terça-feira, 7 de novembro de 2023

'Você mente ao ritmo de como respira': Internet destrói a hipocrisia de Von der Leyen

A Presidente da CE, Ursula von der Leyen, proferiu um discurso na conferência anual dos Embaixadores da UE em Bruxelas, em 6 de Novembro, sublinhando que “Israel tem o direito de lutar contra o Hamas”, ao mesmo tempo que disse que “os nossos corações sangram” pela destruição e pelo número de mortes de civis em Gaza Ela também reservou algumas palavras escolhidas para a Rússia.

Svetlana Ekimenko | Sputnik Globe | # Traduzido em português do Brasil

“Coração sangrando” Ursula von der Leyen foi criticada na internet por seus comentários em Bruxelas na segunda-feira.

Os internautas apelidaram sarcasticamente a presidente da Comissão Europeia de “a mulher mais mentirosa da Europa” e lamentaram a ausência de qualquer “pensamento estratégico em Bruxelas”.

“Quer enfrentemos uma Rússia rebelde, um Médio Oriente em ebulição ou uma economia global fragmentada, o núcleo da resposta da Europa deve permanecer o mesmo”, brincou Von der Leyen durante a conferência anual dos Embaixadores da UE em Bruxelas.

A Presidente da Comissão Europeia começou a usar termos como “ envolvimento” , “ pensamento estratégico ” e “ unidade de acção ” ao expor a visão da UE sobre o futuro de Gaza, que actualmente está a ser transformada em polpa como parte da Palestina. Conflito Israelense.

Von der Leyen anunciou um novo aumento da ajuda humanitária a Gaza, onde se acredita que o número de mortos esteja próximo dos 10.000, em mais 25 milhões de euros. Falando na tribuna da UE que abraçou oficialmente a posição de apoio ao direito de Israel à autodefesa, Von der Leyen reservou um momento para dizer que: “Os nossos corações sangram com as imagens de crianças pequenas retiradas dos escombros”.

Mas as pessoas na Internet chamaram Von der Leyen como alguém que deu a Israel “luz verde para exterminar crianças e mulheres em Gaza”, ao mesmo tempo que teve a ousadia de descrever a Rússia como um Estado “desonesto” no tratamento que dispensa à Ucrânia. Vale a pena notar que a UE atribuiu milhares de milhões em ajuda para alimentar ainda mais a contínua guerra por procuração da NATO que está a ser travada no país contra a Rússia.

A sequência de comentários nas redes sociais sob o cargo do presidente da UE referia-se a ela como “Von der Lyin” e “Ursula von der Liar”, dizendo que ela tinha a tendência de “mentir como se respirasse”.

Os internautas lembraram que o uso de etiquetas de “padrões duplos” e “aplicadas seletivamente” era parte integrante de Bruxelas.

Imagem: © AFP 2023 / JOE GIDDENS

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Portugal | Que papel teve a Comissão Europeia na venda da Efacec?

A pergunta foi endereçada à entidade liderada por Von der Leyen pelo deputado comunista João Pimenta Lopes, depois de o ministro da Economia dizer que a Comissão Europeia esteve envolvida nas negociações.

O Estado vendeu a Efacec ao fundo alemão Mutares com o compromisso de injectar mais 160 milhões de euros, a somar aos 200 milhões de euros que já tinha posto na empresa. A Mutares receberá assim, «de mão beijada», uma das «principais empresas industriais portuguesas, capitalizada, com crédito e garantias, trabalhadores altamente qualificados, capacidade de investigação, líder em vários segmentos de mercado e com encomendas de centenas de milhões de euros em carteira», critica o deputado do PCP no Parlamento Europeu. 

Na pergunta dirigida à Comissão Europeia sobre «A privatização da EFACEC e a interferência da Comissão Europeia no processo», João Pimenta Lopes assume que se trata, «evidentemente, de uma decisão profundamente lesiva dos interesses nacionais». Recorde-se que a Efacec, com cerca de 2300 trabalhadores, exporta para mais de 60 países e desenvolve soluções de alta tecnologia para geração, transmissão e distribuição de energia, destacando-se a nível internacional na produção de transformadores.  

Segundo o Ministro da Economia, António Costa Silva, citado na imprensa, a Comissão Europeia, através da DGComp (Direcção-Geral da Concorrência), na sigla em ingês, terá estado sempre envolvida nas negociações que terão ditado este desfecho. As notícias em causa referem que a operação foi aprovada pela Comissão Europeia, tendo passado no chamado «teste de mercado». A informação levantou várias dúvidas ao PCP, que pretende saber que tipo de «aprovação» foi dada a este negócio e que critérios estiveram subjacentes. 

Neste sentido, solicita à Comissão Europeia informação detalhada sobre a intervenção que teve neste processo e, em particular, no seu desfecho. «Procurou a Comissão Europeia impor ao Governo Português esta solução, que resulta numa cada vez maior concentração de capital, favorecendo designadamente o grande capital alemão?», lê-se na missiva. 

AbrilAbril

Ler em AbrilAbril:

Estado paga para vender a EFACEC

Portugal | António Costa apresenta a demissão (não digas que não te avisámos)*

A investigação da Procuradoria-Geral da República sobre as concessões de exploração de lítio provocou o pedido de demissão do primeiro-ministro do Governo de maioria absoluta do PS, António Costa.

«A dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade». António Costa, primeiro-ministro do Governo de maioria absoluta do PS, anunciou hoje ter apresentado a sua demissão ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da instauração de um processo criminal pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em comunicado, a PGR refere a «invocação por suspeitos do nome e da autoridade do primeiro-ministro e da sua intervenção para desbloquear procedimentos». Por esse motivo, o Supremo Tribunal de Justiça avançou com um processo autónomo para averiguar a acção de António Costa.

Nas declarações que prestou à comunicação social, o ainda líder do Governo PS garantiu que não será candidato a novas eleições e que o Presidente da República terá aceite a sua demissão. Marcelo Rebelo de Sousa convocou todos os partidos com assento parlamentar para reuniões e agendou uma reunião do Conselho de Estado na quinta-feira, 9 de Novembro, às 15h. Após estas diligências, o Presidente da República falará ao país.

Buscas resultam em arguidos e detenções

Na manhã desta terça-feira, 7 de Novembro, a PSP realizou buscas nos gabinetes dos ministros do Ambiente e Transição Climática e o das Infra-estruturas, assim como na residência oficial do primeiro-ministro António Costa e no Palácio de São Bento. Os ministros João Galamba e Duarte Cordeiro, assim como o antigo ministo João Matos Fernandes, foram constituídos arguidos.

«Estão a ser investigados factos relacionados com as concessões de exploração de lítio nas minas do Romano (Montalegre) e do Barroso (Boticas); um projecto de central de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, apresentado por consórcio que se candidatou ao estatuto de Projectos Importantes de Interesse Comum Europeu; o projecto de construção de data center desenvolvido na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade Start Campus».

O chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, foi detido, assim como o consultor Diogo Lacerda Machado (ligado ao processo da TAP) e o presidente da Câmara Municipal de Sines (CMS), Nuno Mascarenhas, do PS. Dois executivos das empresas ligadas às concessões de lítio foram igualmente detidos pela PSP.

AbrilAbril

* adenda entre parêntesis da autoria de PG

Portugal | ANTÓNIO COSTA DEMITE-SE DEVIDO A CORRUPÇÃO E CONTAS INCERTAS?

António Costa, depois de ir a Belém apresentar a demissão  ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, chegou há momentos a casa de São Bento. À chegada foi apupado por populares junto à porta de acesso à residência oficial do PM.

Dentro de alguns minutos fará a sua última comunicação ao país na qualidade de PM com maioria, apresentando a sua demissão...

Via Região Sul salientamos o essencial do anúncio da demissão de Costa reportando as suas palavras numa breve conferência de imprensa televisionada. 

Fica certo que o governo de Costa caiu e que Portugal vai para novas eleições após a dissolução do Parlamento, os esclarecimentos cabem ao presidente da República nas palavras que declarará amanhã, dia em que receberá os partidos políticos para consulta sob o tema. Na quinta-feira reunir-se-á o Conselho de Estado (na sua maioria composta pela Brigada do Reumático).

António Costa demitiu-se por lhe terem comunicado que está a ser investigado criminalmente sem ainda o esclarecerem sobre as suspeitas e/ou indícios do crime que lhe cabem.

O que disse António Costa aos jornalistas na residência oficial do Primeiro-Ministro, a seguir.

"Se for a Rússia, vemos crimes, se for Israel, tendemos a justificar" -- Azeredo Lopes

Azeredo Lopes, professor e ex-ministro da Defesa, é o entrevistado desta terça-feira do Vozes ao Minuto.

Desde o dia 7 de outubro que os olhos do mundo estão postos em Israel e em Gaza. O reacender do conflito israelo-palestiniano, após a vaga de ataques do Hamas e a consequente retaliação das forças do Estado hebraico, cumpre agora o seu primeiro mês e prevê-se longo. 

O Notícias ao Minuto falou com o professor e ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes, que não vê fim à vista a este agudizar da tensão, condenando a desproporcionalidade da resposta de Israel e comparando ainda as diferenças da opinião pública entre os ataques da Rússia à Ucrânia e os ataques de Israel a Gaza.

A guerra no Médio Oriente completa o primeiro mês e Netanyahu já avisou que será longa. O que perspetiva para os próximos meses?

Há uma coisa que parece mais ou menos certa: vamos ter a intervenção de longe mais longa nesses conflitos. Houve uma em 2014 e eu prevejo que esta seja muito mais longa. Primeiro, pelo efeito das declarações muito claras que foram feitas pelos responsáveis israelitas e depois porque definiram como objetivo o que até agora nunca tinham feito que é a eliminação física do Hamas. 

Israel apresenta resultados militares, mas à custa de muitas baixas humanas. Este ritmo pode manter-se? Que consequências podemos esperar?

Tivemos desde o início uma ambiguidade que eu considero perigosa. Há pessoas - e até Estados - que, perante os ataques horríveis de 7 de outubro, começaram a defender que quem tem o direito de exercer legítima defesa beneficia de uma espécie de imunidade do direito. Isso não é verdade e infelizmente começamos a ter momentos muito preocupantes sobre a forma como Israel está a conduzir as hostilidades. As forças armadas israelitas têm uma reputação muito forte, quer em relação à capacidade, quer também, tradicionalmente, quanto à forma como procuram interpretar e aplicar o direito internacional humanitário. Neste caso, o contexto operacional é muito pouco habitual. É essencialmente de malha urbana muito densa, de um lado os combatentes não se identificam como tal e não são forças tradicionalmente associadas a um conceito de exército. São, em si, um movimento que aprendeu ao longo dos anos a proteger-se misturando-se no meio da população.

Ora, a primeira ideia fundamental que é preciso afastar: o exercício da legítima defesa não dá nenhum direito a matar mais ou menos do que quem não está a exercer legítima defesa. Israel não pode invocar ter sido atacado para justificar a aplicação do princípio pelo qual os fins justificam os meios. Por estranho que nos possa parecer, nesta guerra - e digo guerra porque esta já foi declarada por Israel - têm tantos direitos e estão sujeitos a tantas obrigações os israelitas como os do Hamas. Israel não pode dizer ‘Eles são criminosos e eu posso eliminá-los nem que, para fazer isso, tenha de matar muitos civis’. 

Os resultados iniciais que temos ao fim destes 30 dias são muito maus. Eu não duvido que Israel está a avançar muito fortemente do ponto de vista operacional e militar… Aliás: tenho a certeza de que Israel está a ganhar e que, do ponto de vista formal, vai ganhar este conflito. Ao mesmo tempo, também começo a ter a certeza à luz daquilo que antecede a intervenção militar propriamente dita, pensando por exemplo, na declaração de cerco a Gaza, ou na ordem de dizer à população ‘desapareçam daqui e vão para sul”. Qual é a questão que aqui se coloca? Discutimos sabiamente os impactos dos bombardeamentos da Rússia às infraestruturas críticas. A cada central elétrica que se destruía dizia-se que eram crimes de guerra… Ao mesmo tempo, quando vemos Israel a dizer ‘não vão ter nem água, nem luz, nem combustível, nem medicamentos’, ouviu-se o silêncio. Eu tenho vindo a insistir... o que fazemos hoje pagá-lo-emos amanhã.

Além disto, quando vemos um alto responsável israelita a dizer que, em geral, os que vivem em Gaza - nem eram os do Hamas-, eram bestas humanas ou sub-humanos, e que, portanto, vão ter o tratamento equivalente… Isto é muito preocupante. Quando começámos a ver a campanha de bombardeamentos, fomos percebendo que regras absolutamente fundamentais como a proporcionalidade, como a distinção, a necessidade militar… tenho sérias dúvidas de que tenham sido respeitadas. Israel diz sempre que pode provar que disparou contra um objetivo militar, como aconteceu agora no campo de refugiados de Jabalia. Mas quando, para matar uma chefia militar do Hamas, se destroem 20 edifícios, a pergunta que fica é: respeitou o principio da proporcionalidade? Parece-me evidente que não. Eu não sou treinador de Israel para dizer como fazer tendo em conta a malha urbana, mas temos de dizer o que não pode fazer. Quando já estamos para cima de 8 mil mortos civis e ⅔ são crianças… há alguma coisa a correr muito muito mal nesta operação. 

Prioridades da Guerra Anunciada -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O movimento de libertação HAMAS ganhou as eleições parlamentares, em 25 de Janeiro de 2006, declaradas livres e justas pela comunidade internacional. Elegeu 74 deputados enquanto o FATAH (Organização de Libertação da Palestina) conquistou 45 lugares no Conselho Legislativo da Palestina (Parlamento) Ganhou quem não reconhece Israel nem aceita a solução “Dois Estados”. Imediatamente foi criado um “cordão sanitário” à volta da organização. De tal forma apertado que EUA e União Europeia puseram-lhe o rótulo de “terrorista”.  

O Quarteto para o Médio Oriente (EUA, Federação Russa, União Europeia e ONU) ameaçou cortar os fundos destinados à Autoridade Nacional da Palestina se o HAMAS fosse governo. Porque se pôs abertamente contra os Acordos de Oslo inviabilizando a solução “Dois Estados”. Do outro lado, os fanáticos religiosos e a extrema-direita partidária também recusam a solução. O problema é que ninguém reage. Yitzhak Rabin foi assassinado em 1995 por ter assinado a paz com Yasser Arafat. O assassino é apresentado como um “extremista”. A sua família religiosa e política está hoje no poder em Telavive!

Em 2005, o HAMAS já tinha ganho as eleições locais na Faixa de Gaza. Esta vitória eleitoral descambou em “guerra civil”. Militantes e dirigentes da OLP foram expulsos do território ou mesmo mortos. Israel acrescentou ao “cordão sanitário” político, uma “muralha intransponível” guarnecida com armas “inteligentes” que disparam automaticamente quando alguém invade a zona de segurança. Mas em 7 de Outubro fizeram-lhe um rombo e os militantes do braço armado do HAMAS estiveram horas em Israel, matando e destruindo. 

A segurança inteligente ficou burra no dia 7 de Outubro passado. Tudo como o previsto para fazer a guerra. A vigilância é feita com olhos electrónicos, dia e noite. Mas adormeceu naquele dia. Assim a maior prisão do mundo a céu aberto deixou passar os miúdos das motorizadas e carrinhas. No presídio imenso, eleições nunca mais. Se fossem hoje, o HAMAS ganhava com 99 por cento dos votos. 

O Likud, partido de Benjamim Netanyahu, formou governo coligando-se com vários partidos de extrema-direita e “ultra ortodoxos religiosos”. Exemplos. O ministro da Defesa (Yoav Gallant) é de extrema-direita. O ministro da Segurança Nacional (Itamar Bem Gvir) é fanático religioso. O ministro das Finanças (Bezalel Smotrich) é fanático religioso e nem sequer reconhece a existência de palestinos! O vice-ministro do Gabinete do Primeira Ministro, Avi Maoz, líder do partido NOAM, defende o extermínio dos homossexuais por estarem fora das regras do livro sagrado dos judeus (Torá). Estes senhores, para nazis só lhes faltam as penas. 

Benjamim Netanyahu anunciou um governo com os mais radicais partidos religiosos e de extrema-direita. Mas não houve qualquer “cordão sanitário”. O Quarteto para o Médio Oriente nem se pronunciou. EUA e União Europeia não declararam partidos de fanáticos e de extrema-direita como organizações terroristas. Nem condenaram o primeiro- ministro de Israel quando anunciou as três prioridades do seu governo: Impedir que o Irão tenha armas nucleares. Criar as forças armadas mais poderosas do Médio Oriente. Expandir os colonatos de judeus na “Samaria e Judeia” nomes bíblicos da Cisjordânia.

O mundo islâmico acredita que Israel o força a entrar numa guerra regional

– A realidade da necessidade da guerra está a penetrar amplamente na consciência do mundo árabe e islâmico.

Alastair Crooke [*]

[O jornalista] Tom Friedman pronunciou uma terrível advertência no New York Times da quinta-feira passada:

“Acredito que se Israel invadir Gaza [unilateralmente] para destruir o Hamas estará a cometer um erro grave que será devastador para os interesses israelenses e americanos”.

“Poderia desencadear uma conflagração global e explodir toda a estrutura de alianças pró-americanas que os Estados Unidos construíram... Estou a falar do tratado de paz de Camp David, dos acordos de paz de Oslo, dos Acordos de Abraham e da possível normalização das relações entre Israel e Arábia Saudita. Arábia. “Tudo pode pegar fogo”.

“Infelizmente, disse-me um alto funcionário dos EUA [Friedman], os líderes militares israelenses são na verdade mais agressivos do que o primeiro-ministro. “Eles estão vermelhos de raiva e determinados a desferir um golpe no Hamas que toda a vizinhança nunca esquecerá”.

Friedman está a falar aqui, claro, de um sistema de alianças americano, construído em torno da ideia de que a capacidade militar de Israel é invencível:   o paradigma da “Pequena NATO” que funciona como um substrato essencial para a expansão da ordem de regras liderada pelos Estados Unidos. através da Ásia Ocidental.

É análogo ao substrato da aliança NATO, cuja suposta “inquestionabilidade” sustentou os interesses americanos na Europa (pelo menos até à guerra na Ucrânia).

Um membro do gabinete israelense disse a Ben Caspit, veterano correspondente da defesa israelense, que Israel simplesmente não pode permitir que a sua dissuasão a longo prazo seja minada:

"Este é o ponto mais importante:   'nossa dissuasão'", disse uma importante fonte do gabinete de guerra. “A região deve compreender rapidamente que qualquer pessoa que prejudique Israel como o Hamas fez paga um preço desproporcional. Não há outra forma de sobreviver no nosso bairro senão cobrando este preço agora, porque muitos olhos estão sobre nós e a maioria deles não pensa nos nossos melhores interesses".

Perfídia: EUA cúmplices ganham tempo para Israel consumar o genocídio em curso?



Mandatado pelos EUA, Blinken, secretário de estado, anda há um mês a fazer périplos pelos países do Médio Oriente para tentar "acalmar" os vizinhos de Israel e evitar uma escalada de guerra naquela área do mundo. Alegadamente assim é a versão corrente. Contudo o que acontece na realidade é que Israel, em Gaza e na Cisjordânia, eleva insistentemente e sem contenção a limpeza étnica e o Genocídio, inclusive a prisão ilegal contra os palestinianos na sua terra ocupada ilegalmente por Israel.

Os EUA, Biden e Blinken, afirmam para os povos do mundo, perentórios, que Israel deve conter-se mas que "tem direito à sua defesa". A coberto disso Israel já assassinou, pelo menos, 10.000 palestinianos civis inocentes em Gaza e algumas centenas na Cisjordânia - muitos deles feridos e assassinados em ambulâncias e hospitais através de bombardeamentos. Outros, a maioria, soterrados em prédios igualmente e selvaticamente bombardeados por Israel.

Perante o quadro dantesco e hediondo parece que a enorme quantidade de assassinados - civis inocentes, mulheres e crianças - ainda não são o bastante para configurar o Crime Contra a Humanidade ou Crime de Guerra. Muito menos reconhecerem que estamos perante a prossecução do objetivo de Genocídio.

Mesmo assim os EUA, o Reino Unido, os países do Ocidente, continuam a estar ao lado de Israel e dos indubitáveis crimes que está a cometer dizimando os palestinianos. A cumplicidade é flagrante.

Por essas e outras atitudes, principalmente dos EUA, RU e UE, que transparecem e nos desafiam a admitir a desonestidade e o muito provável conluio com o Genocídio em curso, já há milhões de cidadãos do mundo que consideram as viagens de Blinken enganosas e com intuito planeado de dar mais tempo a Israel para consumar a limpeza étnica e, se possível, o monstruoso e inumano Genocídio do povo palestiniano. O panorama e a realidade estão a provar que é muito mais que legitimo admitir-se a pérfida* postura dos EUA/ocidente, consequentemente de Blinken mandatário dos EUA.

Se assim não fosse o Cessar Fogo absoluto e definitivo já devia ter sido exigido por parte dos EUA e de todo o ocidente e cumprido por Israel ao lhe retirarem o apoio e decidirem sanções puras e duras que levassem à condenação inequívoca das ações desumanas por parte de Israel, de seus militares e colonos, julgamentos e prováveis condenações dos criminosos depois de provadas - o que não seria difícil considerando o que vem ocorrendo na realidade. Seria tempo de negociações visando a implementação e cumprimento de facto das resoluções da ONU, há tanto tempo aprovadas na ONU mas incumpridas por Israel.

É indubitável que os crimes cometidos pelos elementos da resistência do Hamas foram terríficos e inadmissíveis a 7 de Outubro. Ao menos que tivessem sabido definir os alvos e atacassem unidades policiais e militares. Não o fizeram, preferiram assassinar, estropiar e aterrorizar civis inocentes (que têm elegido governos fanáticos e criminosos). Por isso serem apelidados de terroristas, justificadamente. Tal como se justifica aos poderes governativos e aos militares israelitas apelidados da mesma forma, terroristas. Porque o são nas suas operações criminosas e Genocidas - afinal, nos comportamentos são verdadeiros irmãos de "sangue assassino" dos operacionais do Hamas. O ocidente, assim, também não fica melhor na fotografia, nem na história. Muito menos de há 75 anos para hoje, amanhã e depois. E depois, e depois...

Até quando? Até quantos palestinianos assassinados? Todos, excepto os que fugirem para outros países?

E fala o descarado, fanático e criminoso Netanyahu de barbárie. Em Israel não existem espelhos?
 
* Ação ou qualidade do que é pérfido, enganador ou traiçoeiro; deslealdade, traição, infidelidade...

O Tribunal Penal Internacional deve investigar o crime de genocídio em Gaza -- Corbyn

Precisamos de um cessar-fogo. A existência do povo palestino está em jogo.

Jeremy Corbyn* | Aljazeera | opinião | # Traduzido em português do Brasil

A minha última visita ao campo de refugiados de Al-Shati foi no início de 2013. Localizado na costa do Mediterrâneo, no norte de Gaza, Al-Shati era também conhecido como “Acampamento de Praia”. Os vendedores vendiam frutas sob guarda-sóis multicoloridos. Os gatos dormiam no meio de becos estreitos. Crianças pulavam corda na sombra.

O Beach Camp foi fundado em 1948, depois de 750 mil palestinos terem sido deslocados à força na Nakba. Inicialmente, o campo acomodou cerca de 23 mil refugiados. Nas sete décadas seguintes, esse número cresceu para 90 mil, espremidos em 0,5 quilómetros quadrados (0,2 milhas quadradas) de terra – 70 vezes mais populosos que o centro da cidade de Londres.

As pessoas em Gaza têm vivido sob bloqueio durante os últimos 16 anos e a ocupação israelita controla a maior parte do que entra e sai de Gaza. Beach Camp não foi diferente – e as pessoas dependiam em grande parte da ajuda e dos serviços da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras (UNRWA) para sobreviver, incluindo um centro de saúde, um centro de distribuição de alimentos e vários edifícios escolares.

A Escola Primária Beach Camp foi lindamente mantida. Pude subir ao telhado, onde pude ver a cerca com Israel de um lado. No mar havia vários barcos-patrulha israelenses que impediam os pescadores palestinos de navegar mais de seis milhas náuticas.

A escola era dirigida por professores inspiradores e trabalhadores, cuja filosofia era criar um ambiente calmo para a descoberta, a música, o teatro e a arte. Alguns alunos me mostraram seus trabalhos. Muitos eram desenhos de aviões, cercas e bombas. Mas também havia outros desenhos: dos pais, dos irmãos, das irmãs e dos amigos. Todas as crianças, obviamente, tinham traumas subjacentes, mas também tinham vontade de aprender, partilhar e brincar.

Guerra Israel-Hamas: Lista dos principais eventos, dia 32 -- com vídeo


À medida que o conflito entre Israel e Gaza entra no seu 32º dia, estes são os principais desenvolvimentos.

Aljazeera | # Traduzido em português do Brasil

Esta é a situação na terça-feira, 7 de novembro de 2023:

Os últimos desenvolvimentos

Terça-feira marca um mês desde que Israel lançou o bombardeio de Gaza. Há um coro crescente pedindo um cessar-fogo, já que o número de mortos em Gaza ultrapassou os 10.000. O Ministério da Saúde de Gaza afirma que pelo menos 2.660 pessoas estão desaparecidas. A ação militar israelita ocorreu depois de um ataque mortal do grupo armado Hamas que matou mais de 1.400 pessoas em Israel, em 7 de outubro.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou na segunda-feira os pedidos de cessar-fogo até que mais de 200 israelenses mantidos em cativeiro pelo Hamas sejam libertados. Numa entrevista à ABC News, ele também sugeriu que Israel administrará a segurança de Gaza muito depois do fim da guerra com o Hamas.

Na segunda-feira, centenas de manifestantes pró-palestinos reuniram-se no porto de Tacoma, no estado de Washington, para bloquear um navio de abastecimento militar que acreditavam transportar armas para Israel.

Impacto humano e luta

Cerca de 70 por cento dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados devido a bombardeamentos e bombardeamentos contínuos, de acordo com o gabinete de comunicação social de Gaza. Na segunda-feira, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários informou que 5.000 pessoas se mudaram do norte de Gaza para o sul apenas naquele dia, após a divisão do enclave em duas partes por Israel .

A perda de empregos em Gaza e na Cisjordânia ocupada está a custar aos palestinianos 16 milhões de dólares por dia , segundo a Organização Internacional do Trabalho.

Os bombardeios israelenses no último dia atingiram Rafah, no sul, e arredores de hospitais na Cidade de Gaza, matando dezenas de pessoas.

Um submarino que os Estados Unidos enviaram para o Oriente Médio no domingo é uma variante de submarino com mísseis guiados e não é capaz de disparar armas nucleares, disse um oficial de defesa dos EUA à agência de notícias Associated Press.

O braço armado do Hamas disse que disparou 16 foguetes contra Israel do sul do Líbano em resposta aos ataques israelenses a Gaza.

Secretário de Estado dos EUA, Blinken, nos países islâmicos!

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