SIC NOTÍCIAS - LUSA
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou esta noite em Setúbal que as sucessivas medidas de austeridade estão a levar o País para a mesma situação dramática que se vive na Grécia.
"Estamos a fazer tudo da mesma forma, passo a passo, para chegar à dramática situação da Grécia de hoje. Pacote de austeridade atrás de pacote de austeridade, que aprofundam a crise social e acrescentam recessão à recessão existente", disse.
"É o caminhar para o abismo que estamos a percorrer, já que sem criar riqueza, sem criar emprego, o país ficará preso na armadilha da dívida e continuará à mercê da especulação e da chantagem, hoje com o argumento do défice, amanhã com o argumento da recessão ou do fraco crescimento", acrescentou o líder comunista.
Jerónimo de Sousa, que falava a cerca de 600 apoiantes num comício realizado no pavilhão dos Bombeiros Voluntários de Setúbal, lembrou que os "programas de austeridade severa e de venda do património ao desbarato, não salvaram a Grécia; empurraram-na ainda mais para o fundo".
"A salvação não está no cumprimento dos programas financeiros ditados pelos interesses financeiros, mas na sua recusa", argumentou, acrescentando que o "sucesso do programa da troika estrangeira (em Portugal), que é também o programa do governo, será a tragédia do nosso país".
Em vez das medidas aprovadas pelo governo português, muitas delas previstas no programa de assistência financeira, que considerou penalizarem principalmente os rendimentos do trabalho, Jerónimo de Sousa defendeu a necessidade de "mais justiça fiscal".
"Não abdicamos de lutar por mais justiça fiscal, como estamos a fazer com as propostas que apresentámos na Assembleia da República para tributar os bens, o património de luxo, os dividendos, as mais valias mobiliárias das SGPS ou Fundos de Investimento e outros rendimentos do capital", disse o líder do PCP.
Reafirmando a oposição do PCP ao aumento de impostos sobre os rendimentos do trabalho, ao aumento dos transportes e ao que considerou ser "a destruição das conquistas de Abril e a subversão do regime democrático, prioritariamente na sua dimensão económica e social", Jerónimo de Sousa apelou a uma grande participação dos portugueses na manifestação da CGTP no dia 01 de outubro, em Lisboa.
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