ANTÓNIO VERÍSSIMO
Ontem passou mais um dia de memória pelas vítimas de várias nacionalidades, mas maioritariamente norte-americanas, que inocentemente pereceram no ataque hediondo e cobarde de terroristas da Alcaeda. Foi o décimo ano depois daquele terrível e inesquecível dia. Quase três mil mortes foi o número avançado e ainda hoje chorado por familiares e amigos que num ápice se viram na necessidade de continuar o caminho da sobrevivência sem desfrutar da companhia dos seus entes amados. Decerto que nenhum merecia morte tão terrível e vil às mãos de seres desprezíveis que erradamente vitimam inocentes em vez de enfrentarem os seus verdadeiros inimigos, às vezes eles próprios e as suas mentes doentias e fanáticas. Caso de Osama Bin Laden e George Bush, entre outros.
Não escapa a esta senda de vingança e de princípios erráticos e desumanos o atual presidente Obama. As suas práticas assim o demonstram. Está ali mais um “gerreiro do mal”, contrariamente ao que pretendeu fazer crer quando da sua campanha eleitoral e nos dias imediatamente a seguir a tomar posse depois de eleito. Pouco importa se ele tem mais ou menos pigmentação de pele, o que importa é que as suas decisões e atitudes não são muito diferentes do louco e fanático que anteriormente ocupava a Casa Branca. Em nome da segurança mundial e, principalmente dos EUA, como afirma Obama e os seus séquitos de rastejantes líderes ocidentais, o mundo está cada vez a viver em maior insegurança, cada vez mais em guerras, cada vez mais a violar os direitos humanos, as liberdades e garantias indissociáveis da democracia. Vivemos cada vez mais em guerra mas Obama, sem se saber porquê, foi agraciado com um Nobel da Paz mal tomou posse da presidência norte-americana e ainda só estava na fase de promessas de retiradas militares de países que os EUA ocupam e de respeito pelos direitos dos prisioneiros. A diferença entre ele e George W. Bush é que W. Bush diz e faz, mostra que é um sacana fanático, Obama não diz mas faz, pretende ocultar que é sacana, sob a capa de cordeiro atacado pelos lobos o mundo tem ali um “guerreiro” às ordens das corporações que decidem sobre a guerra e os saques aos países e povos que rendam melhores dividendos que se traduzam em milhões de dólares.
Osama Bin Laden, com o seu fanatismo, desprezava a vida de todos que não pertencessem aos seus ideais, assim o fez ~ e fazem seus seguidores - com muitos milhares de inocentes que assassinou indiscriminadamente, doentiamente em nome de Alá. Barak Obama, depois de Bush, com o seu fanatismo, despreza a vida de todos que não pertencem à elite a que ascendeu e que até têm outros credos, assassinando milhares de inocentes nos países que ocupa com bombardeamentos a civis – dezenas de milhares já pereceram assim. Somem-se ainda mais uns milhares de soldados dos EUA mortos e estropiados, regra geral jovens, muito jovens, do povo, que vão para a guerra para melhorarem as suas más situações financeiras… Regressam em sacos de plástico, raramente inteiros e reconhecíveis. Doentiamente em nome do deus cifrão.
Nestas situações, porque a guerra é impiedosa e sempre decidida por monstros, são os plebeus de toda e qualquer parte do mundo que mais sofrem. São sempre eles as vítimas. É aquilo que vimos pelo mundo fora. Se em vez disso pudéssemos desfrutar de líderes que em vez de servirem as grandes máfias capitalistas, máfias racistas, máfias religiosamente fanáticas, etc., optassem por valorizar a vida, a cidadania, a honestidade, a justiça, a tolerância, a diversidade de culturas, a natureza, o ambiente na generalidade, a paz, não teríamos estas guerras, este desperdício de vidas e de causar mágoas permanentes aos que perdem quem amam. Se as políticas gananciosas e fanáticas dos EUA não existissem – nem outras semelhantes - o mais natural seria que não existissem Bin Ladens. O mais natural seria que os EUA não fossem tão odiados pelo mundo fora de modo cego, pelos que já nem querem separar os assassinos e culpados dos inocentes, as elites e o povo.
Se assim acontecesse, ontem não teríamos de homenagear e recordar as quase três mil vítimas assassinadas no WTC a 11 de Setembro de 2001, nem as dezenas ou centenas de milhar pelo mundo inteiro, que são de responsabilidade dos EUA, dos presidentes e elites politica-economico-financeira norte americana e, na generalidade, do mundo ocidental com os seus exércitos agrupados na NATO, uma sigla reavivada para todo o serviço de ocupação, de assassínio de civis, de defesa do dominio da perniciosa homogeneidade dos EUA sobre este globo terrestre. A repressão dos povos inocentes no seu melhor.
Se se souberem fazer respeitar e amar nunca serão odiados nem atacados, uns e outros. Assim queira a espécie humana que toma as decisões. Uma idiotice: Que resolvam as divergências a escrever, a falar, a saber ser tolerantes, justos, sobretudo respeitarem a vida de todos nós, habitantes deste planeta em auto-destruição. Utópico? Porque querem que assim seja, nós sabemos.
Mais onzes de Setembro não, obrigado!
*Também publicado em PÁGINA LUSÓFONA, blogue do autor
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