Artur Queiroz*, Luanda
Um amigo e camarada de profissão fez-me chegar um comunicado de guerra assinado pelo coronel reformado Matadi Daniel, também médico nefrologista, onde me acusa de coisas muito, muito graves. Ofensas. Um golpe nos rins! Mesmo que fosse lido pelo Comandante Juju fazendo o ponto da situação das agressões estrangeiras contra Angola, não me intimidava.
O Savimbi ameaçou-me aos microfones do Rádio Clube da Huíla. Quando chegarmos a Luanda o Artur Queiroz vai levar! Ainda cá ando e o Jonas, bufo do irmão Cordeiro no Colégio dos Maristas no Cuito, marchou. Soldados zairenses com elementos das BJR foram a minha casa para me eliminarem. Muitos desses sicários já marcharam e eu ainda cá ando.
Um pobre diabo, bêbado da valeta, no seu Morro da Maianga agredia-me a torto e a direito. Nunca lhe dei troco. A sua actividade criminosa resvalou na couraça da minha indiferença. Os avençados do chefe Miala tentam tudo e mais alguma coisa para me intimidarem. Loucura! Se eu fosse intimidável nunca teria ido para o Jornalismo.
Uma empresa para a qual trabalhei deve-me vários meses de trabalho efectivamente prestado. Devia pagar-me uma pensão de reforma desde 1 de Janeiro de 2018. Não cumprem. É lá com eles. No fim é que se fazem as contas e o jogo ainda está a meio. Até 2027 muita coisa pode acontecer.
Minhas amigas e amigos, com quem troco mensagens diárias, fiquem tranquilos. Continuo de pé e assim vou continuar. De rastos andam os vendidos. Os violadores dos Direitos Humanos. Os que estão a destruir o MPLA a soldo do estado terrorista mais perigoso do mundo.
Comunicado!Não conheço o senhor coronel reformado e médico Matadi Daniel. Nunca o vi. A primeira vez que ouvi o seu nome foi quando me leram uma queixa sua contra mim.
Nunca insultei, desonrei ou atentei contra o seu bom nome.
O texto onde supostamente constam ataques à honra e ao bom nome do senhor Matadi Daniel deve ser de algum amigo do chefe Miala. Meu não é. Há muitos anos que não publico nada na Imprensa. E se publicasse, jamais usaria os termos que o senhor Matadi Daniel me atribui. Nem acredito que algum director de jornal publicasse um texto onde o autor chama porcalhão seja a quem for. Esse filme é realizado por outro que não eu. O roteiro também não foi criado por mim. Tirem-me desse horror.
Sim, fui constituído arguido. Foi deduzida acusação. Tinha o direito à instrução contraditória mas abdiquei. Quero ir a Tribunal rapidamente para provar a minha inocência. Assim:
- Não conheço Matadi Daniel.
- Não escrevi o que ele me atribui.
- Há muitos anos que não publico nada. Ainda que algumas vezes tenha escrito textos cuja publicação no Jornal de Angola pedi mas fui censurado. Quando faleceu José ZAN Andrade escrevi uma crónica em sua homenagem. Não publicaram. Quando faleceu Tarique Aparício, meu pai, meu irmão e meu amigo, pedi a publicação de uma crónica que escrevi em sua homenagem. Recusaram. Acabou.
O coronel reformado Matadi Daniel não revelou os nomes das suas testemunhas que estão em Santarém, Lisboa e Luanda. Também não vou revelar, para já. Vamos ver como a manobra de intimidação vai evoluir. Mas sei quem são. Alguns merecem uma nota de pé de pagina. Outros nem isso.
O senhor coronel reformado Matadi Daniuel agradece-lhes por irem testemunhar a Tribunal contra mim. Eu agradeço ainda mais. São a minha melhor defesa.
O senhor coronel reformado Matadi Daniel quer que lhe pague 15 mil euros de indemnização por prejuízos morais e materiais. Aviso já que não há dinheiro no mundo que pague a minha honra e o meu bom nome. E o comunicado que o senhor Matadi Daniel pôs a circular ofende-me gravemente, desonra-me e atenta contra o meu bom nome.
Após depor no processo
aconteceu-me uma desgraça. Minha casa ardeu na madrugada de 25 para 26 de
Dezembro de
A mim não vão queimar porque já sou cinza.
E nunca desonrei, insultei ou atentei contra o bom nome do senhor coronel reformado e médico Matadi Daniel.
A Acusação saiu há dois meses. Mas só agora ele pôs a circular um comunicado onde me ataque brutalmente. Acusa. Julga. Condena. Ouso informar o senhor Matadi Daniel que até uma sentença transitada em julgado, sou inocente.
Lá nos encontramos no Tribunal.
* Jornalista
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