Francisca Gorjão Henriques – Publico
Regime "jamais" abrirá mão do direito ao programa nuclear
Israel será “destruído” se atacar as instalações nucleares iranianas, e a resposta de Teerão não se ficará pelo Médio Oriente, avisou um alto responsável militar iraniano, um dia depois da publicação do relatório internacional sobre o programa nuclear do regime.
"O centro [nuclear israelita] de Dimona é o sítio mais acessível que podemos visar, e temos capacidades ainda mais importantes”, declarou esta quarta-feira o chefe do Estado Maior adjunto das Forças Armadas, general Massoud Jazayeri. “À mínima acção de Israel [contra o Irão], veremos a sua destruição”, disse o general, citado pela televisão iraniana em árabe Al-Alam.
Nas semanas que antecederam a avaliação da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) sobre o programa iraniano – que concluiu que a investigação nuclear tem muito possivelmente fins militares e não exclusivamente civis, como sustentava Teerão – os media israelitas fizeram eco de um debate dentro do Governo de Telavive sobre um possível ataque às instalações nucleares do país rival. O Presidente Shimon Peres chegou mesmo a afirmar no domingo que Israel estava “mais próximo de um ataque militar do que de uma opção diplomática”.
Se assim for, continuou o general Jazayeri, “a nossa resposta não será limitada ao Médio Oriente, temos planos prontos para reagir”. Não acrescentou detalhes, mas o Irão já antes tinha avisado que as forças norte-americanas estacionadas no Golfo estão ao alcance dos seus mísseis, ou das suas investidas navais (os Estados Unidos são aliados de Israel).
O Presidente Mahmoud Ahmadinejad garantiu hoje na televisão que Teerão "não se afastará um iota do seu caminho" . Acusou o relatório de se ter baseado em "alegações ocas" fornecidas pelos Estados Unidos, e dirigiu-se a Washington: "Não vamos construir duas bombas em resposta às vossas 20 mil. Vamos desenvolver uma coisa à qual não podem responder, que é a ética, a humanidade, solidariedade e justiça", cita a BBC. "Devem saber que nenhum inimigo do povo iraniano alguma vez saboreou a vitória."
Depois de vários anos a garantir que o programa nuclear servia apenas para fins civis, o Governo iraniano ficou ontem a um pequeno passo de ser desmentido pela AIEA. Os inspectores internacionais escreveram no seu relatório – o mais assertivo da Agência desde 2003 – ter “graves preocupações relacionadas com as possíveis dimensões militares do programa nuclear do Irão”.
A AIEA faz uma lista de detalhes técnicos que justificam as suas suspeitas, incluindo testes realizados com explosivos de alta densidade e pesquisas sobre detonadores nucleares. “A Agência desconhece uma aplicação para tais investigações que não seja [a criação] de um engenho nuclear”, lê-se. As investigações podem “estar ainda em curso”, adianta.
O representante iraniano na AIEA, Ali Asgar Soltanieh, garantira também à AFP que o Irão “jamais” abandonará “o seu direito legítimo” a desenvolver um programa nuclear, ainda que continue a cooperar com a AIEA. E como “país responsável” continuará a “respeitar as suas obrigações estipuladas pelo Tratado de Não Proliferação”, que incluem a vigilância do programa pelos inspectores da ONU.
A China pediu ao regime iraniano que seja “sincero” com a Agência da ONU. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hong Lei, reafirmou a posição de Pequim: o problema tem de ser resolvido pelo “diálogo e a cooperação” e não pela via militar.
Com as sanções internacionais ao Irão, a China tornou-se no principal parceiro comercial do país, com trocas a chegar actualmente aos 30 mil milhões de dólares (eram 400 milhões há 15 anos), refere a AFP.
Nas semanas que antecederam a avaliação da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) sobre o programa iraniano – que concluiu que a investigação nuclear tem muito possivelmente fins militares e não exclusivamente civis, como sustentava Teerão – os media israelitas fizeram eco de um debate dentro do Governo de Telavive sobre um possível ataque às instalações nucleares do país rival. O Presidente Shimon Peres chegou mesmo a afirmar no domingo que Israel estava “mais próximo de um ataque militar do que de uma opção diplomática”.
Se assim for, continuou o general Jazayeri, “a nossa resposta não será limitada ao Médio Oriente, temos planos prontos para reagir”. Não acrescentou detalhes, mas o Irão já antes tinha avisado que as forças norte-americanas estacionadas no Golfo estão ao alcance dos seus mísseis, ou das suas investidas navais (os Estados Unidos são aliados de Israel).
O Presidente Mahmoud Ahmadinejad garantiu hoje na televisão que Teerão "não se afastará um iota do seu caminho" . Acusou o relatório de se ter baseado em "alegações ocas" fornecidas pelos Estados Unidos, e dirigiu-se a Washington: "Não vamos construir duas bombas em resposta às vossas 20 mil. Vamos desenvolver uma coisa à qual não podem responder, que é a ética, a humanidade, solidariedade e justiça", cita a BBC. "Devem saber que nenhum inimigo do povo iraniano alguma vez saboreou a vitória."
Depois de vários anos a garantir que o programa nuclear servia apenas para fins civis, o Governo iraniano ficou ontem a um pequeno passo de ser desmentido pela AIEA. Os inspectores internacionais escreveram no seu relatório – o mais assertivo da Agência desde 2003 – ter “graves preocupações relacionadas com as possíveis dimensões militares do programa nuclear do Irão”.
A AIEA faz uma lista de detalhes técnicos que justificam as suas suspeitas, incluindo testes realizados com explosivos de alta densidade e pesquisas sobre detonadores nucleares. “A Agência desconhece uma aplicação para tais investigações que não seja [a criação] de um engenho nuclear”, lê-se. As investigações podem “estar ainda em curso”, adianta.
O representante iraniano na AIEA, Ali Asgar Soltanieh, garantira também à AFP que o Irão “jamais” abandonará “o seu direito legítimo” a desenvolver um programa nuclear, ainda que continue a cooperar com a AIEA. E como “país responsável” continuará a “respeitar as suas obrigações estipuladas pelo Tratado de Não Proliferação”, que incluem a vigilância do programa pelos inspectores da ONU.
A China pediu ao regime iraniano que seja “sincero” com a Agência da ONU. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hong Lei, reafirmou a posição de Pequim: o problema tem de ser resolvido pelo “diálogo e a cooperação” e não pela via militar.
Com as sanções internacionais ao Irão, a China tornou-se no principal parceiro comercial do país, com trocas a chegar actualmente aos 30 mil milhões de dólares (eram 400 milhões há 15 anos), refere a AFP.
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