quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Moçambique | FRAUDES POLÍTICAS E ELEITORAIS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O bispo anglicano Carlos Simão Matsinhe, também presidente da Comissão Nacional de Eleições, anunciou hoje em Maputo, Centro de Conferências Joaquim Chissano, os resultados eleitorais que agora têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional. O candidato Daniel Chapo, apoiado pela FRELIMO, ganhou com 70,67 por cento dos votos. Maioria absolutíssima. Em segundo lugar ficou Venâncio Mondlane com 20,32 por cento, depois Ossufo Momade que registou 5,81 por cento e por fim Lutero Simango com 2,21 por cento. Parabéns ao vencedor e aos outros concorrentes. Honraram a democracia.

O meu saudoso amigo Rui Nogar cantou um choro sobre aquele que fumou suruma nos olhos da bela Ana Maria e ficou mesmo maluco. Ficou mesmo maluco. Se ele fosse vivo ia escrever um poema dedicado aos que ficaram malucos com muita suruma e decidiram fazer carreira política. Quando ouvem falar da FFELIMO puxam logo da pistola e se for preciso matam mesmo. A RENAMO sabe como isso se faz.

A Casa dos Brancos quando percebeu que não bastavam os magaíças comandados por Afonso Dhlakama criou o partido PODEMOS e lançou no palco da política Venâncio Mondlane. Este fumou tanta suruma que se declarou presidente de Moçambique e vencedor de todas as eleições. Mais um abutre amestrado na arte de debicar no corpo inerte de África. Faz o trabalho sujo dos donos que estão lá longe, na União Europeia e no estado terrorista mais perigoso do mundo.

Mia Couto, um espertalhão que ganha todos os concursos de palavras cruzadas, antes do anúncio dos resultados eleitorais disse que “houve fraudes eleitorais, não sei quantas nem como nem onde mas houve”. Todos os povos criam os seus Agualusa para se lembrem que ninguém deve ficar para trás nem mesmo os assassinos da gramática e o Pereira Santana, director dos acomodados e analfabetos. Nem os palavristas feitos escritores. A FRELIMO é uma máquina bem afinada. Tem as raízes no coração do Povo Moçambicano Comete erros? Comete. Tem falhas na governação? Tem. Mas nunca traiu a Nação Moçambicana. 

Alguém explique ao Venâncio Mondlane que só a Comissão Nacional de Eleições tem competência para fazer o apuramento geral dos votos e divulgar os resultados eleitorais. Não é um político de plástico, populista, membro da Internacional Fascista, que fumou suruma nos olhinhos dos cofres públicos e ficou mesmo maluco. Está mesmo maluco.

Os resultados eleitorais foram divulgados hoje porque  a Lei obriga a Comissão Nacional de Eleições a divulgá-los até 15 depois do encerramento das urnas. O prazo legal acabou hoje. O presidente da Comissão Nacional de Eleições anunciou que existem processos contenciosos junto dos tribunais judiciais e alguns foram canalizados para o Conselho Constitucional. 

Esses processos esperam a decisão competente. Mas é óbvio que face aos resultados registados são meras manobras dilatórias para Venâncio Mondlane e o partido PODEMOS convocaram mais greves gerais, manifestações pacíficas, que dão porrada à toa, e assassinatos no centro das cidades moçambicanas. Não vão conseguir nada. 

Ninguém diga que as eleições em Moçambique foram opacas. Todos os políticos, observadores e jornalistas credenciados tiveram acesso às actas e editais como e quando quiseram. Tudo muito transparente. As eleições de 9 de Outubro foram escrutinadas por 142.638 delegados de candidatura. Os jornalistas credenciados eram 2.399. Os observadores 28.110. Tudo à vista, tudo transparente. Só Venâncio Mondlane e o partido PODEMOS agiram de forma fraudulenta. Não respeitaram as Leis. Tomem nota, os resultados eleitorais foram aprovados por consenso em 87 por cento dos distritos. Só nas províncias da Zambézia e Tete foi por voto. Querem mais transparência, filhos da fraude que vos pariu? 

As reclamações estão em apreciação. Os partidos todos têm o direito de recorrer para o Conselho Constitucional. Mas perante a vitória esmagadora da FRELIMO e do seu candidato Daniel Chapo, isso só serve mesmo para fazer confusão e justificar mais assassinatos com o fim de manchar os vencedores ou disputar os milhões sobrantes da campanha eleitoral.

Nos círculos África e Resto do Mundo só a FRELIMO elegeu deputados (dois mandatos). Nos Círculos Maputo Cidade e Maputo Província o partido no poder esmagou. Resultado esmagador para a Assembleia da República: FRELIMO elegeu 195 deputados, o PODEMOS 31 deputados, a RENAMO 20 e o MDM apenas quatro. Face a estes resultados, o candidato presidencial do MDM, Lutero Simango, diz que houve fraude, o seu partido devia ter seis deputados!  

As eleições para as Assembleias Provinciais, que vão eleger os governadores de cada província, ditaram igualmente uma vitória esmagadora da FRELIMO. Quase 800 mandatos. A Oposição toda junta teve pouco mais de 150. Maiorias absolutas em todo o país. A FRELIMO e o seu candidato presidencial Daniel Chapo visitavam por dia quatro a cinco distritos eleitorais. Divulgavam a mensagem do partido em todo o país. Os partidos da Oposição não saíam de Maputo e das grandes cidades. Torraram o dinheiro. Pensam que as eleições se ganham com suruma, uns copos e muita conversa. Quando se sentem perdidos resolvem tudo a tiro.

Até ao fim do processo, quando o Conselho Constitucional proclamar os resultados eleitorais, espera-se da Oposição um mínimo de responsabilidade e que não andem aos tiros contra amigos e inimigos, sejam advogados ou mandatários. Essa democracia é lá no estado terrorista mais perigoso do mundo. Não importem o modelo para Moçambique.

* Jornalista

Imagem em Expresso

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