quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Banco de Portugal prevê crescimento do PIB dos PALOP e de Timor-Leste em 2011





De acordo com o relatório "Evolução das Economias dos PALOP e de Timor-Leste 2010/2011" do Banco de Portugal, os países africanos, que são economias emergentes e em desenvolvimento, apresentam crescimentos do PIB bastante superiores aos das economias avançadas.

O relatório do Banco de Portugal pretende ilustrar como se diferencia a evolução do PIB nas economias em desenvolvimento face às economias avançadas.

É realizada uma análise à economia de cada um dos países constituintes dos PALOP, e, também, a Timor-Leste.

Os cinco países que formam os PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, apresentam, na generalidade, estimativas de crescimento do PIB bastante animadoras.

Angola

A evolução da economia angolana ao longo do ano de 2010 e nos primeiros meses de 2011 foi impulsionada, maioritariamente, pelo aumento das receitas petrolíferas e a execução bem sucedida do programa de ajustamento macroeconómico com apoio financeiro do FMI.

Neste período observou-se uma correcção substancial dos desequilíbrios orçamentais e externos, bem como uma ligeira aceleração do ritmo de actividade. No entanto, a inflação continuou a registar-se em “patamares elevados”, conforme refere o relatório do Banco de Portugal sobre a “Evolução das Economias dos PALOP e de Timor-Leste 2010/2011”.

O PIB real da economia angolana cresceu, em 2010, 3,4%, e estima-se que em 2011 cresça 7,8%. Já a inflação foi de 14,5% em 2010, e em 2011 estima-se que desça para 12%.

Cabo Verde

A economia cabo-verdiana foi marcada em 2010, e continuará a ser em 2011, pela implementação de um “avultado programa de investimento público (PIP)”, o qual veio atenuar os efeitos da crise internacional.

O PIP foi, essencialmente, dedicado a infra-estruturas e financiado por fundos externos, e a sua execução teve como consequência directa défices orçamentais elevados e o crescimento do stock da dívida externa.

Observou-se um crescimento do PIB em 2010 de 5,4%, e estima-se que em 2011 avance 5,6%. O valor para este ano ainda é provisório. Já a inflação, foi de 2,1% em 2010 e deverá fixar-se nos 5,2% em 2011.

Guiné-Bissau

Só no ano de 2010 é que a Guiné-Bissau alcançou a normalização sociopolítica, o que trouxe “evidentes repercussões positivas sobre o seu desempenho económico”, explica o relatório do Banco de Portugal.

O cumprimento favorável do programa de Assistência de Emergência Pós-Conflito do FMI (EPCA), permitiu ao país a aprovação de outro programa no âmbito do Extended Credit Facility (ECF), com o objectivo de reforçar as finanças públicas, modernizar a Administração Pública e aumento da qualidade dos seus serviços.

“A avaliação positiva do programa apoiado pela ECF (…) permitiu o reatamento do processo de alívio da dívida”, refere o comunicado.

A Guiné-Bissau conseguiu deste modo reduzir significativamente o seu stock de dívida externa, e estima-se que passou de 128% do PIB em 2009 para 20,1% no final de 2010.

O crescimento do PIB registado em 2010 foi de 3,5%, e em 2011 estima-se que cresça 4,3%. Já a inflação, tocou os 2,3% em 2010, e deverá situar-se nos 4% em 2011.

Moçambique

Moçambique registou ritmos de crescimento do produto acima dos 6% nos últimos 10 anos. “O papel do FMI no processo de estabilização macroeconómica tem sido importante, através do apoio a vários programas das autoridades moçambicanas”, explica o comunicado do Banco de Portugal.

O país registou um crescimento do PIB em 2010 de 6,6%, e estima-se que em 2011 seja de 7,2%. A inflação foi de 12,7% em 2010, estimando-se este ano que recue para 9,5%.

São Tomé e Príncipe

As autoridades de São Tomé têm estado nos últimos anos empenhadas em dar continuidade a uma estratégia que privilegia a abertura, modernização e desenvolvimento da sua economia.

O país tem também entre mãos programas macroeconómicos apoiados pelo FMI e um Acordo de Cooperação Económica (ACE) cimentado com Portugal.

O PIB real de São Tomé cresceu 4,5% em 2010 e prevê-se que mantenha o mesmo crescimento em 2011. Já a inflação, marcou os 12,6% em 2010 e estima-se que desça para 6% em 2011.

Timor-Leste

A conjuntura macroeconómica timorense continua a ser fortemente marcada pela exploração off-shore de petróleo e gás, bem como a crescente consolidação da estabilidade sociopolítica do país, após o período conturbado de 2006 e 2007.

O crescimento do PIB real não-petrolífero foi de 9,5% em 2010, e estima-se um crescimento de 7,3% em 2011. A inflação em 2010 foi de 6,8%, e em 2011 deverá ser de 6%.

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