domingo, 15 de outubro de 2023

Angola | O Voto da Honra e Dignidade -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O processo de destituição do Presidente da Repúblico morreu. Votaram contra a fantochada da UNITA 123 deputados. E uma abstenção do PRS. Todos de mãos no ar. Como eu sempre votei. Para que saibam de que lado estou. Jamais imaginei esconder-me numa cabine, pôs uma cruz num papel e depois depositá-lo numa urna, dobradinho. Isso é uma criancice. Ou uma cobardia. Nos grandes plenários da Emissora Oficial de Angola (RNA) todos dávamos a cara, de braço no ar. Depois éramos ameaçados de morte pelas Brigadas da Juventude Revolucionária (BJR), a Frente Revolucionária de Angola (FRA) e pelos esquadrões de extermínios armados e financiados pelos independentistas brancos. 

Os sicários do Galo Negro queriam fazer aprovar uma comissão eventual de inquérito para a destituição do Presidente João Lourenço. Depois faziam arrastar os trabalhos até ao fim da legislatura. Colocavam nos Media “amigos” (sobretudo a agência noticiosa portuguesa Lusa) as aldrabices necessárias ao apodrecimento do regime democrático. Não conseguiram. Os deputados do MPLA, a deputada do Partido Humanista e o deputado do PRS honraram a democracia. Respeitaram o voto popular.

Li com atenção aquele lençol enfadonho apresentado pela UNITA para destituir o Presidente da República. Jamais votaria a favor seguindo cada um dos argumentos apresentados. Mas muito menos por três. Uma filha do cidadão João Lourenço foi nomeada para a administração da Bolsa de Valores. Tem formação superior na área. Quem a nomeou entendeu que é a pessoa certa para o cargo. Seria gravíssimo se lhe cortassem as pernas só porque é filha do Chefe de Estado. Não pode ser beneficiada mas muito menos pode ser prejudicada. 

O argumento da contrastação pública simplificada jamais seria aceite por mim enquanto deputado. Osa sicários do Galo Negro destruíram Angola, sobretudo entre 1992 e 2002. Criaram tantos e tão graves problemas que todas as medidas de cariz social e económico são para ontem. Felizmente há a contratação simplificada e a contratação emergencial. Ainda bem. Quando estiverem removidos todos os escombros que a UNITA criou ao demolir Angola, as contratações passam a ser normais. Acaba urgência e emergência.

O terceiro argumento inaceitável dos sicários da UNITA tem a ver com as Eleições para o Poder Local. Felizmente o Presidente da República e Titular do Poder Executivo não caiu nessa armadilha. Hoje temos dezenas de municípios onde não existem actividades económicas. Indústria zero. Comércio pouco mais do que zero. Agricultura de subsistência. Ninguém está em condições de pagar impostos, taxas e derramas. O próprio líder da UNITA diz que temos municípios onde nem sequer existe uma agência bancária. A desertificação humana atingiu um nível tal que os bancos não podem abrir um balcão por falta de clientes. 

Quem criou este quadro social e económico? Os sicários da UNITA. Primeiro porque se tornaram uma unidade armada dos racistas sul-africanos na guerra de agressão contra Angola. Depois de 1992 a 2002 com o banditismo armado. Partiram tudo. Destruíram tudo. Mataram. Provocaram o êxodo de milhões de angolanas e angolanos das suas terras de origem para as grandes cidades. Os autores destes crimes contra a Humanidade, armados com o rótulo de deputados, querem fazer cair o poder na rua. 

O grupo parlamentar do MPLA assumiu na íntegra todas as suas responsabilidades. Honrou o voto popular. Defendeu a democracia. Ninguém no seu perfeito juízo esperava outra coisa. É bom que o Presidente da República e Titular do Poder Executivo tenha sempre presente que o seu cargo não lhe foi dado por Deus. Não é um ser divino. É simplesmente o cabeça de lista do MPLA, partido que ganhou as eleições de 2022 com maioria absoluta. No final da legislatura dá lugar a outro. O MPLA vai continuar a acumular vitórias e a dirigir as nossas lutas pela Liberdade e a Dignidade.

Se amanhã me chamarem para ir viver na mansão confiscada ao Adalberto da Costa Júnior não vou aceitar. Muito menos se me quiserem oferecer uma casa roubada a outro. Preferia viver no luando debaixo das mandioqueira. Algumas centenas de judeus aceitaram ir viver nas casas roubadas pelos ingleses aos palestinos. Cultivar as terras que lhes pertenciam. Construir a sua pátria na terra alheia. O problema do Médio Oriente tem a ver com esta realidade.

Os sicários da UNITA cercaram a cidade do Cuito em 1994. Durante um mês bombardearam com armas pesadas a capital do Bié. Montaram um cerco total, não entrava nem saía ninguém. Não entrava comida, medicamentos, combustíveis. Imaginem um mês inteiro de bombardeamentos e cerco total. Mataram sete mil civis!

O 28 de Junho é o Dia dos Mártires da Resistência da Batalha do Cuito. Uma data muito importante. A resistência na capital do Bié foi decisiva. Porque impediu que Jonas Savimbi balcanizasse Angola. Recebi em Luanda o jornalista Abel Abraão. O director-geral da RNA, Agostinho Vieira Lopes, chamou-o para a sede, porque estava com problemas de saúde. Falámos longas horas. Contou-me pormenores que nunca chegaram ao conhecimento público. Mas sempre digo que a fome matou muita gente. E muitos mortos foram enterrados nas cacimbas e nos quintais. Abel Abraão ficou muito traumatizado. Nunca mais recuperou.

O cerco total à Faixa de Gaza é igual ao cerco da cidade do Cuito. Os efeitos são os mesmos. Os “Abel Abraão” palestinos estão a ser mortos, António Guterres anunciou que os bombardeamentos dos sionistas já mataram dezenas de médicos e outros técnicos de saúde. A Cruz Vermelha denunciou a morte de 38 socorristas. Centenas de civis mortos. As deportações continuam. As ameaças dos cercadores aumentam. Na democrática Europa os polícias proibiram manifestações a favor da Palestina. 

Uns dizem que o Hamas é uma organização terrorista. Outros dizem que os sionistas de Telavive são os terroristas. Isso não muda nada. Os ditadores Salazar e Marcelo Caetano chamavam-nos terroristas. Adiantou alguma coisa? O império colonial português acabou. Os terroristas afinal eram libertadores. E demolidores do fascismo e do colonialismo.

Os sionistas podem chamar terroristas aos militantes do Hamas. Isso não adianta nada. Aqueles que foram escorraçados das suas casas, das suas lavras, das suas aldeias, vilas e cidades estão a lutar pela sua pátria. Chamem-lhes terroristas que isso não muda nada. No dia 7 de Outubro a revolta do medo estoirou e ninguém mais a vai deter. Quem ocupa a terra alheia devia pensar nisso, muito a sério. 

* Jornalista

MPLA trava processo de destituição do PR angolano, UNITA grita "vergonha"

Processo de destituição de João Lourenço foi apresentado pela UNITA numa sessão plenária tensa, que decorreu à porta fechada

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) travou este sábado o processo de destituição do Presidente da República apresentado pela UNITA numa sessão plenária tensa, que decorreu à porta fechada, com os deputados da oposição a gritarem "vergonha".

"Uma reunião destas em que o interesse publico é total, o MPLA optou por fazer à porta fechada, provou que tem medo do povo e do debate democrático", disse aos jornalistas o presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Adalberto da Costa Júnior à saída do debate.

A sessão plenária extraordinária foi convocada para apreciar a proposta de destituição do Presidente da República, João Lourenço, apresentada na quinta-feira pelo maior partido da oposição angolana e que foi rejeitada.

"O que se passou aqui não está conformado à legalidade (...) Fomos convidados a votar coisa nenhuma, não houve resolução nenhuma, o que se passou aqui não foi nada", disse o dirigente político, apelando ao respeito pelas regras democráticas.

Adalberto da Costa Júnior salientou que "o regime está esgotado" e questionou o facto de não ter havido transmissão em direto da sessão plenária ao contrário do que é costume, ainda para mais quando se tratava de "discutir uma questão de interesse nacional".

Instou ainda os colegas do MPLA a "não terem medo da democracia" e garantiu que a UNITA continua disponível para participar nos atos da Assembleia Nacional e vai estar presente na abertura do ano parlamentar, agendada para segunda-feira.

Apesar de ter sido barrado o acesso da imprensa à sala, vários deputados fizeram circular vídeos da sessão nas redes sociais, mostrando o clima de tensão que se viveu, com os deputados da oposição a erguerem os punhos no ar, gritando "Angola é do povo, não é do MPLA", "vergonha", "ditadura" e "medo".

Expresso | Lusa

Imagem: João Lourenço em entrevista ao Expresso e à Lusa no palácio presidencial, em Luanda - Ampe Rogério

Portugal | A CAVACADA

Henrique Monteiro | HenriCartoon

Portugal | Costa ‘poucochinho’ acerca de Israel, Hamas e Palestina. Tão poucochinho!

António Costa reconhece o "direito de Israel a defender-se" do Hamas, mas respeitando os civis

"Israel tem todo o direito a defender-se agindo militarmente sobre o Hamas, mas respeitando as populações civis da Palestina", disse António Costa, no âmbito da iniciativa PS Presta Contas dedicada à apresentação da proposta do Orçamento do Estado para 2024.

No Fórum Europa, organizado pela Juventude Socialista em Alvor, concelho de Portimão, o chefe do Governo acrescentou que "as mulheres, os homens e as crianças que vivem na Faixa de Gaza" têm de ver assegurado "o seu direito humanitário".

Na sexta-feira, Israel ordenou a retirada de "todos os civis" da cidade de Gaza para o sul (mais de um milhão de pessoas), no prazo de 24 horas, antes de uma ofensiva terrestre contra o movimento islamita Hamas, em retaliação ao ataque mais mortífero da história de Israel, há exatamente uma semana.

Hoje, na cidade de Gaza, folhetos em árabe lançados por 'drones' (aparelhos voadores não tripulados) israelitas apelavam aos residentes para abandonarem as suas casas "imediatamente". Milhares de palestinianos estão em fuga para o sul da Faixa de Gaza a pé, amontoadas em reboques de camiões, em carrinhos ou de carro.

O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, tinha recusado a retirada da população exigida por Israel, que ordenou a deslocação para o sul do enclave, medida que poderá indiciar uma ofensiva terrestre contra o território palestiniano.

A Faixa de Gaza, um enclave pobre e pequeno, com 2,3 milhões de habitantes, há vários anos sob um bloqueio terrestre, está agora sob cerco, com o abastecimento de água, eletricidade e alimentos cortado por Israel.

O grupo islamita Hamas lançou há uma semana um ataque surpresa contra Israel com milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.

Expresso | Lusa

O conflito Israel-Palestina: a “bandeira falsa” de Netanyahu, ligando os pontos – e mais

Peter Koenig* | Global Research | # Traduzido em português do Brasil

Parte I 

A “bandeira falsa” de Netanyahu 

A maioria das pessoas, incluindo jornalistas de ambos os lados do corredor – mainstream e não mainstream – parecem acreditar que esta é uma guerra única, um ataque surpresa do Hamas, os “defensores” da Palestina.

Não é.

Ligar alguns pontos ao longo dos últimos 70 anos pode ajudar a compreender melhor o que está a acontecer no Médio Oriente, em Israel-Palestina – e em todo o mundo. Como o sangrento conflito Israel-Palestina se enquadra no panorama geral.

E se o Hamas tiver sido criado directamente por Israel, ou melhor, pelos Serviços Secretos EUA-Reino Unido-Israel para o “benefício” de Israel, precisamente pela razão pela qual eles (o Hamas) são usados ​​hoje: para justificar a guerra total de Israel contra aniquilar a Palestina, para alargar o seu território, absorvendo ao longo do tempo cerca de um terço ou metade do actual Médio Oriente – no Grande Israel? 

Pelo bem-estar do “Povo Eleito”?

O Hamas não tem nenhuma chance no céu de vencer esta guerra. É Davi contra Golias. Excepto neste caso, David é o Hamas e Golias é Israel. Tanto o Hamas como Israel sabem disso.

E se o Hezbollah também tiver sido criado pelos mesmos vilões, pelas mesmas razões, para criar o caos e, eventualmente, a guerra no Médio Oriente? Eles são os “protetores” oficiais do Líbano (semelhantes ao Hamas para a Palestina) mas, com a sua possível agressão a Israel, ou o seu envolvimento na guerra actual, garantirão que o Líbano será um dos países absorvidos por Israel. As IDF (Forças de Defesa de Israel) de Israel, massivamente apoiadas pelos militares dos EUA, podem simplesmente esmagar o Hezbollah e assumir o controlo do Líbano.

Este plano não é conhecido pela maioria das pessoas. Netanyahu tornar-se novamente primeiro-ministro em Dezembro de 2022, apesar de ter perdido as eleições por pouco, é uma fraude bem planeada, apoiada pelos conhecidos serviços secretos e pelos sionistas cazarianos, apoiando a expansão de Israel em todo o Médio Oriente.

Não esqueçamos que Israel é o intermediário poderoso do mundo ocidental. Eles controlam os sistemas bancários e corporativos em todo o mundo, as comunicações, Hollywood, a arte, os sistemas educacionais – e muito mais.

Já em 1815, Nathan Rothschild , financista britânico e membro da família de banqueiros Rothschild, fez a sua famosa declaração:

“Não me importa qual fantoche será colocado no trono da Inglaterra para governar o Império onde o sol nunca se põe. O homem que controla a oferta monetária britânica controla o Império Britânico, e eu controlo a oferta monetária britânica.”

O mesmo Nathan Rothschild também disse de forma infame: “a hora de comprar é quando há sangue nas ruas”.

Veja isto  e isto .

Esta é precisamente uma reflexão sobre o que vivemos hoje – uma busca ilimitada pela superioridade, custe o que custar, em dinheiro e sangue.

De volta ao Hezbollah: o Líbano também tem muitos recursos naturais, petróleo offshore e um aquífero profundo de água doce. Os atuais territórios israelenses quase não têm água doce, uma das razões (entre muitas outras) por Israel querer assumir o controle da chamada Cisjordânia, onde estão localizadas cerca de 80% de todas as fontes de água doce da grande Palestina (antes de 1948) e que Israel está agora virtualmente a roubar à Palestina.

A Palestina também possui gás natural. A Marinha de Gaza é um campo de gás natural a menos de 40 km da costa da Faixa de Gaza. Os depósitos do campo de gás natural da Marinha de Gaza são estimados em 35 BCM, maiores do que os do campo de gás marítimo Yam Tethys de Israel. Veja isto .

O papel da Al Qaeda

No mesmo espírito do Hamas e do Hezbollah, a Al Qaeda foi criada no início da década de 1980. A Al Qaeda é uma organização militante pan-islâmica sunita; uma organização “terrorista” internacional que iria gerar agitação em todo o mundo, conforme necessário, para justificar intervenções militares – principalmente por parte dos EUA e do Reino Unido – e a desestabilização de países do Médio Oriente e de África, de outra forma estáveis ​​(e na sua maioria ricos em recursos). A Al Qaeda também tem operado na Ásia — por exemplo, no Paquistão, onde supostamente foi fundada; também na Indonésia, Malásia, Filipinas e outros lugares.

Armas dos EUA para o Hamas 

Não é coincidência que as armas utilizadas pelo Hamas neste “ataque” a Israel sejam de origem norte-americana, anteriormente enviadas para Kiev para combater a Rússia. Até agora não é segredo que cerca de 70% das armas fornecidas pelos EUA e pela UE nunca chegaram à frente ucraniana de combate à Rússia, mas sim ao mercado negro, de onde se pensava que a sua localização era quase impossível. Veja isto .

Washington e Bruxelas – os fantoches da UE do aspirante a império – sabiam desde o início do desvio de uma grande proporção de armamento para o mercado negro. Mas eles não fizeram nada contra isso. Sabiam eles que esta era uma forma secreta de armar o Hamas e possivelmente o Hezbollah para uma guerra “quente” bem planeada e em breve com Israel?

Surpreendentemente, desde que Benjamin Netanyahu foi novamente nomeado Primeiro-Ministro, ele tem estado a promover uma reforma judicial que foi considerada prejudicial para a democracia de Israel e devastadora para as Forças de Defesa Israelenses (IDF). Muitos potenciais recrutas recusaram-se a servir. Analistas alertaram que isto poderia prejudicar as FDI e a sua capacidade de defender o Estado. Veja isto .

Será que Netanyahu não sabia dos riscos para as FDI decorrentes da sua reforma judicial?

DO GUETO DE VARSÓVIA AO GUETO DE GAZA


Entre o Gueto de Varsóvia e o Gueto de Gaza a diferença é só de escala.   No primeiro houve "apenas" 380 mil judeus submetidos ao cerco dos nazis alemães, no segundo há 2,2 milhões de palestinos submetidos ao cerco nazi-sionista.   Em ambos os casos trata-se de terrorismo de Estado e de políticas genocidas sistemáticas e premeditadas.   Os últimos crimes do governo israelense são o corte de água, comida e eletricidade aos habitantes da Faixa de Gaza, seguido do bombardeamento indiscriminado da população civil por meios aéreos (a tropa sionista é demasiado covarde para por ali botas no terreno).

Mas punição coletiva de um povo é um crime de guerra previsto na Convenção de Genebra.   Mais uma vez, também nisto o Estado nazi-sionista segue o exemplo do seu antecessor alemão. A ação "terrorista" do Hamas é uma resposta ao terrorismo do Estado israelense, ao longo de décadas.   Mas não se pode por um sinal de igual entre o terrorismo dos oprimidos e o terrorismo dos opressores.   O roubo de terras – com a expansão contínua dos colonatos judeus – e o despojamento dos recursos do povo palestino perduram desde 1948 até hoje.  Problemas não resolvidos tendem a apodrecer e este já gangrenou.   O povo palestino está sozinho.   Com o fracasso da ONU e da chamada "comunidade internacional" este povo não tem a quem recorrer.   Só pode lutar por si mesmo.  Deve por isso ser apoiado por todas as pessoas decentes do mundo.   Atirar pedras no Hamas e mostrar-se equidistante é um ato de covardia política e moral.

Resistir.info - 14/Out/23

Suspeitas de que Hamas é uma criação de Israel e que ofensiva favorece Netanyahu?

Comandante da Secção da Cerca de Gaza: “O obstáculo é construído de forma que nem uma raposa consegue ultrapassá-lo”. Eles deixaram acontecer. O ataque do Hamas foi autorizado a fechar o livro sobre a Palestina

Dr. Paul Craig Roberts e General Herzl Halevi | Global Research | # Traduzido em português do Brasil

Em 9 de outubro de 2023, postei isto

O que se segue pretende ser uma descrição da impenetrável  barreira de segurança israelita em torno de Gaza, escrita por um antigo comandante de uma secção da cerca.  Quer seja ou não, a descrição da barreira de segurança fornecida pode ser verificada.  Parece impossível que o Hamas pudesse ter conseguido um ataque surpresa:

Aqui está o que escreveu o comandante do Batalhão Kerem Shalom, que conhece detalhadamente a área…:

“Algo aqui não combina comigo!!! Este é um mistério para o qual não consigo encontrar uma resposta.

Acontece que sei como funcionam as coisas em Gaza e na fronteira. Fui comandante do setor Kerem Shalom (Rafih), fui responsável pelo setor Kissuf, conheço muito bem a cerca perimetral, sei como funciona o exército ali. Eu estava no campo de refugiados de Shatti, em Gaza, era responsável pelo campo de refugiados de Jibaliya, fazia emboscadas na cerca e nas profundezas da área. Conheci habitantes de Gaza, comi e respirei Gaza.

O obstáculo é construído de forma que nem mesmo uma raposa consegue ultrapassá-lo:

Define alertas de acordo com 3 níveis de pressão. Ela deve alertar quando for cortada. Existem forças 24 horas por dia, 7 dias por semana, responsáveis ​​por chegar em poucos minutos, senão segundos, ao ponto onde há um alerta na cerca. Todos os dias faça pelo menos uma prática de penetração. Cada subdivisão possui um esquadrão de reserva cuja função é aumentar o efetivo em situação de emergência. As observações espalhadas ao longo da fronteira cobrem cada centímetro dela. As observadoras são campeãs em identificação. Eles não erram. Eles detectam movimento antes mesmo de ele se aproximar do obstáculo – dia e noite. 

Em pontos problemáticos (áreas mortas) colocam um tanque com capacidade de observação e detecção, e um poder de fogo assustador. Em alguns casos, atiradores de elite são destacados para o campo.

Todos os dias antes do amanhecer existe um procedimento de “alerta de madrugada”. A esta hora todas as forças estão acordadas (neste caso também a hora em que centenas de terroristas entraram em Israel). O turno noturno alterna com o turno diurno. O comandante de cada força inspeciona o eixo para garantir que não houve infiltrações durante a noite. Os rastreadores que se movem no eixo sabem reconhecer traços. Eles sabem quem atravessou a cerca, quanto e até quando.

Cada cenário tem um procedimento claro. Por exemplo, um procedimento para infiltração de terroristas, um procedimento para fazer reféns. Tudo está escrito com sangue e vem sendo comprovado há anos.

Não é a ‘Guerra Israel-Hamas’, é o Massacre Israel-Gaza

Caitlin Johnstone* | CaitlinJohnstone.com | Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Pare de chamar de “guerra Israel-Hamas”. É o massacre Israel-Gaza. Chamar-lhe guerra Israel-Hamas cria a falsa impressão de que se trata de uma guerra dirigida exclusivamente ao Hamas, quando na verdade se trata de uma purga étnica dirigida a todos os palestinianos em Gaza. 

A contagem de corpos de crianças por si só deixa claro que esta não é uma guerra contra o Hamas; Vi uma conta anónima apontar no Twitter que o número de crianças mortas neste ataque após uma semana já excede o número total de crianças mortas após um ano e meio de combates na Ucrânia, segundo as Nações Unidas .

Colocar um cerco completo a uma população civil e bombardear tudo o que existe seria uma abominação extraordinária em qualquer guerra. E isto não é uma guerra, é um campo de tiro fechado com explosivos militares e alvos humanos.

Os americanos provavelmente deveriam preocupar-se com a rápida legitimação desta ideia de que os civis que têm um governo que mata pessoas são todos alvos legítimos.

De acordo com a lógica da punição colectiva que vemos circular em relação aos habitantes de Gaza e ao Hamas, todos os civis americanos merecem morrer horrivelmente porque se permitem ser governados por um regime que é muito mais violento e destrutivo do que o Hamas.

O Hamas é responsável pelas decisões do Hamas, Israel é responsável pelas decisões de Israel. O Hamas é responsável pelo ataque do Hamas, Israel é responsável por provocar esse ataque através dos abusos do apartheid e por bombardear civis em retaliação. Na verdade não é complicado.

Terrorismo de Israel avança sobre civis de Gaza. Terrorismo do Hamas aguarda,,,

O chefe terrorista Netanyahu visita na frente de batalha os seus peões de ataque

"Onde está o TPI que foi tão lesto com a invasão russa e consequências desumanas (bombardeamentos, etc.) contra a Ucrânia? Que sentido de justiça e de imparcialidade tem a União Europeia e os países que a compõem, quando a ‘Barbie’ Von Der Leyen e uma Metsola vão a Israel condenar o terrorismo do Hamas e apoiar o terrorismo de há longas décadas criminosamente exercido por Israel sob as ordens de um primeiro-ministro eivado de ódio e de desumanidade, esse tal terrorista Netanyahu babosamente cumprimentado pela 'Barbie'?"

Hoje, a partir das 13 horas em Israel, 11 horas em Portugal, as tropas de Israel estacionadas há vários dias na fronteira com a Faixa de Gaza receberão ordens de avançar e invadir o território onde se encontram os terroristas do Hamas que têm estado a servir de pretexto para Israel dizimar, através de poderosos bombardeamentos, a população civil palestiniana. Hospitais, instalações e pessoal da ONU e de ONGs, ambulâncias, equipas médicas e auxiliares estão a ser bombardeadas. Homens, mulheres e crianças que apenas querem proteger-se ou fugir para sul são indiscriminadamente assassinadas nos bombardeamentos vindos do norte com a chancela israelita sob as ordens do terrorista-mor, o primeiro-ministro Netanyahu e de generais assassinos justamente considerados também terroristas, como os do Hamas.

Toda esta carnificina acontece com o beneplácito e apoio a Israel dos países do Ocidente, com destaque para os EUA e a União Europeia. Cúmplices de crimes israelitas seletivos que durante décadas têm dizimado milhões de palestinos. Terrorismo puro e duro igual ou superior ao do praticado pelo Hamas.

Onde está o TPI que foi tão lesto com a invasão e consequências desumanas (bombardeamentos, etc.) contra a Ucrânia? Que sentido de justiça e de imparcialidade têm a União Europeia e os países que a compõem, quando a ‘Barbie’ Von Der Leyen e uma Metsola vão a Israel condenar o terrorismo do Hamas e apoiar o terrorismo de hoje e de há décadas criminosamente exercido por Israel sob as ordens de um primeiro-ministro eivado de ódio e de desumanidade, esse tal terrorista Netanyahu?

O chefe israelita Netanyhau é um terrorista impiedoso tal como o chefe do Hamas. Os líderes do Ocidente acima citados, carregados de falsidades e hipocrisia, também não são melhores. Na União Europeia isso mesmo está espelhado no rosto da ‘Barbie’ Von Der Leyen e noutros daquele grupelho mafioso impulsionado e ao serviço dos superiores e terríficos interesses dos EUA.

MM | Redação PG

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