segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Na África, a nova crise do eurocentrismo

No Gabão, caiu o sétimo governo africano, em dois anos. Não são apenas golpes militares. Populações cansaram-se da pilhagem de recursos e dos governos pró-ocidentais. EUA, velho aliado da França, agora cobiça o que ela controlava

Nazanín Armanian, no Other News | em Outras Palavras | Tradução: Rôney Rodrigues | # Publicado em português do Brasil

E o quarto golpe veio em 30 de agosto de 2023 para outra das ex-colônias francesas: o Gabão. Os militares prenderam o presidente eleito Ali Bongo, assim que o seu nome saiu das urnas, por “fraude eleitoral”, derrubando uma família que cometia fraudes de todos os tipos há meio século. Os seus colegas no Burkina Faso, no Mali e no Níger fizeram o mesmo nos últimos meses. Um perplexo Emmanuel Macron, que visitou África 17 vezes e continua a ter bases militares no Senegal, Chade, Costa do Marfim, Benim, Níger e Djibouti, bem como milhares de mercenários liderados pelos seus serviços de inteligência que operam no Sahel, se perguntam:

– Onde eu falhei?

– Quem está nos desferindo esses golpes e por quê?

– O que devo fazer agora para estancar o sangramento?

A França colonizou o Gabão em 1885, tornando-o a sua principal fonte de urânio na década de 1960, e também um dos seus fornecedores de petróleo quando a Argélia se rebelou contra Paris. As suas grandes reservas de urânio e manganês, bem como as madeiras de suas florestas, ferro, diamantes e ouro, foram (são) saqueadas por empresas francesas e pela máfia governante, até que o golpe de Estado de 1964 perturbou a paz no Eliseu: o general Albert-Bernard Bongo depôs o presidente pró-francês León M’ba. Os seus apoiadores acusaram Washington de estar por trás do golpe e invadiram a embaixada dos EUA na capital Libreville.

O atual golpe militar derruba a dinastia Bongo, que estava no poder há meio século. O ex-presidente Omar Bongo, segundo um relatório (1999) do Senado dos EUA, tinha depositado 50 milhões de dólares numa conta privada do Citibank, e um tribunal francês publicou em 2008 que o presidente africano possuía pelo menos 33 propriedades de luxo, num total estimando em 190 milhões de dólares: nenhuma investigação adicional foi feita para defender a reputação dos ladrões e dos seus protetores ocidentais.

Em setembro de 2002, os EUA localizaram novamente o Gabão (de onde importavam petróleo bruto e manganês) no mapa: o governo de G. Bush enviou o secretário de Estado Colin Powell para visitar o país africano. Dois anos depois, Bongo foi convidado para a Casa Branca.

Paris (ainda) não ordenou a evacuação dos seus 10 mil cidadãos no Gabão e não tem planos para expulsar o Sexto Batalhão do Exército Francês locado em Libreville.

Macron poderia desistir do Gabão, mas não do Níger, se não quiser entrar numa crise energética sem saída. A perda deste país foi tão devastadora para a França que o presidente culpou publicamente o diretor-geral francês de Segurança Externa por não ter previsto o golpe.

Crise de refugiados em Itália mostra duplo critério da UE

Têm sido milhares os migrantes que têm chegado à ilha italiana de Lampedusa. Von der Leyen anunciou um plano de dez pontos que só revela que a tolerância com ucranianos não é a mesma relativamente a refugiados africanos.

O Governo de extrema-direita tem vindo a promulgar medidas para lidar com as situação dos refugiados, medidas que envolvem decretar o estado de emergência e a facilitação na detenção de menores. A acção é, no mínimo, censurável e coloca em evidência quais são realmente os valores europeus propagandeados. 

Ao longo dos últimos dias têm chegado milhares de migrantes à ilha italiana de lampedusa e como tal, o Governo de extrema-direita italiano lançou o desafio à presidente da Comissão Europeia a visitar o local, não por «solidariedade» com os refugiados, mas para ver a situação.

Neste sentido, Ursula Von der Leyen anunciou um «um plano de ação para enfrentar a imigração irregular» e disse que «a Itália pode contar com a União Europeia». Longe do apoio estão os refugiados, longe do discurso estão as razões que levam a que as pessoas procurem segurança na Europa, longe estão as reais soluções.

Importa recordar que o movimento de refugiados e imigrantes oriundos de várias regiões do continente africano e Médio Oriente são autênticas fugas à pobreza, à guerra e à morte, consequência dos processos de desestabilização em vários pontos do globo provocados com vista ao domínio económico e de saque dos recursos naturais aos quais EUA, da NATO e União Europeia não são alheios.

A acção da União Europeia não tem sido no sentido de resolver a raiz dos problemas, mas adoptar uma postura legalista que muitas vezes passa por deixar morrer milhares de pessoas que tentam cruzar o mediterrâneo em condições que colocam em risco a própria vida, tal não é o desespero. 

O que Von der Leyen anunciou não foi a solução, foi o desvio das atenções que somente alimenta a retórica da extrema-direita italiana e europeia. A presidente da Comissão Europeia optou por falar de traficantes, como se o problema central fosse esse: «Decidiremos quem chega à Europa e não os traficantes».

O tal plano não é um plano de solidariedade, mas sim de negação da dignidade humana pois inclui expandir missões navais da União Europeia no Mediterrâneo ou criar uma nova, repatriamentos mais rápidos de pessoas cujos pedidos de asilo forem rejeitados.

Se a preocupação era alegadamente os «traficantes», Von der Leyen fez questão de garantir que a Itália receberá um financiamento de mais de mil milhões de euros em troca de medidas de contenção da imigração, ou seja do reforço da vedação da Europa a quem procura fugir da guerra e da morte certa. 

Toda esta postura contrasta com a predisposição de receber refugiados ucranianos. A Fevereiro de 2022, Von der Leyen disse: «Temos trabalhado durante semanas para estarmos preparados para o pior, esperando o melhor, mas estando preparados para o pior e, portanto, chegámos a essa fase de nos prepararmos para potenciais refugiados. Temos agora todos os Estados-membros da linha da frente com planos de contingência explícitos para acolher e acolher imediatamente os refugiados da Ucrânia».

Fica evidente que para a União Europeia há dois elementos centrais: a existência de refugiados de primeira e refugiados de segunda; a existência de diferenças no valor da vida humana; a existência de um discurso e medidas que acomodem as reivindicações e vontades da extrema-direita. 

AbrilAbril | Imagem: Yves Herman; POOL / EPA

Debaixo do tapete

Ramsés, Suíça | Cartoon Movement

União Europeia: Super-predadores

Joana Amaral Dias* | Diário de Notícias | opinião 

Mais de 50 000 empresas alemãs faliram no primeiro semestre de 2023. O motor da União Europeia está a gripar devido a um crime premeditado. Entretanto, Lagarde aumentou as taxas de juro e recomendou aos governos cortes nos apoios sociais. A profunda crise em que estamos atolados (e que ainda vai piorar antes de - eventualmente - melhorar) foi criada por decisões políticas, em moldes artificiosos.

Durante 2020 e 2021, os poderes (eleitos e não-eleitos) congelaram a economia, paralisaram empresas e negócios, enquanto cuspiram novas notas a rodos. O balanço do Banco Central Europeu cresceu nada mais, nada menos do que 4 biliões nesse período. A guerra na Ucrânia só agravou a maior inflação dos últimos 40 anos, imposto injusto que está a liquidar as populações, sobretudo as mais carentes. Eis o resultado das resmas de massa fresca acabada de imprimir da luxuosa Lagarde: uma recessão construída, uma obra de engenharia económica venenosa.

A origem do Coronavírus ainda não é consensual. Já sobre a origem desta crise não há dúvidas: é um atentado em massa, inédito e planeado.

"A Europa não é o 1% de magnatas dos fundos financeiros que possuem 90% de tudo. A Europa é as pessoas. Sem elas ou contra elas, sem os 99%, não há Europa, nem valores europeus. Há caos. Há o que querem. O fim."

MADEIRA | Pobreza. "As outras ilhas dentro da ilha"

Os donos da ilha e semeadores da pobreza

As "desigualdades" numa região que tem a maior taxa de risco de pobreza ou de exclusão social e o pior poder de compra do país. As polémicas políticas e a realidade de quem não vive na cidade dos turistas.

Nem parece o Funchal, não é?". E não parece. Há casas de chapa, outras só de cimento à vista ainda por pintar, outras que foram crescendo à medida que a família cresceu - "vamos fazemos uns quartinhos, dois quartinhos" -, outras de cores garridas e antigas - "isso é dos emigrantes" -, e outras ainda novas, de portões elétricos, muros altos.

Há carros velhos e avariados metidos em socalcos e "carros de topo, de uns milhares" estacionados em garagens, à beira das apertadas e inclinadas estradas longe dos carreiros sinuosos, alguns de degraus, que dão acesso a centenas e centenas de casas.

Há lugares sem "saneamento básico, esgotos, acessos decentes" e outros que "nem uma tasca têm".

Há casas reconstruídas que, depois do "20 de fevereiro" [a tragédia que, em 2010, causou 47 mortos, 4 desaparecidos, desalojados às centenas e milhões de prejuízos], depois das "ribeiras" terem "enchido com a chuva e arrastado tudo", continuam "ilegais". E há outras que após 13 anos continuam por reconstruir.

"A mim não me ajudaram nada. Tive que pagar praticamente tudo. O governo? Não conto com ele. Ninguém dá nada a ninguém. O governo quer é saber dele, dos amigos e disso tudo", desabafa o homem de 63 anos que, encostado ao muro de pedra, me indica as casas, os caminhos que "as águas e as lamas levaram".

Mãos robustas, dedos tingidos dos "óleos e massas" dos motores dos carros, aponta uma a uma as casas dos que "foram embora", dos que como ele "tiveram que fazer tudo", "aquela casa amarela que desapareceu" e agora foi reerguida, os "fios elétricos pendurados por todo o lado", os becos "cheios de mato" e a ribeira "cheia de árvores".

"Mas isso não lhes interessa. Quando houver mais uma desgraça é que vêm limpar", desabafa, sem parar de apontar cada detalhe e no mesmo tom calmo de voz.

"Sabe", e neste instante olha-me com ar sério, "é que eles só se lembram de nós nestas alturas, nas desgraças e nas eleições. Ainda agora a CDU passou aqui. Aqui há dias, o PSD foi à minha casa. Nem sequer ligo. Parecem papagaios a falar, mas quando chega a hora da verdade eles fogem".

Marcelo PR e de ditos sexista? “Olhem a serpente e a maçã”, fujam!

Bom dia no que a seguir será o Curto do Expresso propriedade do tio Balsemão de Bilderberg. Depois da Madeira vai haver sexismo à lupa, ferramenta apropriada para eunucos. Mentes ao alto e desculpem qualquer coisinha.

Na Madeira há fome de três em pipa, como no Continente, como em vários países da chamada União Europeia, como em imensos (demasiados) países do mundo. Além da fome também ocorrem eleições e aldrabões políticos que até parece que fazem magias ao estilo dos sevandijas nas campanhas eleitorais… É disso que o Expreso Curto trata nas laudas de Pedro Cordeiro. Haverá ainda muito mais, dele, no tratamento do Curto a seguir. Respeito. O autor sabe muito bem onde a porca torce o rabo e vai daí aborda o que acha que sim, porque sim. É assim mesmo.

Não me parece que ele, Cordeiro, ligue peva ao alegado sexismo exacerbado do presidente da República, o Marcelo – para os milhões amigos. Ainda bem, é menos um.

Sobre isso até parece que anda tudo maluco. Marcelo sexista? Quem? Aquele velho jarreta simpático e de afetos? Ah, pois, o decote da menina! E ele ralado que se constipem… É o que faz ser atencioso e protetor. Ser pai, avô e idóneo. 

Dá para ver que às tantas a sociedade está repleta de gentes doentes e exageradas (mal intencionadas porque secretamente são maldosas e perversas) extremistas, talibans e talibanas. O melhor é não falarmos e quanto às mulheres nem as olharmos. Muito menos aproximarmo-nos. “Dai-lhes desprezo”, dizem os sábios. “Olhem a serpente e a maçã”, fujam! Acrescentam esses tais radicais da sabedoria… Pois.

Vamos avançando, antes que sobre para aqui a reação viperina dessas mentes malvadas e pseudo assexuadas, pseudo tudo, integras, virgens, angélicas, maviosas, de aspecto e dizeres tão humanos… Politicamente corretos e democráticos da atualidade desenvolvida e sustentável, gananciosa, egoísta... Talvez merecidamente considerada tan-tan. Pois. Tretas.

Bom dia e um queijo chulé acompanhado de um tinto carrascão da marca “Mafarrico”. E a seguir às patacoadas o Curto do Expresso. Pois.

Vão lá. Leiam. Não dói nada. Não sejam tão pútridos quanto está à vista no segredo desse tal aicoirão da modernidade tão capacitada e repleta de tantos não prestam. Bom dia.

MM | PG

Portugal - UE: Decisão do BCE é "revoltante". "As famílias estão a ser esfoladas"

A socialista Ana Gomes fez duras críticas à decisão do BCE, acusando a instituição liderada por Christine Lagarde de colocar em risco a democracia europeia e de encher os cofres dos bancos.

O aumento das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE) continua a gerar muita indignação e Ana Gomes juntou-se ao coro de críticas, acusando o banco de tomar medidas "contraproducentes" e de prejudicar as famílias por toda a Europa.

No seu espaço de comentário na SIC Notícias, a antiga eurodeputada e candidata presidencial vincou que a decisão do BCE não é uma "receita adequada", explicando que os instrumentos clássicos de política monetarista não vão funcionar com o tipo de inflação que se tem verificado.

"Esta não é uma inflação que se possa combater com um instrumento clássico da política monetarista, que é caso de quando a inflação é desencadeada pela procura; esta é uma inflação que resulta de problemas na oferta, tem a ver com as disrupções na cadeia de abastecimento, particularmente agravadas pela guerra", afirmou.

Para a antiga diplomata, aumentar as taxas de juro pela 10.ª vez em 14 meses é "contraproducente e revoltante, porque isto é transferir dinheiro das famílias, dos cidadãos, de quem trabalha, para os bancos e para os grandes grupos económicos que estão a fazer lucros fabulosos".

"Estão a fazer, por outra forma, aquele que disse que energúmeno do bilionário Tim Gurner, que esta semana veio dizer que era preciso passar o nível de desemprego para 40%, porque os trabalhadores 'tinham de aprender' e que não podia contar este 'forrobodó'. É isto que está a fazer o BCE, por outras palavras menos boçais, e os governos escondem-se atrás do BCE e de uma suposta independência técnica do BCE quando, obviamente, ela não existe, é uma balela", atirou a comentadora.

Ana Gomes reiterou que, a manter-se as medidas atuais, quem sairá mais prejudicado é a classe média europeia, em particular a portuguesa, e irá contribuir ainda mais para o aumento da extrema-direita a nível europeu.

"Nós estamos a ser esfolados. Nós, os cidadãos, as famílias, estamos a ser esfolados por uma política que é revoltante, que é indigna e que é contraproducente porque, em última análise, não só virará os cidadãos contra os governos", sublinhou, considerando que, a cerca de nove meses das eleições europeias, isto "é para destruir a Europa e o modelo social europeu".

Para contrariar estas medidas, Ana Gomes pediu que sejam criadas medidas para "intervir na oferta e naquilo que desencadeia os problemas na oferta", deixando ainda uma crítica às instituições europeias, inclusive ao PSD.

"O governo português fez saber que não estava de acordo, incluindo pela boca de Mário Centeno, do Banco de Portugal, e do próprio ministro das Finanças, Fernando Medina... Mas amocham. E aqui a oposição, olhe, nós nem sabemos qual é a posição do PSD nesta matéria. E eu temo que, à semelhança do passado, se o BCE diz 'mata', o PSD diz 'esfola-nos'", disse.

Após a decisão do BCE, o ministro das Finanças anunciou que o Governo estava a preparar um mecanismo para criar estabilidade, divulgando ainda o alargamento da bonificação de juros no crédito à habitação.

Notícias ao Minuto | Imagem: © Gerardo Santos / Global Imagens

A moderna 'caça às bruxas' do Ocidente


Vitaly Podvitsky* | Global Times

* Vitaly Podvitski é um cartunista russo. Seus trabalhos também podem ser vistos na grande mídia russa, incluindo Sputnik News

Os EUA sabem claramente o que o “Sul Global” menos quer ouvir na AGNU

Global Times | editorial |# Traduzido em português do Brasil

A partir de segunda-feira, a semana de alto nível da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) terá início e durará até 26 de setembro. Em comparação com as anteriores, a AGNU deste ano deu maior ênfase aos países do "Sul Global". 

Várias reuniões de alto nível a realizar durante a Assembleia Geral centrar-se-ão nas prioridades dos países em desenvolvimento em África, na América Latina e na Ásia, incluindo o clima, a saúde e o financiamento. Os países do Sul também influenciaram e responderam às agendas da AGNU com um espírito mais forte de unidade e cooperação, bem como com um sentimento de “ser o anfitrião”. O diretor de um think tank internacional acredita que “este é um ano em que os países do Sul Global definiram a agenda”.

Para a semana de alto nível da AGNU deste ano, o Secretário-Geral António Guterres há muito que tem grandes esperanças, esperando "ajudar a resgatar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável". O termo “resgate” revela as actuais dificuldades enfrentadas pelo desenvolvimento global e reflecte também a ruptura intransponível entre os países em desenvolvimento e os desenvolvidos. O que Guterres mencionou é uma mudança fundamental na actual situação internacional, ou seja, a ascensão colectiva dos países em desenvolvimento, que traz um apelo a uma ordem internacional mais justa e razoável. Entretanto, grandes potências estabelecidas, como os EUA e o Ocidente, estão a esforçar-se por manter o seu domínio e a recorrer a todos os meios possíveis para desacreditar, atacar e suprimir este apelo. Deve ser dito que esta contradição é o factor profundo que causa a actual divisão geopolítica.

Por exemplo, o que a comunidade internacional, principalmente os países em desenvolvimento, mais espera discutir na AGNU é como resolver a pobreza, aliviar a inflação elevada, lidar com as alterações climáticas, entre outras questões. Esperam promover o desenvolvimento sustentável através de diálogos multilaterais. As palavras-chave do debate geral – paz, prosperidade, progresso e sustentabilidade para todos – que são geralmente consideradas como os “pontos altos” da AGNU, também reflectem plenamente este forte desejo. O que mais preocupa estes países é que a crise da Ucrânia se torne novamente o tema dominante na AGNU e desvie a atenção das pessoas das questões de desenvolvimento. A conversa interminável sobre a guerra e as ameaças abertas e encobertas feitas contra outros países, forçando-os a escolher um lado, é a última coisa que estes países querem ouvir. No entanto, embora os EUA prestem atenção ao “Sul Global”, também declararam que “o mundo não pode resolver um sem o outro”, referindo-se à crise da Ucrânia e às questões de desenvolvimento. Isto mostra que os EUA estão bem conscientes das exigências dos países em desenvolvimento, mas insistem em apresentar as suas próprias agendas em fóruns multilaterais.

Existem muitos exemplos semelhantes, todos os quais provam fortemente, sem excepção, que a prática de trazer cálculos geopolíticos para ocasiões multilaterais minou os esforços de cooperação global e desperdiçou muitas oportunidades para os países em desenvolvimento e as nações desenvolvidas alcançarem compromissos, reconciliação e cooperação. Também limitou severamente a eficácia de plataformas multilaterais que anteriormente funcionavam bem. Isto é muito lamentável. Neste processo, os EUA e o Ocidente demonizaram continuamente as exigências legítimas e justas dos países em desenvolvimento, utilizando as suas poderosas ferramentas de opinião pública. Às vésperas da abertura de uma série de importantes reuniões na Assembleia Geral das Nações Unidas, a Cúpula do G77 + China foi realizada em Havana, capital de Cuba, de 15 a 16 de setembro. Os representantes participantes aprovaram por unanimidade a Declaração de Havana, que sublinhava o “direito ao desenvolvimento numa ordem internacional cada vez mais exclusiva, injusta, injusta e saqueadora”. Isto tornou-se um apelo colectivo dos países em desenvolvimento antes das reuniões de alto nível na AGNU. No entanto, permanece incerto até que ponto as vozes e preocupações dos países do “Sul Global” e do Secretário-Geral da ONU podem ser ouvidas pelos representantes dos países desenvolvidos na AGNU em Nova Iorque. 

Os EUA e outros países ocidentais estão claramente a aumentar os seus esforços para conquistar o “Sul Global”, mas é evidente que não se trata de conceder aos países em desenvolvimento um estatuto mais igualitário e oportunidades de desenvolvimento, mas sim uma tentativa de continuar a confiná-los a a periferia do sistema "centro-periferia". A realidade é que os países em desenvolvimento estão agora mais despertos e capazes de manter a independência e a autonomia do que nunca. Isto não se reflecte apenas na sua abordagem cautelosa e equilibrada ao conflito Rússia-Ucrânia, mas também na sua lucidez e calma face à instigação dos EUA ao confronto contra a China e a Rússia. A AGNU é o fórum multilateral mais representativo a nível mundial.

Nota: AGNU - Órgão intergovernamental, previsto nos artigos 9.º e seguintes da Carta da ONU, no qual têm assento todos os Estados membros da Organização. Pode discutir qualquer tema (exceto os que se encontrem sob análise pelo Conselho de Segurança) e aprova anualmente várias dezenas de resoluções e decisões sobre questões e situações de direitos humanos. Compete-lhe especificamente promover estudos e fazer recomendações tendo em vista a promoção dos direitos humanos, bem como proceder à aprovação final dos tratados. (ver mais)

MNE chinês visita Rússia esta semana para abordar segurança e cooperação

Vai haver uma troca detalhada de pontos de vista sobre questões relacionadas com a resolução da situação na Ucrânia e sobre formas de garantir a estabilidade e a segurança na região Ásia - Pacífico, anunciou um porta-voz do governo chinês.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, vai visitar a Rússia, entre esta segunda e quinta-feira, para participar em reuniões no âmbito da segurança e colaboração na cena internacional, anunciaram fontes dos dois países.

"A convite de Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Federação Russa, Wang Yi vai viajar para a Rússia, para participar na 18ª sessão das Consultas Estratégicas de Segurança China - Rússia", afirmou o ministério, em comunicado.

O ministério dos Negócios Estrangeiros russo indicou que Wang Yi vai também reunir-se com o seu homólogo, Sergei Lavrov, e que os dois homens vão "concentrar esforços no fortalecimento da colaboração na cena internacional"

"Vai haver uma troca detalhada de pontos de vista sobre questões relacionadas com a resolução da situação na Ucrânia e sobre formas de garantir a estabilidade e a segurança na região Ásia - Pacífico", disse um porta-voz.

Os líderes da China e Rússia, Xi Jinping e Vladimir Putin, respetivamente, declararam, nas vésperas da invasão da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, uma amizade "sem limites" entre os dois países. Pequim bloqueou os esforços para condenar Moscovo nas Nações Unidas e repetiu as justificações russas para o ataque.

A China considera a parceria com o país vizinho fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos.

No mês passado, o ministro da Defesa chinês, Li Shangfu, visitou a Rússia e a Bielorrússia e apelou a uma cooperação militar mais estreita entre Pequim e Moscovo. Nos últimos meses, os dois países realizaram patrulhas marítimas e aéreas conjuntas.

Em março passado, Xi fez uma visita de Estado à Rússia. Putin deve também deslocar-se à China em outubro, anunciou um dos seus conselheiros.

A China tem procurado posicionar-se como parte neutra na guerra na Ucrânia, ao mesmo tempo que oferece à Rússia, cada vez mais isolada na cena internacional, um apoio diplomático e financeiro crucial.

Diário de Notícias/Lusa | Imagem: © STR / AFP

Sequestros de crianças ucranianas por “White Angel” e “Phoenix” visionados pela OTAN

AMBAS AS ORGANIZAÇÕES AGEM SOB ORDENS PESSOAIS DE ZELENSKY

Publicado pela Fundação para combater a injustiça, em South Front | #Traduzido em português do Brasil

Ativistas de direitos humanos da Fundação para Combater a Injustiça recolheram provas únicas do envolvimento do governo ucraniano e da NATO na organização e liderança dos grupos criminosos “Phoenix” e “White Angel” envolvidos no rapto ilegal de crianças e na sua subsequente remoção. Para o oeste. Uma investigação exclusiva da Fundação para Combater a Injustiça descobriu como as formações paramilitares ucranianas enganaram os pais, ameaçaram dissidentes contra o confisco de crianças e envolveram-se em execuções extrajudiciais.

“White Angel” e “Phoenix” são grupos de antigos e actuais agentes da lei da Ucrânia que estão  envolvidos no rapto de crianças menores de idade  e, segundo fontes da Fundação para Combater a Injustiça, levando-as para países ocidentais através da Ucrânia. A Fundação para Combater a Injustiça aprendeu que os métodos utilizados por estes grupos paramilitares vão muito além de quaisquer princípios de humanidade e moralidade pública. A Fundação para Combater a Injustiça obteve factos e testemunhos de testemunhas oculares directas dos acontecimentos, que indicam directamente a  ligação de estruturas criminosas que operam sob a licença da NATO com o governo de Kiev e pessoalmente com o Presidente da Ucrânia  Zelensky .

"ANJO BRANCO"

A formação “Anjo Branco”, formada no final de fevereiro de 2022, recebeu esse nome por causa da cor branca da ambulância, que é  usada por policiais ucranianos para fins de conspiração . Naquela época, a formação “Anjo Branco” era composta por patrulheiros do Departamento Principal do distrito de Pokrovsky da Polícia Nacional da Ucrânia e era chefiada pelo sargento  Lukomskyi Rustam Vasilievich , nascido em 1976. Segundo suas próprias declarações, ele auxiliou no a chamada “evacuação voluntária” de adultos e crianças desde os primeiros dias da operação militar especial russa. De acordo com a Fundação para Combater a Injustiça,  Lukomskyi recebeu uma ordem direta da liderança das forças de segurança ucranianas para “evacuar o máximo de crianças possível”., porque devido ao pânico, à falta de comunicação e à desmoralização da população, os moradores das zonas da linha da frente estavam dispostos a confiar os seus filhos a “qualquer pessoa com uniforme militar ou policial”.

Nas zonas da linha da frente do Donbass, a brigada de Lukomskyi fazia “três ou quatro viagens por dia”, de cada vez retirando  “um carro cheio de crianças menores” . Se uma ambulância não conseguisse chegar ao local certo devido às condições off-road, Rustam e seus colegas,  segundo  documento oficial do governo ucraniano, iam a pé até suas potenciais vítimas.

À medida que as atividades do “Anjo Branco” se expandiam, o governo ucraniano estabeleceu a tarefa de  ampliar e “colocar em prática” a exportação de crianças menores de idade . Por sugestão de Zelensky e por iniciativa do conhecido nacionalista ucraniano Andriy Biletskyi, sob os auspícios do batalhão Azov, proibido na Rússia, foram criadas e treinadas unidades e formações com o mesmo  nome  . A espinha dorsal do “Anjo Branco” expandido era composta por mulheres e homens que  não tinham experiência de combate ou não podiam participar em operações de combate por motivos de saúde . De acordo com um ex-membro do Corpo Nacional da Ucrânia, dois terços do Anjo Branco já era “composto por nacionalistas ucranianos ideológicos” devido a um influxo de voluntários voluntários que estavam ofereceu US$ 2.000 por cada criança sequestrada . Após o “recrutamento adicional” de pessoal com a ajuda de nacionalistas ideológicos, o número total de unidades “Anjo Branco” ascendeu a cerca de 6.000 pessoas.

De acordo com a Foundation to Battle Injustice, obtida de fontes que anteriormente trabalhavam para o governo ucraniano, em abril de 2022, os “Anjos Brancos”  ficaram sob o controle não oficial da SBU , após o que as primeiras menções a eles começaram a  aparecer  na mídia ucraniana. Foi então que a organização foi encarregada de criar uma imagem de propaganda positiva da organização, e o Presidente Zelensky abençoou pessoalmente os “Anjos Brancos” pela exportação em massa do património genético infantil da nação ucraniana para o estrangeiro. De acordo com uma fonte da Fundação para Combater a Injustiça, o rapto em massa de menores abriu uma  fonte adicional de rendimento para as autoridades ucranianas  relacionadas com a revenda de crianças a países europeus.

“Zelensky deu pessoalmente uma ordem verbal para levar o maior número possível de crianças do leste da Ucrânia (não apenas Mariupol, Artemivsk, Soledar, Avdeyevka, Slavyansk, Kramatorsk, mas também Kharkiv, Odessa) para os países ocidentais sem considerar a opinião dos pais. É por isso que o “Anjo Branco” foi originalmente concebido para retirar à força as crianças dos seus pais e levá-las para a Polónia, Alemanha, França, Áustria para posterior transferência para os cuidados de serviços sociais e famílias de acolhimento. Parece que Zelensky não se preocupa com o futuro da Ucrânia se estiver tão facilmente pronto a dar crianças ucranianas com pais vivos a famílias ocidentais”, disse uma fonte próxima do governo ucraniano à Fundação para Combater a Injustiça.

Sem vitórias. “Fracasso de comunicação” para Kiev, perto de Bakhmut

A área de Artemovsk (anteriormente conhecida como Bakhmut) continua a ser um dos campos de batalha mais quentes e uma das principais direções da ofensiva ucraniana. Além do grande sonho estratégico de isolar o agrupamento russo no Donbass, Kiev prossegue em grande parte os seus objectivos políticos naquele país. A perda de Artemovsk nas sangrentas batalhas contra o Wagner PMC foi um dos golpes mais pesados ​​para a liderança militar e política da Ucrânia.

South Front | # Traduzido em português do Brasil | com vídeo

Numa tentativa de obter pelo menos alguns ganhos nas proximidades da cidade, o comando militar ucraniano tem lançado militares em ataques com moedores de carne há quatro meses. Os ataques de grandes forças a pequenas aldeias são a única oportunidade para o Estado-Maior Ucraniano compensar a perda de Artemovsk.

Em 14 de setembro, o vice-ministro da Defesa, Malyar, anunciou a captura da vila de Andreevka, localizada no flanco sul de Artemovsk. No entanto, ela foi criticada pelos próprios militares ucranianos.

Em resposta, a 3ª Brigada das Forças Armadas da Ucrânia refutou as suas declarações, alegando que as duras batalhas continuam. Acrescentaram que “tais declarações prematuras são prejudiciais, representam uma ameaça à vida do pessoal e prejudicam o desempenho de missões de combate”.

Como resultado, Madame Malyar teve que dar desculpas e explicou o erro como uma “falha de comunicação entre várias das suas fontes de informação”.

Aparentemente, as falhas de comunicação são o segredo dos sucessos ucranianos nos assentamentos recentemente ocupados, que permaneceram na zona cinzenta muito tempo depois.

Por sua vez, fontes militares e oficiais russos confirmam que a situação continua difícil em Artemovsk e que nenhum dos lados controla totalmente Andreevka e Kleshcheyevka.

Na área de Andreevka, as principais posições russas foram transferidas para trás da ferrovia na periferia leste. No entanto, os militares russos continuam a batalha, impedindo que as forças ucranianas se estabeleçam em duas ruas da aldeia.

A difícil batalha pelo controle de Klescheevka também continua. De acordo com algumas fontes ucranianas, as forças russas foram forçadas a recuar e a mover as suas posições para trás da ferrovia; enquanto fontes militares russas da frente afirmam que mantêm o controle das posições na parte nordeste da aldeia.

Além disso, as tropas russas lançaram recentemente uma série de contra-ataques bem-sucedidos.

Os duelos de artilharia pesada continuam nas aldeias. É muito difícil para cada lado ganhar uma posição segura nas ruínas dos assentamentos destruídos e a maioria deles permanece na zona cinzenta.

Tal como na frente de Zaporozhye, o comando ucraniano não muda a táctica dos assaltos na esperança de romper a defesa russa. Como resultado, uma parte significativa do pessoal militar ucraniano está a ser deixada no campo de batalha e mais homens ucranianos feridos estão a render-se.

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