domingo, 18 de dezembro de 2022

PETRÓLEO PARA A FOGUEIRA

Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Neste final de ano, a grande medida política anunciada pelo Governo português e a avançada pelo Banco Central Europeu (BCE), podendo não parecer, têm um traço comum: as duas constituem experimentações perigosas, que perspetivam o lançamento de mais petróleo na fogueira dos sacrifícios a impor aos trabalhadores e aos povos, nos tempos próximos.

O primeiro-ministro, numa estranha entrevista, anunciou uma nova prestação extraordinária de 240 euros, a que chamou "um outro aumento" (não é aumento, é ajuda momentânea) para "um milhão de famílias que têm prestações mínimas". A ajuda a estas famílias é mais que necessária e bem-vinda, e pode, como disse o comentador-mor do reino, "fazer a diferença". Fará, e muita. Ainda recentemente uma senhora reformada dizia, numa rádio, que os anteriores 125 euros lhe deram imensa alegria: comprou medicamentos que deve tomar todos os dias e já não tomava há muito tempo, e cumpriu o sonho de dar uma prenda ao seu neto.

Todavia, uma medida pontualmente positiva evidencia desgraças, por várias razões. Primeira, a sucessão de transferências monetárias ocasionais para os pobres, mantendo-lhes os apoios sociais em valores de pobreza, transforma-se numa fábrica de pobres agradecidos, e induz na sociedade a valorização da esmola e a aceitação do recuo dos direitos sociais. Este filme é muito velho em Portugal e uma das maiores pechas no nosso processo de desenvolvimento.

Segunda, quem sobrevive dependendo sempre da caridade alheia - venha ela da esmola de cidadão com posses, de instituições privadas e públicas, ou da vontade momentânea de um Governo - vê a sua dignidade delapidada, perde capacidade reivindicativa, é acantonado na sociedade, corporiza retrocesso social. Um pequeno exercício de memória poderá relembrar o Partido Socialista de que não há verdadeiros partidos socialistas/sociais-democratas sem direitos sociais.

Portugal | 2022/Outubro. Testemunhos de abusos na Igreja abalam até a Presidência

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica recebeu 424 testemunhos desde que começou a trabalhar no início de 2022 até outubro, mas o número de vítimas é bastante superior.

Até outubro tinham sido comunicados ao Ministério Público 17 casos, estando em avaliação "mais 30 situações em estudo para idêntico procedimento" na justiça.

A última atualização pública feita pela equipa liderada por Pedro Strecht ocorreu na sequência de várias notícias, em outubro, sobre possíveis ligações de membros da hierarquia da Igreja Católica portuguesa a alegados encobrimentos de casos de abuso sexual.

O pedopsiquiatra recusou comentar essas situações e garantiu que "não sentiu qualquer limitação ou entrave à independência, nomeadamente por parte de qualquer membro daquela hierarquia".

Apesar da "tolerância zero" aos abusos decretada pelo Papa Francisco, Pedro Strecht também vincou que "há um setor da Igreja Católica que quer manter os segredos" e que se tornou "muito claro que houve encobrimento da hierarquia católica em Portugal", apelando à instituição para "vencer o medo" e recusar "a ocultação da ocultação".

Em causa estavam alegados encobrimentos dos crimes, nomeadamente por parte do cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, e do bispo de Leiria-Fátima e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas.

Estes casos acabaram por ganhar impacto político quando o Presidente da República considerou que os mais de 400 testemunhos não eram um número "particularmente elevado". Marcelo Rebelo de Sousa foi muito criticado e praticamente só o primeiro-ministro, António Costa, saiu em defesa do chefe de Estado, que, após dois dias de sucessivas explicações, acabou por se desculpar perante as vítimas.

Além de Pedro Strecht, fazem ainda parte da comissão Álvaro Laborinho Lúcio, juiz conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça, Ana Nunes de Almeida, socióloga e investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Daniel Sampaio, psiquiatra e professor catedrático jubilado da Faculdade de Medicina de Lisboa, Filipa Tavares, assistente social e terapeuta familiar, e Catarina Vasconcelos, cineasta.

Portugal | ANTÓNIO COSTA, COMO O PORCO A ANDAR DE BICICLETA? E BARROSO?

Costa e Zelensky são as figuras do ano para o DN 

O título é do Diário de Notícias de hoje, domingo 18 de dezembro. Dois trates em "homens do ano" para o DN. Sabemos que Costa vagueia cada vez mais na direita mas não havia quem o considerasse radical, muito menos "palhaço" ou "comediante" como Zelensky, nem neonazi e protetor dos nazis e extremistas de direita da Ucrânia. Não, Costa isso ainda não é. Até há os que acreditam que nunca será. Mas existem títulos que o apontam a "vender a alma" ao grande empresariado e a pôr-se em bicos dos pés por um tacho de luxo na União Europeia. Quem diz e escreve lá sabe... Os governados, mal ou bem, como os maridos, são sempre os últimos a saber. Não é segredo que há os que garantem a pés juntos que Costa vai enveredar na esteira de Durão Barroso, que abandonou o governo PSD, aliou-se a uma grande mentira com Bush, Aznar e Tony Blair na Cimeira dos Açores e lá viajou para presidente da Comissão Europeia, depois o estrelato e as barras de ouro Goldman Sachs... E upa-upa! Barroso, um cherne mentiroso. Não faziamos tal ideia de António Costa, antes pelo contrário. Sim um homem de esquerda, democrático, honesto... Pois. Desde que vimos um porco a andar de bicicleta ficamos a perspetivar que tudo é possível. Será?

Bem, mas para o PG a foto acima é a nossa Imagem Escolhida, pelo descalabro que talvez por aí venha ou já esteja à vista e nós estamos a modos que cegos.

Diário de Notícias, onde estás tu com a cabeça de "galinha"? Credo!

Já agora, sobre Barroso e estar bem na vida estrelada ele hoje é notícia na senda do upa-upa de mentir a pés juntos fazendo figas para se proteger do "castigo reservado pelos deuses aos oportunistas desonestos". Repare-se no seguinte, também no DN, com foto pseudo-imponente de imperador das balelas que também emparceira com  Costa e mais uma Imagem escolhida. A seguir.

Durão Barroso escolhido para coordenar os 'advisors' globais do Goldman Sachs

Antigo presidente do Banco de Inglaterra substitui o ex-presidente da Comissão Europeia português no cargo que exerce atualmente no banco norte-americano.

Tudo no DN. Título e lide. Consta na notícia, em resumo: “O ex-primeiro-ministro e antigo presidente da Comissão Europeia ocupa atualmente o cargo de chairman e diretor não executivo do Goldman Sachs International.”

Mitigando mais um parágrafo do DN sobre o inspirado cherne petas graves de Portugal e do mundo é referido que Barroso passa a “ocupar um cargo que não existia até agora”. E que deve ter sido inventado à medida para o tratante mundialmente famoso.

Não deixa de ser curioso que são quase os mesmos de sempre a ocupar cargos de domínio “por procuração” do capitalismo e do trama povos – repare-se  Christine Lagarde, que pula do FMI para a presidência do Banco Central Europeu, por exemplo. E tantos que existem em cargos preponderantes a pular de cargo em cargo. Faz lembrar a máfia e os método tipo Al Capone no destino de cargos que dava aos seus correligionários. Ele nomeava os prestáveis e servis… Bandidos de confiança…

Bom dia. Se conseguirem.

MM | PG

Angola | A CAPA DO ASSALTO E OS VAMPIROS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Já perceberam a onda de assaltos à sede do Sindicato dos Jornalistas Angolanos? Serviu para o Presidente João Lourenço dizer em Washington, à Voz da América, que o seu governo defende os jornalistas e a liberdade de Imprensa. Manifestem-se! A vossa manifestação é bem-vinda. Manifestem-se contra os assaltantes da sede do sindicato, ainda que ainda não se saiba quem assaltou. Estou convosco na manifestação! O depósito do Teixeira Cândido está atestado.

Eu não sou estúpido nem romancista russo. Por isso, sem pedir licença ao reumático, corri para a sede assaltada, tirei as impressões digitais deixadas por todo o lado e concluí que os assaltantes do feudo do Teixeira Cândido foram os marimbondos. Só pode. Sempre prejudicando Angola. Sempre arrombando cofres e portas sindicais. Sempre estrangulando a Liberdade de Imprensa. Se não fosse o Presidente João Lourenço os marimbondos até nos chupavam o sangue. Mais um bicho para a colecção: Marimbondos, caranguejos, caranbondos, marimguejos e agora os simpáticos vampiros. 

O condecorado Rafael Marques participou no fórum da sociedade civil, em Washington. E nas barbas do chefe disse que o Poder Judicial é uma desgraça. O epicentro da corrupção em Angola. Ninho de ladrões. Promotores da ladroeira. Logo, em Angola não há Justiça. Quando disse isto, já tinham atestado o depósito ao artista. Estou a delirar? Nem pensar. 

Rafael Marques, depois desta operação de descrédito contra os magistrados judiciais e agentes do Ministério Público, ficou com o depósito atestado e mais uma casa de luxo. Assim fica com uma mansão em Luanda, outra em Lisboa e a última nos EUA. Eles adoram Miami. O condecorado “activista” prestou que serviços? A resposta vem nos próximos dias. Vamos ver quem é substituído, reconduzido e mesmo saneado dos altos cargos no Poder Judicial. O condecorado lançou a suspeita sobre todos e agora o chefe enxota quem quiser.

A opinião pública vai ser bombardeada com “notícias” e “comentários” favoráveis ao Presidente João Lourenço porque teve a coragem de afastar estes e estas, aqueles e aquelas que fizeram do Poder Judicial, o epicentro da corrupção e da ladroagem. Claro que vai deixar uma parte de fora, para tudo parecer ao natural.

Angola | JORNALISTAS MARCHARAM CONTRA ATAQUES À PROFISSÃO

Jornalistas marcharam este sábado (17.12), em Luanda, contra as intimidações à classe. Repórteres têm sido vítimas de detenções e agressões no exercício da profissão. A sede do sindicato foi assaltado três vezes num mês.

O último ato criminoso contra o Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) foi registado na sexta-feira (16.12). Mais uma vez foram roubados computadores. Na via pública e nas suas residências, os profissionais têm sido alvo de assaltos, sendo que os meliantes subtraem apenas computadores e telemóveis, que são os principais meios de trabalho dos jornalistas.

Estes atos são "graves" e "assustadores", segundo refere o SJA no seu manifesto lido este sábado (17.12) pelo secretário-geral Teixeira Cândido. "É uma ameaça séria à liberdade de imprensa e à integridade física dos jornalistas. Será democrático viver assustado por exercer jornalismo? Há quem aproveita essas ameaças que se pretende infundir aos jornalistas e às respetivas associações? Quem tem medo da liberdade?", questionou.

O sindicato nunca foi uma "caixa preta", sublinha a associação que diz que a estrutura tem proposto medidas com vista à garantia da liberdade de imprensa no país, quer ao nível de legislação, quer na atuação dos poderes públicos. "Compreendemos a necessidade de dialogar sempre com as instituições do Estado, porque somos parte do Estado, porque realizamos uma democracia à altura dos melhores exemplos. Não nos identificamos como um grupo de pressão. Cientes de que a nossa função é exigir, mas também sugerir. É essa a nossa identidade hoje e amanhã", referiu Teixeira Cândido.

Qatar 2022: Porque muitos afropeus (africanos-europeus) torcem por seleções africanas

Qatar 2022: Porque muitos afropeus (africanos-europeus) torcem por seleções africanas em detrimento das de países de nascimento ou acolhimento?

Alberto Monteiro de Castro*, Londres | Jornal Empoderado | Publicado em português do Brasil

O racismo, a história da escravidão e do colonialismo estão intrinsecamente ligados e são vistos, juntamente com a islamofobia, como algumas razões que poderão responder em boa medida ao título questionador deste texto sobre “fidelidades” e “infidelidades” para com um país/continente quando em causa está um evento esportivo, no caso a festa maior do futebol.

Está bem fresca na memória dos africanos a gigantesca e pronta onda de solidariedade dos europeus para com os seus irmãos ucranianos no conflito russo-ucraniano, em contraste com discriminação racial sofrida por originários da África tentando escapar da guerra.

Por seu turno os mídias ocidentais, ao politizarem a Copa (a BBC, por exemplo, preferiu ocupar espaço da cerimônia de abertura do evento planetário com debate hipócrita sobre a questão dos direitos humanos no Qatar sendo o Reino Unido um dos maiores beneficiários de investimentos qataris no mundo inteiro) contribuíram para reavivar e coletivizar sentimentos anti-colonialistas, principalmente no chamado sul global.

Quem acompanhou a final da Eurocopa de 2020 que colocou frente a frente as seleções da Inglaterra e da Itália, tendo esta saído vencedora na decisão por pênaltis, certamente se recordará dos intensos e odiosos insultos e ameaças racistas sofridos pelos jovens futebolistas ingleses que falharam a marcação do castigo máximo, nomeadamente Marcus Rashford, Jason Sancho e Bukayo Saka.

Mas não são apenas os atletas as únicas vítimas de insultos e agressões racistas e xenófobas em arenas do futebol europeu e fora delas. Os fãs do esporte-rei também não escapam. Em Portugal, o humorista angolano Gilmário Vemba foi alvo de ferozes ataques racistas nas redes sociais após postar em sua página do facebook uma foto celebrando a vitória do Marrocos sobre o time luso.

Ainda por terras lusas, a jornalista, socióloga e pan-africanista angolana Luzia Moniz, contatada pelo correspondente do Jornal Empoderado em Londres, contou que as maiores críticas que recebeu por seu apoio às seleções africanas vieram de algumas vozes africanas e diaspóricas defendendo que, quando em jogo de confronto direto, ela deveria prestar apoio solidário ao país de acolhimento e não aos países do continente de origem não falantes do português.

Aliás, no próprio continente nem todos terão torcido por Marrocos. Os que não o fizeram se justificam minimizando, por um lado, o papel pan-africanista do país magrebino nas lutas de libertação africanas e na construção da então OUA preferindo salientar, por outro, o racismo contra africanos ao sul do Sahara na sociedade marroquina e o comércio transariano de escravizados feito pelos árabes.

Porém, para que não houvesse equívocos, Walid Regragui, o franco-marroquino selecionador do país norte-africano, deixou bem claro em uma conferência de imprensa que qualquer vitória do seu selecionado seria uma vitória de toda África.

A propósito do trinômio futebol, identidade e política, resgato aqui um texto de 2013, muito pertinente e atual, da ensaísta, professora e investigadora natural de São Tomé e Príncipe, Inocência Mata, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, num colóquio internacional sobre “Lusofonia Pós-colonial” no qual ela explica algumas das razões para melhor se compreender essas identidades fraturadas.

Publicado em 2015 na revista de Estudos Literários, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra com o título “Lusofonia e História: Aferições de Pertença Luso Afónicas”, Mata problematiza a questão partindo da perspectiva da língua como um dos lugares da construção identitária, mas não o único construtor simbólico das identidades pessoais e coletivas.

Ela fala de suas próprias experiências quando em 1998 na final entre a França e o Brasil torceu por aquela seleção e na copa de 2006 no jogo entre o Gana e o Brasil apoiou o time africano, para incredulidade de colegas brasileiros e de um Embaixador de um país da CPLP que a chamou de jocosamente de “traidora”.

Link para a íntegra do textoLUSOFONIA E HISTÓRIA: AFERIÇÕES DE PERTENÇA LUSO-AFÓNICAS?

Foto de capa: Luís Guita / https://www.rfi.fr/pt/programas/convidado

* Também colaborador frequente de Página Global, que anteriormente assinava suas colaborações somente por Alberto Castro

PGR MOÇAMBICANA EXPULSA MAGISTRADO POR CORRUPÇÃO

A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique anunciou hoje a expulsão de um magistrado por receber dinheiro para facilitar a libertação de um arguido em Sofala, no centro do país.

"O Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público (...) deliberou aplicar a sanção de expulsão a um magistrado do Ministério Público, com a categoria de Procurador da República 3.ª", referiu a PGR, numa nota enviada hoje à comunicação social.

Segundo o documento, o magistrado "usou das suas funções" para "solicitar e receber valores monetários para facilitar a soltura de um arguido preso, indiciado pela prática de crime de homicídio involuntário".

O magistrado estava afeto à Procuradoria Provincial de Sofala e, segundo as autoridades, a sanção resulta da "violação dos deveres e princípios profissionais".

Notícias ao Minuto | Lusa

MOÇAMBIQUE SEM DINHEIRO PARA PENSÕES DE EX-GUERRILHEIROS

O enviado pessoal do secretário-geral das Nações Unidas a Moçambique, Mirko Manzoni, disse que "não há recursos" para pagar pensões a guerrilheiros desmobilizados da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).

"Não podemos pagar pensões sem estar preparados e sem recursos", declarou Manzoni ao canal privado STV, na Serra da Gorongosa, em Sofala, no centro de Moçambique.

Mirko Manzoni disse que "o assunto das pensões não é fácil", assegurando que "estão a ser feitos trabalhos para saber como buscar os recursos" para que os desmobilizados sejam "integrados no sistema de pensões".

"É um assunto que estamos a negociar há três anos. Estamos agora em uma situação onde todos os parceiros estão comprometidos em buscar uma solução sobre as pensões", frisou o enviado especial de António Guterres.

Sao Tomé e Principe: Delfim Neves acusa "poder" do ataque ao quartel-general

Ex-presidente do parlamento são-tomense Delfim Neves afirma que "poder tem as mãos metidas" no assalto ao quartel-general militar, a 25 de novembro, caso em que é arguido. Objetivo é forçar alteração constitucional, diz.

"Não podemos ter dúvidas de dizer isto, porque seríamos cínicos ao dizer que esta operação não tem mãos metidas do atual poder", afirmou, em entrevista à Lusa, em Lisboa, Delfim Neves, que foi detido em 25 de novembro após ter sido alegadamente identificado como mandante do assalto ao quartel-general das Forças Armadas, em São Tomé, em que morreram quatro pessoas.

Delfim Neves apontou o "alinhamento dos discursos" do atual poder desde as legislativas de setembro, em que a Ação Democrática Independente (ADI), de Patrice Trovoada, venceu com maioria absoluta, e nas quais foi eleito como deputado pelo recém-criado movimento Basta. 

Segundo Delfim Neves, que presidiu à Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe no mandato 2018-2022 no quadro da 'nova maioria' (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata - MLSTP/PSD e coligação PCD/UDD/MDMF), os discursos do novo primeiro-ministro, Patrice Trovoada, da nova presidente do parlamento, Celmira Sacramento, e do Presidente da República, Carlos Vila Nova, vão no sentido de uma alteração da Constituição. "Para quê? Ninguém sabe", disse.     

Questionado se poderá tratar-se de uma alteração para um regime presidencialista - como Patrice Trovoada admitiu à Lusa -, Delfim Neves afirmou que este modelo "coloca alguns riscos" e advertiu para o que considerou ser o poder total das autoridades. 

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