Manlio Dinucci*
As duas guerras contra a população russófona da Ucrânia e contra a população árabe de Gaza são geridas da mesma maneira a partir de Washington. Do seu ponto de vista, o Império não pode perder, mesmo que tudo indique o contrário no terreno.
O Presidente Volodymyr Zelensky,
convidado para Washington pelo Presidente Joe Biden, faz pressão sobre o
Congresso norte-americano para que este aprove o projecto de lei sobre despesas
que inclui uma nova ajuda militar de 50 mil milhões (bilhões-br) de dólares
para a Ucrânia. O New York Times escreve : «A contra-ofensiva ucraniana lançada
há seis meses falhou. Kiev está confrontado com uma diminuição do pessoal
militar, das reservas de munições e do apoio ocidental. Moscovo demonstra a sua
capacidade em sustentar uma guerra prolongada». Neste contexto, prossegue o New
York Times, «os Estados Unidos e a Ucrânia procuram uma nova estratégia após o
fracasso da contra-ofensiva : o Pentágono envia o General Antonio Aguto, que
comanda o apoio à Ucrânia a partir de uma base na Alemanha, passar longos
períodos
Ao mesmo tempo que continuam a
alimentar a guerra na Ucrânia, directamente e por intermédio da OTAN, os
Estados Unidos continuam a apoiar Israel na guerra
Para apoiar esta estratégia de
guerra, os Estados Unidos continuam a aumentar as suas já enormes despesas
militares. O Senado adoptou um projecto de lei sobre a defesa no valor de 886
mil milhões de dólares, ao qual se juntam outros gastos militares, elevando o
total a mais de 1. 200 mil milhões de dólares, ou seja cerca de metade das
despesas militares mundiais.
Manlio Dinucci* | Voltairenet.org | Tradução Alva
* Geógrafo e geopolítico. Últimas publicações : Laboratorio di geografia, Zanichelli 2014; Diario di viaggio, Zanichelli 2017 ; L’arte della guerra / Annali della strategia Usa/Nato 1990-2016, Zambon 2016; Guerra nucleare. Il giorno prima. Da Hiroshima a oggi: chi e come ci porta alla catastrofe, Zambon 2017; Diario di guerra. Escalation verso la catastrofe (2016 - 2018), Asterios Editores 2018.