Artur Queiroz*, Luanda
Conheci pessoalmente o Coronel Pedroso Lima em 1974, era ele o presidente da Comissão Ad Hoc para a Comunicação Social e eu, chefe de Redacção da Emissora Oficial de Angola, ao mesmo tempo que realizava dois programas de rádio, Voz Livre do Povo e Contacto Popular, na antena da Voz de Angola. Os produtores e apresentadores eram José (ZAN) Andrade e Manuel Berenguel. Profissionais de altíssimo nível.
A nossa actividade era perigosa porque os membros dos esquadrões da morte ligados ao Partido Cristão Democrático de Angola (PCDA), à Frente Revolucionária de Angola (FRA) e às Brigadas da Juventude Revolucionária (BJR) queriam matar os mercenários que militavam no MPLA e ainda pagavam quotas ao movimento. Morte aos comunas! Tinham o apoio e a conivência da polícia. Não poucas vezes fomos salvos por fuzileiros navais sempre em prontidão para garantir a Liberdade de Imprensa.
A Comissão Ad Hoc para a Comunicação Social era constituída exclusivamente por militares. Actuava contra os facínoras que faziam terrorismo nos Media contra a Independência Nacional e a favor dos supremacistas brancos, devidamente acobertados pela UNITA, chamada de “movimento dos brancos” e Jonas Savimbi, o “muata da paz”.
Isto quer dizer que o poeta/musicólogo Jorge Macedo e o sem profissão Rui Ramos nunca pertenceram a esse órgão. Fiquei muito amirado quando Fernando Oliveira, que também conheci em 1974 (era ele alferes miliciano e membro da Comissão Ad Hoc para a comunicação social), escreveu no Jornal de Angola que esses dois civis pertenciam à comissão em representação do MPLA. Está baralhado.
Também se baralhou quando definiu
Rui Ramos como “um homem íntegro, um intelectual probo, um patriota
consequente”. Essas palavras ficam bem
Rui Ramos também não abraçou “de forma entusiástica e apaixonada a missão jornalística”. A primeira vez que entrou numa Redacção em Angola foi no ano de 2013. Recebia como jornalista mas era revisor. O hábito não faz o monge. Uma carteira profissional não faz dele o que nunca foi.
Um dia entrei no edifício da Empresa Edições Novembro, era eu mercenário, e o pessoal da protecção física não deixava entrar André dos Anjos, porque existiam ordens para barrar a entrada aos trabalhadores que mostrassem sinais evidentes de embriagues. Assumi a responsabilidade e levei comigo o barrado. Maldita a hora. Ele não conseguia subir as escadas e tive que levá-lo às costas, armado em escuteiro.Alguns funcionários da Redacção
com alcunha de jornalistas, antes do livro de ponto ir para a direcção de
pessoal a fim de serem processados os salários, apareciam para assinar todos os
dias
André dos Anjos pediu-me encarecidamente que o ajudasse a engrenar na reportagem que, dizia, era a sua paixão. Desconsegui. Porque ele não aparecia no seu posto de trabalho e quando aparecia, tresandava a kandingolo “best”. Mas era bom rapaz. Hoje decidiu caluniar-me. Recorreu ao insulto rasteiro. Chamou-me mercenário. Provavelmente obnubilado pelos vapores etílicos afirma que ataquei Pereira Santana. Nada disso. Apenas corrigi uma aldrabice que ele escreveu. Pôs Rui Ramos no Tarrafal e eu corrigi. Um director de conteúdos pode ser tudo menos aldrabão.
André dos Anjos acha que o professor
universitário Fernando Oliveira, ao chamar a Rui Ramos “homem íntegro,
intelectual probo e patriota consequente”, isso passa a ser lei. Magister
Dixit. Tudo mentira. Um homem íntegro não faz tudo para derrubar o MPLA sendo
ele do MPLA. Um patriota consequente não funda a OCA para derrubar o MPLA em
conluio com a golpada dos nitistas que fazia parte da Operação Cobra ou Natal
André dos Anjos até recorre a ameaças e invoca Vítor Silva, o tal que começou contino, viveu sempre como contino e pensa como contino. Pobre rapaz. Mas sempre digo ao André dos Anjos que se tive nguzu para carregá-lo às costas nas escadas que conduzem à Redacção do Jornal de Angola (impróprias para bêbados) também tenho para enfrentá-lo e enfrentar o tal Pereira Santana. Cuidado comigo e com o cão!
Nhuca Junior leu os insultos e calúnias de André dos Anjos e escreveu: “Faço minhas as tuas palavras, que já devem ter chegado ao conhecimento de Artur Queiroz, porque o homem tem amigos (pessoas que o adulavam) na empresa. Podes vir a ser a próxima vítima de Artur Queiroz”. Portanto, o Nhuca também me insulta e calunia.
E aquele que carreguei pelas escadas acima respondeu: “Sei e conheço alguns que o veneram. Mas se tiverem a honestidade de lhe fazerem chegar o meu textículo nos exactos termos em que o escrevi, tenho plena certeza de que Artur Queiroz pensará duas vezes antes de responder-me”.
O Nhuca Júnior era editor de Sociedade e ao mesmo tempo funcionário da Polícia Nacional. Um dia disse-lhe que tinha de optar. Um polícia não pode ser jornalista. O rapaz nasceu polícia e vai morrer ximba malacueco. Rui Ramos deixou escola! Só não percebo o que faz Fernando Oliveira na turma.
O Plano Nacional de Comunicação do Executivo entrou em vigor este mês. Eles dizem que tem como objectivo conquistar mercados e financiamentos orientados para a diplomacia económica, reforçar o posicionamento estratégico de Angola no contexto Internacional e regional, e promover a defesa da imagem e da boa reputação dos interesses superiores do Estado. Esta é uma peça complementar daquela directiva do Bureau Político do MPLA para glorificar o nosso Mobutu. Torram milhões nessas porcarias em vez de governarem.
* Jornalista
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