sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Filme: “TIMOR À PROCURA”, de Max Stahl, estreia hoje em Remexiu



RTP

O filme "Timor à Procura", com assinatura de Max Stahl, o jornalista que filmou e denunciou mundialmente o massacre no cemitério de Santa Cruz em 1991, estreia hoje em Remexiu, distrito de Ailéu.

O filme retrata os acontecimentos ocorridos a 12 de novembro de 1991 no cemitério de Santa Cruz, em Díli, e a procura dos restos mortais das vítimas daquele massacre ocorrido há quase 20 anos e que ainda não foram encontrados.

"Este é um filme que começou a ser feito há três anos porque acompanhou os passos dos médicos forenses e antropólogos forenses de Argentina, um grupo com muita experiência, e da Austrália, que iniciou esta pesquisa aqui em Timor-Leste", explicou à agência Lusa Max Stahl.

Segundo o jornalista e também responsável pelo centro audiovisual Max Stahl em Timor-Leste, o filme foi também uma "oportunidade para fazer uma pesquisa sobre o que realmente aconteceu naquele dia".

"Tinha várias histórias, cifras, estatísticas e isto deu-me mais uma oportunidade para fazer pesquisa. Vamos aprender coisas que ainda não são bem conhecidas fora de Timor e mesmo em Timor as pessoas não sabem", salientou.

O filme mostra também a entrega às famílias dos restos mortais de 12 vítimas que foram identificadas pelas equipas forenses.

"Isto foi para mim uma coisa muito pessoal. A realidade desse dia foi uma realidade caótica, muitas contradições e agora através deste filme tinha uma oportunidade para ver ser conseguia controlar alguns factos, algumas histórias que tinha", sublinhou o jornalista.

Depois de percorrer todos os distritos do país, o filme chega a Díli no dia 11 e pode ser visionado em frente ao cemitério de Santa Cruz.

No dia 12, quando se assinala o 20.º aniversário do massacre de Santa Cruz, o filme será projetado no Palácio do Governo.

A 12 de novembro de 1991 mais de duas mil pessoas reuniram-se numa marcha até ao cemitério de Santa Cruz, em Díli, para prestarem homenagem ao jovem Sebastião Gomes, morto em outubro do mesmo ano, quando forças indonésias começaram a disparar sobre a multidão.

Segundo números do Comité 12 de Novembro, organização que ajuda as famílias das vítimas desaparecidas, 2261 pessoas participaram na manifestação, 74 foram identificadas como tendo morrido no massacre e 127 morreram depois do massacre.

Até hoje muitos dos corpos das vítimas mortais não foram encontrados: "Onde estão", pergunta, no final, Max Stahl.

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