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Luanda, 28 mai (Lusa) - O governo angolano acusa a NATO de desrespeitar as posições africanas no caso da Líbia e de querer assassinar Kadhafi em vez de encontrar uma solução pacífica para a sua saída do poder.
"O que está a preocupar os africanos é o unilateralismo da NATO neste caso em que desconsideram as posições dos africanos, declarou na sexta-feira em conferência de imprensa o ministro das Relações Exteriores de Angola, George Chicoty, lembrando "iniciativas africanas importantes, que propuseram um roteiro para que haja uma paz sustentável".
Chicoty acrescentou que os chefes de Estado da União Africana, reunidos nos últimos dias, manifestaram preocupação pelo "desprezo que o mundo ocidental, particularmente a NATO, tem sobre as suas opiniões e até mesmo pela forma como as pessoas são tratadas".
Para o chefe da diplomacia angolana, a solução na Líbia tem de passar por uma via pacífica, "não assassinando" o líder líbio: "As pessoas não estão a dizer para o Presidente Kadhafi sair, eles querem é encontrar o Presidente para o assassinar e não podemos caucionar o assassinato de ninguém".
Falando em nome da União Africana (UA), Chicoty defendeu que haja um cessar-fogo imediato na Líbia e o "retomar do roteiro proposto" pelo Conselho de Segurança da ONU e pela própria União Africana UA.
Para o bloco africano, a "paz sustentável na Líbia" tem de passar pela negociação entre as partes implicadas nos conflitos, definindo depois a eventual saída do poder do atual líder.
Os africanos estão ainda preocupados com o que dizem ser a "arrogância" dos estados que estão a bombardear a Líbia, não aceitando a posição da UA.
"É preciso imaginar que os chefes de estado da UA não podem ir à Líbia sem pedir autorização à NATO. Isso é a primeira vez que está a acontecer", disse, acrescentando que há cinco líderes africanos que têm sido "constantemente impedidos de levar a cabo a sua negociação".
Chicoty alertou ainda para a degradação da situação humanitária na Líbia, com a destruição de cidades e mortos entre a população, avisando que a "intervenção na Líbia é ilegal".
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