terça-feira, 4 de outubro de 2011

EUROPEUS CONSIDERAM BRASIL UMA POTÊNCIA, diz Durão Barroso




RENATA GIRALDI, da Agência Brasil - Exame

Segundo o presidente da Comissão Europeia, é fundamental a cooperação do país no combate aos impactos da crise econômica internacional

Bruxelas (Bélgica) - O presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso, disse hoje (4) que o Brasil é considerado uma potência pelos europeus. Segundo ele, é fundamental a cooperação do Brasil no combate aos impactos da crise econômica internacional. Para Durão Barroso, apenas um “esforço conjunto” será capaz de impedir o agravamento da crise que ele chamou de “global”.

“Na Europa, vemos o Brasil como potência. Nós vimos o Brasil atuante como algo que pode reforçar, que pode ajudar no esforço global desses problemas [causados pela crise econômica internacional”, disse Durão Barroso, na 5ª Cúpula Brasil-União Europeia, nas presenças da presidente Dilma Rousseff e de vários ministros brasileiros.

Em seguida, Durão Barroso acrescentou que acredita “em um plano de esforço conjunto”. De acordo com ele, será intensificado o “diálogo político” com o Brasil. O presidente da Comissão Europeia disse ainda que há intenção de ampliar as parcerias entre europeus e o Mercosul (Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina).

Para o presidente da comissão, isso será um “ganho para ambas as regiões”. Segundo ele, o Mercosul investe mais nos 27 países da União Europeia do que a Rússia, China e Índia juntos. De forma semelhante, reagiu o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, que destacou o papel desenvolvido pelo Brasil no cenário político e econômico internacional.

“Há planos ambiciosos. Minha expectativa é complementar as relações econômicas e comerciais”, disse Rompuya. “O Brasil é um importante, valioso e estratégico parceiro”, acrescentou ele, lembrando que as políticas adotadas no Brasil são “expressivas”.

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2 comentários:

Anónimo disse...

São Paulo - O jornal Financial Times ironizou nesta terça-feira os conselhos fiscais que a presidente Dilma Rouseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vêm dando ao mundo desenvolvido para resolver a crise. "Soa um tanto hipócrita", afirma o blog beyondbrics. O texto, de Samantha Pearson, se refere principalmente às declarações de Dilma ontem em Bruxelas, na Bélgica. "Sim, você leu certo. O país que está em 152º lugar no ranking do Banco Mundial por seu pesado sistema tributário está dando conselhos sobre impostos restritivos."

Anónimo disse...

O jornal também mostra a contradição entre o discurso de Dilma contra o protecionismo na ONU e a elevação do IPI dos carros importados no Brasil, dias antes. O FT também lembra que o Banco Central brasileiro interfere diretamente no câmbio através da compra de dólares, desde o começo dessa crise. Esse seria o motivo do governo ter uma expressiva reserva cambial.

O Financial Times relembra o plano do ministro da Fazenda Guido Mantega de realizar um "plano de resgate dos Brics" para a zona do euro. O problema dessa iniciativa, segundo o jornal, é que Mantega não consultou outros países desse bloco dos emergentes, como a China, que detém a maioria das reservas de câmbio do grupo. Esse plano foi "irreal" e soou "hipócrita", segundo o FT.

No entanto, de acordo com o FT, o Brasil se preocupou em cortar suas próprias contas durante a crise do Lehman Brothers em 2008 e conta hoje com uma das maiores reservas para encarar a crise. Por isso, o país "sente que tem o direito de distribuir conselhos", mesmo que seja de forma "maluca".

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