Já está! João Lourenço telefonou a Joe Biden e ambos falaram pelos cotovelos. O presidente do estado terrorista mais perigoso do mundo disse corridor lobito, corridor lobito, corridor lobito. E teve a resposta certa inesperada: ok master, ok master, ok master! Louvemos o esforço que ambos fizeram para falar na língua do outro. Só mesmo traidores descarados não elogiam e glorificam o líder do MPLA, como manda a directiva do Bureau Político aprovada há uns dias. Quem não elogiar o chefe a mãe dele é gato. Fuzilamento já! Eu já pus a corda ao pescoço, prefiro o enforcamento. Os tiros fazem-me dor de ouvidos.
Odeio aventuras, sou um fanático
da tranquilidade, pantufas, pijama, cama cedo, comida saudável, nem uma gota de
álcool. Nunca exagerei
Já me esquecia do mais importante. Joe Biden e João Lourenço marcaram a visita do presidente dos EUA para o dia 5 de Novembro. Se Trump ganhar as eleições presidenciais ele pede asilo político e vai trabalhar como jornalista no Jornal de Angola. Jornalista perito nos caminhos da vida política. Um mês depois já é o decano dos jornalistas angolanos, conforme mandam as regras entre nós. Se um velhinho gagá resolver iniciar a profissão de jornalista na sua provecta idade, logo fica o mais idoso da classe.
Aconteceu assim com um reformado do Pinto Balsemão. Quando pisou uma Redacção em Angola, pela primeira vez na sua vida, ficou logo decano. E com a carteira profissional número dois. Penso que aí o critério foi por alturas. O contemplado era o segundo mais alto Ou o segundo da fila. Mas isso não interessa nada.
Caso não seja incómodo, dou
opinião. Isso de decano dos Jornalistas Angolanos tem a ver com os anos de
profissão e não com a idade. Por isso já disse repetidas vezes que o nosso
decano chama-se Luís Alberto Ferreira. Anda no Jornalismo há mais de 70 anos.
Foi o primeiro profissional angolano, do Jornalismo Industrial, que conquistou
um lugar de honra numa Redacção
Luís Alberto Ferreira ainda conviveu nas Redacções com os jornalistas pioneiros do Jornalismo Industrial. Bebeu essa experiência única. Foi um dos profissionais que ajudou a impor nas Redacções dos Media angolanos, jornalistas filhos de Angola. Foi companheiro na Redacção de Aníbal de Melo, Ernesto Lara Filho, Acácio Barradas, Bernardino Coelho ou José Luís de Abreu, os mais destacados Jornalistas Angolanos de sempre. Ao serviço da RTP (canal público da televisão portuguesa) reportou os momentos mais importantes da Guerra da Transição entre o 25 de Abril de 1974 e a Independência Nacional. É um cronista ímpar.
Na direcção de José Ribeiro, Luís Alberto Ferreira publicou as crónicas “Subesferas”, do mais valioso que alguma vez se publicou naquelas páginas. Calma aí. Não estou a excluir Belarmino Van-Dúnem, Mário Pinto de Andrade, Jaime Azulay (Morro do Sombreiro),Filipe Zau, Pereira Dinis, Arnaldo Santos ou Fernando Costa Andrade (Ndunduma). Temos do melhor que existe na Crónica de Língua Portuguesa.
Também por isso Luís Alberto Ferreira é o decano dos Jornalistas Angolanos. Já vai com 90 primaveras. Faz 91 anos em Abril próximo. E combinámos uma noitada quando ele fizer 100 anos e eu 90 aninhos, sempre derramando juventude na velhice. Meninas cuidem-se!
Só mais este pormenor. Luís
Alberto Ferreira tem um estilo único. Mesmo na mensagem informativa usa
adjectivos. E ficam bem. Genial! Obrigado, Luís, por tudo o que nos dás. Mesmo
aos que te rejeitam porque não sabem que foste menino dos Coqueiros, vizinho do
senhor Chico Matos, Pai do Comandante Rui de Matos. O Papá de Luís Alberto
Ferreira era um competentíssimo trabalhador da Minerva, a primeira grande
fábrica de tipografia
Eu bem tento passar estas memórias aos jovens profissionais angolanos mas sem qualquer sucesso. Preferem as falsificações. Nada de grave. Eu também só gosto de uísque falsificado. O verdadeiro faz-me azia e sabe a medicamento contra as lombrigas.
A Redacção do Jornal de Angola, em 1976, tinha um grupo de jovens estagiários. Todos eles progrediram na profissão. Sabem porquê? O Mais Velho Antero (Poderoso) falava-lhes do Jornalismo dos anos 50. O Moutinho Pereira e o Luciano Rocha das Redacções nos anos 60. E assim percebiam que vivíamos uma pobreza inquietante nos primórdios da Independência Nacional. Todos tinham de dar muito mais do que o habitual. Não precisamos de ser todos amigos. Mas convém que todos respeitemos a profissão que escolhemos.
Nunca se esqueçam. Publicidade redigida, relações públicas, comunicação e imagem “notícias e reportagens comerciais” são actividades incompatíveis com o Jornalismo.
A minha opinião conta? Penso que sim. Em 1974 era chefe de Redacção do mais importante Media Angolano, a Emissora Oficial de Angola. E fui o último presidente da Direcção do Sindicato dos Jornalistas. Fechou dois meses antes da Independência Nacional porque nos recusámos a receber ordens do Governo de Transição! O Jornalismo só existe numa lógica de contrapoder.
* Jornalista
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