Bom dia. O Curto do Expresso de
hoje tem por respeitável autor Vítor Andrade, que vai direitinho ao tema da disciplina de cidadania
nos primeiros anos escolares. Fascistas e menos fascistas encartados pelos
partidos da direita consideram que ali encontram-se facciosismos de esquerda e que assim não está certo… Pois claro, o que esses tais querem é bagunça por
todo o lado e que aprender a sermos cidadãos esclarecidos não lhes convém. A
quem não convém? Aos donos disto tudo e seus protegidos às claras e nas
ilhargas cheirosas a pilins vastos de encher carteiras e contas bancárias…
Pois. Mas disso todos sabemos só que contra nada fazemos. Mas sabemos, e nem
precisamos de ir à escola porque sentimos isso mesmo nos ossos, nas peles, na 'desvida'. O
socialcarneirismo está em alta, com uma ou outra folga para o povoléu poder
balir
MM | PG
Vítor Andrade, coordenador de economia | Expresso (curto)
Bom dia
Este é o seu Expresso Curto
Antes de mais, um convite: amanhã, às 14h00, "Junte-se à Conversa"
com David Dinis e Joana Pereira Bastos, para falar sobre "Aulas de
cidadania: há razão para polémica?". Inscreva-se aqui.
Como se costuma dizer na aldeia, esta discussão acerca das aulas de
Cidadania ‘pegou de estaca’. Arrancou um aplauso estridente quando, no
passado domingo, Luís Montenegro anunciou a revisão dos conteúdos da
disciplina, no seu discurso de encerramento do congresso do PSD, e estava feita
a sementeira para uma polémica que promete medrar, bem regada de ideologia, à esquerda e à direita, ao longo dos dias que se seguem.
Ontem, segunda-feira, foi tema de abertura sistemática de blocos de noticiosos
nas rádios e nas televisões, e presença assídua nas manchetes dos sites de
vários jornais.
O primeiro-ministro disse, no domingo, sobre as aulas de Cidadania, que era
preciso “libertar esta disciplina das amarras a projetos ideológicos ou
de fação” . Um dia depois o seu ministro da Educação, Fernando
Alexandre, foi mais suave nas palavras e explicou que “não é o tema mais importante do sistema
educativo. Mas se tem gerado algum ruído e se gera algum mal-estar nas famílias
(…), então vamos olhar com atenção para isso”.
Mas, afinal há algum perigo ideológico nas aulas de cidadania? O Paulo
Baldaia e a Joana Pereira Bastos explicam-lhe, neste podcast do Expresso da Manhã.
E o que é que tudo isto interessa ao cidadão comum da rua? Provavelmente muito
próximo de pouco, ou mesmo quase nada; mas, como ‘pegou de estaca’, a bolha
política e mediática está a insuflar com este ‘não assunto’, ao mesmo tempo que
‘o assunto’ do Orçamento do Estado (OE) quase caiu no esquecimento.
E foi Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, que já na noite de ontem, na
reunião da Comissão Política Nacional do partido, resgatou o tema do Orçamento,
que tanta tinta fez correr nas últimas semanas, afirmando que o PS nunca
poderia sair sem danos deste processo sobre a tomada de posição relativa ao
Orçamento do Estado para 2025, fosse qual fosse o caminho seguido. Para o PS - reconheceu ainda o líder socialista - "não
havia uma saída sem desvantagens".
Não se trata do OE mas mexe com números que também nos dizem respeito. O
folhetim TAP continua a dar que falar e sabe-se agora que o ministro
brasileiro dos Portos e Aeroportos estará em Portugal esta semana e carrega na
bagagem o empréstimo obrigacionista da transportadora Azul à TAP, dívida que
vence em 2026. Em causa está o pagamento de 198 milhões de euros, dívida a
cargo da TAP SGPS, uma empresa em falência técnica.
OUTRAS NOTÍCIAS
Passe ferroviário verde. Entrou em vigor esta segunda-feira e permite andar
Fuga de Vale de Judeus. O Ministério da Justiça vai instaurar nove processos
disciplinares na sequência da fuga de cinco reclusos da prisão de Vale
de Judeus, no início do passado mês de setembro. Os visados são o
ex-diretor, o chefe da guarda e sete guardas prisionais. Além destes processos
disciplinares, a ministra Rita Alarcão Júdice concordou com a instauração de
“inquéritos autónomos”, a militares da GNR, para “apuramento de
responsabilidades disciplinares sobre as condições em que foram cedidas, sem
autorização, as imagens de acontecimentos no Estabelecimento Prisional de Vale
de Judeus à Comunicação Social”.
Distúrbios no bairro do Zambujal. Vários caixotes do lixo foram incendiados na noite de
segunda-feira no bairro do Zambujal, no concelho da Amadora, o que obrigou
à entrada em cena da força de intervenção rápida da PSP. A escalada de
violência neste local surge depois de um homem ter sido morto a tiro esta segunda-feira pela PSP, na Cova da
Moura, A vítima residia precisamente no bairro do Zambujal.
Estados oscilantes da América. A duas semanas das eleições presidenciais nos
Estados Unidos há menos de dois pontos percentuais a separar a candidata
democrata do candidato republicano. As sondagens mostram que a
vice-presidente democrata reúne cerca de 49% das intenções de voto, enquanto o
ex-chefe de Estado republicano consegue 47%. Com uma disputa tão renhida, a vitória vai definir-se naqueles que são conhecidos como os
sete Estados oscilantes: Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan,
Nevada, Pensilvânia e Wisconsin.
Moldova mais próxima da UE. Já com os votos quase totalmente contados, o “sim” à inclusão da adesão à União Europeia como um objetivo
nacional na Constituição da Moldova venceu com 50,45% dos votos, no
referendo do passado domingo. “Graças a vocês, caros moldavos, vencemos a
primeira batalha", declarou a chefe de Estado do país, apelando para que
os seus apoiantes se mobilizem para a segunda volta das eleições presidenciais,
para evitar um “desastre”.
Revolta
FRASES
"Há uma matéria absolutamente imperiosa que é tratar daquilo que é a
lavagem de dinheiro".
Rui Moreira, presidente da Câmara
Municipal do Porto, na sessão de encerramento da conferência internacional
Segurança Urbana 5.0.
“Ganhámos a primeira batalha de um combate difícil que determinará o futuro do
nosso país. Lutámos e vencemos de forma justa numa disputa injusta”.
Maia Sandu, presidente da
Moldova, no rescaldo do referendo à adesão do país à União Europeia.
“A extrema-direita produz disparates que atraem os não muito instruídos e
desesperados. A culpa é dos políticos tradicionais”
Paul Collier, economista
britânico, conselheiro de governos de vários países, em entrevista ao Expresso.
Caro leitor, fico por aqui nas minhas sugestões, mas pode continuar a
acompanhar-nos no Expresso, na Tribuna, na Blitz e a ouvir-nos aqui sempre que lhe apetecer.
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