Os europeus nos países que integram a União Europeia dificilmente poderão acreditar que somente os eurodeputados que até agora foram indiciados e detidos por corrupção do lóbi Qatargate estão envolvidos naquele processo. Mais: anteriormente quantos eurodeputados e outros da UE foram influenciados e corrompidos pelos lóbis? Existem registos e/ou suspeitas a coberto de opacidades bem guardadas nas profundidades da bruma silenciosamente instalada? Ou tal não existe e a transparência nos vários meandros de interesses dos lobistas e eventuais cúmplices são suspeitas e apreensões injustificáveis por parte dos cidadãos europeus? Para além do escândalo Qatargate não restam mais nenhumas ilegalidades anteriores e posteriores a investigar e assinalar? O ideal seria que convencessem com verdade e transparência os cidadãos e eleitores europeus, o que até agora para muitos não conseguiram efetivar. As apreensões dos europeus justificam-se sobremaneira. Ai os lóbis, esses corruptores alapados nas opacidades! - PG
Qatargate: polícia belga prende deputado europeu Marc Tarabella e realiza novas investigações
O Parlamento Europeu renunciou à imunidade de mais dois legisladores da UE na semana passada.
Pieter Haeck – Eddy Wax | Político.UE | # Traduzido em português do Brasil
As autoridades belgas prenderam na sexta-feira o eurodeputado Marc Tarabella, que já havia sido expulso de seu partido socialista, na investigação ligada a suposta corrupção no Parlamento Europeu.
Um porta-voz do promotor belga confirmou a prisão após uma reportagem anterior da emissora flamenga VRT .
O advogado de Tarabella, Maxim Töller, disse ao POLITICO que seu cliente ainda não havia comparecido ao juiz investigativo.
Em um comunicado de imprensa de acompanhamento, o promotor também confirmou que várias batidas ocorreram na manhã de sexta-feira. Um cofre de Tarabella em um banco em Liège foi revistado, bem como vários escritórios na cidade valona de Anthisnes, onde Tarabella ainda é prefeito.
O Parlamento Europeu renunciou à imunidade tanto para Tarabella quanto para o colega eurodeputado Andrea Cozzolino em uma sessão plenária na quinta-feira passada, abrindo caminho para os investigadores belgas interrogá-los. Outros três suspeitos estão presos.
O promotor não comentou sobre as acusações que Tarabella pode enfrentar.
A polícia belga também revistou a casa do eurodeputado Cozzolino em Ixelles. Seu escritório no Parlamento Europeu foi lacrado, mas não revistado, disse o porta-voz do procurador belga, o que o POLITICO confirmou.
Delphine Colard, vice-porta-voz do Parlamento Europeu, disse: “Nunca comentamos processos judiciais em andamento. O Parlamento sempre coopera plenamente com as autoridades”.
De acordo com relatórios parlamentares, as violações da lei belga por Tarabella e Cozzolino podem incluir corrupção, participação em uma organização criminosa e lavagem de dinheiro.
No final da semana passada, o juiz de investigação belga que conduz o caso libertou da prisão um dos quatro detidos originais do caso, Niccolò Figà-Talamanca – secretário-geral do No Peace Without Justice, uma das organizações não-governamentais ligadas ao escândalo de corrupção.
Três outros suspeitos, a ex-vice-presidente do Parlamento Europeu Eva Kaili, seu parceiro Francesco Giorgi e o ex-deputado Pier Antonio Panzeri ainda estão na prisão. Em janeiro, Panzeri fechou um acordo para cooperar com os investigadores.
Tanto Tarabella quanto Cozzolino negam qualquer irregularidade.
*Barbara Moens contribuiu com relatórios.
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