DEUTSCHE WELLE
Vários grupos preparam outra manifestação para o próximo dia 25 a exigir a democracia em Angola, entre eles a Central Angola 7311, que tem um portal na Internet. O grupo diz que não tem medo e está pronto para tudo.
O número 7311 faz referência à primeira manifestação contra o governo de José Eduardo dos Santos este ano, realizada a 7 de março e durante a qual 17 jovens foram detidos. De recordar que no último dia 3 de setembro as autoridades angolanas prenderam 21 jovens que manifestaram contra o governo angolano, condenando parte deles a penas que vão de 45 dias a 3 meses de reclusão. A Deutsche Welle conversou com um dos ativistas ligado ao movimento de 7 de março, Medil Campos.
Deutsche Welle: O que vocês vão exigir na manifestação do dia 25 de Setembro?
Medil Campos: Esperamos não só pelos ouvidos da comunidade internacional, mas também pelo nosso governo, para que ele mude de atitude na repressão dos nossos colegas e apelamos a libertação deles, que continuam detidos injustamente até ao momento em condições desumanas. Nós queremos o fim da exclusão social, que acabe a miséria e pobreza extrema, que acabe o previlégio de alguns poderem viver como vivem, com tanto, e outros com pouco.
DW: Quantas pessoas acha que vão aparacer na manifestação? Estão com medo de repressões, a semelhança do que aconteceu da última vez?
MC: É claro que será maior porque existe muita gente de olho aberto e existe muita gente que está solidária para com os detidos, e muita gente disposta a participar. Quanto a repressão nós já estamos habituados, e o regime já lançou a carta branca, já mostrou o que irá fazer, eles marcaram uma contra-manifestação para o dia 24 deste mês, e será igual a do dia 5 de março, em que obrigavam trabalhadores a irem para a manifestação mostrar a comunidade internacional que vai tudo bem aqui em Angola. É possível que eles mandem jovens a paisana para sabotar e dizerem que são jovens que querem trazer novamente a guerra para o país, mas não vamos desistir, nós não temos medo, porque estamos aqui por nós, e também para aqueles que um dia virão para este país dar continuidade, e mostrar que é possivel sim, um país democrático em África e nós não temos medo.
DW: Mesmo que corram risco de vida?
MC: Eu entrei nisso porque sei do que eles são capazes, e pude ver com a brutalidade do último dia 3 do que eles foram capazes de fazer. E nem com isso eu vou parar, eu não tenho medo.
Autora: Renate Krieger - Edição: Nádia Issufo/António Rocha
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