrescentou:

"Os ucranianos tentarão impedir que o referendo seja realizado... A questão despertará paixões entre nacionalistas em Kiev e Moscou e poderá provocar conflitos interétnicos na Crimeia."

Entre os que viviam na Crimeia estavam os tártaros, uma comunidade muçulmana histórica que havia sido brutalmente oprimida sob o domínio soviético e queria permanecer parte da Ucrânia.

Percy Cradock, um veterano diplomata britânico e chefe de inteligência, alertou que a situação “excita fortes emoções na Crimeia e entre o poderoso lobby nacionalista em Kiev (assim como em Moscou)”. 

Ele acreditava: “Deve haver uma possibilidade real de que a situação saia do controle. Isso pode significar violência na Crimeia e sérios confrontos entre a Rússia e a Ucrânia”.

UCRÂNIA, OTAN E ALIENIGENAS DO COSMOS

Dr. Vladislav B. Sotirović | One World

Eles lhe dirão que, em vez de uma guerra contra e ocupação da Rússia, o objetivo do alargamento da OTAN é fazer a aliança de defesa global mais forte possível para que os povos do mundo estejam prontos para resistir ao ataque alienígena do cosmos, uma vez que acontece. Finalmente, quem defenderá nosso planeta senão a OTAN, e nessa aliança, a Ucrânia é insubstituível. Sem a Ucrânia, seremos incapazes de defender eficientemente nosso planeta dos bandidos do cosmos.

#Traduzido em português do Brasil

À primeira vista, um cidadão comum do globo pode pensar que provavelmente deve ser que tudo o que está acontecendo agora na Ucrânia e ao redor, incluindo e reconstrução das relações internacionais e reformulação da ordem global na política, é apenas um grande mal-entendido. Para as mesmas pessoas, provavelmente a constante expansão da OTAN para o leste desde 1999, ou seja, na direção da Rússia, nada tem a ver com a tentativa de subjugar e dilacerar a Rússia como queriam tanto Napoleão (em 1812) quanto Hitler (em 1941). Eles lhe dirão que, em vez de uma guerra contra e ocupação da Rússia, o objetivo do alargamento da OTAN é fazer a aliança de defesa global mais forte possível para que os povos do mundo estejam prontos para resistir ao ataque alienígena do cosmos, uma vez que acontece. Finalmente, quem defenderá nosso planeta senão a OTAN, e nessa aliança, a Ucrânia é insubstituível. Sem a Ucrânia, seremos incapazes de defender eficientemente nosso planeta dos bandidos do cosmos. Portanto, não se trata da campanha da OTAN no leste contra a Rússia e não tem nada a ver com algumas tentativas anteriores na história, sangrentas de tipo semelhante (Napoleão e Hitler). Alegadamente, esta é uma leitura errada das reais intenções ocidentais (EUA, OTAN, UE). Em outras palavras, este é um caso clássico de paranóia russa, que vê uma ameaça e uma conspiração contra a Rússia em tudo, mesmo em bases estrangeiras (OTAN) e foguetes bem próximos às fronteiras ocidentais russas (da Estônia ao sul da Ucrânia e através do Mar Negro na Turquia). seremos incapazes de defender eficientemente nosso planeta dos bandidos do cosmos. Portanto, não se trata da campanha da OTAN no leste contra a Rússia e não tem nada a ver com algumas tentativas anteriores na história, sangrentas de tipo semelhante (Napoleão e Hitler). Alegadamente, esta é uma leitura errada das reais intenções ocidentais (EUA, OTAN, UE). Em outras palavras, este é um caso clássico de paranóia russa, que vê uma ameaça e uma conspiração contra a Rússia em tudo, mesmo em bases estrangeiras (OTAN) e foguetes bem próximos às fronteiras ocidentais russas (da Estônia ao sul da Ucrânia e através do Mar Negro na Turquia). seremos incapazes de defender eficientemente nosso planeta dos bandidos do cosmos. Portanto, não se trata da campanha da OTAN no leste contra a Rússia e não tem nada a ver com algumas tentativas anteriores na história, sangrentas de tipo semelhante (Napoleão e Hitler). Alegadamente, esta é uma leitura errada das reais intenções ocidentais (EUA, OTAN, UE). Em outras palavras, este é um caso clássico de paranóia russa, que vê uma ameaça e uma conspiração contra a Rússia em tudo, mesmo em bases estrangeiras (OTAN) e foguetes bem próximos às fronteiras ocidentais russas (da Estônia ao sul da Ucrânia e através do Mar Negro na Turquia). esta é uma leitura errada das reais intenções ocidentais (EUA, OTAN, UE). Em outras palavras, este é um caso clássico de paranóia russa, que vê uma ameaça e uma conspiração contra a Rússia em tudo, mesmo em bases estrangeiras (OTAN) e foguetes bem próximos às fronteiras ocidentais russas (da Estônia ao sul da Ucrânia e através do Mar Negro na Turquia). esta é uma leitura errada das reais intenções ocidentais (EUA, OTAN, UE). Em outras palavras, este é um caso clássico de paranóia russa, que vê uma ameaça e uma conspiração contra a Rússia em tudo, mesmo em bases estrangeiras (OTAN) e foguetes bem próximos às fronteiras ocidentais russas (da Estônia ao sul da Ucrânia e através do Mar Negro na Turquia).

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