quarta-feira, 24 de maio de 2023

Turquia | UM PARCEIRO DE OLHOS POSTOS EM ÁFRICA E VICE-VERSA

A Turquia tem influenciado as economias africanas. Vários países africanos estão de olhos postos na segunda volta das eleições presidenciais turcas, no próximo domingo. As boas relações com África, serão postas à prova?

A Turquia está a desempenhar um papel importante na competição entre nações economicamente fortes pela influência no continente africano. O país do Bósforo apresenta-se como um parceiro alternativo às antigas potências coloniais da Europa - com sucesso.

Vários países africanos estão de olhos postos na segunda volta das eleições presidenciais turcas. O atual Presidente Recep Tayyip Erdogan e os seus investimentos são recebidos de braços abertos em muitos países africanos.

Entretanto, a pretensão de Erdogan ao poder está a ser posta à prova: depois de ter falhado por pouco a maioria absoluta nas eleições presidenciais de 14 de Maio, terá de enfrentar o seu adversário Kemal Kilicdaroglu na segunda volta das eleições, no domingo (28.05). É provável que a votação seja também acompanhada de perto em muitos países africanos. 

Turquia | ERDOGAN E A EXPLORAÇÃO DA RELIGIÃO PARA FINS ELEITORAIS


UNIVERSIDADE DE COIMBRA É ANTIDEMOCRÁTICA E RUSSOFOBA OU SÓ O REITOR?


PORTUGAL

Vladimir Pliassov: “Até os nazis tiveram direito a ser ouvidos”

Ao fim de 35 anos, Vladimir Pliassov foi demitido do cargo de Director do Centro de Estudos Russos da Universidade de Coimbra, após acusações infundadas de activistas ucranianos. A entrevista é de Bruno Amaral de Carvalho.

Bruno Carvalho | AbrilAbril | entrevista

Trabalha em Portugal desde 1988. Coimbra foi amor à primeira vista e ensinou várias gerações a falar russo. Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, o seu carro foi atacado com ovos e a filha recebeu avisos por telefone. Foi o prólogo das várias acusações que saíram a público num artigo publicado por dois cidadãos ucranianos nos jornais. De um dia para o outro, Vladimir Pliassov viu o seu contrato a título gracioso cessado por decisão do reitor da Universidade de Coimbra sem qualquer inquérito. O professor defende-se dizendo que nunca fez propaganda nas suas aulas e que isto é mais um caso de russofobia.

A entrevista é do jornalista Bruno Amaral de Carvalho, em exclusivo para o AbrilAbril.

Como é que se dá o primeiro contacto com a língua portuguesa?

Começou na faculdade. Fui um dos primeiros alunos a aprender português. Depois, mandaram-me para África porque havia acordos com países em vias de desenvolvimento. Outros foram para a Europa mas, como eu não era membro do Partido Comunista, não tive essa escolha, eu nunca estive na primeira trincheira ideológica. Fui para Moçambique. Queria ir para Angola mas a minha esposa escolheu Moçambique. Entretanto,  o contrato não foi renovado e voltei para Moscovo.

Creio que foi em Março ou Abril de 1988 que participei num encontro das associações de amizade com a União Soviética, com a participação de Valentina Tereshkova [primeira mulher no espaço], onde estava António Avelãs Nunes, que assinou um acordo entre as duas partes. Valentina Tereshkova pediu-me para traduzir e depois disse-me que devia ir para Portugal. Eu queria ir para Angola ou Moçambique. Mas acabei em Portugal. A cosmonauta lançou-me para Portugal.

Quando cá cheguei, não queria ficar em Lisboa. Queria uma cidade mais pequena e quando cheguei a Coimbra foi amor à primeira vista. Comecei, então, a dar aulas na Associação de Amizade Portugal-URSS e, depois, o professor Avelãs Nunes recomendou-me à universidade para dar aulas de russo. No período conturbado da perestroika, eu pensei que vinha para trabalhar dois ou três anos e que regressaria à Rússia quando tudo acalmasse. Isto foi em 1988.

Estou aqui muito bem, eu escolhi Portugal para viver e não para ganhar dinheiro. Para ganhar dinheiro seria noutro país, não Portugal. Os meus amigos que trabalham na Áustria e na Suíça ganham cinco vezes mais do que eu e trabalham muito menos.

Medina envolvido em (nova) polémica. Sérgio Azevedo (PSD) incluído. O que se sabe

Fernando Medina - PS

Foram divulgados e-mails e escutas telefónicas que visam não só o ministro das Finanças, como também o ministro do Ambiente. Ambos já garantiram que não foram ouvidos pelo Ministério Público.

O atual ministro das Finanças, Fernando Medina, está na mira do Ministério Público (MP) em pelo menos cinco processos que remontam ao tempo em era presidente da Câmara de Lisboa e ao caso 'Tutti Frutti'

Em causa, segundo documentos a que a TVI e a CNN Portugal tiveram acesso, estão alegados crimes de corrupção, participação económica em negócio, financiamento proibido de partidos, prevaricação de titular de cargo político, tráfico de influências e abuso de poder.

De acordo com as estações, há dezenas de escutas e centenas de e-mails que visam não só o ministro das Finanças, mas também o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, que, na altura, era o número 2 de Medina na autarquia lisboeta.

Sérgio Azevedo - PSD

Foram selecionados os e-mails "com relevância criminal", que reforçam os indícios da Polícia Judiciária (PJ) e da procuradora Andrea Marques. "Poderá configurar ilícitos penais praticados pelo ora Ministro das Finanças, Fernando Medina", afirmou uma inspetora da PJ num relatório do processo Tutti Frutti, citada pela TVI e pela CNN Portugal, sublinhando os "acordos políticos entre Sérgio Azevedo, na foto (do PSD), Duarte Cordeiro e Fernando Medina (do PS) para a colocação de pessoas em lugares para avenças e posições estratégicas", nas eleições autárquicas de 2017.

A magistrada apontou também a "emissão de faturas falsas e acordos com responsáveis do PS para a adjudicação de contratos públicos a empresas violando a transparência, integridade, zelo e boa gestão dos dinheiros públicos".

A investigação sublinhou que Medina fez um pacto com responsáveis do PSD antes das autárquicas no sentido de apresentar "candidatos merdosos" em algumas freguesias para que os sociais-democratas fizessem o mesmo pelos socialistas.

"Está combinado com o Medina eles apresentarem uns gajos merdosos para garantirmos as nossas juntas", disse Sérgio Azevedo, ex-deputado do PSD, numa escuta telefónica. 

"O Medina disse que na minha Estrela iam candidatar uma gaja do grupo de cidadãos", revelou também Luís Newton a Sérgio Azevedo. "O Medina está a portar-se bem connosco", respondeu o ex-deputado.

Portugal | HOJE É DIA DE PROVAS. E NÃO É SÓ PARA OS ALUNOS

Isabel Leiria, jornalista | Expresso (curto)

Bom dia,

(Antes de mais um convite: esta quarta-feira, às 14h00, Junte-se à Conversa com João Vieira Pereira, Paula Santos e Anabela Campos. Desta vez sobre "E a Tap, Como fica?". Inscreva-se aqui.

Amanhã, quinta-feira, haverá mais uma "Visita à Redação". Inscreva-se enviando um mail para producaoclubeexpresso@expresso.impresa.pt)


A partir das dez da manhã desta quarta-feira, mais de 70 mil alunos do 8º ano vão estar sentados à frente de um computador, para realizar a primeira parte da prova de aferição de Ciências Naturais e Físico-Química. Em anos anteriores, dificilmente este seria um ponto da agenda do dia a merecer a abertura de uma newsletter matinal. Mas este ano, tão ou mais importante do que avaliar o que sabem os alunos no final do 2º, 5º e 8º anos a um conjunto pré-selecionado de disciplinas, é perceber se o Ministério da Educação e os seus serviços são capazes de realizar com sucesso a transição de milhares de provas até aqui feitas em papel para formato digital.

Ao todo, serão mais de 500 mil testes realizados este ano em computador a nível nacional. Para precaver falhas de rede e outros constrangimentos técnicos, foi dada às escolas a possibilidade de dividirem os seus alunos em dois turnos consecutivos e realizarem as provas em modo offline.

A prova de aferição de Tecnologias de Informação e Comunicação do 8º ano, que as escolas têm vindo a realizar nos últimos dias e que têm de completar até ao final da semana, serviu de ensaio. E o ensaio teve as suas contrariedades. No primeiro dia, foi o próprio IAVE (instituto responsável pela realização da avaliação) que forneceu uma password para a ‘abertura’ das provas no computador errada…Em várias escolas, houve dificuldades técnicas e computadores a falhar ou mesmo a faltar, já que no caso do ensino privado não houve distribuição de portáteis pelos estudantes. Noutras, os testes tiveram de mudar de data. Por falta de condições e até pela greve marcada pelo sindicato STOP, que continua até dia 26. Nos agrupamentos de exames, estruturas cuja missão é garantir que nada falha na operação provas nacionais, há descontentamento entre os professores designados para a coordenação.

Portugal | A QUARTA APARIÇÃO DE FÁTIMA -- AVÉ CAVACO, AMÉN!


A surpresa soberana e de fé enganosa (habitual em Portugal) revelou que afinal o segredo de Fátima continha uma quarta aparição à revelia do Vaticano Esbanjador e Opulento na figura revanchista e doentia do sagrado economicismo e do apertar do cinto aos plebeus e taralhoucos lusitanos. A aparição foi surpreendente mas sobretudo descarada. A impunidade dos "grandes das elites" assim dita. Só disso não perdem a memória. Olhai Santíssimos Salgados de BES e afins dessa seita congregatória. Avé e amén!

Redação PG | Imagem: Facebook

ELEIÇÕES NA GUINÉ-BISSAU: MULHERES AFASTADAS DA POLÍTICA?

Participação das mulheres guineenses na política, quer como candidatas, quer como governantes, ainda está muito aquém do determinado pela lei, apesar de constituírem maioria no eleitorado.

A organização "Midjers di Guiné, No Lanta" (Mulheres da Guiné, Levantemo-nos) considerou que a participação das mulheres guineenses na política, quer como candidatas, quer como governantes, ainda está muito aquém do determinado pela lei, apesar de representarem a maior parte da população. 

parlamento da Guiné-Bissau aprovou no início de agosto de 2018 uma lei que fixa uma quota mínima de 36% de mulheres, que representam mais de metade da população, nas listas de candidaturas para cargos eletivos.

Mulheres representam a maior parte dos eleitores. O recenseamento eleitoral, realizado este ano, indica que no total foram recenseados 893.618 eleitores, dos quais 459.609 são mulheres.

Apesar da lei e dos números, nas listas dos candidatos a deputados para as legislativas de 04 de junho, a presença de mulheres em lugares elegíveis é fraca, principalmente nas maiores forças políticas do país, e apenas uma mulher lidera um dos 20 partidos e duas coligações que vão disputar as eleições.

Guiné-Bissau | Sissoco recusa nomear Simões Pereira como primeiro-ministro

Sissococrata

Presidente guineense diz que é uma questão de coerência. Para líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, as declarações de Sissoco Embaló são uma "afronta ao povo guineense".

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, anunciou hoje que não irá nomear Domingos Simões Pereira para o cargo de primeiro-ministro em caso de vitória da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) - Terra Ranka nas eleições legislativas de 4 de junho. 

Falando na inauguração do porto de pesca artesanal, construído pela China, no bairro de Bandim, em Bissau, Sissoco disse que não colocará entrave a um primeiro-ministro proposto pela coligação, desde que não seja o nome do antigo chefe do executivo Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

No passado, "eu disse 'Domingos Simões Pereira nunca o vou nomear' [como primeiro-ministro]. Tem de ir à Justiça e esclarecer as questões que pendem sobre si. Isso também é válido para o Geraldo [Martins]. É claro e repito, mas isso não significa que, se a coligação do PAIGC vencer, vou dizer que não" deve formar Governo, afirmou Embaló. 

O Presidente guineense referiu que não tem nada contra o PAIGC, que lidera a coligação PAI - Terra Ranca. 

50 ANOS -- LUTA PELA LIBERTAÇÃO E INDEPENDÊNCIA DO SAHARA OCIDENTAL

20 de Maio de 1973 – primeira acção armada da Frente Polisário contra o colonialismo espanhol e depois contra a ocupação de Marrocos

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PUSL.- A 20 de Maio de 1973, apenas dez dias após a sua fundação, a Frente Polisario realizou a sua primeira acção armada contra o colonialismo espanhol. O alvo foi o posto da policia de El Janga.

Esta acção foi a primeira que marcou o inicio da guerra de libertação e que rapidamente ultrapassou a capacidade de resposta de Espanha e o seu controle sobre o território saharaui.

As ações seguintes fortaleceram o prestigio da Frente Polisario não só perante a população saharaui como também entre os saharauis que serviam no exercito colonial espanhol.

A história é conhecida, Espanha vendeu o território e os seus habitantes como se tratassem de um rebanho de cabras a Marrocos e Mauritânia, cedendo este país riquíssimo nos acordos de Madrid, de forma ilegal e criminosa.

Seguiram-se os bombardeamentos de Napalm e Fósforo Branco, a Marcha Negra (chamada de verde pelos Marroquinos), milhares de mortos, torturados, desaparecidos e uma guerra de resistência e valentia dos Saharauis até 1991, quando foi assinado o cessar-fogo.

Portugal | Socialistas pedem solução justa para autodeterminação do Sahara Ocidental

Os socialistas portugueses saudaram hoje o povo do Saara Ocidental, defendendo uma "solução política justa, duradoura e mutuamente aceitável" que permita a sua autodeterminação, no quadro das negociações da ONU.

"O Partido Socialista e a Juventude Socialista saúdam o povo saharaui por 50 anos de luta pela sua autodeterminação, completados hoje, reafirmando o seu compromisso com uma solução política justa, duradoura e mutuamente aceitável que permita a autodeterminação do povo do Saara Ocidental", lê-se numa nota enviada às redações.

Solução que, para os socialistas, deverá ser alcançada no quadro das negociações lideradas pela ONU, das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e dos princípios da Carta das Nações Unidas.

Na mesma nota, os socialistas elogiam o empenho do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em relançar a MINURSO - Missão das Nações Unidas para o Referendo no Saara Ocidental - "com a nomeação do enviado pessoal do secretário-geral Staffan De Mistura", lamentando, contudo, que ao fim de ano e meio em funções ainda não tenha conseguido "visitar o território ocupado do Saara Ocidental, por impedimento das autoridades marroquinas".

PS e JS apelam, nesse sentido, para que todas as autoridades "colaborem com as instâncias internacionais na observância dos direitos humanos e na prossecução da paz".

Portugal apoia solução política para Saara Ocidental com mediação da ONU -- PR

O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje perante o seu homólogo argelino que Portugal apoia a procura de uma solução política para o Saara Ocidental com mediação da Organização das Nações Unidas (ONU).

Marcelo Rebelo de Sousa falava no Palácio de Belém, em Lisboa, tendo ao seu lado o Presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, que iniciou hoje uma visita de Estado de dois dias a Portugal.

"Naturalmente, temos uma posição que é a mesma, e que é a que respeita ao papel das Nações Unidas, ao respeito das resoluções das Nações Unidas, no domínio do Saara Ocidental, da procura de uma solução política com mediação das Nações Unidas e acordo entre as partes interessadas. Para nós, isso tem sido a posição constante", afirmou o Presidente português.

Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa não fez referência à proposta marroquina de autonomia -- em vez de independência -- para o Saara Ocidental, iniciativa apresentada pelo Reino de Marrocos em 2007.

Em 12 de maio, no fim da 14.ª Reunião de Alto Nível entre Portugal e Marrocos, realizada em Lisboa, os governos português e marroquino subscreveram uma declaração final na qual expressaram acordo quanto à "exclusividade da ONU no processo político" de procura de uma solução para o Saara Ocidental, mas também o apoio à iniciativa de autonomia marroquina.

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