segunda-feira, 2 de maio de 2011

Macau: Cerca de 2.000 pessoas saíram à rua para reivindicar melhores condições




PNE – LUSA

Macau, China, 01 mai (Lusa) -- Cerca de 2.000 pessoas e uma dezena de associações saíram hoje às ruas de Macau para reivindicarem melhores condições de vida e mais medidas do Governo para combater a inflação e proteger o emprego dos residentes.

Segundo os dados facultados à Agência Lusa por um porta-voz da Polícia de Segurança Pública de Macau, cerca de 300 agentes da polícia patrulharam as ruas da cidade e acompanharam a manifestação do 1.º de Maio, em que participaram cerca de 2.300 pessoas e que culminou com a detenção de um manifestante.

A marcha de cerca de duas horas, que teve diferentes pontos de partida na zona Norte da cidade, decorreu de forma pacífica, mas terminou com alguns desacatos entre manifestantes e polícia em frente à sede do Governo, onde várias associações entregaram petições.

O estacionamento da viatura de uma das associações na estrada em frente às barreiras metálicas, que impediam os manifestantes de se aproximarem da entrada da sede do Governo, levou a polícia a deter o indivíduo que desafiava as autoridades com um altifalante a partir do tejadilho da carrinha, que tocava o hino chinês.

A confusão instalou-se e várias pessoas começaram a pressionar as barreiras metálicas e a desafiar os agentes da polícia, que formaram entretanto um cordão humano em frente aos manifestantes, temendo-se a repetição da violência que marcou os protestos do 1.º de Maio de 2010 e que causou vários feridos, entre os quais uma fotojornalista da Lusa.

Um comunicado do gabinete do porta-voz do Executivo divulgado após a manifestação refere que "alguns manifestantes que pretendiam prejudicar a ordem pública levaram a polícia a intervir de forma a garantir a segurança dos cidadãos e liberdade de circulação de pessoas e veículos".

Os "manifestantes devem expressar as suas opiniões e aspirações de forma legítima, pacífica e cívica", salienta a nota oficial ao sublinhar que o "Governo atribui grande importância à opinião da população (...) e mantém-se empenhado na melhoria da sua vida".

Combate à inflação, que atingiu os 3,6 por cento no primeiro trimestre, construção de mais habitação pública, melhores salários, mais e melhores oportunidades para os trabalhadores locais, combate ao trabalho ilegal e limitação do número de trabalhadores estrangeiros foram as principais bandeiras das organizações laborais que hoje desfilaram pelas ruas da Região Administrativa Especial da China.

O deputado e membro do Novo Macau Democrático, Ng Kuok Cheong, disse aos jornalistas que muita gente se manifestou hoje para "exigir ao Governo que faça mais para melhorar as condições de vida dos residentes ao considerarem que, apesar de ter recursos suficientes para tal, o Executivo não tem feito o suficiente".

O protesto de hoje foi também aproveitado por muitos para reclamarem a libertação do artista plástico e ativista social chinês Ai Weiwei, uma revolução do povo chinês pela proteção dos direitos humanos, o fim da energia nuclear e a proibição do fumo do tabaco nos casinos de Macau.

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