sábado, 13 de janeiro de 2024

Portugal | Ventura procura anular PSD e afirma que agora é "PS ou Chega"

No discurso com vista à reeleição enquanto presidente do Chega, André Ventura declarou-se a única competição de Pedro Nuno Santos, fez promessas eleitorais e prosseguiu o discurso contra a imigração livre e a comunidade LGBTQI+.

Foi um discurso longo, de mais de 40 minutos, acompanhado por uma trilha sonora de tom épico-dramático e por muitas ovações de pé ao líder do partido. André Ventura declara que se candidata – à liderança do Chega e do país - porque é preciso “limpar Portugal”.

A primeira nódoa a remover, aos olhos de André Ventura, é o líder socialista, Pedro Nuno Santos. “Se ele nos mostrou que só sabe governar por Whatsapp – e mal! -, que garantia temos de que vai governar melhor daqui a dois meses?”, questionou o líder do Chega, antevendo uma futura nova “geringonça”, formada por Pedro Nuno Santos, Paulo Raimundo e Mariana Mortágua.

“Que garantia temos de que o neto do sapateiro não vai apenas servir os interesses obscuros do Partido Socialista e das suas empresas amigas em Portugal?”, prosseguiu Ventura, apostando na narrativa anti-corrupção, com referências à Operação Influencer ou ao caso das gémeas no Hospital Santa Maria.

Perante um Partido Socialista que Ventura vê como impoluto, o PSD, acusa o líder do Chega, nada faz. E afirma ser esse o motivo pelo qual gente de outros partidos procura agora Chega.

“Neste momento, não há outra alternativa em Portugal. É entre o Chega e o Partido Socialista”, declarou.

“Vão ver aqui muitos, ao longo destes dias, que vieram do PSD, do CDS e da Iniciativa Liberal porque ali não encontraram o projeto que queriam e sabem que agora esta é a única alternativa”, continuou, voltando ao tema das caras de outros partidos – ainda desconhecidas – que integrarão as listas do Chega nas próximas eleições.

E é de olhos postos no sufrágio, que Ventura distribui promessas eleitorais. A começar pela forças de segurança, classe predileta no eleitorado do Chega. “Quero deixar um compromisso solene: que nenhuma maioria de direita existirá sem que a sua primeira medida seja restabelecer a equiparação de suplementos a todas as forças de segurança em Portugal”, prometeu, depois de, na sexta-feira, ter já dedicado esta convenção ao protesto dos polícias.

Os professores também não foram esquecidos, com André Ventura a lembrar que Pedro Nuno Santos votou ao lado dos socialistas, quando o PS chumbou a recuperação do tempo de serviço dos docentes. Mas foram os idosos quem mereceu a atenção do líder do Chega, para mais uma promessa. “Com todo o esforço orçamental que será preciso fazer, e alguns locais onde será preciso cortar, quero deixar o compromisso de que o nosso trabalho no Governo só será concluído quando, em seis anos, garantirmos que não há nenhum idoso com uma pensão abaixo do salário mínimo em Portugal”, jurou, no caso de chegar a formar um Executivo.

Um discurso que, feito pelo líder do Chega, não estaria completo sem referências à igualdade de género – com André Ventura a promover acabar com o financiamento de associações que atuam nesta área, para criar, com essas verbas, um fundo de “apoio às forças de segurança, Justiça, e ex-.combatentes” - e à imigração, que assume como um “problema” que precisa de ser “regulado”.

A fechar, só mais uma promessa: impedir que o dinheiro que Portugal deve enviar para museus em Angola saia dos cofres portugueses.

Rita Carvalho Pereira | TSF 

Imagem: Rui Manuel Fonseca/Global Imagem, excepto manipulação PG 

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