Aires Melon Pereira – Portugal Direto
Raramente se passa um dia sem que os políticos na generalidade ou membros do governo e o presidente da república em particular não afirmem e nos recordem (como se pudéssemos esquecer) que temos entre mãos e pés uma grande crise. Este “temos” decerto que se refere exclusivamente a nós, não aos que são os que mais ordenam, governo e presidente - com toda a casta de golpistas do tal “mercado” que nos impôs uma ditadura.
Se estamos em crise não parece, por eles tanto viajarem. Paulo Portas, ministro dos negócios estrangeiro quase não o vimos em Portugal. Corre mundo. Decerto exageradamente, gastando em demasia e com menos proveito. Cavaco Silva também anda num virote e num fartote de viajar e atravessar o Oceano Atlântico, para lá e para cá, por duas vezes em compasso de pouco mais de uma semana ou provavelmente nem isso. Primeiro foi à América do Sul, à reunião dos países ibero-americanos, regressou a Portugal, para logo de seguida se deslocar numa passeata aos EUA. Entretanto Passos foi ao Brasil e só depois para o encontro ibero-americano. E Paulo portas estava por lá, por todas ou quase todas.
Esta semana, para Passos Coelho foi tempo de Angola e mais nem sabemos bem o quê. Continente africano com ele! Entretanto Paulo Portas anda sempre com um pé num avião, outro noutro e a cabeça, pelos vistos, no ar. Isto somente para falar destes três personagens. Porque depois há os governantes ou mandados por esses que vão voando para aqui e para ali a ritmo assustador. Tal ritmo nem nos permite saber bem as razões porque viajam tanto. Que é uma loucura lá isso é.
Pergunta o cidadão comum a razão de tanta viajem. O que trouxe de mais valia ao país a viagem de Cavaco Silva aos EUA? Quanto foi gasto e suportado pelos portugueses sempre pagantes, pelos que têm mesmo de suportar e se necessário passar carências devido à crise? Era assim tão importante Cavaco Silva ir passear aos EUA? Para que foi? Para falar com Obama? Fazer-lhe uma visita de cortesia? Para visitar paragens de emigrantes portugueses nos EUA. Aqueles portugueses que tiveram de fugir do país por tanto serem maltratados pelo regime dito democrático? Que vantagem trouxe para o bem comum Cavaco passear-se? Decidiu alguma coisa de importante, fez render justamente a sua deslocação comparativamente ao despesismo que tal viagem implicou? É óbvio que não. Se assim não é, pois que expliquem racionalmente o que foi que o senhor de Belém foi fazer aos EUA que trouxesse vantagens para o país. E à cimeira ibero americana, o que foi lá fazer Cavaco Silva? Não é o governo que decide? Então para que foi lá Cavaco? Ou porque se juntaram lá tantos representantes de topo de Portugal, mais os assessores, assistentes, os mordomos, etc? Um só daqueles três, com o seu staff, não bastaria?
Disto acresce às despesas ajudas de custo de muitos milhares de euros. Quantos não sabemos. Ou não recebem ajudas de custo pelas deslocações? Certamente, e mais isto e aquilo. Qual o valor destas faturas? Seria possível evitar tais gastos? Certamente.
Angola. Pois Paulo Portas ainda não há muito tempo esteve em Angola. Porque razão teve de lá deslocar Passos Coelho? O que lá foi fazer não podia ter sido conseguido de outro modo mais económico? Numa vídeo-conferência não conseguiriam, ele e Eduardo dos Santos, acertar o que houvesse para acertar. Porque razão teve de ir lá passear Passos Coelho? Ou terá sido Angola que pagou todas as despesas e Passos Coelho foi numa situação de verdadeiro pendura? Certamente que não. Certamente que estão a ir ao bolso dos portugueses com tantas passeatas. E isto é havendo a tal crise, fará se não existisse.
Pergunte-se ao fim de um ano quanto seria possível poupar nestas passeatas que certamente são estéreis no retorno de vantagens para Portugal e para os portugueses. Passeatas e mais passeatas… e os portugueses a andarem a pé e sem comer. Boa vida, a dos viajantes à custa da miséria de um povo.
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