terça-feira, 18 de março de 2025

Portugal | MINISTRA INCOMPETENTE E ODIADA COM PESO DE MORTANDADE QUE REJEITA*

Passagem de Ana Paula Martins deixa sintomas "mistos" no SNS: está "pior" e PPP não são solução, apesar de "passos importantes"

Ana Sousa | Manuel Acácio | TSF

O Fórum TSF desta última segunda-feira ouviu vários especialistas para fazer o balanço do trabalho da ainda ministra da Saúde. Houve pontos "positivos", mas ficam "insuficiências" por resolver

A Saúde esteve debaixo de fogo durante o ano de governação de Montenegro: o estado do SNS "piorou", as parcerias público-privadas (PPP) "não são a panaceia para todos os males", o Governo "tem uma agenda escondida para privatizar" estes serviços e há poucas conquistas a destacar. De resto, no Fórum TSF, fica um "aviso" a quem se seguir para tutelar a Saúde.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, defende que o Governo, agora de saída, "colocou expectativas muito altas" e não conseguiu corresponder. Por isso, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está hoje "pior" do que há um ano. Diz ainda que há "um conjunto de situações que não podem esperar meses e anos" por uma "resposta adequada", em particular a questão das urgências de ginecologia e obstetrícia. 

Esta segunda-feira, há quatro urgências de ginecologia e obstetrícia fechadas: Amadora-Sintra, Barreiro, Abrantes e Santarém.

Sobre o anunciado regresso das PPP e o alargamento aos 174 centros de saúde que fazem parte das Unidades Locais de Saúde de Braga, Loures, Vila Franca de Xira, Amadora-Sintra e Garcia de Orta, o bastonário sublinha que o mais importante é os doentes terem os cuidados que necessitam. Contudo, Carlos Cortes quer saber mais sobre o "enquadramento" deste modelo.

Da parte dos administradores hospitalares, Xavier Barreto desafia os partidos políticos a dizerem com clareza, durante a campanha eleitoral, o que defendem para o SNS.

O representante concorda que os problemas no Serviço Nacional de Saúde mantêm-se e, considera ainda, as parcerias público-privadas "não são a panaceia para todos os males". Faria mais sentido "discutir autonomia e nomear os melhores profissionais de gestão" para os hospitais públicos.

Joana Bordalo e Sá deixa já um "aviso" ao próximo governante que ficará com a tutela da Saúde: quer alguém disponível a negociar "as verdadeiras soluções para mais médicos e mais profissionais no SNS" para que as equipas estejam "a funcionar de forma completa e motivada".

Da parte do Sindicato Independente dos Médicos, o secretário-geral Nuno Rodrigues reconhece que houve decisões "positivas" em relação à grelha salarial, mas há ainda "insuficiências, desde logo a vulnerabilidade das urgências".

O raio-x que fazemos dá sinais mistos. É um raio-x de alguém com alguma patologia crónica, que ainda não está curada, que apresenta sinais de fragilidade e que a qualquer momento pode piorar.

Muito para fazer é também o que pensa o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar, Rui Lázaro. Admite que houve "algumas melhorias e dados passos importantes", nomeadamente "a negociação e a implementação de uma nova tabela salarial, bem como a reestruturação da carreira, que permite torná-la mais atrativa". Mas, garante igualmente, isto não basta. 

O sindicato dos Enfermeiros Portugueses pede uma valorização urgente das carreiras e critica a falta de "agilidade e delegação" no que à gestão dos hospitais diz respeito.

Na leitura da dirigente Guadalupe Simões, o Executivo "tem uma agenda escondida para privatizar os serviços de saúde e, com isso, permitir que os grupos económicos possam fazer negócio e mais lucro".

* Título PG

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