terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ramos Horta diz que adesão da Palestina à ONU pode contribuir para a paz na região




FYS - LUSA

Lisboa, 20 set (Lusa) -- O presidente de Timor-leste, José Ramos Horta, defendeu hoje a adesão plena da Palestina como Estado membro da Organização das Nações Unidas (ONU), considerando que isso irá contribuir para a paz no Médio Oriente.

Num artigo divulgado pelo jornal online Huffington Post, o chefe de Estado timorense diz que a Palestina tem todo o direito de almejar o estatuto de membro pleno das Nações Unidas e que a concretização dessa vontade acarreta não só direitos aos palestinianos, mas também deveres.

"Ser membro da ONU não dá só direitos, mas também responsabilidades. Uma das obrigações é por exemplo não permitir que o seu território seja usado para lançar ataques contra outros países", sublinha.

Ramos Horta considera, igualmente, que o novo Estado palestiniano irá ter também responsabilidades adicionais para conseguir reconciliar-se com o Hamas em Gaza e repetir lá o processo de construção, bem sucedido, da Cisjordânia.

"A liderança do Hamas e de outros grupo militantes na região estará também sob maior pressão regional para abandonar as suas táticas terroristas contra o Estado de Israel. Os membros da Liga Árabe deverão também convencer o Hamas e o Hezbollah a desistir de ataques e encorajar todos os países árabes e muçulmanos a reconhecer o Estado de Israel", defende.

O presidente timorense nota ainda que as fronteiras de 1967 devem ser ajustadas, salvaguardando a segurança do território israelita, mas lembra que há vários casos de países cujas fronteiras terrestres e marítimas não foram solucionadas e que isso não constituiu um impedimento para que alcançassem a independência.

"O grande desafio para Israel é desocupar a Cisjordânia, ter a coragem e a sabedoria para deixar aquele território e entregar os assentamentos às autoridades palestinianas", sublinha.

Ramos Horta deixou também um apelo aos Estados Unidos e a Israel para que não se oponham à integração plena da Palestina na ONU e a apoiem.

"O primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, disse-me no início deste ano que ele queria ver um Estado Palestino economicamente próspero. Esta é a sua oportunidade para mostrar visão e liderança, aprovando a adesão da Palestina à ONU, levantando o bloqueio a Gaza e facilitando o comércio", desafia.

O chefe de Estado de Timor-leste defendeu ainda que os Estados Unidos e a Europa deverão criar um fundo para comprar a Israel as habitações, escolas e postos de saúde existentes na Cisjordânia para as doar à Palestina.

"Não há dinheiro que compre as vidas perdidas, mas os palestinianos receberiam infraestruturas de qualidade, o que poderia ser uma pequena compensação por décadas de humilhação e despojamento", atesta.

*Foto EPA

1 comentário:

Anónimo disse...

PRESIDENTE ATRAZADO MENTAL!!!!!!

COM TANTOS PROBLEMAS EM TIMOR PARA RESOLVER, E NEM SEQUER CONSEGUE, AGORA VEM ARMADO EM PERITO.

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