terça-feira, 13 de maio de 2025

O Cronista do Interior – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda >

Do Reino Unido chegou a notícia inesperada nas páginas do jornal “The Economist”. O governo da Faixa de Gaza está enganado quando refere 55.000 mortos entre a população civil no genocídio levado a cabo pelo governo de Israel. Na verdade, afirma o jornal britânico, são mais de 100.000 mortos. E nem todos morreram desfeitos com as bombas dos nazis de Telavive. Muitos palestinos morreram à fome, à sede ou por falta de assistência médica. As autoridades registaram 55 mil óbitos porque viram os cadáveres. Mas outros tantos estão sepultados sob os escombros dos bombardeamentos.

Os nazis de Telavive avançam com o genocídio na Palestina em nome da União Europeia, do Reino Unido, da Casa dos Brancos e seu inquilino que preside à internacional fascista. Estes são os que armam e municiam os genocidas. São igualmente genocidas. O cartel genocida de Bruxelas representa 27 autocracias, países de oligarcas que se enfeitam com eleições circenses. São estes que armam e apoiam politicamente o governo de Israel: 

Bélgica, Bulgária, Chéquia, Dinamarca, Alemanha, Estónia, Irlanda, Grécia, Espanha, França, Croácia, Itália, Chipre, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Hungria, Malta, Países Baixos, Áustria, Polónia, Portugal, Roménia, Eslovénia, Eslováquia, Finlândia e Suécia. 

O Papa Leão XIV falou no domingo aos crentes a partir do Vaticano. Gostei de ouvir isto: “A imensa tragédia da II Guerra Mundial fez 60 milhões de vítimas. Tal como o Papa Francisco, dirijo-me aos poderosos do mundo: Nunca mais a guerra.”

Muito bem. Antes que os oligarcas da velha Europa e os fascistas da Casa do Brancos estrebuchassem, o chefe da Igreja de Roma particularizou: “Trago no meu coração o sofrimento do querido povo ucraniano. Que se faça tudo o que for possível para alcançar uma paz autêntica, justa e duradoura o mais rapidamente possível. Que os prisioneiros sejam libertados e que as crianças regressem às suas famílias”.

Quanto à Palestina pediu um cessar-fogo e ajuda humanitária. Os palestinos já não foram tratados como o seu “querido povo”. Mas já é positivo manifestar-se contra todas as guerras no mundo. Cautelosamente ficou por aí. Não lhe ficava mal dizer quem alimenta as guerras. A quem interessam as guerras. Quem lucra com as guerras. O espírito santo ainda não lhe soprou essa parte. Valha-nos Santo Agostinho, o africano. Aquele doutor da Igreja descobriu que a Razão é a arma mais poderosa para chegarmos à verdade. E deu primazia ao livre-arbítrio. Os oligarcas tremeram. Os impérios abanaram.

O ministro do Interior, Manuel Homem, deu nome a um arrazoado daqueles que saem das empresas de comunicação e imagem, pagos a peso de ouro. A xaropada foi dada à luz no Novo Jornal. Publicidade redigida. É a isto que os jornalistas não praticantes e os simpatizantes de Jornalismo chamam liberdade de imprensa. Facturada pelo Madaleno. 

O material chama-se “Compromisso e Valor: Caminho para a Excelência Institucional”. Intragável. Uma masturbação de debutantes pagos à linha. E a porcaria é divisa do “Programa Integrado de Fortalecimento Ético, Disciplinar e Patriótico no Ministério do Interior”. Fiquei esmagado com tanta sabedoria.

Manuel Homem derrubou-me quando escreveu esta parte que nunca passou pela cabeça de ninguém. Nem do próprio elogiado: “A segurança de todos é inegociável conforme as orientações do Comandante em Chefe das Forças Armada Angolanas e Presidente da República João Manuel Gonçalves Lourenço”. Este senhor João Lourenço, se tivesse concorrido a Papa era seguramente eleito. E Deus que se cuide. Quando acabar o mandato em 2027 sobe ao trono etéreo e fica a mandar na terra e no céu por todos os séculos. Ámen!

O Presidente Putin propôs negociações de paz à Ucrânia, na cidade de Istambul. Sem condições. E marcou uma data, 15 de Maio. O líder russo teve o cuidado de informar que é o recomeço das conversações interrompidas pelo governo da Ucrânia, em 2022. Foi suficientemente diplomata para não referir que a Ucrânia bateu com a porta das negociações de paz por ordens do então primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. Que por sua vez recebeu ordens dos oligarcas de Bruxelas e do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA).  A tal guerra contra Federação Russa por procuração passada à Ucrânia. Perderam!

O Presidente Putin disse aos jornalistas que ia mandar um delegação a Istambul para recomeçarem as negociações de paz interrompidas pela Ucrânia. E sobre o ultimato feito por alguns oligarcas europeus para um cessar-fogo a partir de hoje e por 30 dias, disse secamente: “A operação na Ucrânia continua como até agora”. 

Zelensky em Kiev respondeu grosso “Vou estar em Istambul para um frente a frente com Putin”. Os Media do ocidente alargado só falam disto: Putin e Zelensky vão encontrar-se no dia 15 de Maio em Istambul. 

Todos sabem que é mentira. Todos sabem que as negociações de paz nãos são entre os dois presidentes. Mas mentem e manipulam para amanhã poderem dizer: Putin não quer a paz. Putin não foi a Istambul!

Aos oligarcas europeus e ao chefe da internacional fascista que habita na Casa dos Brancos só resta a droga. A prostituição já não lhes chega.

* Jornalista

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