terça-feira, 22 de outubro de 2024

Portugal | NÃO LHES PERDOAI SENHOR, ELES SABEM O MAL QUE NOS FAZEM...

Bom dia. O Curto do Expresso de hoje tem por respeitável autor Vítor Andrade, que vai direitinho ao tema da disciplina de cidadania nos primeiros anos escolares. Fascistas e menos fascistas encartados pelos partidos da direita consideram que ali encontram-se facciosismos de esquerda e que assim não está certo… Pois claro, o que esses tais querem é bagunça por todo o lado e que aprender a sermos cidadãos esclarecidos não lhes convém. A quem não convém? Aos donos disto tudo e seus protegidos às claras e nas ilhargas cheirosas a pilins vastos de encher carteiras e contas bancárias… Pois. Mas disso todos sabemos só que contra nada fazemos. Mas sabemos, e nem precisamos de ir à escola porque sentimos isso mesmo nos ossos, nas peles, na 'desvida'. O socialcarneirismo está em alta, com uma ou outra folga para o povoléu poder balir em protesto. Lá por isso fica tudo na mesma ou mudam enganosos para pior… O costume. O povoléu é cobarde? Sim, demonstra que é e que se acachapa perante os poderosos. Eis a pseudodemocracia em vigor nas faldas do fascismo engravatado, de colarinho branco e ‘oficial’. Papem lá disto que, como os ‘DeDeTês’ dizem, "é democrático”. Pois. Importa é terem ‘tachos’, um cartão azul, verde, laranja, rosa ou até vermelho para apoiar as decisões e repressões inapoiaveis. Essas tais que tratam a maioria do povoléu como ‘coisas’ desprezíveis, sem casas, nem comer, nem uma vida decente e consonante com a real (verdadeira) cidadania a que todos temos direito e não só alguns. Vai daí e ‘eles’ estão melhores nas suas viduxas pomposas em tudo enquanto o povoléu está pior em mais que tudo, até nas ‘migalhas’ enganosas que nos atiram uma vez por outra e que nada resolvem… O costume. Exatamente por isso tudo e o mais que vai vir seremos objectivos: não lhes perdoai senhor, eles sabem perfeitamente o que fizeram, o que fazem e hão-de continuar a fazer. A revolta tarda. Mémémémé...

MM | PG

Quando 'o não assunto’ de que todos falam (Cidadania) quase eclipsou ‘o assunto’ (Orçamento do Estado)

Vítor Andrade, coordenador de economia | Expresso (curto)

Bom dia

Este é o seu Expresso Curto

Antes de mais, um convite: amanhã, às 14h00, "Junte-se à Conversa" com David Dinis e Joana Pereira Bastos, para falar sobre "Aulas de cidadania: há razão para polémica?". Inscreva-se aqui.

Como se costuma dizer na aldeia, esta discussão acerca das aulas de Cidadania ‘pegou de estaca’. Arrancou um aplauso estridente quando, no passado domingo, Luís Montenegro anunciou a revisão dos conteúdos da disciplina, no seu discurso de encerramento do congresso do PSD, e estava feita a sementeira para uma polémica que promete medrar, bem regada de ideologia, à esquerda e à direita, ao longo dos dias que se seguem.

Ontem, segunda-feira, foi tema de abertura sistemática de blocos de noticiosos nas rádios e nas televisões, e presença assídua nas manchetes dos sites de vários jornais.

O primeiro-ministro disse, no domingo, sobre as aulas de Cidadania, que era preciso “libertar esta disciplina das amarras a projetos ideológicos ou de fação” . Um dia depois o seu ministro da Educação, Fernando Alexandre, foi mais suave nas palavras e explicou que “não é o tema mais importante do sistema educativo. Mas se tem gerado algum ruído e se gera algum mal-estar nas famílias (…), então vamos olhar com atenção para isso”.

Mas, afinal há algum perigo ideológico nas aulas de cidadania? O Paulo Baldaia e a Joana Pereira Bastos explicam-lhe, neste podcast do Expresso da Manhã.

E o que é que tudo isto interessa ao cidadão comum da rua? Provavelmente muito próximo de pouco, ou mesmo quase nada; mas, como ‘pegou de estaca’, a bolha política e mediática está a insuflar com este ‘não assunto’, ao mesmo tempo que ‘o assunto’ do Orçamento do Estado (OE) quase caiu no esquecimento.

E foi Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, que já na noite de ontem, na reunião da Comissão Política Nacional do partido, resgatou o tema do Orçamento, que tanta tinta fez correr nas últimas semanas, afirmando que o PS nunca poderia sair sem danos deste processo sobre a tomada de posição relativa ao Orçamento do Estado para 2025, fosse qual fosse o caminho seguido. Para o PS - reconheceu ainda o líder socialista - "não havia uma saída sem desvantagens".

Não se trata do OE mas mexe com números que também nos dizem respeito. O folhetim TAP continua a dar que falar e sabe-se agora que o ministro brasileiro dos Portos e Aeroportos estará em Portugal esta semana e carrega na bagagem o empréstimo obrigacionista da transportadora Azul à TAP, dívida que vence em 2026. Em causa está o pagamento de 198 milhões de euros, dívida a cargo da TAP SGPS, uma empresa em falência técnica.

OUTRAS NOTÍCIAS

Passe ferroviário verde. Entrou em vigor esta segunda-feira e permite andar em comboios Intercidades, regionais, inter-regionais, urbanos de Coimbra e alguns percursos na região de Lisboa e Porto custa apenas 20 euros. É, provavelmente, uma das medidas mais radicais e estruturantes das últimas décadas ao nível dos transportes públicos em Portugal. Será que vai correr bem? O tempo e a adesão dos passageiros o dirá.

Fuga de Vale de Judeus. O Ministério da Justiça vai instaurar nove processos disciplinares na sequência da fuga de cinco reclusos da prisão de Vale de Judeus, no início do passado mês de setembro. Os visados são o ex-diretor, o chefe da guarda e sete guardas prisionais. Além destes processos disciplinares, a ministra Rita Alarcão Júdice concordou com a instauração de “inquéritos autónomos”, a militares da GNR, para “apuramento de responsabilidades disciplinares sobre as condições em que foram cedidas, sem autorização, as imagens de acontecimentos no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus à Comunicação Social”.

Distúrbios no bairro do Zambujal. Vários caixotes do lixo foram incendiados na noite de segunda-feira no bairro do Zambujal, no concelho da Amadora, o que obrigou à entrada em cena da força de intervenção rápida da PSP. A escalada de violência neste local surge depois de um homem ter sido morto a tiro esta segunda-feira pela PSP, na Cova da Moura, A vítima residia precisamente no bairro do Zambujal.

Estados oscilantes da América. A duas semanas das eleições presidenciais nos Estados Unidos há menos de dois pontos percentuais a separar a candidata democrata do candidato republicano. As sondagens mostram que a vice-presidente democrata reúne cerca de 49% das intenções de voto, enquanto o ex-chefe de Estado republicano consegue 47%. Com uma disputa tão renhida, a vitória vai definir-se naqueles que são conhecidos como os sete Estados oscilantes: Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin.

Moldova mais próxima da UE. Já com os votos quase totalmente contados, o “sim” à inclusão da adesão à União Europeia como um objetivo nacional na Constituição da Moldova venceu com 50,45% dos votos, no referendo do passado domingo. “Graças a vocês, caros moldavos, vencemos a primeira batalha", declarou a chefe de Estado do país, apelando para que os seus apoiantes se mobilizem para a segunda volta das eleições presidenciais, para evitar um “desastre”.

Revolta em Maputo. Um ato de repúdio pelo assassínio de dois apoiantes do candidato presidencial Venâncio Mondlane foi reprimido pelas autoridades com gás lacrimogéneo. Luís Nhachote, coordenador executivo do centro de jornalismo investigativo de Moçambique, disse ao Expresso que “a polícia hoje perdeu uma oportunidade soberana de se reconciliar com o povo.”

FRASES

"Há uma matéria absolutamente imperiosa que é tratar daquilo que é a lavagem de dinheiro".

Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, na sessão de encerramento da conferência internacional Segurança Urbana 5.0.

“Ganhámos a primeira batalha de um combate difícil que determinará o futuro do nosso país. Lutámos e vencemos de forma justa numa disputa injusta”.

Maia Sandu, presidente da Moldova, no rescaldo do referendo à adesão do país à União Europeia.

“A extrema-direita produz disparates que atraem os não muito instruídos e desesperados. A culpa é dos políticos tradicionais”

Paul Collier, economista britânico, conselheiro de governos de vários países, em entrevista ao Expresso.

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