quarta-feira, 3 de julho de 2024

Portugal | CHEGA dos da segurança quererem mundos e fundos inexistentes. Não CHEGA?*

O preço do “esforço medonho” de não meter “nem mais um cêntimo” no bolso dos polícias

Pedro Candeias, editor-executivo | Expresso (diário) em 2 julho

Cara leitora, caro leitor

Os protestos e as pretensões dos polícias e de outras forças são um caldinho especialmente apetitoso para o glutão da direita radical, para quem o tema da segurança é tão saboroso como o da imigração e o do género.

André Ventura não é diferente dos outros, segue o mesmo menu: aproveita frinchas, acentua divergências e rasga divisões.

Contextualizando: o líder do Chega apelou a uma manifestação dos agentes no Parlamento na quinta-feira, dia da votação da proposta governamental para os aumentos destes funcionários públicos. Um número cénico cuja dimensão só será mensurável no próprio dia.

Depois, o Movimento Zero respondeu ao chamamento de Ventura e disse que sim, que iria aderir ao ajuntamento; o principal sindicato, teoricamente mais responsável e conscientes do impacto mediático que uma mancha uniforme junto à Assembleia da República tem na sociedade, também promete lá estar.

O momento é delicado, o tema está quente e promete sobreaquecer com o “não é não” de Luís Montenegro a uma revisão da proposta do Governo. O primeiro-ministro garantiu esta terça-feira que não iria “meter nem mais um cêntimo” além dos 300 euros de aumento em negociação entre as partes - e que chegar a este número já representava um “esforço medonho” governamental.

“Já sei que estas palavras vão ser descritas como ultimato ou chantagem”, mas “o Governo não pode perder a autoridade de se preocupar com toda a sociedade”, disse Montenegro. Além disso, o MP alertou para o risco de se comprometerem as contas públicas do Estado se as Finanças cedessem aos pedidos dos polícias.

OUTRAS NOTÍCIAS

#Lagardebem. Dizem os economistas presentes no Fórum do Banco Central Europeu que Christine Lagarde tomou todas as decisões corretas no combate à inflação.

#Governomal. Diz a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) que as propostas de aumentos do Governo são “dos diplomas mais perversos” alguma vez apresentados.

#Diogogénio. Ainda o Portugal-Eslovénia: os números e os analistas arrasam as escolhas de Roberto Martínez, defendem a opção Vitinha, mostram o desacerto de Ronaldo e elogiam a noite histórica de Diogo Costa.

Por hoje é tudo, regressamos na quarta-feira. Fique connosco.

* Título Redação PG.

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