quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

PORTUGUESES POBRETES E ALEGRETES NÃO SE SABE BEM PORQUÊ...

Mais um Curto a abrir com a Educação de Rastos que este governo falsamente dito socialista tudo faz para destruir a exemplo daquilo que o governo anterior de Passos/PSD/CDS, do Toninho que dizia que a sua paixão era a Educação e de Sócrates, esse tal. Um e outro também do falsamente Partido Socialista. O Toninho agarrou um tacho na ONU e benze-se, reza e ajoelha-se todos os dias… Quanto a Sócrates anda por aí e tanto quanto se sabe não está na miséria, nem morreu de fome. Diz-se até que possui um bom pé-de-meia. Será? Pois.

Sem mais vastos pronunciamentos porque hoje não é dia de palha cá pelos nossos lados deixamos o Curto do Expresso à vossa disposição com uma constatação: o povinho está a virar-se contra os professores. A continuarem assim vão ter filhos ainda mais iletrados e calhaus que agora, à disposição do mercado de trabalho, para ganharem uma trampa de ordenados sem respeito nem dignidade. Credo. As greves incomodam, são uma chatice, os malandros dos professores e auxiliares de educação dificultam que possamos pôr os filhos na escola-depósito de crianças para os aturarem… É não é?

E na saúde os profissionais? E nas forças de segurança, na PSP/GNR? E nas outras profissões desprezadas e mal pagas em que quase todos ficam mais pobres? Enquanto que as elites e os ricos ficam mais ricos…

Este país, Portugal, está um chiqueiro. À semelhança da União Europeia, Reino Unido e similares… Uma lástima em que os plebeus são uns contra os outros cedendo às divisões fomentadas pelos das elites governativas ao serviço dos amigalhaços ricaços. Cada vez mais ricaços e esclavagistas… Vivam os do 1% e das respetivas ilhargas! Pois.

Bom dia. Se quiserem e conseguirem ler de alto a baixo este Curto que dispomos a seguir. Inté, pobretes e alegretes - não se sabe bem porquê. Alienados por defesa e preguiça de pensar com os alqueires bem medidos.

Curto, a seguir. Curta.

MM | PG

Nega o ócio, João!

Rui Gustavo, jornalista | Expresso (curto)

Bom dia,

O currículo apresenta-o como professor Catedrático de Linguística na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa. Revela até que tem um doutoramento nesta fascinante disciplina do saber na Universidade de Leiden, uma prestigiada instituição neerlandesa (é assim que se escreve agora) fundada ainda no último quartel do século XVI por Guilherme de Orange, herói da nação que ganhou o cognome de o Taciturno ou o Calado pela relutância que tinha em discutir assuntos difíceis em público.

João Costa
, investido em ministro da Educação nas últimas eleições depois de um tirocínio como secretário de Estado da mesma pasta, não é, reconheça-se, um homem taciturno e não pode desconhecer a origem latina da palavra negociar: nec otius. Negar o ócio. E hoje vai ter mesmo de trabalhar muito para convencer os diversos sindicatos que representam os professores a suspender as greves que estão a paralisar as escolas desde dezembro e podem, como teme o Presidente da República, arrastar-se até ao Carnaval pondo em risco as avaliações intercalares.

As negociações vão decorrer no Ministério da Educação e vão começar às quatro da tarde com a histórica FNE, mas ainda sem a presença de organizações de peso na classe como a tradicional e aguerrida Fenprof ou o mais antissistema STOP que só vão reunir com o ministro daqui a dois dias. O nó górdio é o mesmo de sempre desde a intervenção da trolka em Portugal: a contagem integral dos anos em que a carreira dos professores esteve congelada. Os já famosos nove anos, quatro meses e dois dias de que os sindicatos e os professores não abdicam.

Ou seja, e como bem explicou o professor Marcelo Rebelo de Sousa durante uma intervenção pública no Infarmed em que se pronunciou sobe diversos temas e assuntos, é uma questão de dinheiro ou da falta dele. "Essa é (a questão) mais complicada, tem anos, são mais de seis anos e tem implicações financeiras, não só no plano educativo. Não sei bem exatamente qual é o espaço de manobra que dispõe o Governo. Os governos invocaram crises sucessivas não dispondo de espaço de manobra", lembrou Marcelo. E, para não variar, Portugal está mergulhado em (mais uma) crise económica profunda desta vez provocada pela invasão da Ucrânia e pelo aumento histórico do custo de vida que afeta, claro está, os professores.

Neste artigo do Expresso, o presidente da Federação Portuguesa de Professores, Filipe do Paulo, explica que a gota de água que fez transbordar o descontentamento dos professores foi “a perspetiva de uma parte dos professores deixar de ser recrutada por meio de concursos a nível central e poder vir a ser selecionada e contratada através de concursos locais”. O Governo já garantiu que esta hipótese nunca esteve em cima da mesa.

A outra mola da revolta é a dificuldade que os professores têm para cumprir os critérios para se vincularem a uma escola. O Governo já admitiu que os professores têm razão e que não podem passar a carreira com a casa às costas. É um facto que ao fim de três contratos os professores passam ao quadro, mas as exigências específicas são tantas – horário, tempo de aulas- que a vinculação é muito complicada. A negociação também há de passar por aqui.

O que falta então?

Na nota publicada na agenda da Lusa, explica-se que “será ainda analisada uma proposta de calendário negocial sobre outras matérias”. É que à exigência de nove anos, quatro meses e dois dias, o Governo respondeu com o pagamento de dois anos, 9 meses e 18 dias. Falta o resto. “Os docentes terão de se manter determinados em exigir respeito pelo trabalho que realizaram e realizam, ou seja, disponíveis para lutar pelos 6 anos, 6 meses e 23 dias que o governo lhes continua a roubar”, avisa o histórico e estoico negociador Mário Nogueira.

A resposta para o impasse que mandou os professores para a rua estará no que cada uma das partes estiver disposta a perder. A verdadeira definição de negociar.

OUTRAS NOTÍCIAS

Portugal é a partir de agora um país mais transparente. O Tribunal Constitucional anunciou, finalmente, e depois de o Expresso ter noticiado que só fiscalizava um terço das declarações dos políticos, a formação da Entidade para a Transparência. Este órgão terá como missão a fiscalização das declarações de rendimentos e de património dos políticos e deve começar a funcionar já em fevereiro. Três anos depois de ter sido anunciada, a entidade será dirigida por Ana Raquel Moniz, professora da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, cidade onde a entidade funcionará.

O Tribunal de Contas também quer contribuir para afastar as nuvens do céu e o seu presidente Vitor Caldeira anunciou uma auditoria às contas da TAP, a companhia área portuguesa que aceitou pagar meio milhão de euros à ex-administradora Alexandra Reis para se ver livre dela ou deu 450 euros por mês de subsídio de transporte aos administradores para os compensar pela falta de um BMW, só para dar dois exemplos. A presidente executiva da companhia aérea, Christine Ourmières-Widener, vai estar hoje no Parlamento para responder ao fogo cerrado dos deputados.

Conhece algum Caetano? A PJ anda à procura desta misteriosa personagem que terá oleado as relações entre empreiteiros, técnicos e autarcas em Espinho num processo que já levou à prisão preventiva do ex-presidente da Câmara local, o socialista Miguel Reis e à demissão do cargo de vice-presidente da bancada Parlamentar do PSD, Pinto Moreira, que também dirigiu a Câmara espinhense e desmentiu ontem “categoricamente” ter recebido subornos de 50 mil euros, tal como o Correio da Manhã noticiou. A SIC revela que este político terá servido de intermediário para facilitar negócios urbanísticos.

Mais notícias que demonstram que Portugal está cada vez mais transparente:

O presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Nuno Lacasta, mandou abrir uma investigação interna para descobrir se houve de facto pressão por parte dos suspeitos da “Operação Vórtex” sobre um técnico daquela instituição.

Num dia, o deputado Sérgio Marques denunciou ao Diário de Notícias “obras inventadas” no tempo de Alberto João Jardim. No outro, demitiu-se da bancada parlamentar do PSD e dos cargos que ocupava no partido. E ainda disse que falou em off com o jornalista.

Jamila Madeira renunciou ao cargo de consultora da REN que acumulou com o de deputada. Não vai ter de devolver verbas nem renunciar ao mandato.

A ministra da Habitação também vai hoje ao Parlamento. A crise é outra: que soluções tem Marina Gonçalves para resolver o problema dos preços impossíveis das casas nos grandes centros?

A ainda e sempre rainha da pop regressa a Portugal. Desta vez, não é para andar a cavalo num palacete em Sintra, mas sim para um concerto de celebração de quarenta (!) anos de carreira na Altice Arena, a 6 de novembro. A digressão mundial tem datas nos Estados Unidos e na Europa e pelo que se percebe deste vídeo humorístico / promocional, vai centrar-se nos velhos êxitos como, espero, Boderline, o meu hit favorito da cantora que chegou a viver em Portugal por efémeros e brilhantes momentos que terminaram depois de o presidente da Câmara de Sintra ter dito um impensável “não” à pretensão da rainha em filmar um videoclipe com um cavalo num palacete do século XVIII. Se ainda não sabe de quem estou a falar, então não merece saber.

Graça Feitas foi condecorada com a Grã-cruz da Ordem de Mérito. Marcelo Rebelo de Sousa elogiou-lhe a “capacidade para tudo aguentar quase sem limite”. Recomendo sem reservas a entrevista da camarada Vera Lúcia Arreigoso à diretora-geral de Saúde nos anos Covid na última edição da Revista do Expresso.

FRASES

“Tchau”

O primeiro-ministro António Costa, em resposta às perguntas dos jornalistas sobre a greve dos professores

“É uma grande noticia para a democracia”

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, feliz com a materialização da Entidade para a Transparência depois de três anos de demorada incubação

“Portugal não pode ser uma selva de suspeição sobre tudo e sobre todos”

António Costa Silva, ministro da Economia, na defesa de mais um secretário de Estado investigado por atos enquanto autarca. Neste caso, José Maria Costa.

“Isto é uma democracia, as elites não deviam dirigir nada"

Fernanda Pinheiro de Almeida, a nova Bastonária da Ordem dos Advogados que vai dispensar o motorista e almoçar da marmita como os políticos escandinavos

“Vou fazer o meu marido trabalhar esta noite”

Ons Jabeur, tenista tunisina que teve de suar muito para vencer Tamara Zidansek na primeira ronda do Open da Austrália. O marido é também o seu preparador físico

O que eu ando a ler

“Só”

António Nobre

Publicações Anagrama

Filho de burgueses abastados no norte do país, António Nobre foi estudar Ciência Política para Paris depois de ter chumbado dois anos no curso de Direito em Coimbra. Na cidade luz, embrenhou-se no meio literário e artístico do final do século XIX e tornou-se um simbolista. Mas foi tomado pela melancolia e pela saudade que transformou em poemas tão dramáticos e românticos como auto irónicos. Escreveu “Só”, a única obra que publicaria em vida e que classificou como “O livro mais triste que há em Portugal”. Como resistir?

“Ouvi-os a todos, meus bons portugueses; Pelo cair das folhas, o melhor dos meses; Mas tende cautela, não vos faça mal; Que é o livro mais triste que há em Portugal”.

Morreria ultrarromanticamente depois de ter adoecido com tuberculose. Passou os últimos anos de vida em sanatórios espalhados pelo mundo. Tinha 32 anos e para além do livro “Só”, tem um monumento em Leça da Palmeira, cidade onde cresceu, concebido por Siza Viera.

Por hoje é tudo. Agasalhe-se, que vai estar frio. A recomendação é da sempre sábia DGS. Despeço-me com as sugestões da equipa multimédia do Expresso:

Pior do que está não fica, mas faltam critérios éticos para avaliar o questionário de Costa. Não é propriamente um "mecanismo" de verificação, é um questionário que co-responsabiliza aqueles que são convidados para servir no Governo. A partir de agora, há um conjunto de perguntas para despistar potenciais problemas, mas não há uma clara indicação sobre os critérios éticos que vão servir para interpretar as perguntas feitas no processo de recrutamento de novos membros do Governo. Na Comissão Política, Eunice Lourenço, David Dinis, Vítor Matos e Rita Dinis analisam a ética política e o questionário do Governo

https://expresso.pt/podcasts/comissao-politica/2023-01-17-Pior-do-que-esta-nao-fica-mas-faltam-criterios-eticos-para-avaliar-o-questionario-de-Costa-af975b8e

Portugal é como Harry: um 'membro real' queimado. Na semana em que Rita Blanco é oficialmente sexagenária, A Noite da Má Língua tem um episódio especial dedicado ao sexo na terceira idade. Rui Zink relata a sua infeliz vida de professor casado. Manuel Serrão é solteiro e sofre por não ter ninguém com quem partilhar a marmelada. Júlia Pinheiro considera-se feliz nos seus 60 anos mas muito preocupada com o questionário para entrar no governo

https://expresso.pt/podcasts/a-noite-da-ma-lingua/2023-01-16-Portugal-e-como-Harry-um-membro-real-queimado-38e2a5f5

O Benfica-Sporting correu bem, não teve pancadaria nem conflitualidade. Mas há quem ache que pode estragar tudo. Num dérbi sem erros de arbitragem nem os habituais sururus no relvado, houve desacatos no túnel de acesso aos balneários no Estádio da Luz provocados por “gente marginal ao jogo” que deveriam “deixar de ser arruaceiras”. Sobre isto e os lances bem decididos no clássico, mas não tanto no FC Porto-Famalicão e, lá fora, no dérbi de Manchester, em destaque em A Culpa é do Árbitro

https://expresso.pt/podcasts/a-culpa-e-do-arbitro/2023-01-17-O-Benfica-Sporting-correu-bem-nao-teve-pancadaria-nem-conflitualidade.-Mas-ha-quem-ache-que-pode-estragar-tudo-c5273a3e

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